Em publicação no Facebook nesta quinta (25), o deputado federal Wadih
Damous (PT/RJ) denuncia o avanço da agenda entreguista do governo
interino de Michel Temer (PMDB); "Enquanto Dilma está sendo julgada pelo
Senado, o tucano José Serra está no Itamaraty recebendo poderosos da
Shell. A agenda foi divulgada hoje no site do ministério. Como já se
sabe, a venda o pré-sal brasileiro é ponto central do golpe de estado em
curso em nosso país", afirmou; segundo o petista, a estratégia de Serra
é "fazer a sociedade acreditar que a Petrobras necessita de
investimento estrangeiro quando, na verdade, existe uma aliança
verdadeiramente serviçal com o objetivo de entregar a preço de banana
nossa grande riqueza"
Por ter convocado e participado de ato político que teve como
objetivo pressionar o Tribunal de Contas da União a reprovar as contas
de 2015 da presidente Dilma Rousseff, o procurador do Ministério Público
junto ao TCU, Júlio Marcelo de Oliveira, perdeu a condição de
testemunha e agora não gera mais prova no processo de impeachment; "O
senhor agiu como militante político de uma causa", declarou José Eduardo
Cardozo, que defende Dilma; ministro Ricardo Lewandowski, que preside a
sessão, entendeu que Júlio Marcelo não poderia ter ido ao ato
Se o Senado ouvir a voz das ruas, terá que, necessariamente, rejeitar
o golpe parlamentar de 2016; isso porque 60% dos brasileiros apoiam a
proposta da presidente Dilma Rousseff para que haja uma saída
democrática e que sejam realizadas novas eleições antes de 2018; ao
todo, 72% querem a saída do interino Michel Temer, quando se considera
os que defendem que Dilma governe até 2018; a maioria (50,4%) também
desaprova a administração do peemedebista; além disso, 66% dos
brasileiros rejeitam a proposta de Temer de reduzir direitos
trabalhistas para criar empregos
Senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) lembra aos senadores que "aqui não
tem ninguém com condições para julgar ninguém; declaração foi
interrompida pela manifestação indignada de outros senadores longe do
microfone, entre eles, Ronaldo Caiado (DEM-GO), a quem Gleisi respondeu
acusando: "o senhor é do trabalho escravo"; presidente do Supremo,
Ricardo Lewandowski, que conduz a sessão, teve que suspender os
trabalhos por alguns minutos para tentar restabelecer a ordem
No dia em que se inicia o julgamento final do impeachment da
presidente Dilma Rousseff, o ex-presidente Lula diz que "está começando a
semana da vergonha nacional"; "Os senhores senadores que vão votar para
Dilma ser impeachmada, que vão falar mal dela, estão caçando o voto que
vocês deram em outubro de 2014", declarou, durante ato em defesa do
emprego e da democracia no Estaleiro Mauá, em Niterói, no Rio; se
dizendo "envergonhado" pelo Senado, Lula afirmou que senadores começam
hoje a "rasgar a constituição do País ao tentar condenar uma mulher
inocente"; ele citou dados de desemprego na indústria naval e defendeu
que "o trabalhador humilde" não pague o preço do que está acontecendo no
Brasil
Reunidos a partir das 9 horas da manhã de hoje, os 81 senadores da
República têm diante de si uma decisão crucial para o destino dos 200
milhões de brasileiras e brasileiros. Podem abrir caminho para uma catástrofe histórica, tão ruinosa que
pode inviabilizar por décadas a construção do país como nação soberana e
menos desigual, capaz de oferecer oportunidades aos fracos e excluídos
de cinco séculos. Ou podem dar inicio a uma correção de rumo, retomando
um processo histórico que, mesmo envolvendo inúmeros problemas e
limites, erros e omissões, deve ser reconhecido como o ponto de partida
para um necessário esforço na construção de um país a altura das
necessidades da maioria dos brasileiros. A própria população se
encarregou de mostrar isso com clareza absoluta nas últimas quatro
