Comissão de Combate à Intolerância Religiosa planeja protesto contra posicionamento de juiz
Juliana Dal Piva
Rio - A indignação de religiosos de diferentes
cultos contra a decisão do juiz federal Eugênio Rosa de Araújo vai
engrossar o protesto planejado pela Comissão de Combate à Intolerância
Religiosa. Representantes católicos já estão garantidos.
O frei franciscano David Raimundo dos
Santos diz que o magistrado demonstrou desconhecer as religiões
afro-brasileiras. “A definição de religião que o juiz tem na cabeça
revela total desconhecimento das teses teológicas”. Ele avalia que o
texto justifica a mobilização dos adeptos do candomblé e umbanda. “Caso
os membros das religiões afro façam protestos, terão o apoio de nós,
católicos”, afirmou o frei.
Juiz
federal alegou que religiões afro não têm hierarquia, não seguem um
texto-base como a Bíblia e o Corão e não idolatram um Deus
Foto: Oswaldo Prado/ Agência O Dia
O pastor batista Henrique Vieira
também pretende apoiar possíveis manifestações contrárias à decisão.
“Essa decisão desrespeita a identidade cultural e religosa que é
legítima. É uma violência que se dá no âmbito do discurso”, observou.
O babalorixá Marcio Jagun, autor da denúncia à
procuradoria, considerou que o juiz reforçou o preconceito contra as
religiões. “O magistrado acabou fundamentando as agressões. Se ele,
enquanto autoridade, desconsidera como manifestação legítima, acaba
referendando as agressões”,desabafou. Juiz disse que cultos afro-brasileiros não são religião
Os adeptos das religiões afro-brasileiras, que
lutam há tempos para garantir respeito à sua fé, sofreram duro golpe na
Justiça. Uma decisão do juiz Eugênio Rosa de Araújo, da 17ª Vara Federal
do Rio, considerou que a umbanda e o candomblé não são manifestações
religiosas. O posicionamento gerou revolta e um protesto está sendo
programado.
O texto polêmico é do dia 28 de
abril, quando o juiz negou liminar de uma ação proposta pelo Ministério
Público Federal que pedia a retirada da internet de 15 vídeos tidos como
ofensivos às crenças de matriz africana. “As manifestações religiosas
afro-brasileiras não se constituem em religiões”, escreveu. O magistrado
considerou que os vídeos apenas manifestavam a livre expressão de
opinião. O MPF recorreu contra a decisão.
Em outro trecho, opinou que cultos
afro “não contêm os traços necessários de uma religião, a saber, um
texto-base (Corão, Bíblia etc) ausência de estrutura hierárquica e de um
Deus a ser venerado”. Isso revoltou os seguidores dessas crenças.
“Ele ofende a lei quando decide com
uma opinião preconceituosa”, questionou o babalaô Ivanir dos Santos,
representante da Comissão de Combate à Intolerância Religiosa. “O Papa
Francisco me recebeu como líder religioso e o juiz não me reconhece como
tal?”. Membros da Igreja concordam com Ivanir. “A tradição africana é
oral, o que não impede que o candomblé tenha uma teologia
sistematizada”, explica o frei franciscano David Raimundo dos Santos.
Babalaô Ivanir dos Santos foi recebido pelo Papa Francisco, na visita ao Brasil, como líder religioso
Foto: Divulgação
Ivanir pretende representar contra o
magistrado no Conselho Nacional de Justiça, além de chamar uma
manifestação que terá também representantes católicos , evangélicos e
integrantes de outras religiões.
A decisão do juiz surpreendeu o procurador Jaime Mitropoulo, responsável
pela ação, que até esperava alguma resistência, mas nada parecido. “Nos
causou ainda mais espanto que na decisão ele se sentiu no direito de
dizer o que é ou não religião”, afirmou Mitropoulo.
De acordo com o MPF, a decisão fere a Declaração Universal dos Direitos
Humanos, a Constituição Federal e o Estatuto de Igualdade Racial.
Mitropoulo critica também a manutenção dos vídeos considerados ofensivos
e preconceituosos: “O poder público é obrigado a coibir o uso abusivo
dos meios de comunicação social a fim de evitar que sejam propagadas
mensagens com conteúdos que caracterizem discriminação de cunho
religioso”.
Procurado, o juiz federal informou, por meio da assessoria, que não faria comentários sobre o caso. Procuradoria: há uma intenção de associação ao ‘mal’
A maioria dos vídeos expõe cultos com práticas
de exorcismo. Em um deles, um homem supostamente possuído por uma
entidade diz que é homossexual e que está com o vírus HIV. “Você está
vendo que ele está falando em linguagem, em dialeto de Candomblé”, diz o
pastor que conduz a conversa com o homem.
Em outro vídeo, um pastor afirma que não existe
como alguém ser de bruxaria e de magia negra, ou ter sido, e não falar
em dialeto africano. Para a procuradoria, há nos vídeos intenção de
estabelecer uma associação ao ‘mal’ e do ‘demônio’ com as manifestações
religiosas de matriz africana.
Segundo
especialistas, o novo modismo motiva as mulheres jovens a desenvolverem
uma imagem do próprio corpo e também a baixa autoestima
Márcia Garbin
Fonte: Reprodução
"Bikini Bridge" é a mais nova mania polêmica das redes sociais
Depois da onda das fotos de pernocas à beira-mar ou pertinho da piscina,
a nova moda do Verão nas redes sociais, de gosto duvidoso, é postar
foto de “bikini bridge”. Esse termo em inglês foi dado para quando a
mulher está deitada e o biquíni fica apoiado apenas nos ossinhos do
quadril, formando uma espécie de ponte (daí que vem o nome).
