Nueva Delhi, 3 oct (EFE).- El Gobierno indio aprobó hoy la adquisición de la farmacéutica india Ranbaxy por parte de la compañía japonesa Daiichi Sankyo, con una inversión de unos 215.600 millones de rupias (unos 4.575 millones de dólares).
“Daiichi Sankyo es ahora libre de adquirir Ranbaxy”, dijo el ministro indio de Finanzas, P. Chidambaram, en declaraciones recogidas por la agencia india PTI.
Chidambaram presidió una reunión del Comité del Gabinete de Asuntos Económicos (CCEA), que debe evaluar y dar su visto bueno aquellas propuestas de inversión por un monto mayor a 6.000 millones de rupias.
La empresa japonesa había acordado la compra de la mayoría de las acciones de Ranbaxy con la familia propietaria de la empresa, que es la mayor farmacéutica india.
El acuerdo incluye también la compra por Daiichi de la farmacéutica Zenotech, que tenía hasta ahora una alianza estratégica con Ranbaxy, así como la adquisición de acciones mediante una oferta abierta y directa en la bolsa.
La aprobación del CCEA incluye la compra de 9,25 millones de acciones en el mercado de bolsa, así como 13 millones directamente de manos de los dueños de Ranbaxy.
Tras la compraventa de esas acciones, Daiichi poseerá más del 50 por ciento de Ranbaxy y se convertirá en la decimoquinta compañía farmacéutica del mundo.
Las acciones de Ranbaxy están subiendo hoy alrededor de un siete por ciento en la Bolsa de Bombay, aunque según la agencia india IANS el acuerdo requiere todavía la aprobación del Banco Central de la India.
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Fuente: Bitácorá Farmaceutica
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10.11.2008
Tratamentos contra o envelhecimento
Colágeno é a fibra que sustenta a pele. Quem ainda tem tudo firme tem quantidade dessas fibras protéicas na derme, a segunda camada da pele. Com o envelhecimento, essas fibras vão se fragilizando, e diminuem em número. O resultado é a flacidez. Esse processo vem naturalmente com a idade, mas a pessoa acelera a degeneração do colágeno se ficar muito exposta ao sol ou fumar.
Até pouco tempo, a flacidez era inevitável ou apenas contornada com uma cirurgia plástica. Mas, há alguns anos, surgiu uma ótima alternativa: aparelhos que melhoram a qualidade do colágeno, tratando a flacidez. Estes aparelhos baseiam-se numa descoberta: o aquecimento da derme estimula a produção de colágeno e melhora a estrutura das fibras. Há estudos que mostram que o aquecimento também aumenta as fibras elásticas da derme, melhorando a elasticidade da pele. Portanto, a base do tratamento é usar uma energia que aqueça de modo controlado a segunda camada da pele. O resultado é deixar a pessoa com a pele mais firme.
Tratamentos de colágeno muito.
Radiofreqüência
Existem algumas opções de aparelhos de radiofreqüência, como Thermacool, Accent, e Aluma. Eles emitem ondas de calor que aquecem o colágeno sem machucar a superfície da pele. Dependendo do aparelho, realizamos uma ou mais sessões para chegar ao resultado final.
O tratamento com Accent e Aluma não é dolorido. O paciente sente apenas calor, como se estivesse tomando sol. O Thermacool pode doer um pouco, mas passa depois da aplicação. Após a sessão de radiofreqüência, a pele fica levemente rosada, mas nada que impeça a pessoa de voltar em seguida às atividades normais.
Assim que o tratamento é concluído, há uma melhora temporária, causada por retração do colágeno. Mas apenas depois de algumas semanas é que ocorre o efeito desejado de remodelamento e proliferação das fibras. E o estímulo ao colágeno continua por alguns meses após o final do tratamento. Com isso, a derme fica mais firme e só então que percebemos a melhora da flacidez.
A resposta a este tratamento é variável. Em algumas pessoas a melhora é espantosa. Em uma minoria, porém, pouco se nota. O motivo dessas diferentes respostas individuais ainda é desconhecido.
Além do rosto, outras áreas do corpo podem ser tratadas. O efeito é positivo na barriga, nos braços e no pescoço. A radiofreqüência pode ainda agir mais profundamente e atingir a gordura que fica abaixo da pele. Isso melhora a circulação sangüínea local e ajuda no tratamento da celulite.
Luz Infravermelha (Titan, StarLux Deep IR)
Estes aparelhos usam outra forma de energia, buscando novamente o aquecimento da derme, sem agredir a primeira camada da pele. Do mesmo modo que na radiofreqüência, com a luz infravermelha o colágeno inicialmente retrai, causando uma primeira impressão muito boa do tratamento. Mas esse não é o resultado definitivo. A pele acaba voltando ao normal em alguns dias. É com o passar das semanas que o colágeno irá se remodelar, e que mais colágeno será produzido. Daí sim o resultado é duradouro. Também neste tratamento há pessoas que melhoram mais que outras. Felizmente, a porcentagem de pessoas que não respondem bem a ele é pequena: 20%, aproximadamente.
As áreas mais freqüentemente tratadas são o terço inferior da face e pescoço. A luz infravermelha melhora muito a definição da mandíbula. Também tem um efeito bom quando usado para combater a flacidez abdominal discreta ou moderada, ou nos braços. Apesar de haver opiniões diferentes, eu não indico este tratamento para a elevação das sobrancelhas.
O que você deve esperar destes tratamentos?
Embora os tratamentos aqui descritos tenham um ótimo resultado, o efeito é menor que o de uma plástica. A flacidez melhora, a espessura da pele aumenta, rugas e linhas finas se suavizam, mas tudo isso acontece em um grau moderado. Em uma escala de 0 a 10, onde 10 é a melhora total da flacidez, eu diria que a cirurgia ganha nota 7 a 8, os cremes ficam com uma modesta nota 1 ou 2, e o tratamento de aquecimento do colágeno ganha de 4 a 6.
Por outro lado, os riscos e o investimento neste tratamento também são bem menores do que os da plástica. Além disso, na minha opinião, o tratamento do colágeno é a melhor opção para pessoas com grau moderado de flacidez, entre 30 e 50 anos. Você acaba deixando a cirurgia para depois.
Quem sabe até lá não dá tempo de descobrirem Bimini e sua milagrosa Fonte da Juventude e dá para escapar da plástica?
Por: Lucia Mandel
Até pouco tempo, a flacidez era inevitável ou apenas contornada com uma cirurgia plástica. Mas, há alguns anos, surgiu uma ótima alternativa: aparelhos que melhoram a qualidade do colágeno, tratando a flacidez. Estes aparelhos baseiam-se numa descoberta: o aquecimento da derme estimula a produção de colágeno e melhora a estrutura das fibras. Há estudos que mostram que o aquecimento também aumenta as fibras elásticas da derme, melhorando a elasticidade da pele. Portanto, a base do tratamento é usar uma energia que aqueça de modo controlado a segunda camada da pele. O resultado é deixar a pessoa com a pele mais firme.
Tratamentos de colágeno muito.
Radiofreqüência
Existem algumas opções de aparelhos de radiofreqüência, como Thermacool, Accent, e Aluma. Eles emitem ondas de calor que aquecem o colágeno sem machucar a superfície da pele. Dependendo do aparelho, realizamos uma ou mais sessões para chegar ao resultado final.
O tratamento com Accent e Aluma não é dolorido. O paciente sente apenas calor, como se estivesse tomando sol. O Thermacool pode doer um pouco, mas passa depois da aplicação. Após a sessão de radiofreqüência, a pele fica levemente rosada, mas nada que impeça a pessoa de voltar em seguida às atividades normais.
Assim que o tratamento é concluído, há uma melhora temporária, causada por retração do colágeno. Mas apenas depois de algumas semanas é que ocorre o efeito desejado de remodelamento e proliferação das fibras. E o estímulo ao colágeno continua por alguns meses após o final do tratamento. Com isso, a derme fica mais firme e só então que percebemos a melhora da flacidez.
A resposta a este tratamento é variável. Em algumas pessoas a melhora é espantosa. Em uma minoria, porém, pouco se nota. O motivo dessas diferentes respostas individuais ainda é desconhecido.
Além do rosto, outras áreas do corpo podem ser tratadas. O efeito é positivo na barriga, nos braços e no pescoço. A radiofreqüência pode ainda agir mais profundamente e atingir a gordura que fica abaixo da pele. Isso melhora a circulação sangüínea local e ajuda no tratamento da celulite.
Luz Infravermelha (Titan, StarLux Deep IR)
Estes aparelhos usam outra forma de energia, buscando novamente o aquecimento da derme, sem agredir a primeira camada da pele. Do mesmo modo que na radiofreqüência, com a luz infravermelha o colágeno inicialmente retrai, causando uma primeira impressão muito boa do tratamento. Mas esse não é o resultado definitivo. A pele acaba voltando ao normal em alguns dias. É com o passar das semanas que o colágeno irá se remodelar, e que mais colágeno será produzido. Daí sim o resultado é duradouro. Também neste tratamento há pessoas que melhoram mais que outras. Felizmente, a porcentagem de pessoas que não respondem bem a ele é pequena: 20%, aproximadamente.
As áreas mais freqüentemente tratadas são o terço inferior da face e pescoço. A luz infravermelha melhora muito a definição da mandíbula. Também tem um efeito bom quando usado para combater a flacidez abdominal discreta ou moderada, ou nos braços. Apesar de haver opiniões diferentes, eu não indico este tratamento para a elevação das sobrancelhas.
O que você deve esperar destes tratamentos?
Embora os tratamentos aqui descritos tenham um ótimo resultado, o efeito é menor que o de uma plástica. A flacidez melhora, a espessura da pele aumenta, rugas e linhas finas se suavizam, mas tudo isso acontece em um grau moderado. Em uma escala de 0 a 10, onde 10 é a melhora total da flacidez, eu diria que a cirurgia ganha nota 7 a 8, os cremes ficam com uma modesta nota 1 ou 2, e o tratamento de aquecimento do colágeno ganha de 4 a 6.
Por outro lado, os riscos e o investimento neste tratamento também são bem menores do que os da plástica. Além disso, na minha opinião, o tratamento do colágeno é a melhor opção para pessoas com grau moderado de flacidez, entre 30 e 50 anos. Você acaba deixando a cirurgia para depois.
Quem sabe até lá não dá tempo de descobrirem Bimini e sua milagrosa Fonte da Juventude e dá para escapar da plástica?
Por: Lucia Mandel
OPAS: Mais competência com o nosso ministro Temporão
COMPETÊNCIA NA CÚPULA DA OPAS
01/10/2008
A eleição do ministro da Saúde, José Gomes Temporão, para a presidência do Conselho Diretor da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), anunciada na segunda-feira, constitui não só um motivo de orgulho para o Brasil, mas também a coroação de uma fase auspiciosa da política de saúde pública brasileira. Assim se constroem grandes nações: com programas duradouros e confiáveis, conduzidos por gestores respeitáveis. O período de acertos na área da saúde começou ainda na gestão do presidente Fernando Henrique Cardoso, com a adequada escolha de José Serra para ocupar a pasta. A continuidade desse processo foi sacramentada em definitivo no ano passado, quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva nomeou o médico José Gomes Temporão - discípulo do grande e saudoso sanitarista Sérgio Arouca - que levou consigo a experiência adquirida à frente de instituições como o Instituto Vital Brazil, do qual foi presidente de 1992 a 1995, e o Instituto Nacional do Câncer (Inca). A insistência de Lula em manter Temporão à frente do Ministério da Saúde merece, também, enfáticos elogios. Afinal, aqui e ali surgem vozes dissonantes em relação à presença do ministro no posto que ocupa. Comentários que, ainda hoje, inundam corredores e ante-salas do poder vêm, certamente, dos que prefeririam não um "médico-médico", mas um médico-político à frente do ministério - alguém suscetível não às necessidades da população, mas às de certos "especialistas" de plantão, ávidos, quem sabe, por mais verbas para projetos, no mínimo, desnecessários. Definitivamente, não é esse o perfil de Temporão. À frente do Conselho Diretor da Opas estará um brasileiro que vê como algo primordial, por exemplo, investimentos em políticas de prevenção e implementação de projetos e programas que atendam às reais necessidades da saúde pública brasileira, vista pelo ministro de forma ampla, abrangendo ações preventivas como a assistência social e a questão sanitária. Aliás, a destacada atuação de Temporão no movimento sanitarista brasileiro contribuiu - e muito - para a criação do Sistema Único de Saúde (SUS). Quando esteve no comando do Inca, Temporão deu aula de gestão, implantando o novo modelo participativo e compartilhado, o Projeto de Humanização, e o processo de acreditação hospitalar em todas as unidades assistenciais. Ainda durante sua direção, foram criados no Inca o Banco Nacional de Tumores e DNA e o BrasilCord. Foi lançada, ainda, a Campanha de Doação de Medula Óssea, que, em apenas um ano, duplicou o número de cadastramentos no Registro de Doadores de Medula Óssea (Redome). Temporão exibe, portanto, credenciais consideráveis para presidir o Conselho Diretor da Opas, cargo que representa o segundo lugar na hierarquia da instituição - abaixo apenas da Conferência Sanitária Pan-Americana. Trata-se de alguém que não chega para fazer número - muito menos, favores - mas para dar continuidade a uma obra construída com sabedoria e perseverança, apesar das intempéries e dificuldades. Dificuldades essas que só podem ser vencidas com a junção de qualidades e capacidades inerentes a quem, durante uma vida dedicada à saúde, acumulou experiências valiosas como professor, pesquisador, médico e gestor. Que o Brasil continue dando passos seguros e firmes rumo à melhoria das condições de sua ainda precária saúde pública. Que Temporão, agora acumulando responsabilidades à frente do Ministério da Saúde e da Opas, aproveite a oportunidade de ampliar os horizontes da saúde em nosso continente.
Fonte: Jornal do Brasil
01/10/2008
A eleição do ministro da Saúde, José Gomes Temporão, para a presidência do Conselho Diretor da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), anunciada na segunda-feira, constitui não só um motivo de orgulho para o Brasil, mas também a coroação de uma fase auspiciosa da política de saúde pública brasileira. Assim se constroem grandes nações: com programas duradouros e confiáveis, conduzidos por gestores respeitáveis. O período de acertos na área da saúde começou ainda na gestão do presidente Fernando Henrique Cardoso, com a adequada escolha de José Serra para ocupar a pasta. A continuidade desse processo foi sacramentada em definitivo no ano passado, quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva nomeou o médico José Gomes Temporão - discípulo do grande e saudoso sanitarista Sérgio Arouca - que levou consigo a experiência adquirida à frente de instituições como o Instituto Vital Brazil, do qual foi presidente de 1992 a 1995, e o Instituto Nacional do Câncer (Inca). A insistência de Lula em manter Temporão à frente do Ministério da Saúde merece, também, enfáticos elogios. Afinal, aqui e ali surgem vozes dissonantes em relação à presença do ministro no posto que ocupa. Comentários que, ainda hoje, inundam corredores e ante-salas do poder vêm, certamente, dos que prefeririam não um "médico-médico", mas um médico-político à frente do ministério - alguém suscetível não às necessidades da população, mas às de certos "especialistas" de plantão, ávidos, quem sabe, por mais verbas para projetos, no mínimo, desnecessários. Definitivamente, não é esse o perfil de Temporão. À frente do Conselho Diretor da Opas estará um brasileiro que vê como algo primordial, por exemplo, investimentos em políticas de prevenção e implementação de projetos e programas que atendam às reais necessidades da saúde pública brasileira, vista pelo ministro de forma ampla, abrangendo ações preventivas como a assistência social e a questão sanitária. Aliás, a destacada atuação de Temporão no movimento sanitarista brasileiro contribuiu - e muito - para a criação do Sistema Único de Saúde (SUS). Quando esteve no comando do Inca, Temporão deu aula de gestão, implantando o novo modelo participativo e compartilhado, o Projeto de Humanização, e o processo de acreditação hospitalar em todas as unidades assistenciais. Ainda durante sua direção, foram criados no Inca o Banco Nacional de Tumores e DNA e o BrasilCord. Foi lançada, ainda, a Campanha de Doação de Medula Óssea, que, em apenas um ano, duplicou o número de cadastramentos no Registro de Doadores de Medula Óssea (Redome). Temporão exibe, portanto, credenciais consideráveis para presidir o Conselho Diretor da Opas, cargo que representa o segundo lugar na hierarquia da instituição - abaixo apenas da Conferência Sanitária Pan-Americana. Trata-se de alguém que não chega para fazer número - muito menos, favores - mas para dar continuidade a uma obra construída com sabedoria e perseverança, apesar das intempéries e dificuldades. Dificuldades essas que só podem ser vencidas com a junção de qualidades e capacidades inerentes a quem, durante uma vida dedicada à saúde, acumulou experiências valiosas como professor, pesquisador, médico e gestor. Que o Brasil continue dando passos seguros e firmes rumo à melhoria das condições de sua ainda precária saúde pública. Que Temporão, agora acumulando responsabilidades à frente do Ministério da Saúde e da Opas, aproveite a oportunidade de ampliar os horizontes da saúde em nosso continente.
Fonte: Jornal do Brasil
JOVENS USAM DROGA (METADOXIL) PARA TENTAR ENGANAR O BAFÔMETRO
JOVENS USAM DROGA PARA TENTAR ENGANAR O BAFÔMETRO
04/10/2008
Sem receita, droga para alteração hepática pode ser prejudicial ao rim. Contrariados pela Lei Seca, jovens das metrópoles inventaram um jeito de tentar driblar o bafômetro. Uma vitamina usada para tratamento de alterações hepáticas decorrentes da intoxicação alcoólica aguda é encarada como a "pílula mágica" para escapar da blitz. Só que o maior golpe desse novo "jeitinho brasileiro" é na saúde. Se utilizado em excesso e sem indicação, o remédio pode provocar até um colapso renal. E médicos alertam: todo o esforço é em vão, já que o medicamento não anula a taxa de álcool no sangue. O Metadoxil, derivado da vitamina B6, tem tarja vermelha, portanto, deveria ser vendido apenas sob prescrição médica. É indicado para o tratamento de alterações hepáticas decorrentes da intoxicação alcoólica aguda e crônica; tratamento de fígado gorduroso e hepatite alcoólica; além de completar protocolos terapêuticos para desmame, período em que o dependente diminui a ingestão de álcool, e contra a intoxicação aguda. A droga atua no metabolismo do álcool, acelerando a sua degradação por meio do aumento da atividade de determinadas enzimas. Sérgio Seibel, coordenador técnico de um centro de atenção psico-social para dependentes de álcool e outras drogas da Secretaria de Saúde de SP, explica que a vitamina B6 é envolvida no metabolismo de açúcares, aminoácidos e gorduras, mas "não é capaz de enganar o bafômetro": - Isso é um mito que está sendo espalhado. Esse remédio é usado num tratamento para dependentes de álcool com má nutrição. O médico alerta que o uso prolongado de uma super dose diária pode sobrecarregar o rim. O Metadoxil pode ainda causar erupções na pele e transtornos gástricos. - Pode interferir principalmente se a pessoa já estiver tomando outro medicamento. Pode proporcionar algum tipo de interação medicamentosa gerando conseqüências severas - acrescenta Amouni Mohmoud Mourad, farmacêutica assessora técnica do Conselho Regional de Farmácia de São Paulo.
ELIMINAÇÃO LENTA - Quando ingere-se bebidas alcoólicas, a maior parte do etanol é absorvida rapidamente pelo intestino delgado e lançada na corrente sangüínea, para depois ser metabolizada no fígado. Somente 2% do total absorvido são excretados no ar expirado, saliva, suor e urina. - O processo de eliminação do álcool é lento. Num indivíduo que tenha atingido uma taxa de alcoolemia no sangue de 2,00g/l à 1h da manhã, só às 21h o organismo eliminou completamente o álcool no sangue. O processo não pode ser apressado por nenhum meio e tampouco é possível eliminar os efeitos do álcool - reforça Amouni. Existem, contudo, substâncias e fatores que perturbam a eliminação - atrasando as funções normais do fígado ou potencializando o seu efeito nocivo - como café, chá, tabaco, certos medicamentos e a fadiga. - Cristine Gerk -
Fonte: Jornal do Brasil
04/10/2008
Sem receita, droga para alteração hepática pode ser prejudicial ao rim. Contrariados pela Lei Seca, jovens das metrópoles inventaram um jeito de tentar driblar o bafômetro. Uma vitamina usada para tratamento de alterações hepáticas decorrentes da intoxicação alcoólica aguda é encarada como a "pílula mágica" para escapar da blitz. Só que o maior golpe desse novo "jeitinho brasileiro" é na saúde. Se utilizado em excesso e sem indicação, o remédio pode provocar até um colapso renal. E médicos alertam: todo o esforço é em vão, já que o medicamento não anula a taxa de álcool no sangue. O Metadoxil, derivado da vitamina B6, tem tarja vermelha, portanto, deveria ser vendido apenas sob prescrição médica. É indicado para o tratamento de alterações hepáticas decorrentes da intoxicação alcoólica aguda e crônica; tratamento de fígado gorduroso e hepatite alcoólica; além de completar protocolos terapêuticos para desmame, período em que o dependente diminui a ingestão de álcool, e contra a intoxicação aguda. A droga atua no metabolismo do álcool, acelerando a sua degradação por meio do aumento da atividade de determinadas enzimas. Sérgio Seibel, coordenador técnico de um centro de atenção psico-social para dependentes de álcool e outras drogas da Secretaria de Saúde de SP, explica que a vitamina B6 é envolvida no metabolismo de açúcares, aminoácidos e gorduras, mas "não é capaz de enganar o bafômetro": - Isso é um mito que está sendo espalhado. Esse remédio é usado num tratamento para dependentes de álcool com má nutrição. O médico alerta que o uso prolongado de uma super dose diária pode sobrecarregar o rim. O Metadoxil pode ainda causar erupções na pele e transtornos gástricos. - Pode interferir principalmente se a pessoa já estiver tomando outro medicamento. Pode proporcionar algum tipo de interação medicamentosa gerando conseqüências severas - acrescenta Amouni Mohmoud Mourad, farmacêutica assessora técnica do Conselho Regional de Farmácia de São Paulo.
ELIMINAÇÃO LENTA - Quando ingere-se bebidas alcoólicas, a maior parte do etanol é absorvida rapidamente pelo intestino delgado e lançada na corrente sangüínea, para depois ser metabolizada no fígado. Somente 2% do total absorvido são excretados no ar expirado, saliva, suor e urina. - O processo de eliminação do álcool é lento. Num indivíduo que tenha atingido uma taxa de alcoolemia no sangue de 2,00g/l à 1h da manhã, só às 21h o organismo eliminou completamente o álcool no sangue. O processo não pode ser apressado por nenhum meio e tampouco é possível eliminar os efeitos do álcool - reforça Amouni. Existem, contudo, substâncias e fatores que perturbam a eliminação - atrasando as funções normais do fígado ou potencializando o seu efeito nocivo - como café, chá, tabaco, certos medicamentos e a fadiga. - Cristine Gerk -
Fonte: Jornal do Brasil
10.10.2008
A Jornada sobre Producción Pública de Medicamentos & Acta de Constitución de la Red de Laboratorios de Producción Pública de Medicamentos (RELAP).
Conferência: Motivando a Qualidade
(Antonio Celso da Costa Brandão
Saber Cómo
Jornadas sobre Producción Pública de Medicamentos
En el marco de la reciente creación del Grupo Medicamentos INTI, conformado por profesionales del Instituto y de la Facultad de Medicina de la Universidad de Buenos Aires, con el propósito de brindar asistencia y colaboración a los Laboratorios Públicos de Elaboración de Medicamentos, se realizó el pasado 5 y 6 de abril la Primera Jornada de Calidad en la Industria Farmacéutica.
El evento contó con la presencia del Dr. Antonio Celso Costa Brandao, Coordinador del Sistema de Calidad de Farmanguinhos, Brasil, y de numerosos y destacados representantes de los Laboratorios Públicos de nuestro país, del INTI y profesionales invitados. El Dr. Celso Brando se refirió a la importancia que representa para Brasil contar con un laboratorio de producción pública de medicamentos, destinados principalmente al sector de bajos ingresos. Destacó la calidad de los productos farmacéuticos de ese país, comparables con los producidos por cualquiera de los laboratorios multinacionales privados, y la importancia de la participación del Estado Nacional y del Municipio en el desarrollo de dichos medicamentos.
Durante el encuentro, los representantes locales expusieron aspectos y experiencias destacables a tener en cuenta para nuestro país, recogidas en su reciente visita al laboratorio brasileño.
Dichas Jornadas refuerzan el trabajo que viene realizando el INTI, desde sus Centros de Física, Química, Plásticos, Envases y Embalajes, Construcciones y el Grupo Medicamentos dependiente del Centro de Tecnologías para la Discapacidad, al brindar su apoyo tecnológico a los laboratorios públicos productores de medicamentos, ofreciendo servicios de control de calidad, desarrollo, capacitación, calibración y verificaciones de equipos, asesoramiento en la compra de los mismos, selección de materiales, organización de interlaboratorios y evaluación de aptitud sanitaria de envases, entre otros.
Contacto: medicamentos@inti.gov.ar
Estímulo a la producción pública de medicamentos
El INTI, a través de su Centro de Tecnologías para la Discapacidad, apuntala la formación y desarrollo de la Red de Laboratorios para la Producción Pública de Medicamentos.
El pasado 13 de septiembre, en la Facultad de Medicina de la Universidad de Buenos Aires (UBA) , se firmó el Acta de Constitución de la Red de Laboratorios de Producción Pública de Medicamentos (RELAP). La misma fue suscripta por alrededor de veinte Laboratorios de Producción Pública de Medicamentos (PPM) de todo el país y refrendada por autoridades de la Secretaría de Ciencia y Tecnología (SECyT), del INTI y de la Cátedra Libre de Salud y Derechos Humanos de la Facultad de Medicina de la UBA. Esta firma representa un paso significativo en la articulación de los laboratorios estatales de medicamentos entre sí y con el sistema científico y tecnológico. La Red tendrá como propósito principal unir voluntades para llevar adelante proyectos entre los convocantes, buscando estimular y mejorar la producción estatal de medicamentos así como propiciar la investigación y el desarrollo de nuevos productos, formulaciones, aplicaciones y todo aquello relacionado al campo de los medicamentos y su implicancia con la mejora de la salud de la población. A su vez, forman parte de las expectativas de la Red otros asuntos estratégicos como la optimización de costos mediante la posibilidad de efectuar compras conjuntas, la centralización de los controles de calidad a la recepción de los insumos y la búsqueda de especialización por productos para así aumentar las escalas de producción. Asimismo, los integrantes de la Red aspiran encarar a mediano plazo el desarrollo de algunas moléculas, es decir, de principios activos.
El trabajo junto a los Laboratorios Públicos de Producción de Medicamentos se inició por impulso del Ing. Rafael Kohanoff, Director del Centro de Tecnologías para la Discapacidad del INTI, con el propósito de articular los posibles aportes de profesionales y técnicos de diferentes Centros del Instituto vinculados a distintas facetas o aspectos del proceso de producción y control de calidad de medicamentos. La consigna fue que los aportes del INTI respondieran a las demandas de los laboratorios públicos en forma individual y también a la resolución de problemáticas colectivas, las cuales fueron identificadas mediante visitas de diagnóstico.