eleições presidenciais, quando se colocou sempre do mesmo lado, em apoio
a um mesmo projeto que é, acima de tudo, uma crítica profunda aos
governos voltados para um país dos ricos, dos bem nascidos e sua magra
clientela social. A eventual permanência de Michel Temer na presidência implica na
consolidação de um governo incapaz de trazer esperanças para as famílias
dos brasileiros. Mesmo com auxílio permanente dos principais meios de
comunicação o presidente interino foi capaz de oferecer a população
aquele mínimo de ilusões -- em geral passageiras -- que fazem parte da
lua de mel com a população, oportunidade única que sempre foi um direito
dos governantes recém chegados ao cargo. Temer é um presidente novo e
impopular demais para quem acaba de assumir. Sempre que perguntada, a
população deixa claro que quer vê-lo fora do governo na primeira
oportunidade. Essa fraqueza política estrutural explica movimentos mais recentes
dos aliados de abril-maio, que apontam para um golpe dentro do golpe,
que poderia evitar a permanência de Temer no Planalto até 2018, como
determina o calendário da eleição que Dilma venceu em 2014. Detalhe: o
calendário envolve prazos decisivos nos próximos três meses. A Constituição determina que, caso a presidência da República fique
vaga até 31 de dezembro de 2016, o Congresso deve convocar eleição para
o novo governo no prazo de 90 dias, permitindo que o povo dê a última
palavra numa questão essencial para sua existência como o poder de
Estado. Se a vacância ocorrer depois do reveillon deste ano, caberá ao
Congresso, sim, este mesmo, a casa de Eduardo Cunha, de tantos órfãos
das urnas de 2014, 2010, 2006 e até 2002, apontar o novo presidente.
Este é um novo elemento de instabilidade para Michel Temer. Tudo será
feito para que seja protegido e preservado por 90 dias. Mas, como as
marcas de iogurte, gelatinas e tantas mercadorias disponíveis nos
supermercados, seu governo é um produto com prazo de validade. Em pouco mais de três meses no posto, Temer & equipe demonstraram
uma voracidade política incompatível com a própria interinidade.
Destinada a prestar contas aos patrocinadores das manobras espúrias que
permitiram trair a presidente eleita e assumir ao poder, a ilegitimidade
do governo foi estampada na testa, denunciada por uma população que se
recusa a esquecer a verdade democrática básica dos períodos que correm,
ensina de baixo para cima, na primeira grande derrota dos articuladores
de abril-maio: "impeachment sem crime de responsabilidade é golpe." Cavalgando de modo oportunista a justiça do espetáculo da Lava Jato,
instrumento essencial para a paralisia e afastamento do governo
anterior, os novos governantes tentam salvar a pele num pacto de
sobrevivência -- inviável sem a entrega de pelos menos alguns
gladiadores com outra origem, capazes de dar alguma credibilidade ao
circo. Em pouco mais de 90 dias Temer foi capaz de produzir uma herança que
ameaça o melhor de nossas conquistas -- ainda limitadas, nunca é demais
reconhecer. Amplamente rejeitado em dois plebiscitos organizados nos
últimos 60 anos, o parlamentarismo está de volta, de contrabando, às
costas do eleitor, que encara o Congresso como endereço do inferno, do
pronto para garantir palácios eternos aos amigos e estrelas do golpe,
possíveis campeões apenas de voto indireto. Foi o que escancarou, sem o
mais leve pudor democrático, o ministro Gilberto Kassab, amigo de todas
as horas de José Serra. No plano econômico, assistimos ao desmanche de um esforço de
crescimento voltado ao mercado interno e a uma tentativa de recuperação
de um projeto que, num momento de rara franqueza, um dos mais influentes
arquitetos da visão tucana de mundo, o economista André Lara Rezende,
foi capaz de anunciar sem maiores rodeios: promover a integração
subordinada aos interesses dos grandes patrões do capitalismo global. Esta orientação explica o apoio a ALCA nos anos de Fernando Henrique