Segundo
informações do jornal "Daily Mail", a ideia começou como uma
brincadeira, quando entusiastas postaram fotos no site de
compartilhamento de imagens 4chan, criaram uma página no Tumblr dedicada
ao tema e fizeram a hashtag #bikinibridge circular pelo Twitter.
Mas
a selfie deste Verão vem carregada de polêmica. Segundo especialistas, o
novo modismo motiva as mulheres jovens a desenvolverem uma imagem do
próprio corpo e também a baixa autoestima.
"Imagens como esta
costumavam ser restritas a sites pró-anorexia - que são eles próprios
perigosos, incentivando comportamentos alimentares desordenados”, afirma
a especialista em imagem corporal Katie Lowe ao Daily Mail.
“Precisamos
aprender que nossos corpos são bonitos em todas as formas e tamanhos, e
encorajar as mulheres a se esforçar a fazer algo parecido com isso é
resultado de uma cultura vergonhosa que está causado mais de 4.500
meninas entre 15 e 19 anos a desenvolverem um novo distúrbio alimentar
todo ano”, completa.
Prefeito afirmou que uma possível greve dos rodoviários no Rio durante a competição, não afetará a mobilidade do público
Felipe Freire
Rio - O prefeito Eduardo Paes afirmou que uma
possível greve dos rodoviários no Rio durante a competição, não afetará a
mobilidade do público. De acordo com o prefeito, a estratégia adotada
contribui para assegurar o transporte público. “Essa semana apresentamos um plano muito mais
crítico. Durante a Copa, teremos férias escolares e dias de meio feriado
ou feriado inteiro. Acredito que essa categoria reivindica e luta pelos
seus direitos, mas isso não diz respeito à cidade”. Segundo o
secretário executivo do Ministério do Esporte, Luís Fernandes, a
localização do Maracanã facilita os planos. “O Maracanã é um dos
estádios mais fáceis de se acessar. Os principais modais para a chegada
dos torcedores são metrô e trem. Com isso, estamos cientes de que não há
riscos”. BRT terá serviço parador, da Barra ao Tanque, e expresso, até o Galeão, integrado com o metrô
Antes mesmo do início da Copa do
Mundo, a população do Rio terá à disposição 23 das 45 estações
projetadas para o corredor exclusivo de ônibus, o BRT Transcarioca, que
será inaugurado no dia 1º de junho, ligando a Barra da Tijuca ao
Aeroporto Internacional. O trecho entre as estações Alvorada e Tanque,
que compreende 20 estações, estará disponível ao público um dia após a
inauguração oficial como um serviço parador. Já a partir de 4 de junho,
uma linha expressa fará o transporte entre o terminal Alvorada e as duas
estações do Galeão, com uma parada em Vicente de Carvalho, onde haverá a
integração com a Linha 2 do metrô.
De acordo com o prefeito Eduardo
Paes, que ontem se reuniu com o ministro do Esporte, Aldo Rebelo,
representantes de órgãos municipais, estaduais, federais, do Comitê
Organizador Local (COL) da Copa e da Fifa para uma reunião de ajustes
finais antes do início da competição, a obra não será um benefício
apenas dos torcedores. “Isso é para servir aos nossos visitantes que
venham pelo Galeão, mas também para servir à população. Por isso, estará
funcionando já com a metade das estações a partir do dia 2”, disse
Paes.
O corredor TransCarioca tem 39 quilômetros de
extensão e será o primeiro a cortar a cidade no sentido transversal. De
acordo com a prefeitura, o BRT vai reduzir em 60% o tempo de viagem do
Bairro da Barra da Tijuca até o Aeroporto Internacional, na Ilha do
Governador. A expectativa é de que o novo BRT atenda a 400
mil passageiros por dia, beneficiando também os bairros de Curicica,
Taquara, Tanque, Praça Seca, Campinho, Madureira, Vaz Lobo, Vicente de
Carvalho, Vila da Penha, Penha, Olaria e Ramos. O terminal Alvorada,
reformado recentemente, servirá de ponto de integração para o BRT
Transoeste, que já está em operação até SantaCruz e Campo Grande.
Ontem, O DIA visitou três das estações que
serão inauguradas. Na estação Makro, na Barra, 12 operários ainda
trabalham na instalação da passarela. Na estação Via Parque, a colocação
de passarela também estava sendo feita. A estação Lourenço Jorge, em
frente ao hospital de mesmo nome, parecia ser a mais adiantada. As obras
estão praticamente prontas e as catracas no local para serem
instaladas. Nomes que podem confundir
Informar ou homenagear? A escolha foi
pela segunda opção e já foram batizadas com nomes de figuras conhecidas
do subúrbio carioca as estações e os viadutos do Transcarioca. Viraram
referência do corredor de ônibus os sambistas Manacéia, Renatinho
Partideiro, Silas de Oliveira, Bandeira Brasil e Paulo da Portela, o
pastor da Assembleia de Deus José Santos e até o bloco Cacique Ramos.
“Acho inquestionável a homenagem, mas para quem não conhece a região
será um complicador. Os nomes das localidades facilitariam”, opinou a
administradora Roberta Santos, 32 anos.
Na
Estação Makro, que está entre as 23 a serem inauguradas em 1º de junho,
12 operários trabalhavam ontem na instalação de uma passarela
Foto: Paulo Araújo / Agência O Dia
Madureira, um dos bairros mais
conhecidos da Zona Norte, ficou fora da lista do Transcarioca. Quem
quiser conhecer o parque da região, que tem uma concha acústica com
shows toda semana, terá que descer em Manacéia.