Adolfo Pérez Esquivel, junto a Dora Vilaseco, Rafael Kohanoff (INTI) y Daniel Gollán (SECyT) en la firma del Acta .
En el evento participaron los r epresentantes de los Laboratorios de PPM, el Director Nacional de Programas y Proyectos Especiales de la SECyT, Ing Oscar Galante ; el Coordinador del Programa Salud de la SECyT, Dr. Daniel Gollan ; el Presidente del INTI, Ing Enrique Martínez ; el Director del Centro INTI-Tecnologías para la Discapacidad, Ing. Rafael Kohanoff; el Premio Nobel de la Paz, Arq. Adolfo Pérez Esquivel ; la Vicepresidenta de la Comisión de Salud de la Cámara de Diputados de la Nación, Dra. Graciela Rosso; y el Coordinador de la Cátedra Libre de Salud y DDHH de la Facultad de Medicina, Dr. Claudio Capuano.
El acto de la firma estuvo presidido por el Dr. Daniel Gollán, Coordinador del Programa Salud de la SECyT, quien recordó las actividades que desde hace tres años viene desarrollando la SECyT con el objetivo de vincular a los laboratorios públicos. Destacó, además, que "si bien hay mucho trabajo por delante y esto requerirá una tarea de construcción permanente, existen acciones como la de encarar compras conjuntas de insumos que podrían iniciarse en un corto plazo". Por su parte, el Ing. Carlos Galante, Director Nacional de Proyectos Especiales de la SECyT, transmitió el apoyo del Ing. Tulio Del Bono, Secretario de Ciencia y Tecnología, a la creación de la Red y destacó la necesidad de aumentar la inversión en investigación y desarrollo en el campo de los medicamentos. A su vez, la Diputada Graciela Rosso , Vicepresidenta de la Comisión de Acción Social y Salud Pública, reivindicó la necesidad y la pertinencia de la producción pública de medicamentos y se comprometió a impulsarla desde la Cámara.
En esta oportunidad, el Ing. Enrique Martínez, Presidente del INTI, expresó su total apoyo a la labor que se proponen los laboratorios que conforman la Red, destacando que el protagonismo está en ellos y que el Instituto brindará todo el apoyo que le soliciten. "Es necesario comprender que la calidad de vida del país depende de nuestra capacidad de invertir totalmente la secuencia tradicional del liberalismo y definir nuestros objetivos de vida en función de las necesidades comunitarias, considerando al mercado como un instrumento articulado desde la comunidad para satisfacer esas necesidades con las cuales no puede ni debe entrar en contradicción y no a la inversa. Nos mueve la intención de contribuir a valorizar lo público, demostrando que lo público prioriza a la comunidad en aspectos tan cruciales como el de la salud".
Fue el Dr. Jorge Rachid, Presidente de Laboratorios Puntanos y responsable en esta primera etapa de conformación de la RELAP -junto a Pascual Fidelio del Laboratorio de Hemoderivados de la Universidad Nacional de Córdoba y Cecilia Milazzo de la Unidad de Producción de Medicamentos de la Universidad de La Plata- quien precisó algunas otras posibilidades que brindará la Red. "Será muy importante que la RELAP pueda actuar como testigo de precios para las compras del sector público y de los altos márgenes de ganancia que permite el mercado a los laboratorios privados en el rubro medicamentos".
Los que auspician este proyecto entienden que son se trata de salir a competir al mercado, sino de trabajar desde el Estado para el Estado, de modo que éste pueda garantizar la salud de los ciudadanos que carecen de cobertura social o cuentan con un ingreso menor al necesario, mediante la provisión de los medicamentos básicos esenciales. En esta dirección, resulta fundamental aprovechar y potenciar la capacidad instalada con la que cuenta el sector público productor de medicamentos, dado que el conjunto de laboratorios públicos está en condiciones de afrontar una producción anual de 580 millones de comprimidos de los principales medicamentos básicos esenciales.
Por
Dora Vilaseco
dora@inti.gov.ar
NOBEL PARA MONTAGNIER REABRE DISPUTA POR PATERNIDADE DO HIV
NOBEL PARA MONTAGNIER REABRE DISPUTA POR PATERNIDADE DO HIV
06/10/2008
O anúncio feito na segunda-feira de que os cientistas franceses Luc Montagnier e Françoise Barre-Sinoussi vão receber o Prêmio Nobel de Medicina pela descoberta do vírus da aids foi um golpe para a reputação do norte-americano Robert Gallo, com quem Montagnier travou uma amarga disputa pelo crédito da pesquisa. No começo da década de 1980, Gallo e Montagnier se colocaram como rivais na corrida para identificar a misteriosa doença que na época matava principalmente homossexuais masculinos e usuários de drogas injetáveis. Mais de duas décadas depois, o Comitê do Nobel deu o seu veredicto sobre esse duelo científico. "Não há dúvida sobre quem fez as descobertas fundamentais", disse Maria Masucci, integrante do comitê. Montagnier e Barre-Sinousi foram mais generosos, dando crédito a Gallo pela descoberta do vírus HIV. "É um conflito a ser esquecido. Também é verdade que equipes norte-americanas foram importantes na descoberta do vírus, e isso deve ser reconhecido", disse Barre-Sinoussi por telefone à rádio RTL. Gallo foi igualmente educado. "Fico satisfeito que meu velho amigo e colega, o dr. Luc Montagnier, assim como sua colega Françoise Barre-Sinoussi, tenham recebido esta honraria", disse ele em nota. "Fico gratificado por ler a gentil declaração do dr. Montagnier hoje de manhã manifestando que eu era igualmente merecedor." Já John Niederhuber, diretor do Instituto Nacional do Câncer, lembrou que Gallo e Montagnier durante anos receberam crédito conjunto pela descoberta. "Embora estejamos satisfeitos por dois cientistas que contribuíram tanto com a pesquisa da aids terem sido reconhecidos hoje, estou extremamente desapontado por o INC e todos os recursos que ele angariou para a descoberta do vírus da aids - junto com a tecnologia para tornar os bancos de sangue seguros e as drogas que fizeram da Aids uma doença crônica - não terem sido, de certa forma, reconhecidos", acrescentou ele em nota. "Adicionalmente, o dr. Gallo descobriu os exames de sangue para a aids." Nos primórdios da doença, Gallo e Montagnier obtiveram um possível retrovírus ligado à aids e trocaram amostras. Gallo, então ligado ao Instituto Nacional do Câncer, anunciou em abril de 1984 que havia descoberto o vírus que causa a aids, que seria diferente do vírus identificado pelos pesquisadores franceses. Soube-se depois que Gallo estava trabalhando com uma amostra contaminada no laboratório de Montagnier, e só anos depois o Instituto Nacional de Saúde dos EUA e o Instituto Pasteur, da França, concordaram em dividir o mérito da descoberta. "Acho que Bob fez uma contribuição muitíssimo importante para o campo do HIV, ao apresentar a prova mais forte...do vírus, que havia sido identificado por Montagnier, como agente causador ", disse por telefone Anthony Fauci, diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas dos EUA. "É lamentável que o comitê não possa dar o prêmio a mais de três pessoas. Se pudesse, tenho certeza de que Bob mereceria muito." O terceiro destinatário do Nobel de Medicina ou Fisiologia em 2008 foi o alemão Harald zur Hausen, da Universidade de Duesseldorf, responsável por pesquisas que associaram o papilomavírus humano (HPV) ao câncer do colo do útero. - Maggie Fox -
Fonte: Reuters - Notícias Terra
06/10/2008
O anúncio feito na segunda-feira de que os cientistas franceses Luc Montagnier e Françoise Barre-Sinoussi vão receber o Prêmio Nobel de Medicina pela descoberta do vírus da aids foi um golpe para a reputação do norte-americano Robert Gallo, com quem Montagnier travou uma amarga disputa pelo crédito da pesquisa. No começo da década de 1980, Gallo e Montagnier se colocaram como rivais na corrida para identificar a misteriosa doença que na época matava principalmente homossexuais masculinos e usuários de drogas injetáveis. Mais de duas décadas depois, o Comitê do Nobel deu o seu veredicto sobre esse duelo científico. "Não há dúvida sobre quem fez as descobertas fundamentais", disse Maria Masucci, integrante do comitê. Montagnier e Barre-Sinousi foram mais generosos, dando crédito a Gallo pela descoberta do vírus HIV. "É um conflito a ser esquecido. Também é verdade que equipes norte-americanas foram importantes na descoberta do vírus, e isso deve ser reconhecido", disse Barre-Sinoussi por telefone à rádio RTL. Gallo foi igualmente educado. "Fico satisfeito que meu velho amigo e colega, o dr. Luc Montagnier, assim como sua colega Françoise Barre-Sinoussi, tenham recebido esta honraria", disse ele em nota. "Fico gratificado por ler a gentil declaração do dr. Montagnier hoje de manhã manifestando que eu era igualmente merecedor." Já John Niederhuber, diretor do Instituto Nacional do Câncer, lembrou que Gallo e Montagnier durante anos receberam crédito conjunto pela descoberta. "Embora estejamos satisfeitos por dois cientistas que contribuíram tanto com a pesquisa da aids terem sido reconhecidos hoje, estou extremamente desapontado por o INC e todos os recursos que ele angariou para a descoberta do vírus da aids - junto com a tecnologia para tornar os bancos de sangue seguros e as drogas que fizeram da Aids uma doença crônica - não terem sido, de certa forma, reconhecidos", acrescentou ele em nota. "Adicionalmente, o dr. Gallo descobriu os exames de sangue para a aids." Nos primórdios da doença, Gallo e Montagnier obtiveram um possível retrovírus ligado à aids e trocaram amostras. Gallo, então ligado ao Instituto Nacional do Câncer, anunciou em abril de 1984 que havia descoberto o vírus que causa a aids, que seria diferente do vírus identificado pelos pesquisadores franceses. Soube-se depois que Gallo estava trabalhando com uma amostra contaminada no laboratório de Montagnier, e só anos depois o Instituto Nacional de Saúde dos EUA e o Instituto Pasteur, da França, concordaram em dividir o mérito da descoberta. "Acho que Bob fez uma contribuição muitíssimo importante para o campo do HIV, ao apresentar a prova mais forte...do vírus, que havia sido identificado por Montagnier, como agente causador ", disse por telefone Anthony Fauci, diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas dos EUA. "É lamentável que o comitê não possa dar o prêmio a mais de três pessoas. Se pudesse, tenho certeza de que Bob mereceria muito." O terceiro destinatário do Nobel de Medicina ou Fisiologia em 2008 foi o alemão Harald zur Hausen, da Universidade de Duesseldorf, responsável por pesquisas que associaram o papilomavírus humano (HPV) ao câncer do colo do útero. - Maggie Fox -
Fonte: Reuters - Notícias Terra
10.09.2008
BULAS INCENTIVAM AUTOMEDICAÇÃO
Bulas incentivam automedicação, diz estudo
Os dados que acompanham os remédios são incompletos, aponta levantamento feito pelo Idec com 19 medicamentos
Versão genérica do Prozac (antidepressivo), por exemplo, omite alerta de que pacientes jovens podem ter comportamento suicida.
As bulas dos remédios vendidos nas farmácias brasileiras são incompletas e incentivam a automedicação, aponta um estudo recém-concluído do Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor). Isso, diz a entidade, pode comprometer seriamente a saúde das pessoas.
O antidepressivo Prozac (da Eli Lilly), por exemplo, traz o alerta de que pacientes jovens podem ter idéias e comportamentos suicidas durante o tratamento. E avisa: "Os médicos devem ser consultados imediatamente se os pacientes de todas as idades relatarem quaisquer pensamentos suicidas". O Cloridrato de Fluoxetina (da EMS), uma das versões genéricas do Prozac, simplesmente não diz nada sobre esse risco.
O Idec se debruçou sobre as letras miúdas que acompanham 19 remédios (antidepressivos, calmantes, antiinflamatórios, vasodilatadores, anti-reumáticos e drogas contra pressão alta e para baixar o colesterol) e constatou que há diferenças significativas entre as informações dos medicamentos de referência (originais) e seus genéricos ou similares.
A entidade também comparou as bulas nacionais com as americanas. Nos Estados Unidos, os antiinflamatórios avisam -com destaque- do risco de morte por problemas cardiovasculares durante o tratamento. No Brasil, o Voltaren e o genérico Diclofenaco Sódico (ambos da Novartis) não trazem esse alerta.
A mesma diferença, na comparação com o produto americano, foi encontrada nas bulas do antiinflamatório Cataflam (da Novartis) e do genérico Diclofenaco Potássico (da Medley). Em 2004, o antiinflamatório Vioxx foi retirado do mercado no mundo inteiro após um estudo ter mostrado o aumento do risco de ataques cardíacos e acidentes vasculares cerebrais.
"Essas irregularidades violam o direito do consumidor à informação correta e completa. Podem representar um risco à saúde. Existe muita intoxicação por remédios", diz Karen Lagen, a responsável do Idec pela pesquisa.
Automedicação
Há casos em que, na avaliação do Idec, as bulas incentivam que os pacientes façam uso de remédios sem acompanhamento médico. No antidepressivo Zoloft (da Pfizer), por exemplo, lê-se o seguinte: "Se você não responder à dose de 50 mg, pode aumentar a dose".
O estudo apontou ainda que muitos medicamentos não trazem orientações caso o paciente se esqueça de tomar uma dose. Supondo que deve tomar três doses ao dia e acidentalmente pulou a segunda, ele deve dobrar a terceira dose? Ignorar o esquecimento e tomar a terceira normalmente? Tomar a segunda dose imediatamente, não importando a hora? Segundo o Idec, 11 dos 19 medicamentos não sanam essa dúvida.
Para o médico sanitarista José Ruben de Alcântara Bonfim, coordenador da Sobravime (Sociedade Brasileira de Vigilância de Medicamentos), uma origem das falhas é o fato de as bulas não serem atualizadas periodicamente. "Como os médicos no Brasil não são obrigados a notificar os efeitos adversos dos medicamentos -apenas a indústria [farmacêutica]-, muitas bulas estão incompletas, desatualizadas."
Os laboratórios fabricantes dizem que apenas seguem as determinações da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e que seus folhetos têm a aprovação da agência.
Para o Idec, a atuação da Anvisa está longe da ideal, pois permite que as bulas dos medicamentos de referência e as dos genéricos e similares sejam diferentes -embora o efeito no organismo deva ser, teoricamente, o mesmo. "A Anvisa deve ser mais rigorosa e melhorar a legislação", diz Karen Lagen.
A pesquisa do Idec chegou à Anvisa. A agência informou que as irregularidades apontadas serão investigadas.
"Se confirmadas, serão corrigidas e ensejarão medidas punitivas para os laboratórios infratores. O desrespeito às normas de registro de medicamentos constitui uma infração sanitária", disse Pedro Ivo Sebba Ramalho, da assessoria técnica da presidência da Anvisa.
As punições vão de uma advertência à apreensão dos produtos e à interdição das empresas. As multas podem chegar a R$ 1,5 milhão.
A agência informou ainda que está estudando fazer mudanças nas bulas para, "entre outros objetivos, viabilizar o direito à informação adequada e clara sobre produtos, em especial sobre os riscos".
Labels: FSP, pfizer, lilly, ems, prozac, fluoxetina, diclofenaco potássico, zoloft
Fonte: IDEC
Os dados que acompanham os remédios são incompletos, aponta levantamento feito pelo Idec com 19 medicamentos
Versão genérica do Prozac (antidepressivo), por exemplo, omite alerta de que pacientes jovens podem ter comportamento suicida.
As bulas dos remédios vendidos nas farmácias brasileiras são incompletas e incentivam a automedicação, aponta um estudo recém-concluído do Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor). Isso, diz a entidade, pode comprometer seriamente a saúde das pessoas.
O antidepressivo Prozac (da Eli Lilly), por exemplo, traz o alerta de que pacientes jovens podem ter idéias e comportamentos suicidas durante o tratamento. E avisa: "Os médicos devem ser consultados imediatamente se os pacientes de todas as idades relatarem quaisquer pensamentos suicidas". O Cloridrato de Fluoxetina (da EMS), uma das versões genéricas do Prozac, simplesmente não diz nada sobre esse risco.
O Idec se debruçou sobre as letras miúdas que acompanham 19 remédios (antidepressivos, calmantes, antiinflamatórios, vasodilatadores, anti-reumáticos e drogas contra pressão alta e para baixar o colesterol) e constatou que há diferenças significativas entre as informações dos medicamentos de referência (originais) e seus genéricos ou similares.
A entidade também comparou as bulas nacionais com as americanas. Nos Estados Unidos, os antiinflamatórios avisam -com destaque- do risco de morte por problemas cardiovasculares durante o tratamento. No Brasil, o Voltaren e o genérico Diclofenaco Sódico (ambos da Novartis) não trazem esse alerta.
A mesma diferença, na comparação com o produto americano, foi encontrada nas bulas do antiinflamatório Cataflam (da Novartis) e do genérico Diclofenaco Potássico (da Medley). Em 2004, o antiinflamatório Vioxx foi retirado do mercado no mundo inteiro após um estudo ter mostrado o aumento do risco de ataques cardíacos e acidentes vasculares cerebrais.
"Essas irregularidades violam o direito do consumidor à informação correta e completa. Podem representar um risco à saúde. Existe muita intoxicação por remédios", diz Karen Lagen, a responsável do Idec pela pesquisa.
Automedicação
Há casos em que, na avaliação do Idec, as bulas incentivam que os pacientes façam uso de remédios sem acompanhamento médico. No antidepressivo Zoloft (da Pfizer), por exemplo, lê-se o seguinte: "Se você não responder à dose de 50 mg, pode aumentar a dose".
O estudo apontou ainda que muitos medicamentos não trazem orientações caso o paciente se esqueça de tomar uma dose. Supondo que deve tomar três doses ao dia e acidentalmente pulou a segunda, ele deve dobrar a terceira dose? Ignorar o esquecimento e tomar a terceira normalmente? Tomar a segunda dose imediatamente, não importando a hora? Segundo o Idec, 11 dos 19 medicamentos não sanam essa dúvida.
Para o médico sanitarista José Ruben de Alcântara Bonfim, coordenador da Sobravime (Sociedade Brasileira de Vigilância de Medicamentos), uma origem das falhas é o fato de as bulas não serem atualizadas periodicamente. "Como os médicos no Brasil não são obrigados a notificar os efeitos adversos dos medicamentos -apenas a indústria [farmacêutica]-, muitas bulas estão incompletas, desatualizadas."
Os laboratórios fabricantes dizem que apenas seguem as determinações da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e que seus folhetos têm a aprovação da agência.
Para o Idec, a atuação da Anvisa está longe da ideal, pois permite que as bulas dos medicamentos de referência e as dos genéricos e similares sejam diferentes -embora o efeito no organismo deva ser, teoricamente, o mesmo. "A Anvisa deve ser mais rigorosa e melhorar a legislação", diz Karen Lagen.
A pesquisa do Idec chegou à Anvisa. A agência informou que as irregularidades apontadas serão investigadas.
"Se confirmadas, serão corrigidas e ensejarão medidas punitivas para os laboratórios infratores. O desrespeito às normas de registro de medicamentos constitui uma infração sanitária", disse Pedro Ivo Sebba Ramalho, da assessoria técnica da presidência da Anvisa.
As punições vão de uma advertência à apreensão dos produtos e à interdição das empresas. As multas podem chegar a R$ 1,5 milhão.
A agência informou ainda que está estudando fazer mudanças nas bulas para, "entre outros objetivos, viabilizar o direito à informação adequada e clara sobre produtos, em especial sobre os riscos".
Labels: FSP, pfizer, lilly, ems, prozac, fluoxetina, diclofenaco potássico, zoloft
Fonte: IDEC
"GENE DO MEDO"
"GENE DO MEDO"
Cientistas americanos dizem ter encontrado o gene que mantém 'presas' as memórias ruins no cérebro. Chamado de "gene do medo", ele poderia ser útil no desenvolvimento de novos tratamentos contra o Alzheimer e estresses pós-traumáticos, segundo informações do site LiveScience.
O estudo inédito sugere que o gene é responsável pela produção de uma proteína, chamada beta-catenin, essencial para a manutenção estrutural das células e também para o desenvolvimento embrionário.
Segundo os pesquisadores, os resultados indicam que essa substância poderia ter também uma relação com o desenvolvimento das memórias do medo. Os efeitos conhecidos da proteína são a transmissão dos sinais precoces que separam o embrião em duas partes, além de fixar as células internas de proteínas nas suas membranas externas que, por sua vez, conectam-se a outras células, como um velcro. Para o pesquisador Kerry Ressler, da Emory University's School of Medicine e do Yerkes National Primate Research Center, durante o desenvolvimento da memória de longo prazo ocorrem mudanças estruturais nas ligações entre neurônios no cérebro, ou sinapses (áreas de encontro da célula nervosa).
"Pensávamos que a beta-catenin seria o fator central para as mudanças que ocorrem nas sinapses em meio à formação memorial", informou. A tese acabou se comprovando, pelo menos em testes com camundongos. DESAPARECIMENTO DO GENE - Ressler e sua equipe criaram um teste para entender como a beta-catenin poderia influenciar na formação de memórias do medo em camundongos. Depois de ouvirem um certo tom como sinalização, os animais recebiam um choque elétrico.
A partir disso, gradualmente os camundongos passaram a temer o sinal, demonstrando o medo ao permanecerem estáticos no local. Por causa da importância da beta-catenin para o desenvolvimento de embriões, os pesquisadores não poderiam simplesmente suprimir o gene que cria a substância para, em seguida, criar camundongos sem a proteína. Em vez disso, utilizaram outros dois métodos: sais de lítio, que impulsionam a beta-catenin, e um vírus que apaga o gene da proteína em camundongos, cujo DNA tenha sido modificado, fazendo com que as células não consigam produzir a substância. Os resultados do estudo, financiado pelo Instituto Nacional de Saúde, Fundação Nacional de Ciência, Centro de Neurociência Comportamental e pelo Centro Yerkes, estão na edição de outubro da revista Nature Neuroscience. O vírus desenvolvido para barrar a substância foi injetado nas amígdalas de camundongos pela estudante de graduação Kimberly Maguschak. Ela considera que a região é importante para a formação de memórias emocionalmente carregadas de experiências. "Nós achamos que, quando a beta-catenin é retirada, os camundongos ainda podem aprender a temer os choques", afirmou. "Mas dois dias mais tarde, o medo não parece se manter porque eles demoram mais para ficarem estáticos em resposta ao sinal que antecede o choque", analisou. Segundo ela, dessa forma parece que a proteína é ativada na amígdala para ajudar na sinalização durante o processo de aprendizagem do animal. "No entanto, após o processo de mudança de memórias de curto prazo para longo prazo, a beta-catenin de alguma forma não é mais necessária", observou. "Injetar o vírus depois desse ponto não produz qualquer efeito sobre a capacidade dos camundongos de expressarem suas memórias de medo", concluiu.
POTENCIAL MEDICAMENTOSO - A utilização dos sais de lítio, advertem Kimberly Maguschak e Kerry Ressler, pode levar a proteína à destruição, além de atingir outras enzimas no cérebro. Eles não sabem informar o que poderia acontecer no caso de outras enzimas serem afetadas. No entanto, sugerem que os medicamentos que inibem a beta-catenin podem interferir na formação de memória depois do trauma, ajudando a prevenir o estresse pós-traumático. Inversamente, as drogas que aumentam a proteína seriam úteis no tratamento de distúrbios memoriais, como o Alzheimer.
Fonte: Redação Terra - Notícias Terra
Cientistas americanos dizem ter encontrado o gene que mantém 'presas' as memórias ruins no cérebro. Chamado de "gene do medo", ele poderia ser útil no desenvolvimento de novos tratamentos contra o Alzheimer e estresses pós-traumáticos, segundo informações do site LiveScience.
O estudo inédito sugere que o gene é responsável pela produção de uma proteína, chamada beta-catenin, essencial para a manutenção estrutural das células e também para o desenvolvimento embrionário.
Segundo os pesquisadores, os resultados indicam que essa substância poderia ter também uma relação com o desenvolvimento das memórias do medo. Os efeitos conhecidos da proteína são a transmissão dos sinais precoces que separam o embrião em duas partes, além de fixar as células internas de proteínas nas suas membranas externas que, por sua vez, conectam-se a outras células, como um velcro. Para o pesquisador Kerry Ressler, da Emory University's School of Medicine e do Yerkes National Primate Research Center, durante o desenvolvimento da memória de longo prazo ocorrem mudanças estruturais nas ligações entre neurônios no cérebro, ou sinapses (áreas de encontro da célula nervosa).
"Pensávamos que a beta-catenin seria o fator central para as mudanças que ocorrem nas sinapses em meio à formação memorial", informou. A tese acabou se comprovando, pelo menos em testes com camundongos. DESAPARECIMENTO DO GENE - Ressler e sua equipe criaram um teste para entender como a beta-catenin poderia influenciar na formação de memórias do medo em camundongos. Depois de ouvirem um certo tom como sinalização, os animais recebiam um choque elétrico.
A partir disso, gradualmente os camundongos passaram a temer o sinal, demonstrando o medo ao permanecerem estáticos no local. Por causa da importância da beta-catenin para o desenvolvimento de embriões, os pesquisadores não poderiam simplesmente suprimir o gene que cria a substância para, em seguida, criar camundongos sem a proteína. Em vez disso, utilizaram outros dois métodos: sais de lítio, que impulsionam a beta-catenin, e um vírus que apaga o gene da proteína em camundongos, cujo DNA tenha sido modificado, fazendo com que as células não consigam produzir a substância. Os resultados do estudo, financiado pelo Instituto Nacional de Saúde, Fundação Nacional de Ciência, Centro de Neurociência Comportamental e pelo Centro Yerkes, estão na edição de outubro da revista Nature Neuroscience. O vírus desenvolvido para barrar a substância foi injetado nas amígdalas de camundongos pela estudante de graduação Kimberly Maguschak. Ela considera que a região é importante para a formação de memórias emocionalmente carregadas de experiências. "Nós achamos que, quando a beta-catenin é retirada, os camundongos ainda podem aprender a temer os choques", afirmou. "Mas dois dias mais tarde, o medo não parece se manter porque eles demoram mais para ficarem estáticos em resposta ao sinal que antecede o choque", analisou. Segundo ela, dessa forma parece que a proteína é ativada na amígdala para ajudar na sinalização durante o processo de aprendizagem do animal. "No entanto, após o processo de mudança de memórias de curto prazo para longo prazo, a beta-catenin de alguma forma não é mais necessária", observou. "Injetar o vírus depois desse ponto não produz qualquer efeito sobre a capacidade dos camundongos de expressarem suas memórias de medo", concluiu.
POTENCIAL MEDICAMENTOSO - A utilização dos sais de lítio, advertem Kimberly Maguschak e Kerry Ressler, pode levar a proteína à destruição, além de atingir outras enzimas no cérebro. Eles não sabem informar o que poderia acontecer no caso de outras enzimas serem afetadas. No entanto, sugerem que os medicamentos que inibem a beta-catenin podem interferir na formação de memória depois do trauma, ajudando a prevenir o estresse pós-traumático. Inversamente, as drogas que aumentam a proteína seriam úteis no tratamento de distúrbios memoriais, como o Alzheimer.