Cardoso e, nos primeiros ensaios de governo Temer, a tentativa de
entregar a principal joia da família, a Petrobras e a riqueza do
pré-Sal. Está na origem da sabotagem ao Mercosul, destinada a abrir os
mercados internos da América do Sul para as grandes empresas
norte-americanas e seus associados, inviabilizando qualquer tentativa de
desenvolvimento autônomo, como os países centrais de hoje puderam
atravessar, no momento devido. Também explica a lei de gastos de
Henrique Meirelles, que pretende instituir uma ditadura de crescimento
zero e desemprego alto, numa espécie de colonialismo interno em
benefício do capital financeiro. A privatização da educação, programa
que o governo dos Estados Unidos tentou implantar com ajuda dos generais
do golpe de 64, sendo parcialmente derrotado na rua pela luta dos
estudantes que fizeram a honra e glória da geração 68, está em alta mais
uma vez. Vinte e oito anos depois da Constituição que estabeleceu o
SUS, o Ministro da Saúde fala em planos de saúde privada para os pobres
-- que irão gastar o dinheiro suado com tubarões que nunca irão entregar
aquilo que merecem. Trinta anos depois da quebra do Banco Nacional de
Habitação do regime militar, levado a falência, entre outras razões,
pelo delírio de construir apartamentos subsidiados para a classe média
alta, o Minha Casa Minha Vida abandona as construções voltadas para a
população mais pobre. Contra um ambiente de caos cada vez mais nítido no horizonte, o
retorno de Dilma não é um milagre nem a salvação de toda a lavoura. Não
há dúvida, porém, que representa a alternativa que permite, em primeiro
lugar, preservar a democracia e os direitos fundamentais. Será a derrota
do governo pelo medo, esse sistema nem sempre visível na fase inicial,
quando as verdades nem sempre ousam dizer o próprio nome -- como Golpe
de Estado -- e pouco a pouco liberdades incômodas são afrontadas, a
perseguição a lideranças políticas adversárias se torna um jogo
utilitário, as medidas de exceção se transformam em regra. Alguém imagina que desde o início os gregos sabiam tudo o que lhes
estava reservado pelo FMI, Banco Central Europeu, União Europeia? Ou os
franceses, vítimas de falsos socialistas que sustentam François
Hollande? Vivemos um período histórico no qual direitos que pareciam
assegurados a todos, para nunca mais serem questionados, se encontram
sob ameaça constante, em todas as partes do planeta nas quais governos
que expressam interesses de 1% de suas respectivas populações tentam
impor medidas abertamente prejudiciais aos demais 99%, para empregar a
imagem muito apropriada do Premio Nobel Joseph Stiglitz. Pela
estreitíssima fresta pela qual é possível imaginar um Brasil possível em
caso da vitória de Dilma no julgamento que se inicia hoje, enxerga-se
um país leal a democracia, que permite a expressão legítima da vontade
da maioria e a alternância no poder -- pelas urnas, sempre pelas urnas,
apenas por elas. É o caminho natural para a defesa de direitos e
preservação de conquistas que se tenta eliminar com a bancada de Eduardo
Cunha, aliado número 1 do golpe, nunca é demais lembrar. A experiência universal ensina que não há última chance para os
povos. Sempre haverá oportunidades para lutar e defender seus direitos,
como disse a própria Dilma, na noite de ontem, em Brasília, no auditório
do Sindicato dos Bancários, num ato público contra o golpe que reuniu
lideranças dos principais movimentos sociais. Caso assumam suas
responsabilidades perante o país, num gesto de coragem pelo qual não
serão obrigados a murmurar palavras humilhantes de arrependimento e
pedidos de desculpa, destino inevitável de todos os carrascos das
democracias, os senadores ajudarão os brasileiros a livrar-se de um
pesadelo que, iniciado há três meses, parece durar há 30 anos.