A prefeitura afirmou que os nomes vieram por
sugestão de associações de moradores, mas que ainda está definindo se as
placas vão ter também nomes dos bairros para facilitar a localização.
Lula diz que é 'babaquice' querer metrô até dentro dos estádios da Copa
Em palestra para blogueiros em São Paulo, ex-presidente diz que importante é dar garantia de que público assistirá os jogos
O Dia
São Paulo - Durante palestra para blogueiros e
ativistas digitais nesta sexta-feira em São Paulo, o ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva surpreendeu ao plateia ao adotar a linguagem de
baixo calão mais apropriada às arquibancadas do que às tribunas e
perguntou "Que babaquice é essa?", ao se referir às exigências do Comitê
Organizador da Copa do Mundo em relação aos transportes públicos. "Nós nunca tivemos problemas em andar a
pé. Vai a pé, vai descalço, vai de bicicleta, vai de jumento, vai de
qualquer coisa, mas o que a gente está preocupado é que tem que ter
metrô, tem que ir até dentro do estádio? Que babaquice é essa? Tem que
dar garantia para essa gente assistir ao jogo, tem que ter o melhor da
comida brasileira, tem que tratar bem as pessoas nos hotéis...", disse o
ex-presidente.
Lula afirmou que a Copa será o momento de o
Brasil "mostrar sua cara", que "esconder pobre está fora de cogitação" e
que tem "muto orgulho" de ter um sido um dos responsáveis por trazer a
Copa e as Olimpíadas para o Brasil. Lula ainda explicou que não fez isso
pensando em dinheiro mas em ter eventos desse porte no país.
Sobre as manifestações que acontecem em todo o
Brasil contra a Copa do Mundo, Lula ressaltou que "não há dinheiro
público" para construção de estádios — que são financiados pelo BNDES — e
disse que as obras que não ficarem prontas para o Mundial servirão de
legado para "depois da Copa". Brasileiros estão "um pouco decontentes", diz Blatter
Nesta sexta-feira, quem também falou sobre Copa
do Mundo no Brasil foi o presidente da Fifa Joseph Blatter. Ele admitiu
que os brasilieros estão um "pouco descontentes" com o evento que se
aproxima mas acredita que isso irá mudar assim que a competição começar,
no dia 12 de junho, com o jogo Brasil x Croácia.
Governo afirma que clima favorável a Copa virá em duas semanas
Gilberto Carvalho disse que haverá mudança na ‘reta final’ e que o
Brasil está entrando ‘no espírito de Copa, que o país tanto gosta’
Ministro chefe da Secretaria Geral da Presidência da República afirmou que protestos anti-Copa tiveram baixa adesão
Flávio Ilha
Carvalho diz que brasileiro passará a apoiar a Copa do Mundo
Hans von Manteuffel / Agência O Globo
PORTO ALEGRE – O ministro chefe da Secretaria Geral da Presidência da
República, Gilberto Carvalho, avaliou neste sábado que o governo “deu
saltos importantes” na neutralização dos protestos anti-Copa e previu
que o clima no país “vai mudar na reta final”, a partir do início de
junho. - Dez dias antes da Copa, uma semana antes da Copa, vamos começar a mudar o clima – afirmou. Segundo o ministro, aos poucos o Brasil está entrando “no espírito de Copa, que o país tanto gosta”. De
acordo com Carvalho, que participou em Porto Alegre de um seminário da
Fundação Perseu Abramo, ligada ao PT, foram contadas “muitas mentiras”
sobre as obras ligadas ao Mundial. - Coisas que se dizia que iam
ser muito ruins, na prática começam a se mostrar que não é bem assim.
Muitas obras estão sendo entregues exatamente até o dia 30 (de maio). É
aquela história do Brasil vira-latas, que não consegue fazer as coisas.
Muitas mentiras que foram contadas vão se decompondo. Por exemplo, o
fato de que se dizia que 250 mil pessoas foram removidas (devido à
Copa). Não passam de 9 mil. Há uma série de fatos que fazem com que, na
reta final, diminua aquele clima de descontentamento – disse.
Carvalho
citou as obras no aeroporto de Brasília, que foram parcialmente
entregues em abril, como exemplo para a mudança da conjuntura em relação
ao Mundial. De acordo com o ministro, a inauguração de um dos dois
novos terminais de embarque e desembarque previstos e o acesso ao
terminal “mudaram o clima” na cidade. Citou também as obras nos estádios
que, segundo ele, estão todas prontas. O ministro se referiu ao
vídeo institucional produzido pela comunicação do governo federal,
divulgado anteontem, como um dos elementos responsáveis pela mudança de
clima. De acordo com o ministro, a documento teve mais de 200 mil
visualizações na internet até a sexta-feira. Mas advertiu que com grupos
radicais não haverá possibilidade de diálogo: - Tinha um grupo no
Recife alguns dias atrás com uma faixa defendendo a luta armada. Então,
nunca vou convencer esses caras. Não tem jeito. Mas no clima geral, a
gente (governo) está conseguindo. O dirigente, entretanto, evitou
um clima de euforia oficial com a pequena adesão às manifestações da
agenda do 15M, marcada para várias cidades do país para a última
quinta-feira. Ele destacou que os atos no Rio e em São Paulo tiveram um
caráter mais anti-Copa, mas mesmo assim “de baixa expressão”, e lamentou
que tenham terminado em atos de violência, “o que é muito ruim”. -
As manifestações foram aquém do que muita gente previa, sobretudo as
manifestações anti-Copa. O que se viu foram muitas movimentações
localizadas, luta pela habitação, luta pelo transporte, greves. Foram
mais manifestações a favor de alguma coisa do que contra a Copa –
avaliou.