Fonte: Redação Terra - Notícias Terra
ALERTA SOBRE DIABETES
DIABETES: ÚLCERAS NOS PÉS PODEM CONDUZIR A AMPUTAÇÃO
Entre 60 a 70 por cento dos diabéticos desenvolvem neuropatia, que pode conduzir a perda de sensibilidade e adormecimento nas extremidades. Cerca de 30 por cento dos diabéticos com mais de 40 anos perdem alguma sensibilidade nos pés, o primeiro passo para contrair úlceras infecciosas que predispõem para a amputação. Estudos recentes indicam que uma em cada cinco úlceras de origem infecciosa nos pés obriga a amputação.
DIABETES: NÚMERO DE DOENTES VAI AUMENTAR 50% ATÉ 2025
A população de doentes diabéticos a nível mundial vai aumentar até 2025 em mais de 50por cento, para 380 milhões de pessoas a sofrerem desta doença crónica. Um estudo da instituição britânica “London School of Economics” mostra que as tendências mundiais não são animadoras: a incidência da diabetes deverá aumentar 21 por cento entre a população europeia até 2025 e mais de 80 por cento no Médio Oriente e em África. O aumento de casos é atribuído às mudanças sociais e culturais da população, a que correspondem estilos de vida poucos saudáveis.
SUMOS NATURAIS DE FRUTA AUMENTAM RISCO DE DIABETES
A prevenção da diabetes Tipo 2 passa pela ingestão de elevadas quantidades de vegetais de folha verde e de peças fruta, mas o consumo de sumos naturais de fruta deve ser evitado, conclui um estudo da Universidade de Tulane que contou com a participação de 71.346 mulheres. “Estas bebidas têm uma grande concentração de açúcar e são absorvidas muito rapidamente”, explicam os autores.
BRÓCOLIS PODEM REVERTER DANOS NOS VASOS SANGUÍNEOS
Consumir brócolis com frequência ajuda a reverter os danos provocados pela diabetes nos vasos sanguíneos, sugerem investigadores da Universidade de Warwick. Os brócolos contêm sulforafano, um nutriente que estimula o organismo a produzir mais enzimas protectoras dos vasos sanguíneos e reduz os níveis elevados de moléculas que provocam danos nas células.
INSULINA HUMANA OU ANÁLOGA OK PARA DIABÉTICOS TIPO 2
Os diabéticos tipo 2 que precisam de insulina para controlar os níveis de tensão arterial podem escolher entre a insulina humana ou análoga porque ambas são eficazes e seguras, segundo um estudo publicado nos Anais de Medicina Interna. “Não existe diferença entre as duas”, afirma o líder, que em conjunto com a sua equipa reviu uma série de estudos clínicos sobre a eficácia e a segurança das duas insulinas.
fONTE: TRIBUNA MÉDICA (PT)
Entre 60 a 70 por cento dos diabéticos desenvolvem neuropatia, que pode conduzir a perda de sensibilidade e adormecimento nas extremidades. Cerca de 30 por cento dos diabéticos com mais de 40 anos perdem alguma sensibilidade nos pés, o primeiro passo para contrair úlceras infecciosas que predispõem para a amputação. Estudos recentes indicam que uma em cada cinco úlceras de origem infecciosa nos pés obriga a amputação.
DIABETES: NÚMERO DE DOENTES VAI AUMENTAR 50% ATÉ 2025
A população de doentes diabéticos a nível mundial vai aumentar até 2025 em mais de 50por cento, para 380 milhões de pessoas a sofrerem desta doença crónica. Um estudo da instituição britânica “London School of Economics” mostra que as tendências mundiais não são animadoras: a incidência da diabetes deverá aumentar 21 por cento entre a população europeia até 2025 e mais de 80 por cento no Médio Oriente e em África. O aumento de casos é atribuído às mudanças sociais e culturais da população, a que correspondem estilos de vida poucos saudáveis.
SUMOS NATURAIS DE FRUTA AUMENTAM RISCO DE DIABETES
A prevenção da diabetes Tipo 2 passa pela ingestão de elevadas quantidades de vegetais de folha verde e de peças fruta, mas o consumo de sumos naturais de fruta deve ser evitado, conclui um estudo da Universidade de Tulane que contou com a participação de 71.346 mulheres. “Estas bebidas têm uma grande concentração de açúcar e são absorvidas muito rapidamente”, explicam os autores.
BRÓCOLIS PODEM REVERTER DANOS NOS VASOS SANGUÍNEOS
Consumir brócolis com frequência ajuda a reverter os danos provocados pela diabetes nos vasos sanguíneos, sugerem investigadores da Universidade de Warwick. Os brócolos contêm sulforafano, um nutriente que estimula o organismo a produzir mais enzimas protectoras dos vasos sanguíneos e reduz os níveis elevados de moléculas que provocam danos nas células.
INSULINA HUMANA OU ANÁLOGA OK PARA DIABÉTICOS TIPO 2
Os diabéticos tipo 2 que precisam de insulina para controlar os níveis de tensão arterial podem escolher entre a insulina humana ou análoga porque ambas são eficazes e seguras, segundo um estudo publicado nos Anais de Medicina Interna. “Não existe diferença entre as duas”, afirma o líder, que em conjunto com a sua equipa reviu uma série de estudos clínicos sobre a eficácia e a segurança das duas insulinas.
fONTE: TRIBUNA MÉDICA (PT)
Células extraídas de testículo são transformadas em células-tronco pluripotentes
Células-tronco extraídas de testículo podem ser tão boas quanto embrionárias
Cientistas europeus mostraram que elas podem ser pluripotentes.
Novos estudos precisarão confirmar que elas são tão boas assim.
Células extraídas de testículo são transformadas em células-tronco pluripotentes
Cientistas europeus conseguiram mais um grande avanço na pesquisa com células-tronco. Eles produziram culturas celulares que têm potencial muito similar ao obtido com tecido embrionário, mas vindas de indivíduos adultos. O segredo foi buscar essas células da parte do corpo mais especializada em se multiplicar -- os órgãos reprodutores.
No caso específico, os cientistas, liderados por Thomas Skutella, da Universidade de Tübingen, na Alemanha, extraíram células do testículo de um indivíduo. Essas células são parte da chamada linhagem germinativa -- precursoras dos espermatozóides.
No organismo, essas células costumam se dividir de uma maneira que deixa suas sucessoras -- os espermatozóides -- com apenas metade dos cromossomos do indivíduo original. Mas os cientistas as extraíram cedo nessa espécie de "linha de montagem" do testículo, de forma que elas ainda continham o conjunto completo de cromossomos do indivíduo que as originou.
Depois disso, o truque foi cultivá-las em laboratório, de modo que se multiplicassem indefinidamente, sem passar por diferenciação. O resultado foi uma linhagem de células-tronco pluripotentes, ou seja, capazes de se transformar em qualquer tecido do corpo, exatamente como fazem as células embrionárias.
Os cientistas já haviam obtido resultado similar no ano passado, mas com células de roedores. O sucesso em humanos agora traz grande entusiasmo.
"Concluímos que a geração de células-tronco adultas humanas da linhagem germinativa a partir de biópsias testiculares podem fornecer acesso simples e sem controvérsia a terapias celulares, sem os problemas éticos e imunológicos associados às células-tronco embrionárias humanas", escrevem os pesquisadores, em artigo publicado online pela revista científica britânica "Nature".
As novas células realmente ensejam otimismo. Como elas já vêm com o DNA do seu precursor (o indivíduo que cedeu a biópsia do testículo), poderiam ser reinseridas no organismo sem medo de rejeição. Além disso, não envolvem o uso de embriões, sempre polêmico, nem o uso de vírus para reprogramar células adultas, que também é controverso para uso terapêutico.
Claro, ainda é preciso pesquisar mais para garantir que essas células têm mesmo esse potencial todo para terapias. "Mais investigações serão necessárias para analisar se essas células são diferentes de outras células pluripotentes humanas e de camundongos obtidas por reprogramação recentemente reportadas em termos de morfologia, expressão de marcadores, imprinting genético, capacidade de diferenciação e estabilidade genética. Esses estudos vão fornecer importantes informações para potenciais aplicações clínicas", dizem os cientistas.
Fonte Globo.com
Cientistas europeus mostraram que elas podem ser pluripotentes.
Novos estudos precisarão confirmar que elas são tão boas assim.
Células extraídas de testículo são transformadas em células-tronco pluripotentes
Cientistas europeus conseguiram mais um grande avanço na pesquisa com células-tronco. Eles produziram culturas celulares que têm potencial muito similar ao obtido com tecido embrionário, mas vindas de indivíduos adultos. O segredo foi buscar essas células da parte do corpo mais especializada em se multiplicar -- os órgãos reprodutores.
No caso específico, os cientistas, liderados por Thomas Skutella, da Universidade de Tübingen, na Alemanha, extraíram células do testículo de um indivíduo. Essas células são parte da chamada linhagem germinativa -- precursoras dos espermatozóides.
No organismo, essas células costumam se dividir de uma maneira que deixa suas sucessoras -- os espermatozóides -- com apenas metade dos cromossomos do indivíduo original. Mas os cientistas as extraíram cedo nessa espécie de "linha de montagem" do testículo, de forma que elas ainda continham o conjunto completo de cromossomos do indivíduo que as originou.
Depois disso, o truque foi cultivá-las em laboratório, de modo que se multiplicassem indefinidamente, sem passar por diferenciação. O resultado foi uma linhagem de células-tronco pluripotentes, ou seja, capazes de se transformar em qualquer tecido do corpo, exatamente como fazem as células embrionárias.
Os cientistas já haviam obtido resultado similar no ano passado, mas com células de roedores. O sucesso em humanos agora traz grande entusiasmo.
"Concluímos que a geração de células-tronco adultas humanas da linhagem germinativa a partir de biópsias testiculares podem fornecer acesso simples e sem controvérsia a terapias celulares, sem os problemas éticos e imunológicos associados às células-tronco embrionárias humanas", escrevem os pesquisadores, em artigo publicado online pela revista científica britânica "Nature".
As novas células realmente ensejam otimismo. Como elas já vêm com o DNA do seu precursor (o indivíduo que cedeu a biópsia do testículo), poderiam ser reinseridas no organismo sem medo de rejeição. Além disso, não envolvem o uso de embriões, sempre polêmico, nem o uso de vírus para reprogramar células adultas, que também é controverso para uso terapêutico.
Claro, ainda é preciso pesquisar mais para garantir que essas células têm mesmo esse potencial todo para terapias. "Mais investigações serão necessárias para analisar se essas células são diferentes de outras células pluripotentes humanas e de camundongos obtidas por reprogramação recentemente reportadas em termos de morfologia, expressão de marcadores, imprinting genético, capacidade de diferenciação e estabilidade genética. Esses estudos vão fornecer importantes informações para potenciais aplicações clínicas", dizem os cientistas.
Fonte Globo.com
MULHERES-PAQUISTÃO: Enterrá-las vivas, “um velho costume”
Enterradas vivas
MULHERES-PAQUISTÃO: Enterrá-las vivas, “um velho costume”
Zofeen Ebrahim
Carachi, Paquistão, 17/09/2008, (IPS) - Ativistas pelos direitos humanos cobram do governo do Paquistão medidas contra os responsáveis por terem enterrado vivas cinco mulheres na província de Baluchistão.
Três delas foram executadas por pretenderem escolher com quem se casar. Políticos locais defendem esta prática como um “velho costume”. Três mulheres adolescentes e duas adultas foram enterradas vivas no dia 14 de julho na aldeia de Babakot, supostamente por ordem de Abdul Sattar Umrani, irmão de Sadiq Umrani, ministro provincial que pertence ao oficialista Partido do Povo do Paquistão (PPP).
Segundo a denúncia da Comissão Asiática de Direitos Humanos, com sede em Hong Kong, Umrani e seis cúmplices bateram nelas e dispararam contra as mulheres. Ainda estavam vivas quando as jogaram em um buraco e as sepultaram jogando sobre elas pedras e terra. A Comissão disse que as duas adultas eram mãe e tia de uma das adolescentes. Quando protestaram pelo que estavam sofrendo as moças, elas também foram jogadas na fossa e enterradas vivas. Ao que parece, as adolescentes foram “castigadas” por pedirem permissão para se casarem com os homens que haviam escolhido.
No dia 30 de agosto, a senadora opositora Yasmin Shah expressou sua preocupação pelo caso e acusou o governo de ignorá-lo. Seu colega do Baluchistão, Israrullah Zehri, respondeu que se trata de “um velho costume”, e teve o apoio do senador Jan Mohammad Jamili, que se queixou da “desnecessária politização” do caso. Os comentários de Zehir são “abomináveis” e “doentios”, disse à IPS Ali Dayan Hasan, da organização Human Rights Watch (HRW), com sede em Nova York.
“Argumentar no parlamente que o assunto não deve ser apresentado porque se politiza as tradições é desonesto e representa um desprezo do Senado para com a Constituição pela qual esse senador foi eleito”, acrescentou. “Estas bestas com forma humana não têm lugar em uma sociedade moderna”, disse à IPS o ativista Pervez Hoodbhoy. Os senadores Zehri e Jamali têm a lógica dos “homens das cavernas”, ressaltou. Samar Minallah, que lutou contra práticas tribais brutais no Paquistão, alertou que há muitos Zehris e Jamalis no parlamento, que compartilham as mesmas idéias que “perpetuam a opressão dos poderosos contra os fracos, dos homens contra as mulheres”.
Minallah ressaltou que a única diferença é que eles tiveram a honestidade de expressar publicamente seu pensamento. Hasan exigiu a imediata renúncia de Zehri. “Como estão as coisas, está se propagando o assassinato em nome dos costumes tribais”, afirmou. “Apoiando estes atos cruéis, esses legisladores demonstram ser violentos, perigosos demônios que devem ser removidos de imediato de qualquer posto público”, disse Hoodbhoy.
“Há muitas pessoas nesta sociedade que cometem múltiplos homicídios e se livram usando sua influência política. Vivemos na vergonha por sermos parte de uma nação que tolera esta barbárie”, afirmou. A. H. Nayyar, acadêmico e ativista humanitário de Islamabad. Não é a primeira vez que estes assassinatos se justificam em nome das tradições tribais, recordou. “Alguns de nossos exaltados senadores inclusive justificaram o assassinato a sangue frio de uma mulher, cometido por um sicário contratado pelos parentes da vítima no escritório de seu advogado na cidade de Lahore”, afirmou.
Nayyar se referia à morte em 1999 de Samia Sarwar, de 29 anos, baleada por querer se divorciar. A Constituição do Paquistão permite que toda mulher maior de 18 anos se case com quem quiser, mas, na prática, são severamente punidas se o fazem, inclusive com a morte, “afastando-se da tradição” de casamentos acertados, segundo a qual os pais entregam suas filhas a homens que só vão conhecer no dia do casamento.
Segundo a Comissão de Direitos Humanos do Paquistão, cerca de 636 mortes de mulheres em 2007 foram em razão dos chamados “assassinatos de honra”, mas calcula-se que muitas outras do mesmo tipo não constam das estatísticas. Os “assassinatos por honra” (em que uma família entrega a um sicário uma de suas filhas por tentar, por exemplo, se casar com o homem que ama mas que seus pais desaprovam) são castigados com a pena de morte desde 204. Mas, os criminosos raramente enfrentam a justiça. A pena máxima só vigora para as mulheres.
Umrani “se move com grande pompa, rodeado por guardas armados, sem medo de nada no mundo”, disse à IPS um ativista do Partido Republicano Baloch, que pediu para não ser identificado por razões de segurança. “Os corpos das adolescentes foram desenterrados e enterrados novamente em outro local para que a polícia não pudesse fazer a investigação”, acrescentou. Também disse que Sattar Umrani assassinou mais de duas dezenas de pessoas, fundamentalmente para se apropriar de suas terras, mas, jamais foi acusado por seus crimes. “Se pensam que o farão desta vez, é um erro. Isto é Paquistão: os poderosos podem assassinar com impunidade, não uma vez, mas quantas quiserem”, afirmou o ativista. (IPS/Envolverde)
MULHERES-PAQUISTÃO: Enterrá-las vivas, “um velho costume”
Zofeen Ebrahim
Carachi, Paquistão, 17/09/2008, (IPS) - Ativistas pelos direitos humanos cobram do governo do Paquistão medidas contra os responsáveis por terem enterrado vivas cinco mulheres na província de Baluchistão.
Três delas foram executadas por pretenderem escolher com quem se casar. Políticos locais defendem esta prática como um “velho costume”. Três mulheres adolescentes e duas adultas foram enterradas vivas no dia 14 de julho na aldeia de Babakot, supostamente por ordem de Abdul Sattar Umrani, irmão de Sadiq Umrani, ministro provincial que pertence ao oficialista Partido do Povo do Paquistão (PPP).
Segundo a denúncia da Comissão Asiática de Direitos Humanos, com sede em Hong Kong, Umrani e seis cúmplices bateram nelas e dispararam contra as mulheres. Ainda estavam vivas quando as jogaram em um buraco e as sepultaram jogando sobre elas pedras e terra. A Comissão disse que as duas adultas eram mãe e tia de uma das adolescentes. Quando protestaram pelo que estavam sofrendo as moças, elas também foram jogadas na fossa e enterradas vivas. Ao que parece, as adolescentes foram “castigadas” por pedirem permissão para se casarem com os homens que haviam escolhido.
No dia 30 de agosto, a senadora opositora Yasmin Shah expressou sua preocupação pelo caso e acusou o governo de ignorá-lo. Seu colega do Baluchistão, Israrullah Zehri, respondeu que se trata de “um velho costume”, e teve o apoio do senador Jan Mohammad Jamili, que se queixou da “desnecessária politização” do caso. Os comentários de Zehir são “abomináveis” e “doentios”, disse à IPS Ali Dayan Hasan, da organização Human Rights Watch (HRW), com sede em Nova York.
“Argumentar no parlamente que o assunto não deve ser apresentado porque se politiza as tradições é desonesto e representa um desprezo do Senado para com a Constituição pela qual esse senador foi eleito”, acrescentou. “Estas bestas com forma humana não têm lugar em uma sociedade moderna”, disse à IPS o ativista Pervez Hoodbhoy. Os senadores Zehri e Jamali têm a lógica dos “homens das cavernas”, ressaltou. Samar Minallah, que lutou contra práticas tribais brutais no Paquistão, alertou que há muitos Zehris e Jamalis no parlamento, que compartilham as mesmas idéias que “perpetuam a opressão dos poderosos contra os fracos, dos homens contra as mulheres”.
Minallah ressaltou que a única diferença é que eles tiveram a honestidade de expressar publicamente seu pensamento. Hasan exigiu a imediata renúncia de Zehri. “Como estão as coisas, está se propagando o assassinato em nome dos costumes tribais”, afirmou. “Apoiando estes atos cruéis, esses legisladores demonstram ser violentos, perigosos demônios que devem ser removidos de imediato de qualquer posto público”, disse Hoodbhoy.
“Há muitas pessoas nesta sociedade que cometem múltiplos homicídios e se livram usando sua influência política. Vivemos na vergonha por sermos parte de uma nação que tolera esta barbárie”, afirmou. A. H. Nayyar, acadêmico e ativista humanitário de Islamabad. Não é a primeira vez que estes assassinatos se justificam em nome das tradições tribais, recordou. “Alguns de nossos exaltados senadores inclusive justificaram o assassinato a sangue frio de uma mulher, cometido por um sicário contratado pelos parentes da vítima no escritório de seu advogado na cidade de Lahore”, afirmou.
Nayyar se referia à morte em 1999 de Samia Sarwar, de 29 anos, baleada por querer se divorciar. A Constituição do Paquistão permite que toda mulher maior de 18 anos se case com quem quiser, mas, na prática, são severamente punidas se o fazem, inclusive com a morte, “afastando-se da tradição” de casamentos acertados, segundo a qual os pais entregam suas filhas a homens que só vão conhecer no dia do casamento.
Segundo a Comissão de Direitos Humanos do Paquistão, cerca de 636 mortes de mulheres em 2007 foram em razão dos chamados “assassinatos de honra”, mas calcula-se que muitas outras do mesmo tipo não constam das estatísticas. Os “assassinatos por honra” (em que uma família entrega a um sicário uma de suas filhas por tentar, por exemplo, se casar com o homem que ama mas que seus pais desaprovam) são castigados com a pena de morte desde 204. Mas, os criminosos raramente enfrentam a justiça. A pena máxima só vigora para as mulheres.
Umrani “se move com grande pompa, rodeado por guardas armados, sem medo de nada no mundo”, disse à IPS um ativista do Partido Republicano Baloch, que pediu para não ser identificado por razões de segurança. “Os corpos das adolescentes foram desenterrados e enterrados novamente em outro local para que a polícia não pudesse fazer a investigação”, acrescentou. Também disse que Sattar Umrani assassinou mais de duas dezenas de pessoas, fundamentalmente para se apropriar de suas terras, mas, jamais foi acusado por seus crimes. “Se pensam que o farão desta vez, é um erro. Isto é Paquistão: os poderosos podem assassinar com impunidade, não uma vez, mas quantas quiserem”, afirmou o ativista. (IPS/Envolverde)
Quando procurar um Psicólogo:Principais casos
Insônia
A insônia é uma dificuldade na iniciação ou manutenção do sono, que pode estar relacionada a alterações emocionais tais como ansiedade, stress ou depressão. Existem fatores, como doenças respiratórias, apnéia do sono, sedativos, estimulantes, que podem agravar a insônia. Algumas pessoas não percebem a ansiedade, mas ela pode estar presente, prejudicando o sono, por exemplo, quando o paciente se queixa de pensamentos e sentimentos que o impedem de dormir.
O sono pode ser influenciado por fatores como ritmo circadiano, exercícios físicos e atividades, preocupações excessivas, dor e doenças.
O que caracteriza a insônia é uma dificuldade de iniciar ou manter o sono ou sono não-restaurador, além da ocorrência da mesma por pelo menos três vezes por semana quando resulte em fadiga diurna significativa.
Anorexia nervosa
Transtorno alimentar que se caracteriza pela preocupação excessiva com o corpo, medo acentuado de engordar e por uma visão distorcida de sua imagem corporal.
A pessoa com este transtorno se vê muito mais gorda do que realmente é. Mesmo com peso muito abaixo do considerado normal, continua emagrecendo.
As pessoas que sofrem de anorexia se privam da alimentação cada vez mais a fim de obter um corpo ideal, que nunca alcançam. Isso acontece porque o anorético, apesar da perda de peso, continua insatisfeito com seu corpo, fazendo com que crie metas de peso cada vez mais baixo e utilize métodos cada vez mais extremos para o controle de seu peso. Tal situação pode vir a desencadear um outro transtorno alimentar denominado Bulimia Nervosa.
A anorexia nervosa é um dos transtornos mentais mais graves, causando prejuízos na saúde, no desenvolvimento e podendo levar à morte.
Depressão
O termo depressão tem se tornado muito popular na atualidade devido ao enorme número de casos em função do estresse da vida atual e de situações como a violência e agitação cotidianas.
A depressão se caracteriza, em linhas gerais, por uma tristeza constante, acompanhada por crises de choro freqüentes. Irritações sem causa podem ser comuns, assim como ansiedade e tensão. Além disso, a pessoa deprimida sente-se culpada, acreditando decepcionar os outros. Em seu ponto mais crítico, a depressão torna a pessoa incapaz de reagir emocionalmente e de aproveitar atividades normais.
Esse transtorno pode tanto ser uma reação a um estímulo ambiental, como por exemplo, o término de um relacionamento, como também pode ser uma característica do modelo de respostas de um indivíduo com relação ao mundo. Pode acontecer em um único episódio ou ser recorrente e também pode ocorrer com níveis de gravidade diferenciados.
Quais seriam os principais sintomas da depressão?
Irritabilidade;
Crises de choro freqüentes;
Ideação suicida;
Tristeza constante;
Perda de apetite e do desejo sexual;
Ansiedade;
Insônia ou hipersonia;
Falta de concentração;
Falta de motivação;
Busca pelo isolamento;
Culpa excessiva;
Incapacidade de reagir emocionalmente e aproveitar as atividades normais.
Ansiedade Generalizada
Na maioria das vezes a pessoa com ansiedade generalizada pensa muito com sofrimento e com uma expectativa exagerada no “amanhã”. Quando precisa fazer algo imagina que vai dar errado, que não irá conseguir executar do jeito certo, que irá passar vergonha na frente dos outros. Sempre pensando em futuras desgraças, possuindo tensão motora, incapacidade de relaxar, suor excessivo nas mãos e pés (sem existir calor de fato), às vezes tontura, taquicardia (sem motivo aparente), sensação de cabeça leve. Este transtorno normalmente deixa a pessoa muito fragilizada, se sentindo diferente dos outros ou incapaz.
A terapia cognitivo-comportamental tem trabalhado com este transtorno de forma bem eficaz, ensinando o paciente a controlar sua ansiedade por meio de técnicas de relaxamento, reestruturação do pensamento disfuncional, adequação da respiração, levando ao controle dos sintomas.
Bulimia
A bulimia é um transtorno alimentar que se caracteriza por alternar períodos de restrição alimentar com episódios de ingestão de uma quantidade exagerada de alimento em um curto período de tempo, seguidos de vômitos auto-induzidos, uso de laxantes,diuréticos e/ou exercícios físicos em excesso.
Muitas pessoas começam sua doença por conta de dietas para diminuir o peso devido à pressão social que exige uma aparência magra, que hoje é sinônimo de beleza.
Pessoas com bulimia costumam relatar sentir muita vergonha e um profundo mal estar, tristeza, irritação e em alguns casos apresentam pensamentos suicidas. Estão sempre supervalorizando o horror a serem gordos, sofrendo muito.
Anorexia nervosa
Ansiedade Generalizada
Bulimia
Centro de Estudos
Depressão
Disfunção Sexual
Estresse (stress)
Fobias
Gagueira
Insônia
Jogo Patológico
Tiques
Transtorno de Compulsão Alimentar periódico (TCAP)
Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade Transtorno do Pânico
Tricotilomania
A compulsão alimentar é muito semelhante à bulimia, pois se caracteriza por episódios de ingestão de grande quantidade de alimentos em um curto período de tempo. Outra semelhança com a bulimia é o fato dos indivíduos procurarem esconder esses ataques, mantendo um comportamento controlado diante dos outros.
A principal diferença da compulsão alimentar para a bulimia é o fato desses ataques não virem acompanhados de nenhum comportamento compensatório, ou seja, esses indivíduos não fazem uso de laxantes, vômitos ou excesso de exercícios para compensar seus comportamentos compulsivos.
Durante os ataques os indivíduos com esse transtorno apresentam diminuição do controle sobre seu comportamento alimentar e, mesmo sem a fome só param de ingerir alimentos quando se sentem desconfortáveis, “entupidos”. Nesses ataques os indivíduos costumam priorizar os alimentos que evitam normalmente quando estão de dieta.
Esses indivíduos costumam fazer dietas eventuais, mas mesmo assim, em sua maioria acabam desenvolvendo obesidade mórbida.