Na
véspera do início do seu julgamento por crime de responsabilidade pelo
Senado Federal, nesta quinta-feira (25) às 9h, a presidenta afastada
Dilma Rousseff discursou para um teatro lotado, no Sindicato dos
Bancários de Brasília, na noite desta quarta-feira (24), e repetiu que
há um golpe em andamento no Brasil e que ela está sendo punida mesmo sem
ter cometido crimes: “Estão me condenando por algo fantástico, um não
crime. Eu não cometi crime.” Dilma disse que, ao analisar e
refletir sobre os motivos que levaram a esse processo de impeachment,
concluiu que é o resultado de quatro derrotas sistemáticas da oposição
nas quatro últimas eleições presidenciais: “Na quarta, entornou o caldo
para eles, quando eu fui reeleita”. A partir daí, segundo ela, teve
início a tentativa de impor ao país uma eleição indireta, feita pelo
Congresso Nacional. “É disso que se trata. Na eleição direta, milhões
discutiram o programa. Na indireta, só 81 discutem o programa. É isso
que foi feito no nosso país e não podemos concordar”, afirmou. Dilma discursou em Brasília e disse que está sendo condenada sem ter cometido crime Dilma
argumentou que novas eleições são a única maneira de combater a
“ruptura democrática” que está em curso no país: “Vai ser necessária uma
eleição para recompor todas as instâncias democráticas de nosso país. É
impossível não ver criticamente uma coisa: estão tentando substituir um
colégio eleitoral de 110 milhões de pessoas, os brasileiros que votam,
por um colégio de 81 senadores”, disse. A presidenta afastada
destacou que, a cada eleição presidencial, os brasileiros discutem as
principais pautas que o país tem que enfrentar e que foi com base nessa
discussão “que atinge todos os recantos”, que ela foi eleita
democraticamente em 2014. Dilma disse que “sem sombra de dúvida” é
possível concluir que os votos que recebeu foram a favor da política de
valorização do salário mínimo, de programas sociais como o Prouni, o
Fies e outros de inclusão baseada em cotas, pelo modelo de partilha do
pré-sal, a favor do Bolsa Família, do Mais Médicos e de outras políticas
sociais, projeto diferente do defendido pelo presidente interino Michel
Temer. “Votamos contra as políticas tradicionais que estamos
vendo que, primeiro sorrateiramente e depois, de forma descarada,
tomaram conta do debate político no nosso país e agora se apresentam
como solução para os problemas do país.” Como exemplo, citou a PEC 241,
que pretende congelar os gastos da educação e da saúde em termos reais
por vinte anos, o que, segundo ela, significa a redução do gasto em
educação e da saúde e que vai comprometer a qualidade dos serviços. Dilma
também destacou que o grupo que está no poder tem anunciado a adoção de
medidas impopulares, que não foram aprovadas nas urnas. Sobre as
críticas recebidas por ter apresentado sua defesa no Congresso e no
Supremo, apesar de sustentar que o processo é um golpe, Dilma disse que
continua respeitando as instituições democráticas: “Nós respeitamos as
instituições, não os golpistas – é diferente – e temos que saber viver
em um regime democrático e temos usados todos os instrumentos para
resgatara democracia no país”. Em sua fala, a presidenta afastada
argumentou que a democracia no Brasil “não caiu do céu e não surgiu do
nada” e lembrou que nesta quarta-feira (24) faz 62 anos que o suicídio
do presidente Getúlio Vargas, segundo ela, impediu uma ruptura
democrática no país. Segundo Dilma, Vargas suicidou-se porque “queria
preservar a democracia no nosso país e sabia que ela estava em risco
naquele momento. E ele adiou o golpe por muito tempo”, avalia. “Hoje, eu
não tenho de renunciar nem me suicidar, não tenho que fugir pro
Uruguai, é outro momento histórico”, afirmou. Dilma fechou o
discurso dizendo que na vida “a gente sempre tem que lutar” e que esse
processo de impeachment mostrou para ela que não existe democracia
garantida: “Eu achei, em determinado momento da minha vida, que nunca
mais eu ia ver processos arbitrários, que eu nunca mais ia ver rupturas
democráticas e golpes de estado, e estou vivendo um de forma bastante
intensa”. Segundo Dilma, da mesma forma que lutou contra a ditadura
militar, vai continuar lutando para aprofundar a democracia no Brasil. O
Ato em Defesa da Democracia foi convocado pela Frente Brasil Popular e
reuniu representantes de movimentos sociais e centrais sindicais, além
dos ex-ministros de Dilma, Eleonora Menicucci, Míriam Belchior, Jaques
Wagner, Patrus Ananias e Miguel Rosseto. Julgamento Para
que Dilma seja afastada em definitivo do mandato de presidenta da
República, são necessários dois terços dos votos, ou seja, no mínimo 54
dos 81 senadores. Neste caso, Dilma fica inelegível por oito anos e o
vice-presidente Michel Temer, atual presidente interino, assume
definitivamente o cargo de presidente, para completar o mandato até
2018. Se o mínimo necessário para o impeachment não for alcançado, a
presidenta retoma o mandato e o processo no Senado é arquivado.