Segundo estudo de associação internacional, em país algum direitos são iguais para homossexuais e héteros
Passeata LGBT pelo Dia do Orgulho Gay no Centro do Rio, ano passado
Marcelo Piu/ 20.06.2013 / Agência O Globo
LONDRES - Cerca de 2,79 bilhões de pessoas vivem em países onde ser
gay gera punições como prisões, chicotadas e até morte, mostra pesquisa
da Associação Internacional de Gays e Lésbicas (Ilga, na sigla em
inglês). O número é sete vezes maior que a população residente em
lugares onde é permitido o casamento entre pessoas do mesmo sexo, aponta
o relatório, divulgado pelo jornal britânico "The Guardian". De
acordo com o estudo, não há sequer um país em que homossexuais tenham
os mesmos direitos legais que heterossexuais. Segundo o levantamento,
são cinco os países em que há pena de morte para a homossexualidade:
Irã, Mauritânia, Sudão, Arábia Saudita e Iémen. Outros 71 punem gays e
lésbicas com prisão e punição corporal. A Ilga destaca também
progressos conquistados pelos grupos em defesa dos direitos LGBT. Mais
de 1,3 bilhão mora em países em que há proteção legal contra
discriminação contra gays e lésbicas. - Está se tornando cada vez
mais importante encontrar recursos humanos e financeiros para iniciar um
exercício de mapeamento em relação à violência baseada em orientação
sexual e identidade de gênero, com o fato de que um país adotar uma
legislação progressista não é uma garantia de que a vida dos LGBTI (LGBT
mais intersexuais) que vivem nele vai melhorar ou deixar de
experimentar discriminação e violência - afirmou Renato Sabbadini,
diretor-executivo da Ilga, ao jornal britânico. Dia Internacional contra Homofobia é celebrado neste sábado O
Dia Internacional contra a Homofobia e Transfobia é comemorado neste
sábado, 17 de maio. A data marca o dia em que a homossexualidade foi
excluída da lista de doenças mentais pela Organização Mundial da Saúde,
em 1990. Nesta sexta, a Anistia Internacional divulgou comunicado
analisando a ocorrência de casos de intolerância em vários países. “Os
governos de todo o mundo precisam intensificar e cumprir sua
responsabilidade de permitir que as pessoas se expressem, protegidos da
violência homofóbica”, informa o texto. A publicação destaca
países nos quais houve aumento da homofobia nos últimos anos, como a
Rússia. A situação dos países africanos também tem chamado atenção da
organização. No Brasil, apesar de as agressões e a violência que a
população LGBT é vítima, chegando a 300 assassinatos por ano, segundo a
Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e
Transexuais (ABGLT), Santoro afirma que a legislação melhorou nos
últimos anos. - A gente teve a decisão do Supremo legalizando o
casamento de pessoas do mesmo sexo, que é uma decisão muito importante,
pois coloca o Brasil numa vanguarda de países que adotaram esse tipo de
lei. Tivemos várias decisões de tribunais superiores concedendo
benefícios de saúde e de previdência para parceiros em relacionamentos
homossexuais, antes mesmo do casamento ser aprovado - aponta o assessor
de direitos humanos da Anistia Internacional, Maurício Santoro. Para
melhorar o cenário, a Anistia Internacional propõe leis mais duras para
combater a homofobia no Brasil, além da discussão e melhor aceitação do
tema dentro das escolas e pelas forças de segurança. No âmbito
internacional, a campanha da entidade estimula que as pessoas assinem
petições e enviem cartas para os governantes. A sede da Anistia
Internacional no Rio recebe, neste sábado, o projeto "Eu Te Desafio a Me
Amar". A mostra terá filme e exposição fotográfica da artista Diana
Blok, que registrou artistas, militantes e personalidades políticas
LGBT. Os visitantes também poderão participar de debate sobre o tema
"Liberdade de expressão e direitos humanos de minorias sexuais", às 16h,
com a participação do diretor-executivo da Anistia Internacional
Brasil, Atila Roque, do cônsul da Holanda no Rio de Janeiro, Arjen
Uijterlinde, da diretora de Comunicações do Comitê International Day
Against Homophobia and Transphobia, Claire House, da coordenadora do
Observatório de Sexualidade e Política, Sônia Correa, e do pesquisador
Benjamin Neves. O vídeo "Eu te desafio a me amar" será exibido às 19h30,
seguido de conversa com a diretora e fotógrafa Diana Blok e outros
participantes do projeto. A sede da Anistia Internacional Brasil está
localizada na Praça São Salvador, em Laranjeiras, zona sul do Rio. (Com informações da Agência Brasil)
Drinques que vão dar o que falar No Teto Solar, Sandra Mendes combina gim, laranja, caju, bitter de laranja
Mais uns goles - Por Érica Magni Não
estranhe se por acaso o seu coquetel pintar na mesa dentro de uma
xícara, numa canequinha de porcelana ou até mesmo num vidro de geleia.
Despojados e criativos, bons drinques que abrilhantam a vida noturna
fogem do convencional. No visual e no paladar. Mérito de bares e
restaurantes que têm investido em cartas elaboradas para conquistar o
paladar de clientes — sejam eles iniciantes ou já experientes na arte de
beber. Nessa tendência, bartenders têm ganhado mais evidência por aqui e
se tornado figurinhas carimbadas da noite carioca.
Mas, com o
avanço da criatividade em forma de drinques, o mercado viu, além de
aumentar a disputa por bartenders, bebidas como o gim conquistarem
território.