Fonte:Consultorio WolpeInformações
A insônia é uma dificuldade na iniciação ou manutenção do sono, que pode estar relacionada a alterações emocionais tais como ansiedade, stress ou depressão. Existem fatores, como doenças respiratórias, apnéia do sono, sedativos, estimulantes, que podem agravar a insônia. Algumas pessoas não percebem a ansiedade, mas ela pode estar presente, prejudicando o sono, por exemplo, quando o paciente se queixa de pensamentos e sentimentos que o impedem de dormir.
O sono pode ser influenciado por fatores como ritmo circadiano, exercícios físicos e atividades, preocupações excessivas, dor e doenças.
O que caracteriza a insônia é uma dificuldade de iniciar ou manter o sono ou sono não-restaurador, além da ocorrência da mesma por pelo menos três vezes por semana quando resulte em fadiga diurna significativa.
Anorexia nervosa
Transtorno alimentar que se caracteriza pela preocupação excessiva com o corpo, medo acentuado de engordar e por uma visão distorcida de sua imagem corporal.
A pessoa com este transtorno se vê muito mais gorda do que realmente é. Mesmo com peso muito abaixo do considerado normal, continua emagrecendo.
As pessoas que sofrem de anorexia se privam da alimentação cada vez mais a fim de obter um corpo ideal, que nunca alcançam. Isso acontece porque o anorético, apesar da perda de peso, continua insatisfeito com seu corpo, fazendo com que crie metas de peso cada vez mais baixo e utilize métodos cada vez mais extremos para o controle de seu peso. Tal situação pode vir a desencadear um outro transtorno alimentar denominado Bulimia Nervosa.
A anorexia nervosa é um dos transtornos mentais mais graves, causando prejuízos na saúde, no desenvolvimento e podendo levar à morte.
Depressão
O termo depressão tem se tornado muito popular na atualidade devido ao enorme número de casos em função do estresse da vida atual e de situações como a violência e agitação cotidianas.
A depressão se caracteriza, em linhas gerais, por uma tristeza constante, acompanhada por crises de choro freqüentes. Irritações sem causa podem ser comuns, assim como ansiedade e tensão. Além disso, a pessoa deprimida sente-se culpada, acreditando decepcionar os outros. Em seu ponto mais crítico, a depressão torna a pessoa incapaz de reagir emocionalmente e de aproveitar atividades normais.
Esse transtorno pode tanto ser uma reação a um estímulo ambiental, como por exemplo, o término de um relacionamento, como também pode ser uma característica do modelo de respostas de um indivíduo com relação ao mundo. Pode acontecer em um único episódio ou ser recorrente e também pode ocorrer com níveis de gravidade diferenciados.
Quais seriam os principais sintomas da depressão?
Irritabilidade;
Crises de choro freqüentes;
Ideação suicida;
Tristeza constante;
Perda de apetite e do desejo sexual;
Ansiedade;
Insônia ou hipersonia;
Falta de concentração;
Falta de motivação;
Busca pelo isolamento;
Culpa excessiva;
Incapacidade de reagir emocionalmente e aproveitar as atividades normais.
Ansiedade Generalizada
Na maioria das vezes a pessoa com ansiedade generalizada pensa muito com sofrimento e com uma expectativa exagerada no “amanhã”. Quando precisa fazer algo imagina que vai dar errado, que não irá conseguir executar do jeito certo, que irá passar vergonha na frente dos outros. Sempre pensando em futuras desgraças, possuindo tensão motora, incapacidade de relaxar, suor excessivo nas mãos e pés (sem existir calor de fato), às vezes tontura, taquicardia (sem motivo aparente), sensação de cabeça leve. Este transtorno normalmente deixa a pessoa muito fragilizada, se sentindo diferente dos outros ou incapaz.
A terapia cognitivo-comportamental tem trabalhado com este transtorno de forma bem eficaz, ensinando o paciente a controlar sua ansiedade por meio de técnicas de relaxamento, reestruturação do pensamento disfuncional, adequação da respiração, levando ao controle dos sintomas.
Bulimia
A bulimia é um transtorno alimentar que se caracteriza por alternar períodos de restrição alimentar com episódios de ingestão de uma quantidade exagerada de alimento em um curto período de tempo, seguidos de vômitos auto-induzidos, uso de laxantes,diuréticos e/ou exercícios físicos em excesso.
Muitas pessoas começam sua doença por conta de dietas para diminuir o peso devido à pressão social que exige uma aparência magra, que hoje é sinônimo de beleza.
Pessoas com bulimia costumam relatar sentir muita vergonha e um profundo mal estar, tristeza, irritação e em alguns casos apresentam pensamentos suicidas. Estão sempre supervalorizando o horror a serem gordos, sofrendo muito.
Anorexia nervosa
Ansiedade Generalizada
Bulimia
Centro de Estudos
Depressão
Disfunção Sexual
Estresse (stress)
Fobias
Gagueira
Insônia
Jogo Patológico
Tiques
Transtorno de Compulsão Alimentar periódico (TCAP)
Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade Transtorno do Pânico
Tricotilomania
A compulsão alimentar é muito semelhante à bulimia, pois se caracteriza por episódios de ingestão de grande quantidade de alimentos em um curto período de tempo. Outra semelhança com a bulimia é o fato dos indivíduos procurarem esconder esses ataques, mantendo um comportamento controlado diante dos outros.
A principal diferença da compulsão alimentar para a bulimia é o fato desses ataques não virem acompanhados de nenhum comportamento compensatório, ou seja, esses indivíduos não fazem uso de laxantes, vômitos ou excesso de exercícios para compensar seus comportamentos compulsivos.
Durante os ataques os indivíduos com esse transtorno apresentam diminuição do controle sobre seu comportamento alimentar e, mesmo sem a fome só param de ingerir alimentos quando se sentem desconfortáveis, “entupidos”. Nesses ataques os indivíduos costumam priorizar os alimentos que evitam normalmente quando estão de dieta.
Esses indivíduos costumam fazer dietas eventuais, mas mesmo assim, em sua maioria acabam desenvolvendo obesidade mórbida.
Fonte:Consultorio WolpeInformações
10.08.2008
CÂNCER: PERGUNTAS E RESPOSTAS
Perguntas e Respostas Sobre o Câncer
O que é câncer?
Câncer é definido como um grupo de doenças que se caracterizam pela perda do controle da divisão celular e pela capacidade de invadir outras estruturas orgânicas.
O que causa o câncer?
O câncer pode ser causado por fatores externos (substâncias químicas, irradiação e vírus) e internos (hormônios, condições imunológicas e mutações genéticas). Os fatores causais podem agir em conjunto ou em seqüência para iniciar ou promover o processo de carcinogênese. Em geral, dez ou mais anos se passam entre exposições ou mutações e a detecção do câncer.
O câncer é hereditário?
Em geral o câncer não é hereditário. Existem apenas alguns raros casos que são herdados, tal como o retinoblastoma, um tipo de câncer de olho que ocorre em crianças. No entanto, existem alguns fatores genéticos que tornam determinadas pessoas mais sensíveis à ação dos carcinógenos ambientais, o que explica por que algumas delas desenvolvem câncer e outras não, quando expostas a um mesmo carcinógeno.
O câncer é contagioso?
Não. Mesmo os cânceres causados por vírus não são contagiosos como um resfriado, ou seja, não passam de uma pessoa para a outra por contágio. No entanto, alguns vírus oncogênicos, isto é, capazes de produzir câncer, podem ser transmitidos através do contato sexual, de transfusões de sangue ou de seringas contaminadas utilizadas para injetar drogas. Como exemplos de vírus carcinogênicos, tem-se o vírus da hepatite B (câncer de fígado) e vírus HTLV - I / Human T-lymphotropic virus type I (leucemia e linfoma de célula T do adulto).
Qual a diferença entre câncer in situ e invasivo?
O carcinoma in situ (câncer não invasivo) é o primeiro estágio em que o câncer não hemapoético pode ser classificado. Nesse estágio, as células cancerosas estão somente na camada da qual elas se desenvolveram e ainda não se espalharam para outras camadas do órgão de origem. A maioria dos cânceres in situ é curável, se for tratada antes que progrida para a fase de câncer invasivo. Nessa fase, o câncer invade outras camadas celulares do órgão e invade e ganha a capacidade de se disseminar para outras partes do corpo.
O câncer tem cura?
Desde o início do século até o momento, a postura da sociedade em geral é de acreditar que o câncer é sempre sinônimo de morte, e que seu tratamento raras vezes leva à cura. Atualmente, muitos tipos de câncer são curados, desde que tratados em estágios iniciais, demonstrando-se a importância do diagnóstico precoce. Mais da metade dos casos de câncer já tem cura.
Todo tumor é câncer?
Não. Nem todo tumor é câncer. A palavra tumor corresponde ao aumento de volume observado numa parte qualquer do corpo. Quando o tumor se dá por crescimento do número de células, ele é chamado neoplasia - que pode ser benigna ou maligna. Ao contrário do câncer, que é neoplasia maligna, as neoplasias benignas têm seu crescimento de forma organizada, em geral lento, e o tumor apresenta limites bem nítidos. Elas tampouco invadem os tecidos vizinhos ou desenvolvem metástases. Por exemplo, o lipoma e o mioma são tumores benignos.
O câncer pode ser prevenido?
Os cânceres causados pelo tabagismo e pelo uso de bebida alcóolica podem ser prevenidos em sua totalidade. A Sociedade Americana de Cancerologia estimou para 1998 cerca de 175.000 mortes por câncer causadas pelo uso do tabaco e um adicional de 19.000 mortes relacionadas ao uso excessivo de álcool, freqüentemente em associação com o uso do tabaco. Muitos cânceres que estão relacionados à dieta também podem ser prevenidos. Evidências científicas sugerem que aproximadamente um terço das mortes por câncer estão relacionadas a neoplasias malignas causadas por fatores dietéticos. Além disso, muitos cânceres de pele podem ser prevenidos pela proteção contra os raios solares. Exames específicos, conduzidos regularmente por profissionais da saúde podem detetectar o câncer de mama, cólon, reto, colo de útero, próstata, testículo, língua, boca e pele em estádios iniciais, quando o tratamento é mais facilmente bem sucedido. Auto-exames de mama e pele podem também resultar no diagnóstico precoce de tumores nessas localizações.
Quais são os progressos na prevenção do câncer?
Recentemente, tem-se observado importantes progressos na prevenção, diagnóstico e terapêutica do câncer. Os efeitos da prevenção primária, como a redução da prevalência do tabagismo, já podem ser observados na população masculina norte-americana, enquanto no Brasil os esforços são contínuos para se aumentar a adesão aos programas de controle do tabagismo. As novas estratégias que ajudam os fumantes a abandonar o cigarro, como o uso dos adesivos de reposição de nicotina e as terapias de apoio psicológico, já vêm apontando para resultados favoráveis em diferentes estudos científicos. O redirecionamento dos padrões dietéticos vem também ganhando adesão crescente em nosso país. No que diz respeito à prevenção o exame de Papanicolaou e a mamografia, respectivamente, na detecção do câncer do colo do útero e de mama, diferentes estudos científicos têm mostrado sua utilidade no diagnóstico precoce desses cânceres, embora o impacto da mamografia, sobre a mortalidade por câncer de mama ainda seja objeto de investigações.
Como é o tratamento do câncer?
O tratamento do câncer requer uma estrutura médico-hospitalar e recursos humanos qualificados, integrando equipes multiprofissionais. O tratamento propriamente dito do câncer pode ser feito pela cirurgia, radioterapia ou quimioterapia, utilizadas de forma isolada ou combinada, dependendo do tipo celular do órgão de origem e do grau de invasão do tumor.
Quem está sob risco de desenvolver câncer?
Qualquer pessoa. Como a ocorrência do câncer aumenta com a idade do indivíduo, a maioria dos casos acontece entre adultos de meia idade ou os mais velhos. O risco relativo mede a relação existente entre os fatores de risco e o câncer. Ele compara o risco de um câncer se desenvolver em pessoas com determinada exposição ou característica ao risco observado naquelas pessoas sem essa exposição ou característica. Por exemplo, os fumantes têm um risco relativo 10 vezes maior de desenvolver câncer de pulmão quando comparados aos não fumantes. A maioria dos riscos relativos não apresentam essa dimensão. Por exemplo, as mulheres com uma história familiar em primeiro grau de câncer de mama (ocorrência da doença em mãe, irmã ou filha) têm cerca de duas vezes mais risco de desenvolver câncer de mama, quando comparadas às mulheres que não apresentam essa história familiar.
Quais as fontes de dados de informação em câncer?
Os dados dos Registros de Câncer - Populacionais e Hospitalares - e os dados de Mortalidade constituem-se na base das informações para estudar a magnitude do câncer no Brasil. Os Registros de Câncer se caracterizam como centros sistematizados de coleta, armazenamento e análise da ocorrência e das características de todos os casos novos de câncer, ocorridos em uma população (Registros de Câncer de Base Populacional - RCBP) ou em um hospital (Registros Hospitalares de Câncer - RHC). Os RCBP produzem informações sobre a incidência do câncer em uma população geograficamente definida. Os RHC levantam informações sobre as características dos tumores e a avaliação da sobrevida e assistência prestada ao paciente com neoplasia maligna atendidos nos hospitais. O principal papel dos Registros de Câncer é fornecer subsídio aos profissionais da área da saúde para a avaliação da qualidade da assistência prestada, para a pesquisa sobre o câncer e para o planejamento das ações de saúde. Existem hoje no Brasil cinco Registros de Câncer de Base Populacional (RCBP) com informações consolidadas e cerca de 15 em diferentes fases de implantação e operacionalização. A expectativa de que em futuro próximo haverá cerca de 20 RCBP produzindo informações de qualidade sobre a incidência do câncer no Brasil é um fato relevante para a garantia de que as próximas estimativas do número de casos novos de câncer aproximem-se cada vez mais da realidade nacional. Estes registros têm sido as fontes que nos permitem a avaliação de dados referentes a incidência de câncer no país. Com relação à mortalidade, a fonte de dados é o Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde. A maioria dos estudos brasileiros sobre a saúde da população baseia-se na análise de dados sobre a mortalidade por uma determinada causa, porque a morte dá origem a um documento legal, de preenchimento obrigatório - o atestado de óbito. Apesar de apresentar problemas de subnotificação, a qualidade dessa informação é considerada boa para as neoplasias malignas, dada a necessidade de hospitalização da maioria dos pacientes e o conhecimento dos óbitos ocorridos nos hospitais. Os dados dos RCBP e do SIM constituem-se na base de cálculo das estimativas de casos novos e de óbitos por câncer no Brasil.
Quem tem direito ao tratamento pelo SUS?
A atenção à saúde no Brasil é de acesso universal, isto é, todo cidadão tem direito a atendimento gratuito. Por isso, o Ministério da Saúde garante o atendimento integral a qualquer doente com câncer, por meio do Sistema Único de Saúde, o SUS.
Atendimento integral significa proporcionar ao doente todos os cuidados de que necessita para a cura ou o controle da doença inclusive, as medidas de suporte para os tratamentos, cuidados paliativos, que visam a dar melhores condições de vida aos doentes que não puderem ser curados e reabilitação para a reintegração social daqueles que ficam com seqüelas da doença ou do tratamento. integralidade é fundamental na oncologia também porque a grande maioria dos tipos de câncer só pode ser tratada, de modo resolutivo, com variadas modalidades de tratamento, sucessivas e complementares, que compõem protocolos. Assim, por exemplo, para que a cirurgia planejada para determinado tipo de câncer tenha êxito em curar, pode ser necessário que seja precedida de tratamento com medicamentos quimioterápicos e sucedida com radioterapia e outros medicamentos anti-tumorais, isto tudo em períodos rigorosamente programados.
Como o SUS está organizado para atender a população?
O SUS tem organizado o tratamento de câncer de modo a oferecer em um mesmo Estabelecimento de Saúde, todas as modalidades de tratamento, como cirurgia, quimioterapia, radioterapia e, inclusive, cuidados paliativos e reabilitação.
Existem, no Brasil, mais de 300 Estabelecimentos de Saúde prestando assistência oncológica de alta complexidade a doentes do SUS, espalhados por 26 Estados e em 128 diferentes municípios. A maioria deles é Hospital Geral com reconhecida capacidade de prestar atendimento de alta complexidade e alguns são hospitais especializados em câncer. Ambos são denominados Centros de Alta Complexidade em Oncologia – CACON. Há também os denominados Serviços Isolados de Quimioterapia e Serviços Isolados de Radioterapia.
Todos os hospitais que atendem pacientes pelo SUS são públicos?
Os Estabelecimentos de Saúde cadastradas no SUS podem ser de natureza pública, isto é, pertencer a um governo estadual, municipal ou federal ou então ser de natureza privada, isto é, pertencer a entidades privadas. Todos eles, porém, prestam atendimento público gratuito , custeado por recursos públicos, oriundos de impostos e contribuições.
Qual o papel das Secretarias de saúde no atendimento?
As Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde planejam, organizam, controlam e avaliam o Sistema Único de Saúde em seu território, e por isso são chamados de gestores locais do SUS. Assim, quando um doente de câncer quer ser tratado no SUS recomenda-se que procure a Secretaria Municipal ou Estadual de Saúde de onde reside para ser orientado sobre qual Estabelecimento de Saúde poderá oferecer o melhor atendimento possível para seu caso. Veja a lista
Quais as normas para quem tem plano de saúde?
O tratamento oferecido pelos planos de saúde obedece a legislação própria, da chamada Saúde Suplementar, que é de caráter geral, sem conteúdo específico para os tratamentos de câncer.
Os planos constituídos após a vigência da Lei nº 9.656/98 têm os procedimentos para tratamento de câncer relacionados em um Rol de Procedimentos publicado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar - ANS. Para os planos constituídos antes de 2 de janeiro de 1999 e ainda vigentes, a cobertura a ser garantida é a que consta das cláusulas contratuais acordadas entre as partes.
Respostas às dúvidas em relação à cobertura de tratamento por planos de saúde, podem ser obtidas consultando-se a Agência Nacional de Saúde Suplementar – ANS ou pelo Disque ANS: 0800 701 9656 .
De que modo o governo garante medicamentos para o tratamento do câncer gratuitamente?
Até 1998, havia fornecimento em farmácias do SUS (em geral, de Secretarias Estaduais de Saúde) de alguns medicamentos para tratamento de câncer, principalmente hormonioterápicos e imunobiológicos antineoplásicos de uso contínuo, bastando que a pessoa apresentasse uma receita e um relatório de algum médico, de consultório particular ou de hospital público ou privado.
Visando ao cumprimento dos Princípios e Diretrizes do Sistema Único de Saúde - SUS, estabelecidos no Artigo 7 da Lei Federal 8080, de 19 de setembro de 1990, as normas vigentes do Ministério da Saúde estabelecem que todos os medicamentos para o tratamento do câncer (inclusive aqueles de uso oral) devem ser fornecidos pelo Estabelecimento de Saúde (clínica ou hospital) público ou privado, cadastrado no SUS para atendimento deste tipo de doença e somente para os pacientes que estiverem recebendo o seu tratamento no próprio Estabelecimento.
Nesta questão, foram considerados os seguintes princípios:
1-Integralidade, entendida como conjunto articulado e contínuo das ações e serviços preventivos e curativos, individuais e coletivos, exigidos para cada caso em todos os níveis de complexidade do sistema.
Atendimento integral significa proporcionar ao doente todos os cuidados de que necessita para a cura ou o controle da doença inclusive, cuidados paliativos, que visam a dar melhores condições de vida aos doentes que não puderem ser curados e reabilitação para a reintegração social daqueles que ficam com seqüelas da doença ou do tratamento.
A integralidade é fundamental na oncologia também porque a grande maioria dos tipos de câncer só pode ser tratada, de modo resolutivo, com variadas modalidades de tratamento, sucessivas e complementares, que compõem protocolos. Assim, por exemplo, para que a cirurgia planejada para determinado tipo de câncer tenha êxito em curar, pode ser necessário que seja precedida de tratamento com medicamentos quimioterápicos e sucedida com radioterapia e outros medicamentos anti-tumorais, isto tudo em períodos rigorosamente programados.
Portanto, em termos de uso racional do dinheiro público, não há sentido distribuir medicamentos de forma descontrolada, sem a garantia de que o doente terá acesso às outras modalidades de tratamento de que necessita, dentro de protocolos de eficácia reconhecida cientificamente.
2- Igualdade da assistência à saúde, sem preconceitos ou privilégios de qualquer espécie. Isto significa que o SUS deve fornecer condições de assistência idênticas a todos os cidadãos. Assim, as regras de acesso aos tratamentos (como por exemplo estar em tratamento em um hospital ligado ao SUS para obter medicamentos) devem valer para todos os doentes, mesmo para aqueles que se servem de operadoras de planos de saúde para custear parte de seu tratamento.
Assim, os Estabelecimentos de Saúde deverão prestar toda a assistência necessária ao doente, inclusive o fornecimento de medicamentos (mesmo aqueles de tomada oral, em casa). Posteriormente, o Ministério da Saúde fará ao Estabelecimento, o ressarcimento financeiro pelos serviços prestados.
Este ressarcimento irá incluir, além do valor dos medicamentos quimioterápicos e hormonioterápicos, conforme necessário, também os valores: da consulta médica; dos medicamentos utilizados em concomitância à quimioterapia, como aqueles para náuseas e vômitos, para dor, para proteção do trato digestivo e outros usados em eventuais complicações, das soluções em geral (soros); dos materiais hospitalares, dos materiais de escritório, do uso de equipamentos especiais, da limpeza e da manutenção da unidade.
A indicação de uso de um medicamento antineoplásico é sempre de competência do médico assistente do doente, de acordo com protocolos de tratamento fundamentados em evidências científicas e adotados na instituição onde este médico atua. O tratamento escolhido dependerá de fatores específicos de cada caso, tais como: a evolução da doença, os tratamentos já realizados e as condições clínicas do doente.
Em resumo, são esses os passos necessários para um paciente obter medicamento para câncer no SUS:
1- O paciente é atendido por médico em hospital ou clínica isolada de quimioterapia cadastrado no SUS para atendimento de pacientes com câncer.
2- O médico avalia e prescreve o tratamento indicado, conforme as condutas adotadas nesse hospital ou clínica.
3- O paciente é submetido ao tratamento indicado, inclusive recebe do hospital ou clínica os quimioterápicos que irá tomar em casa, por via oral.
4- O médico preenche o laudo de solicitação de autorização para cobrança do procedimento no SUS e o encaminha ao gestor local, que pode ser uma secretaria municipal ou estadual de saúde.
5- O gestor autoriza a cobrança conforme as normas vigentes do Ministério da Saúde e fornece ao hospital ou clínica um número de APAC.
6- O hospital ou clínica cobra do SUS no final do mês o valor mensal do respectivo tratamento.
7- O SUS paga ao hospital ou clínica o valor tabelado relativo ao procedimento.
O que fazer quando o Plano de Saúde não paga os medicamentos necessários para o tratamento do câncer?
Muitas operadoras de planos de saúde recusam-se a dar cobertura ao fornecimento de medicamentos para uso oral no domicílio, só cobrindo aqueles medicamentos que são efetivamente administrados na clínica ou hospital. A indústria farmacêutica vem disponibilizando cada vez mais quimioterápicos e hormonioterápicos de administração oral, de uso contínuo e prolongado, sendo que muitos são drogas inovadoras, de preço extremamente alto.
Assim, doentes que têm seus tratamentos de câncer custeados por operadoras de planos de saúde, ao receberem uma prescrição de medicamento de tomada oral, de alto custo, vêem-se impossibilitados de arcar com o tratamento e buscam obter estes medicamentos por financiamento público.
Nestes casos, para obter os medicamentos, estes doentes devem ser admitidos para tratamento integral em Estabelecimento de Saúde do SUS. Sendo o Sistema Único de Saúde público e de acesso universal, o atendimento aos doentes independe destes serem beneficiários de planos de saúde ou não. Porém, existem normas no SUS que devem ser observadas, como a Integralidade e a Igualdade da assistência à saúde (já explicadas acima). Isto significa que estes estabelecimentos, de modo nenhum, podem funcionar unicamente como unidades de entrega de medicamentos do SUS. Eles devem acolher os doentes e prestar a estes todos os cuidados dos quais venham necessitar.
Se desejar ser atendido em um Estabelecimento de Saúde do SUS o doente deve procurar a Secretaria Municipal ou Estadual de Saúde, do local onde reside para ser encaminhado. Se um medicamento prescrito para o tratamento do câncer ou suas conseqüências, por qualquer razão, não puder ser obtido, o médico assistente sempre deverá ser informado para que possa indicar outra modalidade terapêutica, se possível.
Quais os direitos de acesso à prestação de cuidados paliativos para um paciente do SUS fora de possibilidades terapêuticas?
Segundo a Organização Mundial de Saúde, Cuidados Paliativos são aqueles que consistem na "assistência ativa e integral a pacientes cuja doença não responde mais ao tratamento curativo, sendo o principal objetivo a garantia da melhor qualidade de vida tanto para o paciente como para seus respectivos familiares. A medicina paliativa irá atuar no controle da dor e promover alívio nos demais sintomas que os pacientes possam desenvolver".
No SUS, os cuidados paliativos para doentes com câncer avançado podem ser prestados por hospitais gerais, serviços de atenção domiciliar ou mesmo núcleos de Programa de Saúde da Família, sempre apoiados por um hospital cadastrado no SUS para o tratamento de doentes de câncer. Estes hospitais devem possuir, obrigatoriamente, estrutura própria ou serviços de referência para prestação de cuidados paliativos. A prescrição e o fornecimento de opiáceos e os demais cuidados paliativos também são de responsabilidade do Estabelecimento de Saúde onde os doentes de câncer estiverem em tratamento sendo este um Centro de Alta Complexidade em Oncologia – CACON.
Existem transporte e estadia gratuitos para doentes obrigados a se tratar fora do domicílio?
O pagamento de deslocamento e estadia para tratamentos fora do domicílio (TFD), no âmbito do SUS, está sob a responsabilidade dos gestores municipais e estaduais do Sistema Único de Saúde, que são as respectivas secretarias de saúde.
O Ministério da Saúde provê recursos, de forma programada e limitada a um determinado orçamento, para que os gestores executem estes pagamentos.Vale ressaltar que o pagamento das despesas relativas ao deslocamento em TFD só será permitido quando esgotados todos os meios de tratamento no próprio município.
Para solicitar este benefício os doentes devem entrar em contato com a Secretaria Municipal de Saúde de onde residem.
É possível que os doentes de câncer sejam convidados para participar de estudos clínicos ou de outros tipos de pesquisas científicas. Como é a regulamentação das pesquisas clínicas com pacientes no Brasil?
Existe uma resolução do Conselho Nacional de Saúde, Resolução no196/96, que aprovou as diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisa envolvendo seres humanos. Toda pesquisa envolvendo seres humanos deverá ser submetida à apreciação de um Comitê de Ética em Pesquisa – CEP. As Instituições nas quais se realizam pesquisas envolvendo seres humanos deverão constituir um ou mais CEP, conforme suas necessidades. É atribuição do CEP revisar todos os protocolos de pesquisa envolvendo seres humanos, inclusive os multicêntricos, cabendo-lhe a responsabilidade primária pelas decisões sobre a ética da pesquisa a ser desenvolvida na instituição, de modo a garantir e resguardar a integridade e os direitos dos voluntários participantes nas referidas pesquisas.