O plenário do Senado aprovou quarta-feira (24) o projeto
de lei que reajusta os salários dos servidores da Defensoria Pública da
União (DPU). Com o projeto, o salário do chefe da Defensoria Pública da
União passa a ser R$ 31.557,21, com pagamento retroativo a 1º de julho
deste ano. A partir de janeiro de 2018, o valor chega a R$ 33.763.A
proposta também fixa os subsídios dos demais membros da carreira, que
passarão a receber até R$ 28.947,55 e R$ 32.074,85 em 1º de janeiro de
2018. Senadores contra aumentos A votação foi
acompanhada por um grupo de defensores que passaram o dia pedindo votos
aos senadores. Apesar de o projeto ter sido aprovado por votação
simbólica, vários parlamentares se manifestaram contrários à aprovação
de reajustes salariais no momento em que o país passa por grave crise econômica. “Nós
votamos no ano passado o ajuste fiscal do ex-ministro Joaquim Levy, que
foi um desastre. Nós retiramos do operário, do calo na mão e do suor da
testa, no seguro-desemprego, no abono salarial, no seguro defeso, de
pessoas que ganham salário-mínimo. O ajuste foi em cima das pessoas que
ganham salário-mínimo. Agora o governo não pode se dobrar, fazer
genuflexo, à pressão de corporativismo para dar aumento salarial,
tomando emprestado para pagar aumento de salário”, disse o senador Otto
Alencar (PSD-BA). No mesmo sentido, a senadora Kátia Abreu (PMDB-TO) se disse contra a aprovação de qualquer aumento de salário para funcionários públicos neste momento, que ela chamou de “inoportuno”. “Estamos
caminhando todos os dias aqui para as votações corporativas, daqueles
que têm condição de ficar aqui uma semana, dez dias, que têm como vir
aqui de passagem de avião, em detrimento daqueles que estão no interior
do Brasil”, disse a senadora. Os votos contrários foram
registrados, mas o projeto foi considerado aprovado pela maioria na
votação simbólica e enviado à sanção presidencial.
Deputada federal Jéssica Sales (PMDB/AC) votou pela admissibilidade
do impeachment em abril na Câmara com um discurso de homenagem ao pai,
Vagner Sales, prefeito do município de Cruzeiro do Sul, no Acre: "Pelo
meu pai que sempre me ensinou que político tem de andar do lado do
povo..."; nessa semana, o chefe do gabinete do prefeito, Mário Neto
(PMDB), e o ex-candidato e agora dissidente do PSDB Edson de Paula foram
presos por corrupção ativa, cooptação de candidatos e compra de votos
Sob o comando do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF),
Ricardo Lewandowski, começou nesta manhã o primeiro dia da fase final do
julgamento do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff;
nesta fase, serão ouvidas as testemunhas, o que pode se estender até a
madrugada de sábado; expectativa é de que a conclusão do processo ocorra
até a madrugada da quarta-feira 31; Lewandowski pede que senadores ajam
com responsabilidade, isenção e cortesia; acompanhe ao vivo
Juiz federal Sérgio Moro determinou a devolução do passaporte da
jornalista Cláudia Cruz, mulher do deputado afastado e ex-presidente da
Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ); "De todo modo, não foi decretado por
este Juízo medida cautelar de proibição para que Cláudia Cordeiro Cruz
deixe o País. Considerando ainda o papel subsidiário da acusada no
suposto esquema criminoso, não vislumbro razões concretas para
estabelecer tal proibição", disse Moro em sua decisão; procuradores da
República que atuam na Operação Lava Jato haviam se posicionado de forma
contrária ao pedido de devolução do passaporte por temerem que ela
pudesse fugir do país
Na segunda-feira 29, dia em que a presidente Dilma Rousseff fará
pessoalmente sua defesa no Senado contra o impeachment, os movimentos
sociais CUT, Frente Brasil Popular e Frente Povo sem Medo farão um
conjunto de atividades em Brasília em frente ao Congresso; "Este é o
momento decisivo da luta que a CUT vem travando, junto com movimentos
sociais parceiros, contra o golpe e em defesa da democracia e dos
direitos", diz a central sindical em nota; atividades começam às 8h. O povo começa chegar em Brasília para defender a democracia.
Artistas e intelectuais estrangeiros divulgaram, nesta
quarta-feira (24/08), um manifesto em que condenam o impeachment da
presidente brasileira, Dilma Rousseff, e defendem a democracia no
país. Entre os 22 signatários do manifesto estão os escritores e
ativistas Noam Chomsky (EUA), Naomi Klein (Canadá), Eve Ensler (EUA),
Arundhati Roy (Índia); os atores Danny Glover (EUA), Viggo Mortensen
(EUA), Susan Sarandon (EUA), Stephen Fry (Reino Unido); os cineastas Ken
Loach (Reino Unido) e Oliver Stone (EUA); e os músicos Tom Morello
(EUA) e Brian Eno (Reino Unido), entre outros.