Para traçar o mapa da mina da nova coquetelaria
carioca, o Rio Show pediu a dez craques dos balcões uma lista de
criações com gim, uísque, cachaça, cerveja... Contrabalançando isso
tudo, frutas, especiarias, sementes, licores e bitters artesanais se
juntam à mistura. O resultado é de levantar a taça.
“Se
acomode no balcão e puxe um papo comigo, posso te mostrar que a vida é
mais leve". O convite simpático vem de Barão, barman do Astor, em
Ipanema. Aos 26 anos, ele já tem no currículo passagens pelo balcão de
casas famosas. Ele aposta na mistura do destilado com a semente de
cumaru ralado, morango e tangerina macerados. Bem perfumado, o coquetel
foi batizado de Aromatick (R$ 28).
A
canção “Penny Lane", dos Beatles, inspirou o mixólogo carioca Fernando
Blower a inventar um drinque que, segundo ele, pode servir como porta de
entrada para curiosos a fim de descobrirem o maravilhoso mundo dos
destilados. Tudo indica que a ideia deu supercerto. Feito com água de
coco, tomilho e gim, o Penny Lane (R$ 22) é muito pedido pela turma mais
jovem no Meza Bar.
Às
vésperas da Copa do Mundo, é natural que a cidade se vista de verde e
amarelo. Nos bares e restaurantes, não poderia ser diferente. O barman
Bruno Lima, do Escobar, foi um dos que entraram no clima. Ele criou o
gim da Copa, um drinque lindíssimo feito com limão-siciliano, pepino e
tônica. Resultado? Caiu no gosto até mesmo dos clientes mais exigentes
do gastrobar latino
Influenciado
pelo filme “Cocktail”, de 1988, com o galã Tom Cruise, o jovem Alex
Mesquita decidiu que este seria seu destino: fazer bebidas incríveis
para melhorar os ânimos até mesmo dos mais abatidos. Na casa, há mais de
cinco rótulos disponíveis de gim. Entre as receitas preparadas com o
destilado, destaque para o Hendrick’s Fantastic, que leva óleo essencial
de tangerina com camomila, água de flor de laranjeira e água tônica
peruana.
Mixing: Bar is cool
Escondida dentro de uma
simpática vila no Largo do Machado, a Mixing: Bar Is cool encanta quem a
visita pela primeira vez com o visual retrô moderninho. Nas
prateleiras, só o melhor dos destilados, com variedades de perder a
conta. Os sócios e amigos Lelo Forti e Alex Miranda rodam o mundo para
abastecer a casa com rótulos inusitados. Recomenda-se assistir à
preparação de qualquer coquetel feito na casa, o que faz lembrar uma
performance alquimista, com direito a fogo e fumaça. "Gosto de pensar
que estou fazendo obras de arte únicas, como o Monalisa, que leva na
fórmula gim beefeater, xarope de abóbora, grapefruit, água tônica
carbonatada e defumação de especiarias".
“Balcão
de bar não é exclusividade para homens". Palavra da paulistana radicada
no Rio Sandra Mendes, que, mesmo tendo fama de durona, surpreende pela
simpatia que imprime ao atendimento. Atualmente, Sandra comanda o bar do
Teto Solar, em Botafogo, e conta que um dos desafios de ser chefe é
manter a equipe atualizada com as novas tendências. Ela criou o drinque
Jardim Botânico (R$ 28), que ganhou o terceiro lugar num concurso famoso
em 2012. "É um gostosão maravilhoso".
Depois
de rodar diversas casas cariocas dando consultorias e ajudando a montar
os bares, atualmente Gustavo Stemler se dedica à arte de envelhecer
coquetéis em barris de carvalho. Dando expediente no El Born — bar de
Copacabana com ares da Catalunha. Ele criou o drinque Yanegroni,
variação do clássico feito com gim, na versão dele é feito com cachaça
Yaguara. Na carta oficial da casa, é fácil encontrar ingredientes da
culinária indo parar nos copos, influência declarada de Stemler. Um
exemplo é o Belly Guava Jely, feito com gim, melancia macerada e aipo.
Tupac
Inaugurado
há poucas semanas em Ipanema, o Tupac — da mesma turma do Lima
Restobar, em Botafogo — aposta na fusão das culinárias peruana,
argentina e brasileira para conquistar o paladar dos cariocas. A
criatividade também tem sotaque latino no balcão do simpático argentino
Agostin Montes, de 27 anos, há três meses no Rio. Na carta, ele destaca o
drinque cítrico Romerito (R$ 24), que mistura vermute, suco de
grapefruit, folhas de alecrim e limão e é servido numa canequinha de
porcelana com charmoso rabo de baleia no lugar da alça.
Inspirado
em Jim Morrisson, vocalista do The Doors e um homem que cantou, compôs e
bebeu em excesso, o drinque do Mr. Lam Morrisson (R$ 38) é um dos mais
pedidos por lá. Quem garante é o chefe do bar, Carlinhos Aragão, que
apresenta a composição da bebida de notas cítricas mantendo um ar de
certeza inabalável e brilho nos olhos.
Catalunha
e Andorra foram os lugares onde o argentino Gabriel Monti construiu sua
história no ramo da gastronomia. Depois de ter dois restaurantes na
Espanha, em agosto passado ele se mudou para o Rio e abriu em Ipanema o
Crustô gastrobar, cujo menu busca um equilíbrio de sabores entre as
culturas brasileira, francesa e catalã. A carta de drinques tem forte
inspiração na Espanha, onde o gim tônica é uma bebida digna de um ritual
quase litúrgico.
Segundo levantamento, álcool também propicia a prática de violência. Quem bebe tem maior chance de se envolver em brigas e andar armado.