Estas pesquisas podem ou não ser aprovadas. Quando aprovadas, os projetos de pesquisas devem ser encaminhados, com o devido parecer, para apreciação da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa -CONEP/MS. Esta Comissão é uma instância colegiada, de natureza consultiva, deliberativa, normativa, educativa, independente, vinculada ao Conselho Nacional de Saúde.
Compete à CONEP o exame dos aspectos éticos da pesquisa envolvendo seres humanos, bem como a adequação e atualização das normas atinentes. A CONEP consultará a sociedade sempre que julgar necessário. Todo e qualquer projeto de pesquisa envolvendo seres humanos deverá obedecer às recomendações desta Resolução e dos documentos endossados em seu preâmbulo. A responsabilidade do pesquisador é indelegável, indeclinável e compreende os aspectos éticos e legais.
Uma vez aprovado o projeto, o CEP passa a ser co-responsável no que se refere aos aspectos éticos da pesquisa.
Como essas pesquisas são financiadas?
Várias são as fontes de financiamento de projetos de pesquisa, governamentais ou não: Finep, Capes, Cnen, Fundação Banco do Brasil, CNPq, agências estaduais ou municipais de fomento à pesquisa, laboratórios da indústria farmacêutica, etc. Cada agente financiador possui critérios próprios de decisão quanto à aprovação de financiamento de projetos e o valor deste financiamento. Além disso, muitos hospitais integrantes do SUS são beneficiários do FIDEPS , que tem por objetivo, entre outros, auxiliar no custeio de atividades de pesquisa.
Obviamente o financiamento de uma pesquisa por esta fontes deve abranger todos os custos, especialmente o fornecimento do medicamento alvo da pesquisa.
O que são estudos clínicos?
São chamados os estudos que avaliam um novo tratamento. As pesquisas que envolvem a avaliação de um novo medicamento, necessitam passar por várias fases de teste. Existem três tipos de fases de testes nos estudos clínicos. Na primeira fase, chamada de estudo clínico de fase I, será avaliada qual deverá ser a melhor via de administração do novo medicamento (oral, venosa, intramuscular, etc), qual a dose segura a ser utilizada e qual serão os seus efeitos colaterais.
No estudo clínico de fase II avalia-se como funciona este novo medicamento, isto é qual a sua resposta ao tratamento. Estudos de fase II focam normalmente em um tipo específico de câncer.
No estudo clínico de fase III é comparado o resultado do uso do novo medicamento (combinado com outro medicamento ou isolado) com o resultado do tratamento considerado padrão. É nesta fase que se avalia cura e sobrevida. Os pacientes selecionados a participar deste tipo de estudo serão escolhidos aleatoriamente. Esta seleção de pacientes poderá por exemplo, ocorrer por sorteio, isto é, o paciente pode receber o tratamento padrão ou o tratamento novo. Este tipo de estudo envolve um grande número de pacientes e deve ser conduzido por muitos doutores, hospitais e centros de câncer..
Todos estes passos estão incluídos no conceito do que chamamos de Metodologia Científica
O que o doente deve perguntar ao médico pesquisador?
Qual o objetivo do estudo?
Por que o pesquisador pensa que esta pesquisa pode ser eficaz?
Quem é o pesquisador responsável?
Quem fez a revisão e aprovou este estudo?
Como os resultados e a segurança deste estudo serão verificados?
Quanto tempo irá durar este estudo?
Quais serão as minhas responsabilidades se eu participar deste estudo?
Quais são os possíveis riscos e benefícios?
Quais são os meus possíveis benefícios de curto prazo?
Quais são os meus possíveis benefícios de longo prazo?
Quais são os meus riscos de curto prazo, como os efeitos colaterais?
Quais são os meus possíveis riscos de longo prazo?
Quais são as outras opções que pessoas com o meu risco de câncer ou tipo de câncer tem?
Como os possíveis riscos e benefícios deste estudo podem ser comparados com as estas opções?
Quais os tipos de tratamentos, procedimentos e ou exames eu terei que fazer durante este estudo?
Poderão estes tratamentos, procedimentos e ou exames causar algum risco, prejuízo, desconforto ou dano a minha pessoa?
Como os exames deste estudo poderão ser comparados aos exames que eu faria se não estivesse neste estudo?
Eu estarei apto a tomar as medicações que eu uso normalmente, enquanto eu estiver neste estudo?
A minha vida do dia a dia poderá ser afetada por este estudo?
Eu poderei contar para outras pessoas que eu estou participando deste estudo?
Em algum momento deste estudo eu terei que pagar alguma coisa, como por exemplo exames ou o medicamento do referido estudo?
Eu poderei optar por sair do estudo?
Fonte: INCA
O que é câncer?
Câncer é definido como um grupo de doenças que se caracterizam pela perda do controle da divisão celular e pela capacidade de invadir outras estruturas orgânicas.
O que causa o câncer?
O câncer pode ser causado por fatores externos (substâncias químicas, irradiação e vírus) e internos (hormônios, condições imunológicas e mutações genéticas). Os fatores causais podem agir em conjunto ou em seqüência para iniciar ou promover o processo de carcinogênese. Em geral, dez ou mais anos se passam entre exposições ou mutações e a detecção do câncer.
O câncer é hereditário?
Em geral o câncer não é hereditário. Existem apenas alguns raros casos que são herdados, tal como o retinoblastoma, um tipo de câncer de olho que ocorre em crianças. No entanto, existem alguns fatores genéticos que tornam determinadas pessoas mais sensíveis à ação dos carcinógenos ambientais, o que explica por que algumas delas desenvolvem câncer e outras não, quando expostas a um mesmo carcinógeno.
O câncer é contagioso?
Não. Mesmo os cânceres causados por vírus não são contagiosos como um resfriado, ou seja, não passam de uma pessoa para a outra por contágio. No entanto, alguns vírus oncogênicos, isto é, capazes de produzir câncer, podem ser transmitidos através do contato sexual, de transfusões de sangue ou de seringas contaminadas utilizadas para injetar drogas. Como exemplos de vírus carcinogênicos, tem-se o vírus da hepatite B (câncer de fígado) e vírus HTLV - I / Human T-lymphotropic virus type I (leucemia e linfoma de célula T do adulto).
Qual a diferença entre câncer in situ e invasivo?
O carcinoma in situ (câncer não invasivo) é o primeiro estágio em que o câncer não hemapoético pode ser classificado. Nesse estágio, as células cancerosas estão somente na camada da qual elas se desenvolveram e ainda não se espalharam para outras camadas do órgão de origem. A maioria dos cânceres in situ é curável, se for tratada antes que progrida para a fase de câncer invasivo. Nessa fase, o câncer invade outras camadas celulares do órgão e invade e ganha a capacidade de se disseminar para outras partes do corpo.
O câncer tem cura?
Desde o início do século até o momento, a postura da sociedade em geral é de acreditar que o câncer é sempre sinônimo de morte, e que seu tratamento raras vezes leva à cura. Atualmente, muitos tipos de câncer são curados, desde que tratados em estágios iniciais, demonstrando-se a importância do diagnóstico precoce. Mais da metade dos casos de câncer já tem cura.
Todo tumor é câncer?
Não. Nem todo tumor é câncer. A palavra tumor corresponde ao aumento de volume observado numa parte qualquer do corpo. Quando o tumor se dá por crescimento do número de células, ele é chamado neoplasia - que pode ser benigna ou maligna. Ao contrário do câncer, que é neoplasia maligna, as neoplasias benignas têm seu crescimento de forma organizada, em geral lento, e o tumor apresenta limites bem nítidos. Elas tampouco invadem os tecidos vizinhos ou desenvolvem metástases. Por exemplo, o lipoma e o mioma são tumores benignos.
O câncer pode ser prevenido?
Os cânceres causados pelo tabagismo e pelo uso de bebida alcóolica podem ser prevenidos em sua totalidade. A Sociedade Americana de Cancerologia estimou para 1998 cerca de 175.000 mortes por câncer causadas pelo uso do tabaco e um adicional de 19.000 mortes relacionadas ao uso excessivo de álcool, freqüentemente em associação com o uso do tabaco. Muitos cânceres que estão relacionados à dieta também podem ser prevenidos. Evidências científicas sugerem que aproximadamente um terço das mortes por câncer estão relacionadas a neoplasias malignas causadas por fatores dietéticos. Além disso, muitos cânceres de pele podem ser prevenidos pela proteção contra os raios solares. Exames específicos, conduzidos regularmente por profissionais da saúde podem detetectar o câncer de mama, cólon, reto, colo de útero, próstata, testículo, língua, boca e pele em estádios iniciais, quando o tratamento é mais facilmente bem sucedido. Auto-exames de mama e pele podem também resultar no diagnóstico precoce de tumores nessas localizações.
Quais são os progressos na prevenção do câncer?
Recentemente, tem-se observado importantes progressos na prevenção, diagnóstico e terapêutica do câncer. Os efeitos da prevenção primária, como a redução da prevalência do tabagismo, já podem ser observados na população masculina norte-americana, enquanto no Brasil os esforços são contínuos para se aumentar a adesão aos programas de controle do tabagismo. As novas estratégias que ajudam os fumantes a abandonar o cigarro, como o uso dos adesivos de reposição de nicotina e as terapias de apoio psicológico, já vêm apontando para resultados favoráveis em diferentes estudos científicos. O redirecionamento dos padrões dietéticos vem também ganhando adesão crescente em nosso país. No que diz respeito à prevenção o exame de Papanicolaou e a mamografia, respectivamente, na detecção do câncer do colo do útero e de mama, diferentes estudos científicos têm mostrado sua utilidade no diagnóstico precoce desses cânceres, embora o impacto da mamografia, sobre a mortalidade por câncer de mama ainda seja objeto de investigações.
Como é o tratamento do câncer?
O tratamento do câncer requer uma estrutura médico-hospitalar e recursos humanos qualificados, integrando equipes multiprofissionais. O tratamento propriamente dito do câncer pode ser feito pela cirurgia, radioterapia ou quimioterapia, utilizadas de forma isolada ou combinada, dependendo do tipo celular do órgão de origem e do grau de invasão do tumor.
Quem está sob risco de desenvolver câncer?
Qualquer pessoa. Como a ocorrência do câncer aumenta com a idade do indivíduo, a maioria dos casos acontece entre adultos de meia idade ou os mais velhos. O risco relativo mede a relação existente entre os fatores de risco e o câncer. Ele compara o risco de um câncer se desenvolver em pessoas com determinada exposição ou característica ao risco observado naquelas pessoas sem essa exposição ou característica. Por exemplo, os fumantes têm um risco relativo 10 vezes maior de desenvolver câncer de pulmão quando comparados aos não fumantes. A maioria dos riscos relativos não apresentam essa dimensão. Por exemplo, as mulheres com uma história familiar em primeiro grau de câncer de mama (ocorrência da doença em mãe, irmã ou filha) têm cerca de duas vezes mais risco de desenvolver câncer de mama, quando comparadas às mulheres que não apresentam essa história familiar.
Quais as fontes de dados de informação em câncer?
Os dados dos Registros de Câncer - Populacionais e Hospitalares - e os dados de Mortalidade constituem-se na base das informações para estudar a magnitude do câncer no Brasil. Os Registros de Câncer se caracterizam como centros sistematizados de coleta, armazenamento e análise da ocorrência e das características de todos os casos novos de câncer, ocorridos em uma população (Registros de Câncer de Base Populacional - RCBP) ou em um hospital (Registros Hospitalares de Câncer - RHC). Os RCBP produzem informações sobre a incidência do câncer em uma população geograficamente definida. Os RHC levantam informações sobre as características dos tumores e a avaliação da sobrevida e assistência prestada ao paciente com neoplasia maligna atendidos nos hospitais. O principal papel dos Registros de Câncer é fornecer subsídio aos profissionais da área da saúde para a avaliação da qualidade da assistência prestada, para a pesquisa sobre o câncer e para o planejamento das ações de saúde. Existem hoje no Brasil cinco Registros de Câncer de Base Populacional (RCBP) com informações consolidadas e cerca de 15 em diferentes fases de implantação e operacionalização. A expectativa de que em futuro próximo haverá cerca de 20 RCBP produzindo informações de qualidade sobre a incidência do câncer no Brasil é um fato relevante para a garantia de que as próximas estimativas do número de casos novos de câncer aproximem-se cada vez mais da realidade nacional. Estes registros têm sido as fontes que nos permitem a avaliação de dados referentes a incidência de câncer no país. Com relação à mortalidade, a fonte de dados é o Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde. A maioria dos estudos brasileiros sobre a saúde da população baseia-se na análise de dados sobre a mortalidade por uma determinada causa, porque a morte dá origem a um documento legal, de preenchimento obrigatório - o atestado de óbito. Apesar de apresentar problemas de subnotificação, a qualidade dessa informação é considerada boa para as neoplasias malignas, dada a necessidade de hospitalização da maioria dos pacientes e o conhecimento dos óbitos ocorridos nos hospitais. Os dados dos RCBP e do SIM constituem-se na base de cálculo das estimativas de casos novos e de óbitos por câncer no Brasil.
Quem tem direito ao tratamento pelo SUS?
A atenção à saúde no Brasil é de acesso universal, isto é, todo cidadão tem direito a atendimento gratuito. Por isso, o Ministério da Saúde garante o atendimento integral a qualquer doente com câncer, por meio do Sistema Único de Saúde, o SUS.
Atendimento integral significa proporcionar ao doente todos os cuidados de que necessita para a cura ou o controle da doença inclusive, as medidas de suporte para os tratamentos, cuidados paliativos, que visam a dar melhores condições de vida aos doentes que não puderem ser curados e reabilitação para a reintegração social daqueles que ficam com seqüelas da doença ou do tratamento. integralidade é fundamental na oncologia também porque a grande maioria dos tipos de câncer só pode ser tratada, de modo resolutivo, com variadas modalidades de tratamento, sucessivas e complementares, que compõem protocolos. Assim, por exemplo, para que a cirurgia planejada para determinado tipo de câncer tenha êxito em curar, pode ser necessário que seja precedida de tratamento com medicamentos quimioterápicos e sucedida com radioterapia e outros medicamentos anti-tumorais, isto tudo em períodos rigorosamente programados.
Como o SUS está organizado para atender a população?
O SUS tem organizado o tratamento de câncer de modo a oferecer em um mesmo Estabelecimento de Saúde, todas as modalidades de tratamento, como cirurgia, quimioterapia, radioterapia e, inclusive, cuidados paliativos e reabilitação.
Existem, no Brasil, mais de 300 Estabelecimentos de Saúde prestando assistência oncológica de alta complexidade a doentes do SUS, espalhados por 26 Estados e em 128 diferentes municípios. A maioria deles é Hospital Geral com reconhecida capacidade de prestar atendimento de alta complexidade e alguns são hospitais especializados em câncer. Ambos são denominados Centros de Alta Complexidade em Oncologia – CACON. Há também os denominados Serviços Isolados de Quimioterapia e Serviços Isolados de Radioterapia.
Todos os hospitais que atendem pacientes pelo SUS são públicos?
Os Estabelecimentos de Saúde cadastradas no SUS podem ser de natureza pública, isto é, pertencer a um governo estadual, municipal ou federal ou então ser de natureza privada, isto é, pertencer a entidades privadas. Todos eles, porém, prestam atendimento público gratuito , custeado por recursos públicos, oriundos de impostos e contribuições.
Qual o papel das Secretarias de saúde no atendimento?
As Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde planejam, organizam, controlam e avaliam o Sistema Único de Saúde em seu território, e por isso são chamados de gestores locais do SUS. Assim, quando um doente de câncer quer ser tratado no SUS recomenda-se que procure a Secretaria Municipal ou Estadual de Saúde de onde reside para ser orientado sobre qual Estabelecimento de Saúde poderá oferecer o melhor atendimento possível para seu caso. Veja a lista
Quais as normas para quem tem plano de saúde?
O tratamento oferecido pelos planos de saúde obedece a legislação própria, da chamada Saúde Suplementar, que é de caráter geral, sem conteúdo específico para os tratamentos de câncer.
Os planos constituídos após a vigência da Lei nº 9.656/98 têm os procedimentos para tratamento de câncer relacionados em um Rol de Procedimentos publicado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar - ANS. Para os planos constituídos antes de 2 de janeiro de 1999 e ainda vigentes, a cobertura a ser garantida é a que consta das cláusulas contratuais acordadas entre as partes.
Respostas às dúvidas em relação à cobertura de tratamento por planos de saúde, podem ser obtidas consultando-se a Agência Nacional de Saúde Suplementar – ANS ou pelo Disque ANS: 0800 701 9656 .
De que modo o governo garante medicamentos para o tratamento do câncer gratuitamente?
Até 1998, havia fornecimento em farmácias do SUS (em geral, de Secretarias Estaduais de Saúde) de alguns medicamentos para tratamento de câncer, principalmente hormonioterápicos e imunobiológicos antineoplásicos de uso contínuo, bastando que a pessoa apresentasse uma receita e um relatório de algum médico, de consultório particular ou de hospital público ou privado.
Visando ao cumprimento dos Princípios e Diretrizes do Sistema Único de Saúde - SUS, estabelecidos no Artigo 7 da Lei Federal 8080, de 19 de setembro de 1990, as normas vigentes do Ministério da Saúde estabelecem que todos os medicamentos para o tratamento do câncer (inclusive aqueles de uso oral) devem ser fornecidos pelo Estabelecimento de Saúde (clínica ou hospital) público ou privado, cadastrado no SUS para atendimento deste tipo de doença e somente para os pacientes que estiverem recebendo o seu tratamento no próprio Estabelecimento.
Nesta questão, foram considerados os seguintes princípios:
1-Integralidade, entendida como conjunto articulado e contínuo das ações e serviços preventivos e curativos, individuais e coletivos, exigidos para cada caso em todos os níveis de complexidade do sistema.
Atendimento integral significa proporcionar ao doente todos os cuidados de que necessita para a cura ou o controle da doença inclusive, cuidados paliativos, que visam a dar melhores condições de vida aos doentes que não puderem ser curados e reabilitação para a reintegração social daqueles que ficam com seqüelas da doença ou do tratamento.
A integralidade é fundamental na oncologia também porque a grande maioria dos tipos de câncer só pode ser tratada, de modo resolutivo, com variadas modalidades de tratamento, sucessivas e complementares, que compõem protocolos. Assim, por exemplo, para que a cirurgia planejada para determinado tipo de câncer tenha êxito em curar, pode ser necessário que seja precedida de tratamento com medicamentos quimioterápicos e sucedida com radioterapia e outros medicamentos anti-tumorais, isto tudo em períodos rigorosamente programados.
Portanto, em termos de uso racional do dinheiro público, não há sentido distribuir medicamentos de forma descontrolada, sem a garantia de que o doente terá acesso às outras modalidades de tratamento de que necessita, dentro de protocolos de eficácia reconhecida cientificamente.
2- Igualdade da assistência à saúde, sem preconceitos ou privilégios de qualquer espécie. Isto significa que o SUS deve fornecer condições de assistência idênticas a todos os cidadãos. Assim, as regras de acesso aos tratamentos (como por exemplo estar em tratamento em um hospital ligado ao SUS para obter medicamentos) devem valer para todos os doentes, mesmo para aqueles que se servem de operadoras de planos de saúde para custear parte de seu tratamento.
Assim, os Estabelecimentos de Saúde deverão prestar toda a assistência necessária ao doente, inclusive o fornecimento de medicamentos (mesmo aqueles de tomada oral, em casa). Posteriormente, o Ministério da Saúde fará ao Estabelecimento, o ressarcimento financeiro pelos serviços prestados.
Este ressarcimento irá incluir, além do valor dos medicamentos quimioterápicos e hormonioterápicos, conforme necessário, também os valores: da consulta médica; dos medicamentos utilizados em concomitância à quimioterapia, como aqueles para náuseas e vômitos, para dor, para proteção do trato digestivo e outros usados em eventuais complicações, das soluções em geral (soros); dos materiais hospitalares, dos materiais de escritório, do uso de equipamentos especiais, da limpeza e da manutenção da unidade.
A indicação de uso de um medicamento antineoplásico é sempre de competência do médico assistente do doente, de acordo com protocolos de tratamento fundamentados em evidências científicas e adotados na instituição onde este médico atua. O tratamento escolhido dependerá de fatores específicos de cada caso, tais como: a evolução da doença, os tratamentos já realizados e as condições clínicas do doente.
Em resumo, são esses os passos necessários para um paciente obter medicamento para câncer no SUS:
1- O paciente é atendido por médico em hospital ou clínica isolada de quimioterapia cadastrado no SUS para atendimento de pacientes com câncer.
2- O médico avalia e prescreve o tratamento indicado, conforme as condutas adotadas nesse hospital ou clínica.
3- O paciente é submetido ao tratamento indicado, inclusive recebe do hospital ou clínica os quimioterápicos que irá tomar em casa, por via oral.
4- O médico preenche o laudo de solicitação de autorização para cobrança do procedimento no SUS e o encaminha ao gestor local, que pode ser uma secretaria municipal ou estadual de saúde.
5- O gestor autoriza a cobrança conforme as normas vigentes do Ministério da Saúde e fornece ao hospital ou clínica um número de APAC.
6- O hospital ou clínica cobra do SUS no final do mês o valor mensal do respectivo tratamento.
7- O SUS paga ao hospital ou clínica o valor tabelado relativo ao procedimento.
O que fazer quando o Plano de Saúde não paga os medicamentos necessários para o tratamento do câncer?
Muitas operadoras de planos de saúde recusam-se a dar cobertura ao fornecimento de medicamentos para uso oral no domicílio, só cobrindo aqueles medicamentos que são efetivamente administrados na clínica ou hospital. A indústria farmacêutica vem disponibilizando cada vez mais quimioterápicos e hormonioterápicos de administração oral, de uso contínuo e prolongado, sendo que muitos são drogas inovadoras, de preço extremamente alto.
Assim, doentes que têm seus tratamentos de câncer custeados por operadoras de planos de saúde, ao receberem uma prescrição de medicamento de tomada oral, de alto custo, vêem-se impossibilitados de arcar com o tratamento e buscam obter estes medicamentos por financiamento público.
Nestes casos, para obter os medicamentos, estes doentes devem ser admitidos para tratamento integral em Estabelecimento de Saúde do SUS. Sendo o Sistema Único de Saúde público e de acesso universal, o atendimento aos doentes independe destes serem beneficiários de planos de saúde ou não. Porém, existem normas no SUS que devem ser observadas, como a Integralidade e a Igualdade da assistência à saúde (já explicadas acima). Isto significa que estes estabelecimentos, de modo nenhum, podem funcionar unicamente como unidades de entrega de medicamentos do SUS. Eles devem acolher os doentes e prestar a estes todos os cuidados dos quais venham necessitar.
Se desejar ser atendido em um Estabelecimento de Saúde do SUS o doente deve procurar a Secretaria Municipal ou Estadual de Saúde, do local onde reside para ser encaminhado. Se um medicamento prescrito para o tratamento do câncer ou suas conseqüências, por qualquer razão, não puder ser obtido, o médico assistente sempre deverá ser informado para que possa indicar outra modalidade terapêutica, se possível.
Quais os direitos de acesso à prestação de cuidados paliativos para um paciente do SUS fora de possibilidades terapêuticas?
Segundo a Organização Mundial de Saúde, Cuidados Paliativos são aqueles que consistem na "assistência ativa e integral a pacientes cuja doença não responde mais ao tratamento curativo, sendo o principal objetivo a garantia da melhor qualidade de vida tanto para o paciente como para seus respectivos familiares. A medicina paliativa irá atuar no controle da dor e promover alívio nos demais sintomas que os pacientes possam desenvolver".
No SUS, os cuidados paliativos para doentes com câncer avançado podem ser prestados por hospitais gerais, serviços de atenção domiciliar ou mesmo núcleos de Programa de Saúde da Família, sempre apoiados por um hospital cadastrado no SUS para o tratamento de doentes de câncer. Estes hospitais devem possuir, obrigatoriamente, estrutura própria ou serviços de referência para prestação de cuidados paliativos. A prescrição e o fornecimento de opiáceos e os demais cuidados paliativos também são de responsabilidade do Estabelecimento de Saúde onde os doentes de câncer estiverem em tratamento sendo este um Centro de Alta Complexidade em Oncologia – CACON.
Existem transporte e estadia gratuitos para doentes obrigados a se tratar fora do domicílio?
O pagamento de deslocamento e estadia para tratamentos fora do domicílio (TFD), no âmbito do SUS, está sob a responsabilidade dos gestores municipais e estaduais do Sistema Único de Saúde, que são as respectivas secretarias de saúde.
O Ministério da Saúde provê recursos, de forma programada e limitada a um determinado orçamento, para que os gestores executem estes pagamentos.Vale ressaltar que o pagamento das despesas relativas ao deslocamento em TFD só será permitido quando esgotados todos os meios de tratamento no próprio município.
Para solicitar este benefício os doentes devem entrar em contato com a Secretaria Municipal de Saúde de onde residem.
É possível que os doentes de câncer sejam convidados para participar de estudos clínicos ou de outros tipos de pesquisas científicas. Como é a regulamentação das pesquisas clínicas com pacientes no Brasil?
Existe uma resolução do Conselho Nacional de Saúde, Resolução no196/96, que aprovou as diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisa envolvendo seres humanos. Toda pesquisa envolvendo seres humanos deverá ser submetida à apreciação de um Comitê de Ética em Pesquisa – CEP. As Instituições nas quais se realizam pesquisas envolvendo seres humanos deverão constituir um ou mais CEP, conforme suas necessidades. É atribuição do CEP revisar todos os protocolos de pesquisa envolvendo seres humanos, inclusive os multicêntricos, cabendo-lhe a responsabilidade primária pelas decisões sobre a ética da pesquisa a ser desenvolvida na instituição, de modo a garantir e resguardar a integridade e os direitos dos voluntários participantes nas referidas pesquisas.
Estas pesquisas podem ou não ser aprovadas. Quando aprovadas, os projetos de pesquisas devem ser encaminhados, com o devido parecer, para apreciação da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa -CONEP/MS. Esta Comissão é uma instância colegiada, de natureza consultiva, deliberativa, normativa, educativa, independente, vinculada ao Conselho Nacional de Saúde.
Compete à CONEP o exame dos aspectos éticos da pesquisa envolvendo seres humanos, bem como a adequação e atualização das normas atinentes. A CONEP consultará a sociedade sempre que julgar necessário. Todo e qualquer projeto de pesquisa envolvendo seres humanos deverá obedecer às recomendações desta Resolução e dos documentos endossados em seu preâmbulo. A responsabilidade do pesquisador é indelegável, indeclinável e compreende os aspectos éticos e legais.
Uma vez aprovado o projeto, o CEP passa a ser co-responsável no que se refere aos aspectos éticos da pesquisa.
Como essas pesquisas são financiadas?
Várias são as fontes de financiamento de projetos de pesquisa, governamentais ou não: Finep, Capes, Cnen, Fundação Banco do Brasil, CNPq, agências estaduais ou municipais de fomento à pesquisa, laboratórios da indústria farmacêutica, etc. Cada agente financiador possui critérios próprios de decisão quanto à aprovação de financiamento de projetos e o valor deste financiamento. Além disso, muitos hospitais integrantes do SUS são beneficiários do FIDEPS , que tem por objetivo, entre outros, auxiliar no custeio de atividades de pesquisa.