A presidente Dilma Rousseff e o ator norte-americano Danny Glover, um dos signatários do manifesto divulgado nesta quarta-feira
Do Opera Mundi Eles dizem estar “preocupados com o impeachment de motivação política” de Dilma, que instaurou um governo “não eleito”. “A base jurídica para o impeachment em curso é amplamente
questionável e existem evidências convincentes mostrando que os
principais promotores da campanha do impeachment estão tentando remover a
presidenta com o objetivo de parar investigações de corrupção nas quais
eles próprios estão implicados”, diz o manifesto. O documento também aborda a questão da falta de representatividade do
gabinete do vice-presidente exercendo a Presidência interinamente,
Michel Temer. “Lamentamos que o governo interino no Brasil tenha
substituído um Ministério diversificado, dirigido pela primeira
presidente mulher [do Brasil], por um Ministério composto por homens
brancos, em um país onde a maioria se identifica como negros ou pardos”. “Visto que o Brasil é o quinto país mais populoso do mundo, estes
acontecimentos são de grande importância para todos os que se preocupam
com igualdade e direitos civis”, afirma o texto. O manifesto pede que os senadores brasileiros, que votarão no
processo de impeachment a partir desta quinta-feira (25/08), “respeitem o
processo eleitoral de 2014, quando mais de 100 milhões de pessoas
votaram”. “O Brasil emergiu de uma ditadura há apenas 30 anos, e esses
eventos podem atrasar o progresso do país em termos de inclusão social e
econômica por décadas”, diz o texto. Os signatários finalizam a declaração alertando para as consequências
que o impedimento de Dilma pode ter para a América Latina. “O Brasil é
uma grande potência regional e tem a maior economia da América Latina.
Se este ataque contra suas instituições democráticas for bem sucedido,
as ondas de choque negativas irão reverberar em toda a região”, afirmam. Na quinta-feira (25/08), o Senado brasileiro retomará as discussões e
julgará o impeachment da presidenta. Caso o Senado aprove o
impedimento, Dilma será destituída oficialmente do cargo e ficará
inelegível por oito anos.
Artistas e intelectuais estrangeiros manifestam apoio a Dilma
Um
grupo de artistas e intelectuais estrangeiros divulgou um manifesto em
apoio à presidenta eleita Dilma Rousseff, contra o processo fraudulento
de impeachment contra ela no Senado e pela democracia no Brasil. No
texto, personalidades como o cineasta Oliver Stone (Platoon), a atriz Susan Sarandon (Thelma & Louise) e o ator Viggo Mortensen (Senhor dos Anéis), Danny Glover (ator) e Noam Chomsky (linguista) reforçam a denúncia internacional do ataque à democracia brasileira.
Colagem a partir de imagens de Wikipedia
O texto fala da preocupação dos
artistas e intelectuais com o processo de impeachment contra a
presidenta Dilma ter motivação política. “A base jurídica para o
impeachment em curso é amplamente questionável e existem evidências
convincentes mostrando que os principais promotores da campanha do
impeachment estão tentando remover a presidenta com o objetivo de parar
investigações de corrupção nas quais eles próprios estão implicados”,
ressalta o documento. “Nos solidarizamos com nossos colegas artistas e
com todos aqueles que lutam por democracia e justiça em todo o Brasil”,
diz a carta, que tem versão em inglês e português.
Na carta, o grupo lamenta que o governo interino no Brasil tenha feito
substituições dos ministérios sem se preocupar com a diversidade das
raças no país. O texto trata ainda da extinção de ministérios
importantes como o de Políticas para as Mulheres, Igualdade Racial e dos
Direitos Humanos. “Visto que o Brasil é o quinto país mais populoso do
mundo, estes acontecimentos são de grande importância para todos os que
se preocupam com igualdade e direitos civis”, destaca.
Para os artistas, o que está acontecendo pode atrasar o progresso do
país em termos de inclusão social e econômica por décadas. Eles destacam
ainda a importância do Brasil na América Latina e fazem um apelo para
que os parlamentares que votarão no processo de impeachment respeitem o
resultado das urnas.