Mariana LenharoDo G1, em São Paulo
Pesquisa mostra que abuso de álcool aumenta
risco de violência (Foto: Luísa Gomes/G1)
O consumo de álcool faz com que o indivíduo fique mais propenso a
praticar atos de violência e também o torna mais vulnerável a
comportamentos violentos praticados por outras pessoas, segundo pesquisa
da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
Os dados levantados indicam que quem bebe tem maior probabilidade de se
envolver em brigas com agressão física, de andar armado e de ter ficha
na polícia. Ao mesmo tempo, o abuso da bebida também aumenta o risco de
as pessoas sofrerem assalto e estupro.
As informações fazem parte do 2º Levantamento Nacional de Álcool e
Drogas (Lenad), pesquisa feita pela Unifesp que divulgou, nesta
sexta-feira (16), os dados relativos à violência urbana e ao uso de
álcool no Brasil. Os dados foram apresentados no Seminário Internacional
“Álcool e violência: a influência da indústria do álcool”, realizado
pela Associação Paulista Para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM) em
São Paulo.
Para o levantamento, foram entrevistados 4.607 participantes com 14 anos ou mais de 149 municípios brasileiros em 2012.
“Existe uma associação muito grande entre álcool e violência tanto no
caso dos agressores quanto no caso das vítimas”, diz a pesquisadora
Clarice Madruga, uma das autoras do levantamento. De acordo com o
estudo, quem abusa do álcool tem duas vezes mais risco de ser assaltado.
“A intoxicação alcoólica faz com que a pessoa se exponha mais, tenha um
comportamento de risco, não evite lugares em função da segurança.”
Entre as mulheres que consomem álcool em excesso, há um risco 3,6 vezes
maior de estupro. A pesquisadora enfatiza que isso não significa que
haja responsabilidade da vítima em relação ao estupro. O que os dados
mostram, segundo Clarice, é que se a pessoa beber moderadamente, sem
excessos, ela pode diminuir sua vulnerabilidade em relação a esse tipo
de violência.
Agressores alcoolizados
Segundo a pesquisa, em 50% dos casos de violência entre parceiros, o
agressor estava sob o efeito de álcool. Do total de entrevistados, 6%
afirmaram ter sido vítimas de violência doméstica.
Entre os participantes, 21,7% relataram ter sofrido algum tipo de
violência durante a infância. Dentro desse grupo, 20% dos casos foram
praticados por agressores que estavam sob o efeito de álcool. Além
disso, 33,6% dos bebedores afirmaram já ter batido alguém enquanto
estavam embriagados.
O envolvimento em brigas também é maior entre os bebedores
problemáticos. Se, entre os homens com menos de 30 anos, 6% afirmam já
ter se envolvido em brigas com agressão física, entre os homens da mesma
idade que apresentam problemas com álcool, 27% relatam esse tipo de
envolvimento.
Os homens que consomem álcool também andam armados com maior
frequência. Se essa parcela é de 5% entre os homens em geral, ela sobe
para 9% entre os homens bebedores.
O estudo também constatou que, entre os usuários problemáticos de
álcool, a parcela dos que têm ficha na polícia é de 5,7%, porcentagem
maior do que o observado na população em geral, em que 1,4% das pessoas
são fichadas.
Projeto prevê fim da regra usada por Barbosa para negar trabalho a Dirceu
Presidente do STF negou porque ex-ministro não cumpriu 1/6 da pena. Anteprojeto de comissão de juristas será discutido na CCJ do Senado.
Mariana OliveiraDo G1, em Brasília
Projeto de lei elaborado por uma comissão de juristas no Senado prevê
mudanças na legislação na qual o presidente do Supremo Tribunal Federal
(STF), Joaquim Barbosa, se baseou para revogar o benefício de trabalho externo
de três condenados no processo do mensalão do PT e negar o pedido do
ex-ministro da Casa Civil José Dirceu para trabalhar fora da prisão.
Barbosa entendeu que, de acordo com o artigo 37 da Lei de Execução
Penal (LEP), os presos do semiaberto devem cumprir um sexto da pena
antes de ter direito a deixar a prisão para trabalhar. O entendimento
contraria decisões do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que garantiam o
benefício, e parecer da Procuradoria Geral da República, que entendeu
que, no regime semiaberto, não é preciso cumprir parte da pena antes de
obter o trabaho externo.
A Lei de Execução Penal tem, em seu espírito, o processo de
ressocialiação e reintegração. Se a decisão de Joaquim Barbosa, que
considero equivocada, vier a fazer escola, se espalhar, o que vai
acontecer é que o processo de ressocialização ou reintegração vai sofrer
um abalo."
Promotor Marcellus Ugiette, integrante da comissão de juristas que
A comissão de juristas discutiu a LEP entre abril e dezembro do ano
passado e entregou uma proposta de reforma na legislação para o
presidente do Senado, Renan Calheiros. Entre as alterações sugeridas
está o fim da exigência do cumprimento de um sexto da pena para o
trabalho externo no regime semiaberto.
O argumento de que é necessário cumprir um sexto da pena foi utlizado por Barbosa para revogar o benefício de trabalho
concedido pelas Varas de Execuções Penais a Delúbio Soares, Romeu
Queiroz e Rogério Tolentino. Pelo mesmo motivo, Barbosa rejeitou pedido
de Dirceu para trabalhar em um escritório de advocacia. Dirceu recorreu e o caso deverá ser analisado pelo plenário do Supremo em data ainda não definida.
O projeto de reforma da LEP ainda será discutido na Comissão de
Constituição e Justiça (CCJ) - para virar lei, precisa ser aprovado no
plenário do Senado, da Câmara e depois ser sancionado pela Presidência. O
senador Eunício Oliveira (PMDB-CE) é relator do projeto desde março
deste ano e deverá preparar um relatório antes de o tema ser votado na
CCJ.