Obviamente o financiamento de uma pesquisa por esta fontes deve abranger todos os custos, especialmente o fornecimento do medicamento alvo da pesquisa.
O que são estudos clínicos?
São chamados os estudos que avaliam um novo tratamento. As pesquisas que envolvem a avaliação de um novo medicamento, necessitam passar por várias fases de teste. Existem três tipos de fases de testes nos estudos clínicos. Na primeira fase, chamada de estudo clínico de fase I, será avaliada qual deverá ser a melhor via de administração do novo medicamento (oral, venosa, intramuscular, etc), qual a dose segura a ser utilizada e qual serão os seus efeitos colaterais.
No estudo clínico de fase II avalia-se como funciona este novo medicamento, isto é qual a sua resposta ao tratamento. Estudos de fase II focam normalmente em um tipo específico de câncer.
No estudo clínico de fase III é comparado o resultado do uso do novo medicamento (combinado com outro medicamento ou isolado) com o resultado do tratamento considerado padrão. É nesta fase que se avalia cura e sobrevida. Os pacientes selecionados a participar deste tipo de estudo serão escolhidos aleatoriamente. Esta seleção de pacientes poderá por exemplo, ocorrer por sorteio, isto é, o paciente pode receber o tratamento padrão ou o tratamento novo. Este tipo de estudo envolve um grande número de pacientes e deve ser conduzido por muitos doutores, hospitais e centros de câncer..
Todos estes passos estão incluídos no conceito do que chamamos de Metodologia Científica
O que o doente deve perguntar ao médico pesquisador?
Qual o objetivo do estudo?
Por que o pesquisador pensa que esta pesquisa pode ser eficaz?
Quem é o pesquisador responsável?
Quem fez a revisão e aprovou este estudo?
Como os resultados e a segurança deste estudo serão verificados?
Quanto tempo irá durar este estudo?
Quais serão as minhas responsabilidades se eu participar deste estudo?
Quais são os possíveis riscos e benefícios?
Quais são os meus possíveis benefícios de curto prazo?
Quais são os meus possíveis benefícios de longo prazo?
Quais são os meus riscos de curto prazo, como os efeitos colaterais?
Quais são os meus possíveis riscos de longo prazo?
Quais são as outras opções que pessoas com o meu risco de câncer ou tipo de câncer tem?
Como os possíveis riscos e benefícios deste estudo podem ser comparados com as estas opções?
Quais os tipos de tratamentos, procedimentos e ou exames eu terei que fazer durante este estudo?
Poderão estes tratamentos, procedimentos e ou exames causar algum risco, prejuízo, desconforto ou dano a minha pessoa?
Como os exames deste estudo poderão ser comparados aos exames que eu faria se não estivesse neste estudo?
Eu estarei apto a tomar as medicações que eu uso normalmente, enquanto eu estiver neste estudo?
A minha vida do dia a dia poderá ser afetada por este estudo?
Eu poderei contar para outras pessoas que eu estou participando deste estudo?
Em algum momento deste estudo eu terei que pagar alguma coisa, como por exemplo exames ou o medicamento do referido estudo?
Eu poderei optar por sair do estudo?
Fonte: INCA
O poder de cascas, talos e folhas
Conheça o poder de cascas, talos e folhas
Um cardápio no qual se aproveitam talos, cascas e folhas pode parecer estranho. Mas um estudo concluído recentemente pela Universidade Estadual Paulista (Unesp), encomendado pelo Sesi-SP, pode fazer com que as donas de casa revejam a atitude de jogar fora essas partes "não-comestíveis" de frutas, verduras e legumes. A pesquisa analisou 19 alimentos e comprovou que, em muitos casos, os itens geralmente descartadas podem ter tantos ou até mais nutrientes que a polpa e a semente de frutas e das verduras, ou a folhagem de vegetais.
Um dos resultados que mais surpreendeu foi sobre a cenoura. "A rama e a casca são muito mais nutritivas que a polpa. Em 100 gramas da rama há quatro vezes mais proteína, três vezes mais vitamina C e quantidade ainda maior de ferro do que na polpa", destaca a nutricionista Tereza Watanabe, do Sesi-SP. "O fato é que, nas feiras, os vendedores sempre perguntam se queremos levar cenouras com ou sem rama. A cada dez pessoas, nove preferem sem. Infelizmente, falta conhecimento à população", comenta Tereza.
Outro resultado surpreendente é em relação ao potássio. "Geralmente, as pessoas associam a banana como a principal fonte de potássio. No entanto, descobrimos que 100 gramas da casca do pepino é ainda mais rica em potássio que a fruta. Além disso, a casca do pepino é riquíssima em fibras, o que torna a digestão mais fácil", diz Tereza.
A professora da Unesp, Giuseppina Pace Pereira Lima, destaca que 60% do lixo produzido no Brasil é orgânico. "Nosso lixo é o mais rico do mundo. Não podemos pensar que sementes de abóbora ou folhas do brócolis, por exemplo, são jogadas fora", diz.
Ela ainda cita que o reaproveitamento de alimentos deveria ser adotado em programas para a população de baixa renda. "Tudo pode ser aproveitado. Além de se diminuir gastos com a alimentação, a saúde do brasileiro só tem a agradecer", finaliza.
Lavagem com água corrente e uso de cloro são indispensáveis
A diretora de alimentação do Sesi-SP, Tereza Watanabe, destaca os cuidados com a higienização dos alimentos. "Eles devem ser bem lavados em água corrente e deixados de molho por pelo menos 15 minutos em água clorada", diz. Mas ela destaca que é preciso ter cuidado na dosagem de cloro. "Deve-se colocar somente uma colher (sopa) de água sanitária (com 2% a 2,5 % de hipoclorito na formulação) para cada litro de água", ensina Tereza.
A nutricionista lembra que as cascas e os talos dos alimentos devem ser consumidos de preferência crus. "Ao cozinhá-los, perde-se uma parte dos nutrientes", explica Tereza Watanabe. E ela dá a dica: "As cascas fatiadas ou raladas são ideais para serem adicionadas em saladas". Já sobre as sementes de abóbora a especialista destaca que podem ser consumidas como petiscos. "As sementes devem ser assadas no forno. Ficam gostosas e são nutritivas. A concentração de proteínas em 100 gramas de sementes é 10 vezes maior que a da polpa da abóbora."
A enfermeira Isabel da Costa Queiróz garante que em sua casa todas as sobras são aproveitadas. "Picamos os talos dos vegetais e colocamos na salada. A rama da cenoura eu gosto de misturar na sopa. O odor e o sabor ficam mais acentuados", acredita.
A aposentada Adaltina de Menezes Pinheiro também aposta no poder das cascas. "Abóbora só cozinho com a casca. Faz muito bem para o meu intestino. E também faço sucos com cascas de abacaxi", conta.
Fonte: O Dia
Um cardápio no qual se aproveitam talos, cascas e folhas pode parecer estranho. Mas um estudo concluído recentemente pela Universidade Estadual Paulista (Unesp), encomendado pelo Sesi-SP, pode fazer com que as donas de casa revejam a atitude de jogar fora essas partes "não-comestíveis" de frutas, verduras e legumes. A pesquisa analisou 19 alimentos e comprovou que, em muitos casos, os itens geralmente descartadas podem ter tantos ou até mais nutrientes que a polpa e a semente de frutas e das verduras, ou a folhagem de vegetais.
Um dos resultados que mais surpreendeu foi sobre a cenoura. "A rama e a casca são muito mais nutritivas que a polpa. Em 100 gramas da rama há quatro vezes mais proteína, três vezes mais vitamina C e quantidade ainda maior de ferro do que na polpa", destaca a nutricionista Tereza Watanabe, do Sesi-SP. "O fato é que, nas feiras, os vendedores sempre perguntam se queremos levar cenouras com ou sem rama. A cada dez pessoas, nove preferem sem. Infelizmente, falta conhecimento à população", comenta Tereza.
Outro resultado surpreendente é em relação ao potássio. "Geralmente, as pessoas associam a banana como a principal fonte de potássio. No entanto, descobrimos que 100 gramas da casca do pepino é ainda mais rica em potássio que a fruta. Além disso, a casca do pepino é riquíssima em fibras, o que torna a digestão mais fácil", diz Tereza.
A professora da Unesp, Giuseppina Pace Pereira Lima, destaca que 60% do lixo produzido no Brasil é orgânico. "Nosso lixo é o mais rico do mundo. Não podemos pensar que sementes de abóbora ou folhas do brócolis, por exemplo, são jogadas fora", diz.
Ela ainda cita que o reaproveitamento de alimentos deveria ser adotado em programas para a população de baixa renda. "Tudo pode ser aproveitado. Além de se diminuir gastos com a alimentação, a saúde do brasileiro só tem a agradecer", finaliza.
Lavagem com água corrente e uso de cloro são indispensáveis
A diretora de alimentação do Sesi-SP, Tereza Watanabe, destaca os cuidados com a higienização dos alimentos. "Eles devem ser bem lavados em água corrente e deixados de molho por pelo menos 15 minutos em água clorada", diz. Mas ela destaca que é preciso ter cuidado na dosagem de cloro. "Deve-se colocar somente uma colher (sopa) de água sanitária (com 2% a 2,5 % de hipoclorito na formulação) para cada litro de água", ensina Tereza.
A nutricionista lembra que as cascas e os talos dos alimentos devem ser consumidos de preferência crus. "Ao cozinhá-los, perde-se uma parte dos nutrientes", explica Tereza Watanabe. E ela dá a dica: "As cascas fatiadas ou raladas são ideais para serem adicionadas em saladas". Já sobre as sementes de abóbora a especialista destaca que podem ser consumidas como petiscos. "As sementes devem ser assadas no forno. Ficam gostosas e são nutritivas. A concentração de proteínas em 100 gramas de sementes é 10 vezes maior que a da polpa da abóbora."
A enfermeira Isabel da Costa Queiróz garante que em sua casa todas as sobras são aproveitadas. "Picamos os talos dos vegetais e colocamos na salada. A rama da cenoura eu gosto de misturar na sopa. O odor e o sabor ficam mais acentuados", acredita.
A aposentada Adaltina de Menezes Pinheiro também aposta no poder das cascas. "Abóbora só cozinho com a casca. Faz muito bem para o meu intestino. E também faço sucos com cascas de abacaxi", conta.
Fonte: O Dia
COMO APRENDER MELHOR SEM ESTUDAR TANTO
CIENTISTA AMERICANO ENSINA COMO APRENDER MELHOR SEM ESTUDAR MAIS
01/10/2008
Chave do sucesso no vestibular pode ser dormir direito e comer bem. Balada, no entanto, não ajuda em nada quem quer passar no exame. A maratona dos vestibulares está para começar e se você está entre aqueles que pretendem passar cada minuto do dia com a cara enfiada nos livros, pare, respire e leia os conselhos de um especialista em cérebro humano. O neurocientista Wilkie Wilson afirma: o descanso é fundamental. Ele dá dicas para você tirar o melhor proveito do seu estudo. Não é estudar mais, é aprender melhor. Wilson explica que embora os cientistas não saibam explicar totalmente por que os jovens aprendem com mais facilidade que os adultos, ele acredita que tenha algo a ver com a novidade de todas as experiências. "O cérebro ama coisas novas", afirmou ele ao G1. Além disso, adolescentes são mais emocionais e a emoção "ajuda a guardar memórias". "A química cerebral deles também pode ser um pouco diferente, de uma maneira que promova o aprendizado", diz o pesquisador.
O cientista trabalha na Universidade Duke, onde lidera um projeto que visa ensinar os jovens a "regular" adequadamente a mais importante máquina que está a sua disposição: o cérebro. "Queremos mudar a cultura do nosso país, e talvez do seu também, para que as pessoas comecem a respeitar e cuidar do cérebro, principalmente o de nossas crianças", afirmou ele. Para o especialista, a chave de um cérebro afiado é o respeito aos seus limites e a saúde. O jovem tem que saber a hora de descansar e de relaxar. Isso não quer dizer, no entanto, que a balada está liberada. Descansar significa dormir e dormir bem. E "manter a saúde" passa essencialmente por deixar o álcool de lado e fazer exercícios físicos. "O cérebro humano não está totalmente formado até os 20 e poucos anos e as partes que estão sendo acionadas nos adolescentes são críticas", diz o cientista. "Então, quando os jovens cuidam de seus cérebros, eles os estão ajudando a serem melhores para toda a vida." Coisas comprovadas pela ciência que os professores já estimulam na prática.
"Você tem que ter cuidado com a saúde física", aconselha o orientador pedagógico João Luis Muzinatti, do Colégio Pio XII, em São Paulo. "Se você está com um projeto de fazer um grande vestibular, tem que ter horário de descanso, não pode extrapolar. Se não você quebra antes da hora", afirma. O jovem Júlio César Costa Pessoa, de 16 anos, está se preparando para o vestibular de engenharia e estudando muito no cursinho. Mas já entendeu que precisa separar um momento de lazer. "É preciso descansar também, para você conseguir ter atenção depois", diz ele. A colega Mariana Garib Jankauskas, de 17, que quer fazer jornalismo, descobriu, por conta própria, os benefícios de uma das principais recomendações do cientista americano: o exercício físico. "Eu chego do cursinho e vou fazer exercício. Fico mais alerta, dá mais ânimo e relaxa um pouco", conta a estudante.
Wilkie Wilson oferece sete dicas para os jovens terem um cérebro mais produtivo. Confira a lista e os comentários dele abaixo:
1) Durma bem - "O sono é essencial para gravar aquilo que aprendemos, é importante para a liberação de hormônios de crescimento no nosso organismo e para nos ajudar a manter o funcionamento físico e mental máximo."
2) Coma alimentos saudáveis, especialmente no café da manhã - "Se você comer alimentos ricos em açúcar e farinha, o corpo responde com um aumento da taxa glicêmica e depois com uma queda rápida. Como o cérebro precisa de níveis adequados de açúcar, não faz bem essa taxa cair."
3) Faça exercícios - "Exercícios não apenas nos deixam bonitos, eles ajudam a formar novos neurônios."
4) Evite o estresse - "O estresse danifica os neurônios e atrapalha a capacidade de aprendizado."
5) Evite álcool e drogas - O cérebro adolescente é extremamente vulnerável ao vício (muito mais que o dos adultos), e o uso dessas drogas coloca os jovens em risco. Uma vez que uma pessoa se vicia, ela deve lidar com isso pelo resto da vida. Eu sempre digo que as pessoas viciadas lembram da droga tão bem quanto lembram de suas mães, mesmo que não estejam
usando."
6) Evite bater a cabeça - "O cérebro é muito sensível ao choque de uma batida. Quedas repetidas podem gerar danos permanentes. Usem seus capacetes."
7) Siga suas paixões - "Quando você faz aquilo que ama, seu cérebro fornece as ferramentas para que você preste atenção, lembre o que está fazendo e tenha muita energia". - Marília -
Fonte: G1 globo.com
01/10/2008
Chave do sucesso no vestibular pode ser dormir direito e comer bem. Balada, no entanto, não ajuda em nada quem quer passar no exame. A maratona dos vestibulares está para começar e se você está entre aqueles que pretendem passar cada minuto do dia com a cara enfiada nos livros, pare, respire e leia os conselhos de um especialista em cérebro humano. O neurocientista Wilkie Wilson afirma: o descanso é fundamental. Ele dá dicas para você tirar o melhor proveito do seu estudo. Não é estudar mais, é aprender melhor. Wilson explica que embora os cientistas não saibam explicar totalmente por que os jovens aprendem com mais facilidade que os adultos, ele acredita que tenha algo a ver com a novidade de todas as experiências. "O cérebro ama coisas novas", afirmou ele ao G1. Além disso, adolescentes são mais emocionais e a emoção "ajuda a guardar memórias". "A química cerebral deles também pode ser um pouco diferente, de uma maneira que promova o aprendizado", diz o pesquisador.
O cientista trabalha na Universidade Duke, onde lidera um projeto que visa ensinar os jovens a "regular" adequadamente a mais importante máquina que está a sua disposição: o cérebro. "Queremos mudar a cultura do nosso país, e talvez do seu também, para que as pessoas comecem a respeitar e cuidar do cérebro, principalmente o de nossas crianças", afirmou ele. Para o especialista, a chave de um cérebro afiado é o respeito aos seus limites e a saúde. O jovem tem que saber a hora de descansar e de relaxar. Isso não quer dizer, no entanto, que a balada está liberada. Descansar significa dormir e dormir bem. E "manter a saúde" passa essencialmente por deixar o álcool de lado e fazer exercícios físicos. "O cérebro humano não está totalmente formado até os 20 e poucos anos e as partes que estão sendo acionadas nos adolescentes são críticas", diz o cientista. "Então, quando os jovens cuidam de seus cérebros, eles os estão ajudando a serem melhores para toda a vida." Coisas comprovadas pela ciência que os professores já estimulam na prática.
"Você tem que ter cuidado com a saúde física", aconselha o orientador pedagógico João Luis Muzinatti, do Colégio Pio XII, em São Paulo. "Se você está com um projeto de fazer um grande vestibular, tem que ter horário de descanso, não pode extrapolar. Se não você quebra antes da hora", afirma. O jovem Júlio César Costa Pessoa, de 16 anos, está se preparando para o vestibular de engenharia e estudando muito no cursinho. Mas já entendeu que precisa separar um momento de lazer. "É preciso descansar também, para você conseguir ter atenção depois", diz ele. A colega Mariana Garib Jankauskas, de 17, que quer fazer jornalismo, descobriu, por conta própria, os benefícios de uma das principais recomendações do cientista americano: o exercício físico. "Eu chego do cursinho e vou fazer exercício. Fico mais alerta, dá mais ânimo e relaxa um pouco", conta a estudante.
Wilkie Wilson oferece sete dicas para os jovens terem um cérebro mais produtivo. Confira a lista e os comentários dele abaixo:
1) Durma bem - "O sono é essencial para gravar aquilo que aprendemos, é importante para a liberação de hormônios de crescimento no nosso organismo e para nos ajudar a manter o funcionamento físico e mental máximo."
2) Coma alimentos saudáveis, especialmente no café da manhã - "Se você comer alimentos ricos em açúcar e farinha, o corpo responde com um aumento da taxa glicêmica e depois com uma queda rápida. Como o cérebro precisa de níveis adequados de açúcar, não faz bem essa taxa cair."
3) Faça exercícios - "Exercícios não apenas nos deixam bonitos, eles ajudam a formar novos neurônios."
4) Evite o estresse - "O estresse danifica os neurônios e atrapalha a capacidade de aprendizado."
5) Evite álcool e drogas - O cérebro adolescente é extremamente vulnerável ao vício (muito mais que o dos adultos), e o uso dessas drogas coloca os jovens em risco. Uma vez que uma pessoa se vicia, ela deve lidar com isso pelo resto da vida. Eu sempre digo que as pessoas viciadas lembram da droga tão bem quanto lembram de suas mães, mesmo que não estejam
usando."
6) Evite bater a cabeça - "O cérebro é muito sensível ao choque de uma batida. Quedas repetidas podem gerar danos permanentes. Usem seus capacetes."
7) Siga suas paixões - "Quando você faz aquilo que ama, seu cérebro fornece as ferramentas para que você preste atenção, lembre o que está fazendo e tenha muita energia". - Marília -
Fonte: G1 globo.com
Biossegurança em laboratórios
Biossegurança em laboratórios
O imprevisível e diversificado comportamento das doenças infecciosas emergentes e reemergentes tem acarretado a discussão das condições de biossegurança nas instituições de ensino, pesquisa, desenvolvimento tecnológico e de prestação de serviços. A despeito do avanço tecnológico, o profissional de saúde está frequentemente exposto a riscos biológicos e de produtos químicos, cujo enfrentamento está consubstanciado na adequação das instalações do ambiente de trabalho e na capacitação técnica desses profissionais. O manejo e a avaliação de riscos são fundamentais para a definição de critérios e ações e visam a minimizar os riscos que podem comprometer a saúde do homem, dos animais, do meio ambiente ou a qualidade dos trabalhos desenvolvidos.
A biossegurança constitui uma área de conhecimento relativamente nova, regulada em vários países por um conjunto de leis, procedimentos ou diretrizes específicas. No Brasil, a legislação de biossegurança foi criada em 1995 e, apesar da grande incidência de doenças ocupacionais em profissionais de saúde, engloba apenas a tecnologia de engenharia genética, estabelecendo os requisitos para o manejo de organismos geneticamente modificados.
A segurança dos laboratórios e dos métodos de trabalho trans-cende aos aspectos éticos implícitos nas pesquisas com manipulação genética. Medidas de biossegurança específicas devem ser adotadas por laboratórios e aliadas a um amplo plano de educação baseado nas normas nacionais e internacionais quanto ao transporte, à conservação e à manipulação de microorganismos patogênicos.
Normas tradicionais de segurança laboratorial enfatizam o uso de boas práticas de trabalho, de equipamentos de contenção adequados, dependências bem projetadas e controles administrativos que minimizem os riscos de uma infecção acidental ou ferimentos em trabalhadores de laboratório e que evitem a contaminação do meio ambiente.
Embora os laboratórios clínicos e de pesquisas possam conter uma variedade de materiais biológicos, químicos e radioativos perigosos, até o momento existem poucos relatórios sobre o uso intencional de quaisquer desses materiais para ferir trabalhadores de laboratório ou outras pessoas.
Entretanto, há uma crescente preocupação sobre o possível uso de materiais biológicos, químicos e radioativos como agentes para o terrorismo. Em resposta a essas preocupações, as seguintes normas orientam essas questões de segurança laboratorial (por exemplo, prevenção da entrada de pessoas não autorizadas em áreas laboratoriais e prevenção da remoção não autorizada de agentes biológicos perigosos).
Os seguintes itens são oferecidos como normas para os laboratórios que usam agentes biológicos ou toxinas capazes de causa-rem doenças sérias ou fatais aos homens e aos animais. A maioria desses laboratórios estaria trabalhando sob condições de níveis de biossegurança 3 ou 4 descritas nas seções II e III. Porém, os laboratórios de pesquisa, de produção e os clínicos que trabalham com patógenos recentemente identificados, patógenos animais de alto nível e/ou toxinas não-cobertas pelas recomendações dos níveis de biossegurança 3 ou 4 deverão também seguir essas normas para minimizar as oportunidades de remoção acidental ou inten-cional dos agentes de um laboratório.
Aspectos importantes de segurança de laboratórios
1. Reconhecer que a segurança do laboratório está relatada, mas é diferente de um laboratório seguro
• Envolver profissionais com experiência em segurança e
proteção para avaliação e desenvolvimento das recomendações para um dado local ou laboratório.
Revisar as normas e os procedimentos de segurança regularmente. A administração deverá revisar as normas para garantir que estão adequadas para as condições atuais e consistentes com outras normas e procedimentos amplos do local. Os supervisores do laboratório deverão assegurar que todos os trabalhadores e visitantes de um laboratório entendam os requisitos de segurança e sejam treinados e equipados para seguirem os procedimentos estabelecidos.
• Rever as normas e os procedimentos quando ocorrer um
incidente ou quando uma nova ameaça for identificada.
2. Acesso controlado às áreas onde agentes biológicos ou toxinas
estejam sendo usados ou armazenados
• As áreas dos laboratórios e de tratamento de animais deverão ser separadas das áreas públicas dos edifícios onde se encontram localizadas.
• As áreas do laboratório ou de cuidados animais deverão ser trancadas todas as vezes.
• Os cartões-chave ou dispositivos similares deverão ser
usados para permitir a entrada nas áreas do laboratório e nas de cuidado dos animais.
• Todas as entradas (incluindo as entradas para visitantes,
trabalhadores de manutenção, trabalhadores para realização de reparos e outros que precisarem entrar ocasionalmente) deverão ser registradas por um dispositivo
semelhante a um cartão-chave (preferível) ou pela assinatura no livro de entrada.
• Somente os trabalhadores necessários para a realização de um trabalho deverão receber permissão para entrar nas áreas e nas horas que um trabalho em particular for realizado.
a. O acesso para estudantes, cientistas, etc. deverá ser
limitado ao horário em que os funcionários regulares estiverem presentes.
b. O acesso para limpeza, manutenção e consertos rotineiros deverá ser limitado ao horário em que os funcionários estiverem presentes.
• Freezers, geladeiras, cabines e outros recipientes, em que estoques de agentes biológicos, materiais clínicos ou radioativos são guardados, deverão ser trancados quando não estiverem à vista dos trabalhadores (por exemplo, quando localizados em áreas de armazenamento não freqüentadas regularmente).
3. Saber quem está nas áreas do laboratório
• Os supervisores e diretores do local deverão conhecer
todos os trabalhadores. Dependendo dos agentes biológicos envolvidos e do tipo de trabalho a ser desenvolvido, deve-se fazer uma revisão da limpeza e da segurança antes que novos funcionários sejam designados para a área de trabalho.
• Todos os trabalhadores (incluindo estudantes, cientistas visitantes e outros trabalhadores temporários) deverão usar crachás de identificação. Os crachás deverão conter no mínimo uma fotografia, o nome do indivíduo e a data de vencimento da identificação. O uso de marcadores coloridos ou de outros símbolos facilmente identificáveis sobre os crachás seria útil para a identificação e para in-dicar a liberação para a entrada em áreas restritas (por exemplo, laboratórios de NB-3 ou 4 e áreas de tratamento de animais).
• Os visitantes deverão ser identificados com crachás e acompanhados ou autorizados a entrar usando os mesmos procedimentos como os usados para trabalhadores.
4. Saber quais os materiais que estão sendo trazidos para dentro
da área laboratorial
• Todos os materiais deverão ser verificados (visualmente ou por raios-x) antes de trazidos para dentro do laboratório.
• Os pacotes contendo amostras, substâncias bacterianas ou isoladas ou toxinas deverão ser abertos em uma ca bine de segurança ou em outro dispositivo de contenção adequado.
5. Saber quais materiais estão sendo removidos da área laboratorial
• Os materiais/toxinas biológicas que serão removidos para outros laboratórios deverão ser embalados e rotula- dos de acordo com todos os regulamentos locais, federais e internacionais aplicáveis.
a. As licenças necessárias (por exemplo, PHS, DOT, DOC, USDA) deverão ser obtidas antes que os materiais sejam acondicionados e rotulados.
b. Os recipientes (de preferência) ou o local de recebimento dos materiais deverão ser conhecidos pelo remetente. Este deverá fazer um esforço para assegurar que os materiais sejam enviados para um local
equipado com recursos para manipular os materiais com segurança.
• O transporte manual de materiais e toxinas biológicas para outros laboratórios é considerado inadequado. Se os materiais ou toxinas biológicas a serem carregados manualmente forem transportados por carregadores comuns, todos os regulamentos deverão ser seguidos.
Materiais contaminados ou possivelmente contaminados deverão ser descontaminados antes de sair da área do laboratório. Os materiais químicos e radioativos deverão ser descartados de acordo com os regulamentos locais, federais e estaduais.