O manifesto trata ainda da jovem democracia instaurada no Brasil após um
longo período de ditatura militar. “Esperamos que os senadores
brasileiros respeitem o processo eleitoral de 2014, quando mais de 100
milhões de pessoas votaram (...) Se este ataque contra suas instituições
democráticas for bem-sucedido, as ondas de choque negativas irão
reverberar em toda a região”, afirma a mensagem.
Entre os signatários, estão também Eve Ensler (autora de Monólogos da Vagina),
Brian Eno (músico), Harry Belafonte (cantor) Tariq Ali (escritor e
cineasta), Alan Cumming (ator), Frances de la Tour (atriz), Deborah
Eisenberg (escritora), Stephen Fry (ator), Daniel Hunt (cineasta), Naomi
Klein (escritora), Ken Loach (cineasta), Tom Morello (músico), Michael
Ondaatje (escritor), Arundhati Roy (escritora), John Sayles (diretor e
roteirista), Wallace Shawn (ator) e Vivianne Westwood (estilista).
Organizações dos EUA também denunciam “golpe legislativo”
A iniciativa se soma a uma série de manifestações contrárias ao
impeachment vindas de todas as partes do mundo. De acordo com a Folha de
S. Paulo, paralelamente à carta dos artistas, uma declaração de um
grupo de 44 organizações norte-americanas também afirma que a democracia
brasileira está “em grave risco”. Entre as entidades que assinam o
documento está a central sindical AFL-CIO, que possui mais de 12 milhões
de membros.
“Em maio passado, o Congresso brasileiro orquestrou um golpe
legislativo, afastando a presidenta Dilma Rousseff em meio a acusações
forjadas de má gestão fiscal. Deputados e senadores usaram um discurso
de ódio sexista, invocando crenças religiosas e até mesmo elogiado o
torturador da presidenta Rousseff em sua campanha de difamação”, diz a
declaração.
No início do mês, o senador norte-americano Bernie Sanders condenou o golpe de Estado em curso e pediu apoio aos trabalhadores brasileiros. Leia o manifesto na íntegra: Nos solidarizamos com nossos colegas artistas e com todos aqueles que lutam pela democracia e justiça em todo o Brasil. Estamos preocupados com o impeachment de motivação política da
presidenta, o qual instalou um governo provisório não eleito. A base
jurídica para o impeachment em curso é amplamente questionável e existem
evidências convincentes mostrando que os principais promotores da
campanha do impeachment estão tentando remover a presidenta com o
objetivo de parar investigações de corrupção nas quais eles próprios
estão implicados. Lamentamos que o governo interino no Brasil tenha substituído um
ministério diversificado, dirigido pela primeira presidente mulher, por
um ministério compostos por homens brancos, em um país onde a maioria se
identifica como negros ou pardos. Tal governo também eliminou o
Ministério das Mulheres, Igualdade Racial e dos Direitos Humanos. Visto
que o Brasil é o quinto país mais populoso do mundo, estes
acontecimentos são de grande importância para todos os que se preocupam
com igualdade e direitos civis. Esperamos que os senadores brasileiros respeitem o processo
eleitoral de 2014, quando mais de 100 milhões de pessoas votaram. O
Brasil emergiu de uma ditadura há apenas 30 anos, e esses eventos podem
atrasar o progresso do país em termos de inclusão social e econômica por
décadas. O Brasil é uma grande potência regional e tem a maior economia
da América Latina. Se este ataque contra suas instituições democráticas
for bem sucedido, as ondas de choque negativas irão reverberar em toda a
região. Tariq Ali – escritor, jornalista e cineastaHarry Belafonte – ativista, cantor e atorNoam Chomsky – linguistaAlan Cumming – atorFrances de la Tour – atrizDeborah Eisenberg – escritora, atriz e professoraBrian Eno – compositor, cantor e produtorEve Ensler – dramaturgaStephen Fry – ator e diretorDanny Glover – ator e diretorDaniel Hunt – produtor musical e cineastaNaomi Klein – jornalista e escritoraKen Loach – cineastaTom Morello – músicoViggo Mortensen – atorMichael Ondaatje – novelista e poetaArundhati Roy – escritor e ativistaSusan Sarandon – atrizJohn Sayles – roteirista e diretorWallace Shawn – ator, dramaturgo e comedianteOliver Stone – cineastaVivienne Westwood – estilista
"Questionado na saída de um evento sobre quantos votos acredita ter a