A comissão de juristas que elaborou o texto foi formada por 11
integrantes de tribunais, Ministério Público, Defensoria e advocacia.
O texto final entregue pelo grupo altera, entre outros, o artigo 37 da LEP.
A redação atual do artigo, em vigor desde 1984, afirma que "a prestação
de trabalho externo, a ser autorizada pela direção do estabelecimento,
dependerá de aptidão, disciplina e responsabilidade, além do cumprimento
mínimo de 1/6 (um sexto) da pena".
O artigo não informa se a exigência se refere ao regime fechado (penas
superiores a oito anos) ou ao semiaberto (penas entre quatro e oito
anos), mas aparece na sequência do artigo 36 que estabelece que, no
regime fechado, só é permitido sair para trabalhar em obras públicas.
Após os debates, a comissão de juristas considerou que o artigo 37 se
refere especificamente a presos do semiaberto, além de retirar a
exigência de cumprimento de um sexto.
"A prestação de trabalho externo no regime semiaberto, a ser autorizada
pela direção do estabelecimento, dependerá de aptidão, disciplina e
responsabilidade", diz a proposta de modificação do artigo.
Entendimento consolidado no STJ
Um dos integrantes da comissão, o promotor de Pernambuco Marcellus
Ugiette, que atua há 14 anos com execuções penais, explicou que a
decisão de retirar a exigência de cumprimento de um sexto da pena se
deve ao fato de que há entendimento consolidado no Superior Tribunal de
Justiça (STJ) autorizando o trabalho externo no caso do regime
semiaberto.
O Código Penal estabelece que a pena do semiaberto seja cumprida em
colônia agrícola ou industrial, mas não há presídios desse gênero
suficientes no país. Por isso, o STJ entende que os presos no semiaberto
podem ser liberados de imediato para trabalhar fora, seja por meio de
convênios com entes públicos seja após apresentação de propostas de
trabalho em empresas privadas.
"A diferença que se tem no regime fechado é somente a saída temporária,
de indulto, Natal ou feriados, e a possibilidade de trabalho externo. A
Lei de Execução Penal tem, em seu espírito, o processo de
ressocialiação e reintegração. Se a decisão de Joaquim Barbosa, que
considero equivocada, vier a fazer escola, se espalhar, o que vai
acontecer é que o processo de ressocialização ou reintegração vai sofrer
um abalo", afirmou Ugiette.
Para o promotor, o semiaberto tem de conduzir o preso para a
ressocialização com atividade laborativa, "se sentindo útil, digno". "Se
isso for retirado, o pouco que se tinha de ressocialização vai por água
abaixo", disse.
O promotor destacou que o próprio programa Começar de Novo, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) – do qual Joaquim Barbosa também é presidente –, não exige o cumprimento de um sexto da pena.
Para Ugiette, a decisão de obrigar o cumprimento de um sexto da pena
antes de se autorizar o trabalho externo, na prática, retira a
possibibilidade de trabalhar para quem começa a cumprir pena no regime
semiaberto. Isso porque, após cumprir um sexto, o preso já passaria para
o regime aberto e teria conversão da pena em prisão domiciliar.
"Essa teoria de que tem que cumprir um sexto é absurda e
matematicamente equivocada. Aqui em Pernambuco, se o preso apresenta
carta de emprego, começa a trabalhar no outro dia. [...] Eu tenho
certeza que o Supremo ficará sensível e o plenário deve rechaçar o
entendimento. O ministro Joaquim Barbosa é inteligente, mas a decisão é
retrato de quem não conhece a fundo o sistema penitenciário. Quem
conhece sabe que o trabalho externo é fundamental. Estou falando de mais
de 100 mil presos que trabalham no Brasil."
O defensor público Denis Praça, que também integrou a comissão de
juristas do Senado, ressalta que a questão "sempre foi polêmica", mas
que a comissão entendeu que exigir um sexto da pena antes de trabalhar
no regime semiaberto fere a isonomia entre os presos do semiaberto.
"Presos do fechado que cumprem pena por crimes mais graves e
progrediram para o semiaberto poderiam ter direito a trabalhar, mas o
que começaram no semiaberto e cometeram crimes mais brandos não teriam
direito", destacou.
O Rio Ônibus — sindicato que representa as empresas de ônibus da cidade
— ameaçou demitir rodoviários dissidentes do Sintraturb-Rio — sindicato
que representa a categoria — caso seja adotado o movimento "catraca livre" em substituição às paralisações, que causaram transtornos aos cariocas esta semana.
Com a ideia dos grevistas, os passageiros entrariam pela porta de trás
dos coletivos sem pagar passagem. Essa seria uma forma de manter o
movimento reivindicatório sem afetar a população que depende do
transporte público. A medida será votada em assembleia da categoria na
próxima terça-feira (20).
O Rio Ônibus informou, por meio de nota divulgada nesta sexta-feira
(16), que "o expediente, se utilizado, constituiria falta gravíssima,
passível de ser punida com demissões por justa causa, de acordo com o
que estabelece o artigo 482 da CLT, sem prejuízo do ressarcimento dos
valores das passagens não pagas por usuários".
Ainda de acordo com o comunicado, para o Rio Ônibus, "a estratégia nada
mais é do que a continuação do mesmo e ilegal movimento de greve, com a
utilização de técnicas de sabotagem, de modo a atingir diretamente a
atividade econômica". Advogados avaliam possibilidade
A ideia da "catraca livre"— que poderia conquistar apoio dos cariocas à
causa — partiu de motoristas de ônibus, segundo Hélio Teodoro, um dos
líderes do movimento grevista. "É uma das hipóteses que vão ser levadas e
os companheiros vão dizer sim ou não. Se vamos continuar a greve, se
haverá o fim da greve ou se haverá uma trégua, tudo isso será
levantado", afirmou ao G1 na quinta-feira (15).