6. Tenha um plano de emergência
• O controle do acesso às áreas do laboratório poderá fazer
com que os procedimentos de emergência sejam dificultados Esse fato deverá ser considerado quando os planos de emergência forem desenvolvidos.
a. Uma avaliação da área laboratorial pelos funcionários do local, com profissionais de fora, se necessário, para a identificação dos aspectos de segurança e proteção, deverá ser conduzida antes que um plano
de emergência seja desenvolvido.
b. Os administradores, diretores, principais pesquisadores e trabalhadores do laboratório e os trabalhadores responsáveis pela segurança do local deverão estar envolvidos no planejamento de emergência.
c. A polícia, o corpo de bombeiros ou outras pessoas envolvidas em situações de emergência deverão ser informados quanto aos tipos de materiais biológicos em uso nas áreas laboratoriais e deverão dar uma
assistência ao planejamento dos procedimentos de emergência nas áreas laboratoriais.
d. Os planos deverão incluir a provisão de uma notificação imediata aos diretores e trabalhadores do laboratório e pessoas encarregadas pela segurança ou outros indivíduos quando ocorrer uma emergência, de maneira que possam lidar com as questões de biossegurança caso ocorram.
* O planejamento de emergência laboratorial deverá ser coordenado com planos de expansão. Fatores como ameaças de bombas, problemas climáticos (furacão e inundação), terremotos, falta de energia e outros desastres naturais (ou não-naturais) deverão ser considerados quando o plano de emergência estiver sendo desenvolvido.
7. Possua um protocolo para relato de incidentes
• Os diretores do laboratório, em cooperação com os encarregados pela segurança e proteção do local, deverão ter normas e procedimentos no local para relatar e investigar os incidentes ou possíveis incidentes (por exemplo, visitantes sem documentos, desaparecimento de substâncias químicas, telefonemas incomuns ou ameaçadores).
Fonte: Expolabor News
O imprevisível e diversificado comportamento das doenças infecciosas emergentes e reemergentes tem acarretado a discussão das condições de biossegurança nas instituições de ensino, pesquisa, desenvolvimento tecnológico e de prestação de serviços. A despeito do avanço tecnológico, o profissional de saúde está frequentemente exposto a riscos biológicos e de produtos químicos, cujo enfrentamento está consubstanciado na adequação das instalações do ambiente de trabalho e na capacitação técnica desses profissionais. O manejo e a avaliação de riscos são fundamentais para a definição de critérios e ações e visam a minimizar os riscos que podem comprometer a saúde do homem, dos animais, do meio ambiente ou a qualidade dos trabalhos desenvolvidos.
A biossegurança constitui uma área de conhecimento relativamente nova, regulada em vários países por um conjunto de leis, procedimentos ou diretrizes específicas. No Brasil, a legislação de biossegurança foi criada em 1995 e, apesar da grande incidência de doenças ocupacionais em profissionais de saúde, engloba apenas a tecnologia de engenharia genética, estabelecendo os requisitos para o manejo de organismos geneticamente modificados.
A segurança dos laboratórios e dos métodos de trabalho trans-cende aos aspectos éticos implícitos nas pesquisas com manipulação genética. Medidas de biossegurança específicas devem ser adotadas por laboratórios e aliadas a um amplo plano de educação baseado nas normas nacionais e internacionais quanto ao transporte, à conservação e à manipulação de microorganismos patogênicos.
Normas tradicionais de segurança laboratorial enfatizam o uso de boas práticas de trabalho, de equipamentos de contenção adequados, dependências bem projetadas e controles administrativos que minimizem os riscos de uma infecção acidental ou ferimentos em trabalhadores de laboratório e que evitem a contaminação do meio ambiente.
Embora os laboratórios clínicos e de pesquisas possam conter uma variedade de materiais biológicos, químicos e radioativos perigosos, até o momento existem poucos relatórios sobre o uso intencional de quaisquer desses materiais para ferir trabalhadores de laboratório ou outras pessoas.
Entretanto, há uma crescente preocupação sobre o possível uso de materiais biológicos, químicos e radioativos como agentes para o terrorismo. Em resposta a essas preocupações, as seguintes normas orientam essas questões de segurança laboratorial (por exemplo, prevenção da entrada de pessoas não autorizadas em áreas laboratoriais e prevenção da remoção não autorizada de agentes biológicos perigosos).
Os seguintes itens são oferecidos como normas para os laboratórios que usam agentes biológicos ou toxinas capazes de causa-rem doenças sérias ou fatais aos homens e aos animais. A maioria desses laboratórios estaria trabalhando sob condições de níveis de biossegurança 3 ou 4 descritas nas seções II e III. Porém, os laboratórios de pesquisa, de produção e os clínicos que trabalham com patógenos recentemente identificados, patógenos animais de alto nível e/ou toxinas não-cobertas pelas recomendações dos níveis de biossegurança 3 ou 4 deverão também seguir essas normas para minimizar as oportunidades de remoção acidental ou inten-cional dos agentes de um laboratório.
Aspectos importantes de segurança de laboratórios
1. Reconhecer que a segurança do laboratório está relatada, mas é diferente de um laboratório seguro
• Envolver profissionais com experiência em segurança e
proteção para avaliação e desenvolvimento das recomendações para um dado local ou laboratório.
Revisar as normas e os procedimentos de segurança regularmente. A administração deverá revisar as normas para garantir que estão adequadas para as condições atuais e consistentes com outras normas e procedimentos amplos do local. Os supervisores do laboratório deverão assegurar que todos os trabalhadores e visitantes de um laboratório entendam os requisitos de segurança e sejam treinados e equipados para seguirem os procedimentos estabelecidos.
• Rever as normas e os procedimentos quando ocorrer um
incidente ou quando uma nova ameaça for identificada.
2. Acesso controlado às áreas onde agentes biológicos ou toxinas
estejam sendo usados ou armazenados
• As áreas dos laboratórios e de tratamento de animais deverão ser separadas das áreas públicas dos edifícios onde se encontram localizadas.
• As áreas do laboratório ou de cuidados animais deverão ser trancadas todas as vezes.
• Os cartões-chave ou dispositivos similares deverão ser
usados para permitir a entrada nas áreas do laboratório e nas de cuidado dos animais.
• Todas as entradas (incluindo as entradas para visitantes,
trabalhadores de manutenção, trabalhadores para realização de reparos e outros que precisarem entrar ocasionalmente) deverão ser registradas por um dispositivo
semelhante a um cartão-chave (preferível) ou pela assinatura no livro de entrada.
• Somente os trabalhadores necessários para a realização de um trabalho deverão receber permissão para entrar nas áreas e nas horas que um trabalho em particular for realizado.
a. O acesso para estudantes, cientistas, etc. deverá ser
limitado ao horário em que os funcionários regulares estiverem presentes.
b. O acesso para limpeza, manutenção e consertos rotineiros deverá ser limitado ao horário em que os funcionários estiverem presentes.
• Freezers, geladeiras, cabines e outros recipientes, em que estoques de agentes biológicos, materiais clínicos ou radioativos são guardados, deverão ser trancados quando não estiverem à vista dos trabalhadores (por exemplo, quando localizados em áreas de armazenamento não freqüentadas regularmente).
3. Saber quem está nas áreas do laboratório
• Os supervisores e diretores do local deverão conhecer
todos os trabalhadores. Dependendo dos agentes biológicos envolvidos e do tipo de trabalho a ser desenvolvido, deve-se fazer uma revisão da limpeza e da segurança antes que novos funcionários sejam designados para a área de trabalho.
• Todos os trabalhadores (incluindo estudantes, cientistas visitantes e outros trabalhadores temporários) deverão usar crachás de identificação. Os crachás deverão conter no mínimo uma fotografia, o nome do indivíduo e a data de vencimento da identificação. O uso de marcadores coloridos ou de outros símbolos facilmente identificáveis sobre os crachás seria útil para a identificação e para in-dicar a liberação para a entrada em áreas restritas (por exemplo, laboratórios de NB-3 ou 4 e áreas de tratamento de animais).
• Os visitantes deverão ser identificados com crachás e acompanhados ou autorizados a entrar usando os mesmos procedimentos como os usados para trabalhadores.
4. Saber quais os materiais que estão sendo trazidos para dentro
da área laboratorial
• Todos os materiais deverão ser verificados (visualmente ou por raios-x) antes de trazidos para dentro do laboratório.
• Os pacotes contendo amostras, substâncias bacterianas ou isoladas ou toxinas deverão ser abertos em uma ca bine de segurança ou em outro dispositivo de contenção adequado.
5. Saber quais materiais estão sendo removidos da área laboratorial
• Os materiais/toxinas biológicas que serão removidos para outros laboratórios deverão ser embalados e rotula- dos de acordo com todos os regulamentos locais, federais e internacionais aplicáveis.
a. As licenças necessárias (por exemplo, PHS, DOT, DOC, USDA) deverão ser obtidas antes que os materiais sejam acondicionados e rotulados.
b. Os recipientes (de preferência) ou o local de recebimento dos materiais deverão ser conhecidos pelo remetente. Este deverá fazer um esforço para assegurar que os materiais sejam enviados para um local
equipado com recursos para manipular os materiais com segurança.
• O transporte manual de materiais e toxinas biológicas para outros laboratórios é considerado inadequado. Se os materiais ou toxinas biológicas a serem carregados manualmente forem transportados por carregadores comuns, todos os regulamentos deverão ser seguidos.
Materiais contaminados ou possivelmente contaminados deverão ser descontaminados antes de sair da área do laboratório. Os materiais químicos e radioativos deverão ser descartados de acordo com os regulamentos locais, federais e estaduais.
6. Tenha um plano de emergência
• O controle do acesso às áreas do laboratório poderá fazer
com que os procedimentos de emergência sejam dificultados Esse fato deverá ser considerado quando os planos de emergência forem desenvolvidos.
a. Uma avaliação da área laboratorial pelos funcionários do local, com profissionais de fora, se necessário, para a identificação dos aspectos de segurança e proteção, deverá ser conduzida antes que um plano
de emergência seja desenvolvido.
b. Os administradores, diretores, principais pesquisadores e trabalhadores do laboratório e os trabalhadores responsáveis pela segurança do local deverão estar envolvidos no planejamento de emergência.
c. A polícia, o corpo de bombeiros ou outras pessoas envolvidas em situações de emergência deverão ser informados quanto aos tipos de materiais biológicos em uso nas áreas laboratoriais e deverão dar uma
assistência ao planejamento dos procedimentos de emergência nas áreas laboratoriais.
d. Os planos deverão incluir a provisão de uma notificação imediata aos diretores e trabalhadores do laboratório e pessoas encarregadas pela segurança ou outros indivíduos quando ocorrer uma emergência, de maneira que possam lidar com as questões de biossegurança caso ocorram.
* O planejamento de emergência laboratorial deverá ser coordenado com planos de expansão. Fatores como ameaças de bombas, problemas climáticos (furacão e inundação), terremotos, falta de energia e outros desastres naturais (ou não-naturais) deverão ser considerados quando o plano de emergência estiver sendo desenvolvido.
7. Possua um protocolo para relato de incidentes
• Os diretores do laboratório, em cooperação com os encarregados pela segurança e proteção do local, deverão ter normas e procedimentos no local para relatar e investigar os incidentes ou possíveis incidentes (por exemplo, visitantes sem documentos, desaparecimento de substâncias químicas, telefonemas incomuns ou ameaçadores).
Fonte: Expolabor News
10.07.2008
A cura do câncer é uma das maiores aspirações da humanidade
CÂNCER - POR QUE A LUTA AINDA É TÃO DIFÍCIL
06/10/2008
Há 40 anos a ciência fez da guerra contra a doença uma prioridade. Ainda assim, combatê-la é uma tarefa penosa - como mostra a luta do vice-presidente José Alencar. A cura do câncer é uma das maiores aspirações da humanidade. Quanto mais a ciência aprende sobre a doença, no entanto, menos realista esse objetivo parece. Sabe-se hoje que câncer é um nome genérico para mais de 200 doenças diferentes, com formas de disseminação peculiares e diversos graus de agressividade. É improvável que surja uma solução única, capaz de eliminar todas as formas do mal. Ele é um inimigo antigo - em 1600 a.C., a luta contra um tumor de mama ficou registrada num papiro egípcio. A partir do século XIX, a ciência conseguiu reunir um arsenal capaz de fazer frente a ele. Os médicos o atacam com emissões de raios X, com coquetéis de drogas, com bisturis e agulhas. Ainda assim, o câncer resiste. No Brasil, a mortalidade por câncer aumenta, em vez de recuar. Em 2008, pelo menos 466 mil casos novos surgirão no país. E 141 mil famílias deverão sofrer a perda de um parente. A multiplicação de descobertas sobre a doença enche a sociedade de esperanças. E há mesmo o que comemorar. Em alguns tipos de câncer, como o de mama, é possível salvar a maioria das pacientes. Mas receber o diagnóstico é o passaporte para uma realidade duríssima. O combate exige persistência, disposição, recursos - como revela a luta do vice-presidente, José Alencar. O rosto pálido e o incômodo provocado pelo corte cirúrgico de 40 centímetros no abdome eram, há duas semanas, os únicos sinais evidentes da mais recente batalha de Alencar contra o câncer. Quando me recebeu em seu apartamento, em São Paulo, ele era o mesmo de sempre. Expedito, objetivo, otimista. Não parecia ter enfrentado dias antes uma complicada operação de seis horas para extirpar três novos tumores. Eram do tipo sarcoma, câncer que ocorre em tecidos como músculo, gordura, nervos. Estavam alojados numa membrana perto das alças intestinais. É a sétima vez em dois anos que Alencar enfrenta esse tipo de tumor. Dois dias depois de deixar o hospital, Alencar governava o país de seu ensolarado escritório residencial. O presidente Lula estava em Nova York. O vice decidiu não se licenciar do cargo. De casa, sancionou algumas leis. Uma delas é a que proibiu letras miúdas em contratos. "Sancionei com grande satisfação. Agora, só com corpo 12". Com uma simplicidade cativante, o vice-presidente adoçou meu café e me serviu. Dona Mariza estava às voltas com a máquina de lavar. As empregadas já haviam saído porque logo o casal fecharia a casa e voaria para Brasília. Nos pensamentos de Alencar, a doença está em segundo plano. Mas está lá. O primeiro sarcoma foi extraído numa cirurgia realizada em julho de 2006. A análise do tumor revelou que não fora possível retirá-lo completamente. Haviam sobrado células malignas às margens dele. Após alguns meses indetectável, o câncer sempre reaparece. Alencar já tentou de tudo, inclusive o que há de mais moderno: sucessivas cirurgias, quimioterapia, radiofreqüência (um método para destruir o tumor por meio de uma fonte de calor), novas drogas. De alguma forma, esses recursos contribuíram para retardar a progressão da doença. Mas não há garantia de cura. "Perguntei ao médico qual é minha chance de ficar curado. Ele disse que é de 50%. Isso para mim é uma beleza", afirma. Prever quanto tempo um paciente de câncer vai viver é uma das tarefas mais inglórias da medicina. É possível estimar a sobrevida média com base no acompanhamento de determinado número de casos. Estatísticas, porém, são freqüentemente contrariadas por histórias individuais de sucesso ou insucesso. A longa convivência de Alencar com o câncer parece tê-lo deixado mais confiante. Ele luta contra a doença desde 1997, quando descobriu um tumor no rim direito. Nos anos seguintes, teve câncer no estômago e na próstata. Livrou-se de todos eles enquanto construiu uma carreira política. Elegeu-se senador em 1998, chegou à Vice-Presidência quatro anos depois e reelegeu-se em 2006. Para vencer o sarcoma recorrente, Alencar diz estar disposto a enfrentar outras cirurgias, quimioterapia e o que mais for necessário. "O inimigo é poderoso. É preciso enfrentá-lo com grossos calibres", diz. É difícil apontar outros brasileiros com câncer que tenham recebido tantos cuidados médicos e tratamentos modernos quanto ele. Alencar tem acesso a tudo. É um milionário que nasceu pobre na Zona da Mata mineira e, com muito trabalho, fundou a Coteminas, um dos maiores grupos têxteis do país. Tem todo o direito de gastar quanto quiser na tentativa de se livrar da doença. É difícil, até para a família, calcular quanto já foi gasto em 11 anos de luta contra o câncer. Segundo o vice-presidente, a maior parte das despesas é coberta pelo seguro-saúde Amil, que custa R$ 4.100 mensais ao casal Alencar e Mariza. O plano de saúde paga quase todos os remédios e o atendimento no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. Despesas extras são pagas pela família. Uma delas foi a cirurgia para extração de um dos sarcomas realizada em novembro de 2006 no Memorial Sloan-Kettering Cancer Center, em Nova York. Custou US$ 88 mil. O plano de saúde reembolsou metade do valor. Freqüentemente Alencar é surpreendido por gentilezas que talvez não recebesse caso não fosse vice-presidente. Em outubro de 2007, o médico Murray Brennan, considerado o maior especialista do mundo em cirurgias de sarcoma, que já o havia operado em Nova York, veio ao Brasil atendê-lo no Sírio-Libanês. Estava em Dubai, nos Emirados Árabes, e veio a São Paulo com as despesas pagas pela família. Depois da operação, Alencar quis pagar pelo procedimento. Brennan não aceitou receber pagamento. Disse que gostaria de levar para o neto de 8 anos uma camisa da Seleção Brasileira autografada por um craque. Alencar telefonou para Ricardo Teixeira, da Confederação Brasileira de Futebol, e ele providenciou uma camisa autografada por vários jogadores. Enquanto me contava essa história, o vice-presidente chorou. "Até hoje não sei por que o doutor Brennan não cobrou. Acho que foi uma demonstração de apreço muito grande pelo meu país", disse, enquanto enxugava o rosto num lenço branco. A mesma atenção especial Alencar recebeu quando precisou do remédio Yondelis, importado da Espanha, em julho. Trata-se de um quimioterápico novo. Cada aplicação custa cerca de R$ 12 mil. O vice-presidente pediu a um funcionário da embaixada brasileira em Madri que comprasse o remédio. O fabricante não aceitou pagamento e ainda mandou duas cientistas a São Paulo para acompanhar as aplicações. A droga não deteve a doença. Um novo tumor apareceu. Se nem uma pessoa com tantos recursos como o vice-presidente consegue se livrar da doença, que dizer dos outros milhares de pacientes? As histórias de sofrimento despertam um sentimento de insatisfação. Embora a ciência do câncer tenha avançado muito nas últimas quatro décadas, o conhecimento não tem levado ao surgimento de tratamentos eficazes na velocidade que a sociedade espera e necessita. Nos Estados Unidos, essa sensação desencadeou a criação de um movimento que pretende repensar o combate à doença. Desde que o presidente americano Richard Nixon declarou guerra ao câncer, em 1971, o governo dos Estados Unidos, fundações privadas e empresas gastaram cerca de US$ 200 bilhões em busca de curas. O dinheiro produziu cerca de 1,5 milhão de artigos científicos e permitiu o surgimento de tratamentos mais poderosos e ao mesmo tempo mais toleráveis em termos de reações adversas. Os pacientes vivem mais e com maior qualidade de vida. Em inúmeros casos, porém, nem os recursos mais avançados impedem que eles morram de câncer pouco tempo depois. Em algumas formas da doença, os índices de cura continuam muito baixos. O câncer de pulmão, provocado pelo cigarro em nove de cada dez casos, é o mais comum no mundo e um dos mais letais. Cerca de 10% dos pacientes estão vivos cinco anos depois do diagnóstico. No caso de tumores cerebrais, também há pouca coisa a oferecer. O tratamento-padrão é composto de cirurgia, radioterapia e quimioterapia. Como é difícil debelar o câncer com esses métodos, há várias alternativas em teste, como radiocirurgia, novas drogas e vacinas para estimular o sistema imune a lutar contra a doença. A maioria dos pacientes, no entanto, vive poucos meses depois do diagnóstico. O câncer de pâncreas é outro desafio. Não existe um exame específico para detecção precoce. Por isso, apenas 7% dos casos são descobertos no início. A quimioterapia e a radioterapia não costumam surtir o efeito desejado. Há pouco conhecimento sobre os mecanismos que levam a esse tipo de câncer. Por isso, até as drogas mais modernas têm se mostrado pouco eficazes. Embora seja encorajador contar histórias de sobreviventes do câncer - e dos progressos que tornaram isso possível -, não se deve perder de vista o outro lado dessa equação: muita gente ainda morre de câncer. CHANCES DE SOBREVIVER - A cada ano, ocorre uma morte a cada três novos casos de câncer no Brasil. Alguns tumores são mais agressivos e difíceis de tratar: Pulmão - 1 morte a cada 1,5 caso; Esôfago 1 morte a cada 1,5 caso; Estômago - 1 morte a cada 1,8 caso. Leucemia - 1 morte a cada 1,8 caso; Colorretal - 1 morte a cada 2,6 casos; Pele (do tipo melanoma) 1 morte; a cada 4,3 casos; Mama; 1 morte a cada 4,5 casos; Próstata - 1 morte à cada 4,6 casos; Pele (do tipo não-melanoma) - 1 morte a cada 77,8 casos. Nos Estados Unidos, o câncer firmou-se como a primeira causa de morte, ultrapassando as doenças cardiovasculares. Neste ano, 565 mil americanos deverão ser mortos pela doença. Os casos de câncer (mais comuns em idades avançadas) aumentam porque a população está tendo a chance de envelhecer, em vez de morrer precocemente de males do coração ou de doenças infecciosas. De certa forma, essa é uma boa notícia. Não é aceitável, porém, que a mortalidade continue tão elevada mesmo com tanto investimento em pesquisa, diagnóstico e tratamento. Em 1975, morriam de câncer 199 pessoas a cada 100 mil habitantes nos Estados Unidos. Em 2005, a taxa havia caído para 184 mortes por 100 mil. Quando analisamos especificamente alguns tipos de câncer, a situação piorou. A taxa de mortalidade por câncer de pulmão, por exemplo, subiu de 43 para 53 por 100 mil pessoas entre 1975 e 2005. No Brasil, o câncer é a segunda causa de morte (atrás das doenças cardiovasculares). Ao contrário do que aconteceu nos Estados Unidos, a média de mortalidade por câncer (considerando-se todos os tipos) cresceu no país. Em 1979, 86 homens a cada 100 mil morriam de câncer. Em 2005, houve 108 mortes a cada 100 mil pessoas do sexo masculino (26% a mais). Entre as mulheres, o índice era de 63 por 100 mil em 1979. Subiu para 76 em 2005 (20% a mais). O que explica os números brasileiros? A mortalidade por câncer aumenta porque há pouca atenção às medidas de prevenção, falta diagnóstico precoce e acesso a tratamentos adequados. "Há muitas falhas no sistema de saúde. Quando o cidadão não consegue fazer um exame simples na unidade mais básica, perde a chance de descobrir o câncer precocemente e se tratar", diz Luiz Antonio Santini, diretor-geral do Instituto Nacional do Câncer. "Isso vai sair caro para o sistema e trazer um enorme prejuízo para a pessoa". Além de garantir o básico - diagnóstico e tratamento no caso de tumores contra os quais já existem recursos eficazes -, é possível fazer com que a ciência ande mais rápido e salve quem atualmente tem poucas esperanças? O que fazer para que o conhecimento adquirido na bancada dos laboratórios se transforme rapidamente em soluções aplicáveis à beira do leito? Para alguns críticos do funcionamento-padrão da maioria dos projetos, é preciso arriscar mais. As principais pesquisas sobre câncer são financiadas nos Estados Unidos pelo National Cancer Institute (NCI). O órgão é estruturado para agir com muita cautela. A verba da instituição para pesquisa ficou estacionada em US$ 4,8 bilhões nos últimos três anos. "Quando o dinheiro é escasso, tudo se torna mais conservador", afirma Curtis Harris, pesquisador do NCI. A colaboração entre os cientistas fica prejudicada porque os pesquisadores guardam seus trabalhos em segredo enquanto entram na longa fila do financiamento. Uma nova forma de fazer pesquisa está sendo proposta por grupos organizados de pacientes e empresários que apóiam a causa do câncer. Um deles é o movimento Stand Up to Cancer (SU2C). Em português, algo como Enfrente o Câncer. Trata-se de um grupo fundado por executivos de Hollywood e apoiado pelas principais empresas de mídia. No início de setembro, o grupo organizou um programa de TV para arrecadar dinheiro para pesquisa. Num único dia, chegou-se à soma de US$ 100 milhões. A idéia é financiar apenas projetos que poderão render tratamentos dentro de um período de tempo definido. Os projetos serão selecionados por um comitê dirigido pelo Nobel de Medicina Philip Sharp, do Massachusetts Institute of Technology (MIT). Cerca de 20% dos fundos irão para projetos muito inovadores e de alto risco. Um dos inspiradores da SU2C foi Judah Folkman, morto no início do ano. Folkman afirmava que a criação de novos vasos sanguíneos (angiogênese) ao redor do tumor era o que o alimentava e fazia crescer. Para matar o câncer seria necessário evitar a formação desses novos vasos. A teoria dele foi vista com descrédito durante décadas. Recentemente, a idéia foi reabilitada e tornou-se a base da droga Avastin, usada principalmente contra o câncer colorretal. O grupo quer evitar que outros Folkmans deixem de inovar por falta de dinheiro.