seu favor, Temer foi direto e sucinto: 'Cinquenta e quatro'", aponta
reportagem publicada nesta quinta pela Folha; é bem menos do que os 63
que vinham sendo alardeados por seus aliados, como o ministro interino
da Casa Civil, Eliseu Padilha; ou seja: o golpe está por um fio
Deputado Paulo Pimenta (PT-RS) criou em sua página no Facebook "um
espaço reservado para que as fotos e os nomes dos golpistas que querem
derrubar a democracia no país fiquem perpetuados"; página traz fotos e o
"carimbo" de golpista na testa de senadores como Ana Amélia (PP-RS),
Cristovam Buarque (PPS-DF) e Aécio Neves (PSDB-MG)
"O presidente temerista da Câmara, Rodrigo Maia, admitiu o óbvio: que
não haverá quorum para votar a cassação do mandato de Eduardo Cunha na
sessão de 12 setembro", informa Fernando Brito, editor do Tijolaço;
“Se estiver baixo na segunda, faz na terça, e estiver baixo na terça,
vota na quarta. Se também estiver baixo, vota na outra semana, vota
outro dia”, diz o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ)
A gritaria do ministro Gilmar Mendes contra procuradores e
integrantes da força-tarefa da Lava Jato pode não estar relacionada
apenas à tentativa de constranger seu colega Dias Toffoli; "O governo de
Michel Temer acompanha com lupa a crise entre o Ministério Público
Federal e o STF (Supremo Tribunal Federal). E tem informações de que
procuradores tentaram investigar, além do ministro Dias Toffoli, também
assessores e familiares de outros dois magistrados da corte. O STF
trabalha com a mesma informação", informa Mônica Bergamo
25 de Agosto de 2016 às 04:55
247 – A colunista Mônica Bergamo informa que a Lava Jato investigou outros dois ministros do Supremo Tribunal Federal, além de Dias Toffoli.
"O governo de Michel
Temer acompanha com lupa a crise entre o Ministério Público Federal e o
STF (Supremo Tribunal Federal). E tem informações de que procuradores
tentaram investigar, além do ministro Dias Toffoli, também assessores e
familiares de outros dois magistrados da corte. O STF trabalha com a
mesma informação", diz ela.
Gilmar Mendes foi o
ministro da corte que reagiu com mais contundência e acabou sendo
acusado por associações de magistrados de tentar sabotar a Lava Jato
(saiba mais aqui).
"Entre tantas coisas insólitas que já aconteceram na Operação Lava
Jato, nada mais esquisito e suspeito do que este cancelamento, pelo
procurador-geral Rodrigo Janot, das negociações para a delação premiada
da Construtora OAS", afirma Tereza Cruvinel, colunista do 247; a
jornalista lembra que, "nos últimos três meses, ficou clara a má vontade
do Ministério Público Federal para com a delação da OAS, que aumentou
depois de vazamentos sobre também supostas citações aos tucanos Aécio
Neves e José Serra"; "O que confere à decisão de Janot este cheiro de
pizza queimada são estes antecedentes já conhecidos de uma negociação
marcada por tropeços e quase recusas", diz
Em seu último evento antes do julgamento final do impeachment no Senado, a presidente Dilma Rousseff fez um discurso de esperança em Brasília na noite desta quarta-feira 24; "Do mesmo jeito que eu lutei contra a ditadura e resisti, e ganhamos, porque implantamos a democracia, dessa mesma maneira nós vamos aprofundar a democracia no Brasil, nós vamos avançar. E para isso só tem um jeito: nós temos que ter esperança", disse durante Ato pela Democracia, organizado pela Frente Brasil Popular; "Defenderei a democracia e interesses do povo, mas sobretudo, construir instrumentos para que nunca mais aconteça o vivemos", declarou;
Começa, nesta quinta-feira, a fase final do julgamento da democracia brasileira no Senado Federal; caso a presidente Dilma Rousseff seja afastada sem que tenha cometido crime de responsabilidade, como acusam a imprensa internacional, artistas, intelectuais, juristas e historiadores, o voto no Brasil não terá nenhum valor daqui para a frente; eleições poderão continuar a existir, mas nenhum governo eleito terá segurança se não se render à chantagem do parlamento; isso significa que o eventual afastamento de Dilma condenará, para sempre, a democracia brasileira e os votos de milhões de eleitores serão sempre irrelevantes diante dos conchavos no Congresso e das armações oligárquicas