Preocupados com a legalidade da eventual decisão, advogados ligados ao
grupo foram consultados e estão analisando a possibilidade de colocar a
ideia em prática. "Se o pessoal aceitar, vamos colocar [a catraca livre]
em prática mas só teremos esta posição mais tarde", disse. Pedidos da categoria
Os rodoviários dissidentes rejeitam o acordo firmado entre o
Sintraturb-Rio e o Rio Ônibus, sindicato das empresas de ônibus da
cidade, que estabeleceu reajuste salarial de 10%. Os grevistas querem
40% de aumento, R$ 400 de cesta básica e o fim da dupla função — quando
motoristas também trabalham como cobradores.
Nos testes realizados até agora, o índice de cura chegou a 85%. Células doentes retiradas do paciente são reproduzidas em laboratório.
Um pesquisador do Rio Grande do Sul está desenvolvendo uma vacina para
tratar os pacientes com câncer de próstata. Nos testes realizados até
agora, o índice de cura chegou a 85%. Ao misturar uma substância chamada
“modulador do sistema imunológico” em algumas células doentes, o
pesquisador Fernando Kreutz conseguiu que elas mudassem de cor.
Células doentes retiradas do próprio paciente são reproduzidas em
laboratório, bombardeadas com radiação e morrem. A estrutura celular, já
sem o câncer, recebe então a substância moduladora e é aplicada no
paciente como vacina. “O teu sistema imunológico ele tem que reconhecer
isso e a partir do que ele reconhece, ele prolifera, ele multiplica
essas células que vão destruir o tumor ou destruir o vírus”.
Os testes para a vacina avaliaram 107 pacientes com diagnóstico de
câncer de próstata. Depois, um grupo de 48 homens, com idade média de 63
anos, foi selecionado. Desses, 22 fizeram o tratamento convencional,
apenas com radioterapia e hormônios e 26 receberam também as doses da
vacina.
Depois de cinco anos, a avaliação mostrou que no primeiro grupo 48% dos
homens estavam com a doença indetectável, ou seja, aparentemente
curados. No grupo que tomou a vacina, esse índice saltou para 85%. “A
chance de o paciente morrer fazendo o tratamento convencional é de uma
em cada cinco pessoas e no grupo vacinado foi um em cada 11 pacientes”.
Na próxima fase, 400 homens de todo o Brasil vão participar da
pesquisa. A meta é começar a produzir a vacina daqui a cinco anos.
Vacina com o vírus foi aplicada em paciente com tumores na medula. Experiência foi descrita no periódico 'Mayo Clinic Proceedings'.
Da France Presse
Uma dose fortíssima do vírus do sarampo manipulada em laboratório
eliminou pela primeira vez o câncer em uma paciente, informaram
cientistas americanos esta semana.
"Temos aqui um tratamento que você aplica uma vez e o efeito pode ser a
remissão de longo prazo do câncer", disse Stephen Russell,
hematologista que codesenvolveu a terapia, descrita na edição desta
semana do periódico "Mayo Clinic Proceedings". "Acreditamos que possa se
tornar uma cura de aplicação única", prosseguiu.
A paciente, de 49 anos, foi diagnosticada com um tipo de câncer na
medula denominado mieloma múltiplo. Ela tinha um tumor na fronte e o
câncer se espalhou pela medula espinhal. Ela recebeu uma dose
intravenosa do vírus do sarampo, conhecido como MV-NIS, que é
seletivamente tóxico às células de plasma do mieloma.
Uma dose normal de vacina do sarampo contém 10 mil unidades infecciosas
do vírus do sarampo. A dose neste estudo foi de 100 bilhões de unidades
infecciosas. "Ela teve uma resposta notável", disse Russell.
Apesar de alguns efeitos colaterais precoces, como fortes dores de
cabeça, o tumor na testa logo desapareceu e sua medula ficou limpa.
Russell disse que sua remissão durou nove meses. Quando o tumor em sua
fronte começou a reaparecer, os médicos o trataram com radioterapia
local. Experiências
Uma reportagem publicada no jornal "Minneapolis Star Tribune" noticiou
que a mulher, agora com 50 anos, continua a gozar de boa saúde e espera
que a visita ao seu médico, no mês que vêm mostre que ela ainda está
livre do câncer.
Uma segunda paciente acompanhada no estudo não se saiu tão bem. Ela
tinha grandes tumores nas pernas e a terapia não conseguiu erradicá-los.
No entanto, usando estudos de geração de imagem avançados, os médicos
conseguiram rastrear o caminho do vírus do sarampo em seu corpo e
descobriram que ele, na verdade, estava atacando as áreas onde os
tumores estavam se desenvolvendo.
As duas foram as primeiras estudadas na mais elevada dose possível do
tratamento, que não funcionou em doses menores. As mulheres também
tiveram uma exposição limitada ao sarampo no passado. Seus cânceres se
espalharam a um ponto em que não tinham outras opções de tratamento.
Em editorial que acompanha o artigo, escrito por John Bell, do Centro
de Pesquisas Inovadoras sobre o Câncer do Instituto de Pesquisas do
Hospital de Ottawa, no Canadá, informou que as evidências eram
"convincentes".
"São resultados animadores que finalmente validam o potencial clínico
deste tipo de tratamento. No entanto, há muita pesquisa a ser feita",
escreveu Bell.