POR QUE A MORTALIDADE NÃO CAI NO BRASIL - O envelhecimento da população produz mais casos de câncer - Os brasileiros dão pouca atenção à prevenção. O cigarro provoca 30% das mortes. Alimentação saudável, atividade física e proteção solar reduzem o risco. ShutterStock - O diagnóstico precoce ocorre na minoria dos casos. A espera por uma mamografia no SUS pode levar meses. O acesso ao tratamento é desigual no país. Cerca de 90 mil pacientes não conseguirão fazer radioterapia em 2008. As drogas modernas raramente são oferecidas pelo SUS. O SU2C não é o único grupo independente que decidiu propor uma nova forma de fazer pesquisa. A Fundação para a Pesquisa do Mieloma Múltiplo financia trabalhos conduzidos cooperativamente por vários grupos. Em quatro anos, surgiram quatro novas drogas contra a doença, um câncer raro que afeta a medula. A instituição está desenvolvendo outras 30 drogas, metade delas já em fase de estudos clínicos. É compreensível que as pessoas - doentes ou parentes de doentes - tenham urgência de resultados, mas não é justo culpar a ciência pelo fato de ainda não ter surgido a cura do câncer. "Um tumor é mais inteligente que cem cientistas brilhantes", diz Otis Brawley, da American Cancer Society. A pesquisa precisa melhorar. Mas não significa que esteja no caminho errado. "Idéias absolutamente originais não aparecem com freqüência. A maioria dos projetos é baseada em dados preliminares. É assim que a ciência caminha", diz Luiz Fernando Lima Reis, diretor do Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. Vem ganhando força, por exemplo, uma hipótese antiga sobre o papel das células-tronco no desenvolvimento do câncer. Elas são responsáveis pela formação de todos os tecidos do organismo. Ao se dividir, cada célula-tronco dá origem a duas novas células. Uma é a do tecido necessário para determinado órgão. A segunda é uma nova célula-tronco. A malformação dessas células durante a divisão parece originar o câncer. Se a hipótese for confirmada, poderão surgir drogas capazes de matar a célula matriz e assim impedir a formação de descendentes malignas. Apesar da expectativa por mais recursos contra o câncer, é inegável que avanços importantes foram conquistados nas últimas décadas. Eles reduziram o sofrimento dos pacientes e salvaram muita gente. Devem ser lembrados e servir de inspiração para a melhoria das tantas carências que ainda temos. O combate à leucemia infantil e outros cânceres hematológicos avançou extraordinariamente. Nos anos 60, as crianças sobreviviam poucos meses. Hoje, mais de 70% dos casos são curáveis. Apenas 10% das crianças com tumores cerebrais sobreviviam na década de 70. Atualmente o índice é de 45%. O câncer de mama deixou de ser sinônimo de mutilação e morte. A maioria das pacientes pode ser salva quando o tumor é descoberto precocemente. O maior pesadelo masculino - o câncer de próstata - também pôde ser amenizado. Cirurgias modernas, tratamento com hormônios e métodos como a braquiterapia (implante de sementes radioativas que destroem as células malignas) elevaram as chances de cura e reduziram o risco de efeitos colaterais devastadores como impotência e incontinência urinária. A quimioterapia complementar, depois da cirurgia, permitiu ampliar as chances de cura do câncer de pulmão, embora ele continue sendo um dos maiores desafios dos oncologistas. Histórias de sucesso começam a se tornar menos raras. É o caso do ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos. Dias atrás um empresário foi ao escritório dele e estranhou a presença de pedreiros reformando o imóvel novo. Não era uma reforma, era uma ampliação. Thomaz Bastos comprara o escritório vizinho, para dobrar o tamanho do seu. "Dobrar o escritório aos 73 anos?", perguntou o cliente. Resposta de Thomaz Bastos: "Nasci de novo. Para mim, a vida começou depois dos 70". A notícia do câncer no pulmão surpreendeu Thomaz Bastos em maio do ano passado, 40 dias depois de sua saída do governo Lula, e acabou com o sonho de uma vida preguiçosa que pretendia levar. "Meu plano era vadiar: ficar mais tempo na praia, trabalhar pouco". Quando recebeu o diagnóstico, a primeira reação foi de raiva. Segundo Drauzio Varella, seu médico, a culpa foi dos mais de 20 anos de cigarro. Uma cirurgia extirpou-lhe a metade superior do pulmão esquerdo. Ele enfrentou 16 sessões de quimioterapia. "Tomava aquele veneno uma semana sim, duas não". Recebeu alta no fim do ano passado. Emagreceu 6 quilos, usa carro o mínimo possível e fez cirurgia para corrigir o astigmatismo que o acompanhava desde os 15 anos de idade - hoje precisa de óculos só para ler. Abandonou a idéia de pendurar a toga. "Agora eu quero trabalhar muito, ganhar dinheiro, pegar grandes causas", diz. "É por isso que estou dobrando o escritório e comprei uma cobertura de 700 metros quadrados que só ficará pronta daqui a quatro anos. Meus planos são todos de longo prazo". Thomaz Bastos tornou-se um antitabagista ferrenho. O comportamento individual tem uma enorme importância na luta global contra o câncer. Não adianta esperar milagres da ciência se cada cidadão não fizer o que está a seu alcance para prevenir a doença. A maior parte dos casos é evitável. Não fumar e evitar o fumo passivo é a melhor medida para reduzir o risco de câncer (confira o que você pode fazer para prevenir a doença na página seguinte). Quando viaja pelo Brasil, freqüentemente o vice-presidente, José Alencar, é abordado por cidadãos que cobram melhorias no atendimento ao câncer. Alencar conhece os problemas, mas não tem soluções prontas. Pediu ao ministro da Saúde, José Gomes Temporão, que estudasse a possibilidade de oferecer em cada capital um equipamento PET, aquele que faz um escaneamento completo do corpo e detecta alterações metabólicas que podem ser indícios de câncer. Embora seja sofisticado, o equipamento falha em 30% dos casos. Não parece ser a solução para um país cheio de carências básicas no atendimento ao câncer. Converse com qualquer médico e ele vai contar histórias de quem esperou meses por uma endoscopia e, quando conseguiu realizar o exame, tinha um câncer avançado no estômago. Ou de mulheres que só conseguiram fazer uma mamografia depois que o tumor já era grande o suficiente para ser notado até mesmo sem o exame. A classe média, atendida por planos de saúde menos abrangentes que o do vice-presidente, até consegue realizar os exames num prazo adequado. Quando precisa de tratamento, porém, a situação se complica. A maioria dos planos de saúde não paga as formas mais modernas de radioterapia nem quimioterapia oral. Muitas das drogas mais novas, no entanto, são em forma de comprimido. O custo do tratamento pode chegar a R$ 50 mil por mês e elas não são oferecidas pelo SUS. As economias de uma vida inteira, os imóveis que seriam herdados pelos filhos desaparecem em poucos meses. É por isso que cada vez mais doentes exigem na Justiça que o Estado arque com o tratamento. Mesmo quando não há nenhuma indicação de que o remédio solicitado fará efeito naquele paciente. Às vezes, o doente morre alguns dias depois de o Estado ter arcado com gastos enormes e a Secretaria de Saúde deixa de usar o dinheiro de uma forma mais inteligente. "Está muito difícil praticar oncologia no Brasil", diz André Murad, professor da Universidade Federal de Minas Gerais. Ele diz entender que o SUS não possa pagar tratamentos experimentais ou drogas caríssimas que prolongam a vida por poucas semanas. "Mas o SUS não está oferecendo nem mesmo remédios que comprovadamente aumentam a sobrevida dos pacientes". Não há comprovação de que a droga oral que o vice-presidente José Alencar vai começar a tomar funcione em casos como o dele. O remédio foi desenvolvido para bloquear a formação de vasos sanguíneos que alimentam os tumores (a idéia essencial de Folkman). Diante da falta de opções, Alencar está disposto a correr o risco. Diz não ter medo da morte. "Ninguém sabe o que é a morte. E se for uma coisa boa? E se eu puder encontrar meus pais?" Alencar é uma pessoa notável. Como tantos brasileiros, torço por ele.
Fonte: ÉPOCA
06/10/2008
Há 40 anos a ciência fez da guerra contra a doença uma prioridade. Ainda assim, combatê-la é uma tarefa penosa - como mostra a luta do vice-presidente José Alencar. A cura do câncer é uma das maiores aspirações da humanidade. Quanto mais a ciência aprende sobre a doença, no entanto, menos realista esse objetivo parece. Sabe-se hoje que câncer é um nome genérico para mais de 200 doenças diferentes, com formas de disseminação peculiares e diversos graus de agressividade. É improvável que surja uma solução única, capaz de eliminar todas as formas do mal. Ele é um inimigo antigo - em 1600 a.C., a luta contra um tumor de mama ficou registrada num papiro egípcio. A partir do século XIX, a ciência conseguiu reunir um arsenal capaz de fazer frente a ele. Os médicos o atacam com emissões de raios X, com coquetéis de drogas, com bisturis e agulhas. Ainda assim, o câncer resiste. No Brasil, a mortalidade por câncer aumenta, em vez de recuar. Em 2008, pelo menos 466 mil casos novos surgirão no país. E 141 mil famílias deverão sofrer a perda de um parente. A multiplicação de descobertas sobre a doença enche a sociedade de esperanças. E há mesmo o que comemorar. Em alguns tipos de câncer, como o de mama, é possível salvar a maioria das pacientes. Mas receber o diagnóstico é o passaporte para uma realidade duríssima. O combate exige persistência, disposição, recursos - como revela a luta do vice-presidente, José Alencar. O rosto pálido e o incômodo provocado pelo corte cirúrgico de 40 centímetros no abdome eram, há duas semanas, os únicos sinais evidentes da mais recente batalha de Alencar contra o câncer. Quando me recebeu em seu apartamento, em São Paulo, ele era o mesmo de sempre. Expedito, objetivo, otimista. Não parecia ter enfrentado dias antes uma complicada operação de seis horas para extirpar três novos tumores. Eram do tipo sarcoma, câncer que ocorre em tecidos como músculo, gordura, nervos. Estavam alojados numa membrana perto das alças intestinais. É a sétima vez em dois anos que Alencar enfrenta esse tipo de tumor. Dois dias depois de deixar o hospital, Alencar governava o país de seu ensolarado escritório residencial. O presidente Lula estava em Nova York. O vice decidiu não se licenciar do cargo. De casa, sancionou algumas leis. Uma delas é a que proibiu letras miúdas em contratos. "Sancionei com grande satisfação. Agora, só com corpo 12". Com uma simplicidade cativante, o vice-presidente adoçou meu café e me serviu. Dona Mariza estava às voltas com a máquina de lavar. As empregadas já haviam saído porque logo o casal fecharia a casa e voaria para Brasília. Nos pensamentos de Alencar, a doença está em segundo plano. Mas está lá. O primeiro sarcoma foi extraído numa cirurgia realizada em julho de 2006. A análise do tumor revelou que não fora possível retirá-lo completamente. Haviam sobrado células malignas às margens dele. Após alguns meses indetectável, o câncer sempre reaparece. Alencar já tentou de tudo, inclusive o que há de mais moderno: sucessivas cirurgias, quimioterapia, radiofreqüência (um método para destruir o tumor por meio de uma fonte de calor), novas drogas. De alguma forma, esses recursos contribuíram para retardar a progressão da doença. Mas não há garantia de cura. "Perguntei ao médico qual é minha chance de ficar curado. Ele disse que é de 50%. Isso para mim é uma beleza", afirma. Prever quanto tempo um paciente de câncer vai viver é uma das tarefas mais inglórias da medicina. É possível estimar a sobrevida média com base no acompanhamento de determinado número de casos. Estatísticas, porém, são freqüentemente contrariadas por histórias individuais de sucesso ou insucesso. A longa convivência de Alencar com o câncer parece tê-lo deixado mais confiante. Ele luta contra a doença desde 1997, quando descobriu um tumor no rim direito. Nos anos seguintes, teve câncer no estômago e na próstata. Livrou-se de todos eles enquanto construiu uma carreira política. Elegeu-se senador em 1998, chegou à Vice-Presidência quatro anos depois e reelegeu-se em 2006. Para vencer o sarcoma recorrente, Alencar diz estar disposto a enfrentar outras cirurgias, quimioterapia e o que mais for necessário. "O inimigo é poderoso. É preciso enfrentá-lo com grossos calibres", diz. É difícil apontar outros brasileiros com câncer que tenham recebido tantos cuidados médicos e tratamentos modernos quanto ele. Alencar tem acesso a tudo. É um milionário que nasceu pobre na Zona da Mata mineira e, com muito trabalho, fundou a Coteminas, um dos maiores grupos têxteis do país. Tem todo o direito de gastar quanto quiser na tentativa de se livrar da doença. É difícil, até para a família, calcular quanto já foi gasto em 11 anos de luta contra o câncer. Segundo o vice-presidente, a maior parte das despesas é coberta pelo seguro-saúde Amil, que custa R$ 4.100 mensais ao casal Alencar e Mariza. O plano de saúde paga quase todos os remédios e o atendimento no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. Despesas extras são pagas pela família. Uma delas foi a cirurgia para extração de um dos sarcomas realizada em novembro de 2006 no Memorial Sloan-Kettering Cancer Center, em Nova York. Custou US$ 88 mil. O plano de saúde reembolsou metade do valor. Freqüentemente Alencar é surpreendido por gentilezas que talvez não recebesse caso não fosse vice-presidente. Em outubro de 2007, o médico Murray Brennan, considerado o maior especialista do mundo em cirurgias de sarcoma, que já o havia operado em Nova York, veio ao Brasil atendê-lo no Sírio-Libanês. Estava em Dubai, nos Emirados Árabes, e veio a São Paulo com as despesas pagas pela família. Depois da operação, Alencar quis pagar pelo procedimento. Brennan não aceitou receber pagamento. Disse que gostaria de levar para o neto de 8 anos uma camisa da Seleção Brasileira autografada por um craque. Alencar telefonou para Ricardo Teixeira, da Confederação Brasileira de Futebol, e ele providenciou uma camisa autografada por vários jogadores. Enquanto me contava essa história, o vice-presidente chorou. "Até hoje não sei por que o doutor Brennan não cobrou. Acho que foi uma demonstração de apreço muito grande pelo meu país", disse, enquanto enxugava o rosto num lenço branco. A mesma atenção especial Alencar recebeu quando precisou do remédio Yondelis, importado da Espanha, em julho. Trata-se de um quimioterápico novo. Cada aplicação custa cerca de R$ 12 mil. O vice-presidente pediu a um funcionário da embaixada brasileira em Madri que comprasse o remédio. O fabricante não aceitou pagamento e ainda mandou duas cientistas a São Paulo para acompanhar as aplicações. A droga não deteve a doença. Um novo tumor apareceu. Se nem uma pessoa com tantos recursos como o vice-presidente consegue se livrar da doença, que dizer dos outros milhares de pacientes? As histórias de sofrimento despertam um sentimento de insatisfação. Embora a ciência do câncer tenha avançado muito nas últimas quatro décadas, o conhecimento não tem levado ao surgimento de tratamentos eficazes na velocidade que a sociedade espera e necessita. Nos Estados Unidos, essa sensação desencadeou a criação de um movimento que pretende repensar o combate à doença. Desde que o presidente americano Richard Nixon declarou guerra ao câncer, em 1971, o governo dos Estados Unidos, fundações privadas e empresas gastaram cerca de US$ 200 bilhões em busca de curas. O dinheiro produziu cerca de 1,5 milhão de artigos científicos e permitiu o surgimento de tratamentos mais poderosos e ao mesmo tempo mais toleráveis em termos de reações adversas. Os pacientes vivem mais e com maior qualidade de vida. Em inúmeros casos, porém, nem os recursos mais avançados impedem que eles morram de câncer pouco tempo depois. Em algumas formas da doença, os índices de cura continuam muito baixos. O câncer de pulmão, provocado pelo cigarro em nove de cada dez casos, é o mais comum no mundo e um dos mais letais. Cerca de 10% dos pacientes estão vivos cinco anos depois do diagnóstico. No caso de tumores cerebrais, também há pouca coisa a oferecer. O tratamento-padrão é composto de cirurgia, radioterapia e quimioterapia. Como é difícil debelar o câncer com esses métodos, há várias alternativas em teste, como radiocirurgia, novas drogas e vacinas para estimular o sistema imune a lutar contra a doença. A maioria dos pacientes, no entanto, vive poucos meses depois do diagnóstico. O câncer de pâncreas é outro desafio. Não existe um exame específico para detecção precoce. Por isso, apenas 7% dos casos são descobertos no início. A quimioterapia e a radioterapia não costumam surtir o efeito desejado. Há pouco conhecimento sobre os mecanismos que levam a esse tipo de câncer. Por isso, até as drogas mais modernas têm se mostrado pouco eficazes. Embora seja encorajador contar histórias de sobreviventes do câncer - e dos progressos que tornaram isso possível -, não se deve perder de vista o outro lado dessa equação: muita gente ainda morre de câncer. CHANCES DE SOBREVIVER - A cada ano, ocorre uma morte a cada três novos casos de câncer no Brasil. Alguns tumores são mais agressivos e difíceis de tratar: Pulmão - 1 morte a cada 1,5 caso; Esôfago 1 morte a cada 1,5 caso; Estômago - 1 morte a cada 1,8 caso. Leucemia - 1 morte a cada 1,8 caso; Colorretal - 1 morte a cada 2,6 casos; Pele (do tipo melanoma) 1 morte; a cada 4,3 casos; Mama; 1 morte a cada 4,5 casos; Próstata - 1 morte à cada 4,6 casos; Pele (do tipo não-melanoma) - 1 morte a cada 77,8 casos. Nos Estados Unidos, o câncer firmou-se como a primeira causa de morte, ultrapassando as doenças cardiovasculares. Neste ano, 565 mil americanos deverão ser mortos pela doença. Os casos de câncer (mais comuns em idades avançadas) aumentam porque a população está tendo a chance de envelhecer, em vez de morrer precocemente de males do coração ou de doenças infecciosas. De certa forma, essa é uma boa notícia. Não é aceitável, porém, que a mortalidade continue tão elevada mesmo com tanto investimento em pesquisa, diagnóstico e tratamento. Em 1975, morriam de câncer 199 pessoas a cada 100 mil habitantes nos Estados Unidos. Em 2005, a taxa havia caído para 184 mortes por 100 mil. Quando analisamos especificamente alguns tipos de câncer, a situação piorou. A taxa de mortalidade por câncer de pulmão, por exemplo, subiu de 43 para 53 por 100 mil pessoas entre 1975 e 2005. No Brasil, o câncer é a segunda causa de morte (atrás das doenças cardiovasculares). Ao contrário do que aconteceu nos Estados Unidos, a média de mortalidade por câncer (considerando-se todos os tipos) cresceu no país. Em 1979, 86 homens a cada 100 mil morriam de câncer. Em 2005, houve 108 mortes a cada 100 mil pessoas do sexo masculino (26% a mais). Entre as mulheres, o índice era de 63 por 100 mil em 1979. Subiu para 76 em 2005 (20% a mais). O que explica os números brasileiros? A mortalidade por câncer aumenta porque há pouca atenção às medidas de prevenção, falta diagnóstico precoce e acesso a tratamentos adequados. "Há muitas falhas no sistema de saúde. Quando o cidadão não consegue fazer um exame simples na unidade mais básica, perde a chance de descobrir o câncer precocemente e se tratar", diz Luiz Antonio Santini, diretor-geral do Instituto Nacional do Câncer. "Isso vai sair caro para o sistema e trazer um enorme prejuízo para a pessoa". Além de garantir o básico - diagnóstico e tratamento no caso de tumores contra os quais já existem recursos eficazes -, é possível fazer com que a ciência ande mais rápido e salve quem atualmente tem poucas esperanças? O que fazer para que o conhecimento adquirido na bancada dos laboratórios se transforme rapidamente em soluções aplicáveis à beira do leito? Para alguns críticos do funcionamento-padrão da maioria dos projetos, é preciso arriscar mais. As principais pesquisas sobre câncer são financiadas nos Estados Unidos pelo National Cancer Institute (NCI). O órgão é estruturado para agir com muita cautela. A verba da instituição para pesquisa ficou estacionada em US$ 4,8 bilhões nos últimos três anos. "Quando o dinheiro é escasso, tudo se torna mais conservador", afirma Curtis Harris, pesquisador do NCI. A colaboração entre os cientistas fica prejudicada porque os pesquisadores guardam seus trabalhos em segredo enquanto entram na longa fila do financiamento. Uma nova forma de fazer pesquisa está sendo proposta por grupos organizados de pacientes e empresários que apóiam a causa do câncer. Um deles é o movimento Stand Up to Cancer (SU2C). Em português, algo como Enfrente o Câncer. Trata-se de um grupo fundado por executivos de Hollywood e apoiado pelas principais empresas de mídia. No início de setembro, o grupo organizou um programa de TV para arrecadar dinheiro para pesquisa. Num único dia, chegou-se à soma de US$ 100 milhões. A idéia é financiar apenas projetos que poderão render tratamentos dentro de um período de tempo definido. Os projetos serão selecionados por um comitê dirigido pelo Nobel de Medicina Philip Sharp, do Massachusetts Institute of Technology (MIT). Cerca de 20% dos fundos irão para projetos muito inovadores e de alto risco. Um dos inspiradores da SU2C foi Judah Folkman, morto no início do ano. Folkman afirmava que a criação de novos vasos sanguíneos (angiogênese) ao redor do tumor era o que o alimentava e fazia crescer. Para matar o câncer seria necessário evitar a formação desses novos vasos. A teoria dele foi vista com descrédito durante décadas. Recentemente, a idéia foi reabilitada e tornou-se a base da droga Avastin, usada principalmente contra o câncer colorretal. O grupo quer evitar que outros Folkmans deixem de inovar por falta de dinheiro.
POR QUE A MORTALIDADE NÃO CAI NO BRASIL - O envelhecimento da população produz mais casos de câncer - Os brasileiros dão pouca atenção à prevenção. O cigarro provoca 30% das mortes. Alimentação saudável, atividade física e proteção solar reduzem o risco. ShutterStock - O diagnóstico precoce ocorre na minoria dos casos. A espera por uma mamografia no SUS pode levar meses. O acesso ao tratamento é desigual no país. Cerca de 90 mil pacientes não conseguirão fazer radioterapia em 2008. As drogas modernas raramente são oferecidas pelo SUS. O SU2C não é o único grupo independente que decidiu propor uma nova forma de fazer pesquisa. A Fundação para a Pesquisa do Mieloma Múltiplo financia trabalhos conduzidos cooperativamente por vários grupos. Em quatro anos, surgiram quatro novas drogas contra a doença, um câncer raro que afeta a medula. A instituição está desenvolvendo outras 30 drogas, metade delas já em fase de estudos clínicos. É compreensível que as pessoas - doentes ou parentes de doentes - tenham urgência de resultados, mas não é justo culpar a ciência pelo fato de ainda não ter surgido a cura do câncer. "Um tumor é mais inteligente que cem cientistas brilhantes", diz Otis Brawley, da American Cancer Society. A pesquisa precisa melhorar. Mas não significa que esteja no caminho errado. "Idéias absolutamente originais não aparecem com freqüência. A maioria dos projetos é baseada em dados preliminares. É assim que a ciência caminha", diz Luiz Fernando Lima Reis, diretor do Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. Vem ganhando força, por exemplo, uma hipótese antiga sobre o papel das células-tronco no desenvolvimento do câncer. Elas são responsáveis pela formação de todos os tecidos do organismo. Ao se dividir, cada célula-tronco dá origem a duas novas células. Uma é a do tecido necessário para determinado órgão. A segunda é uma nova célula-tronco. A malformação dessas células durante a divisão parece originar o câncer. Se a hipótese for confirmada, poderão surgir drogas capazes de matar a célula matriz e assim impedir a formação de descendentes malignas. Apesar da expectativa por mais recursos contra o câncer, é inegável que avanços importantes foram conquistados nas últimas décadas. Eles reduziram o sofrimento dos pacientes e salvaram muita gente. Devem ser lembrados e servir de inspiração para a melhoria das tantas carências que ainda temos. O combate à leucemia infantil e outros cânceres hematológicos avançou extraordinariamente. Nos anos 60, as crianças sobreviviam poucos meses. Hoje, mais de 70% dos casos são curáveis. Apenas 10% das crianças com tumores cerebrais sobreviviam na década de 70. Atualmente o índice é de 45%. O câncer de mama deixou de ser sinônimo de mutilação e morte. A maioria das pacientes pode ser salva quando o tumor é descoberto precocemente. O maior pesadelo masculino - o câncer de próstata - também pôde ser amenizado. Cirurgias modernas, tratamento com hormônios e métodos como a braquiterapia (implante de sementes radioativas que destroem as células malignas) elevaram as chances de cura e reduziram o risco de efeitos colaterais devastadores como impotência e incontinência urinária. A quimioterapia complementar, depois da cirurgia, permitiu ampliar as chances de cura do câncer de pulmão, embora ele continue sendo um dos maiores desafios dos oncologistas. Histórias de sucesso começam a se tornar menos raras. É o caso do ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos. Dias atrás um empresário foi ao escritório dele e estranhou a presença de pedreiros reformando o imóvel novo. Não era uma reforma, era uma ampliação. Thomaz Bastos comprara o escritório vizinho, para dobrar o tamanho do seu. "Dobrar o escritório aos 73 anos?", perguntou o cliente. Resposta de Thomaz Bastos: "Nasci de novo. Para mim, a vida começou depois dos 70". A notícia do câncer no pulmão surpreendeu Thomaz Bastos em maio do ano passado, 40 dias depois de sua saída do governo Lula, e acabou com o sonho de uma vida preguiçosa que pretendia levar. "Meu plano era vadiar: ficar mais tempo na praia, trabalhar pouco". Quando recebeu o diagnóstico, a primeira reação foi de raiva. Segundo Drauzio Varella, seu médico, a culpa foi dos mais de 20 anos de cigarro. Uma cirurgia extirpou-lhe a metade superior do pulmão esquerdo. Ele enfrentou 16 sessões de quimioterapia. "Tomava aquele veneno uma semana sim, duas não". Recebeu alta no fim do ano passado. Emagreceu 6 quilos, usa carro o mínimo possível e fez cirurgia para corrigir o astigmatismo que o acompanhava desde os 15 anos de idade - hoje precisa de óculos só para ler. Abandonou a idéia de pendurar a toga. "Agora eu quero trabalhar muito, ganhar dinheiro, pegar grandes causas", diz. "É por isso que estou dobrando o escritório e comprei uma cobertura de 700 metros quadrados que só ficará pronta daqui a quatro anos. Meus planos são todos de longo prazo". Thomaz Bastos tornou-se um antitabagista ferrenho. O comportamento individual tem uma enorme importância na luta global contra o câncer. Não adianta esperar milagres da ciência se cada cidadão não fizer o que está a seu alcance para prevenir a doença. A maior parte dos casos é evitável. Não fumar e evitar o fumo passivo é a melhor medida para reduzir o risco de câncer (confira o que você pode fazer para prevenir a doença na página seguinte). Quando viaja pelo Brasil, freqüentemente o vice-presidente, José Alencar, é abordado por cidadãos que cobram melhorias no atendimento ao câncer. Alencar conhece os problemas, mas não tem soluções prontas. Pediu ao ministro da Saúde, José Gomes Temporão, que estudasse a possibilidade de oferecer em cada capital um equipamento PET, aquele que faz um escaneamento completo do corpo e detecta alterações metabólicas que podem ser indícios de câncer. Embora seja sofisticado, o equipamento falha em 30% dos casos. Não parece ser a solução para um país cheio de carências básicas no atendimento ao câncer. Converse com qualquer médico e ele vai contar histórias de quem esperou meses por uma endoscopia e, quando conseguiu realizar o exame, tinha um câncer avançado no estômago. Ou de mulheres que só conseguiram fazer uma mamografia depois que o tumor já era grande o suficiente para ser notado até mesmo sem o exame. A classe média, atendida por planos de saúde menos abrangentes que o do vice-presidente, até consegue realizar os exames num prazo adequado. Quando precisa de tratamento, porém, a situação se complica. A maioria dos planos de saúde não paga as formas mais modernas de radioterapia nem quimioterapia oral. Muitas das drogas mais novas, no entanto, são em forma de comprimido. O custo do tratamento pode chegar a R$ 50 mil por mês e elas não são oferecidas pelo SUS. As economias de uma vida inteira, os imóveis que seriam herdados pelos filhos desaparecem em poucos meses. É por isso que cada vez mais doentes exigem na Justiça que o Estado arque com o tratamento. Mesmo quando não há nenhuma indicação de que o remédio solicitado fará efeito naquele paciente. Às vezes, o doente morre alguns dias depois de o Estado ter arcado com gastos enormes e a Secretaria de Saúde deixa de usar o dinheiro de uma forma mais inteligente. "Está muito difícil praticar oncologia no Brasil", diz André Murad, professor da Universidade Federal de Minas Gerais. Ele diz entender que o SUS não possa pagar tratamentos experimentais ou drogas caríssimas que prolongam a vida por poucas semanas. "Mas o SUS não está oferecendo nem mesmo remédios que comprovadamente aumentam a sobrevida dos pacientes". Não há comprovação de que a droga oral que o vice-presidente José Alencar vai começar a tomar funcione em casos como o dele. O remédio foi desenvolvido para bloquear a formação de vasos sanguíneos que alimentam os tumores (a idéia essencial de Folkman). Diante da falta de opções, Alencar está disposto a correr o risco. Diz não ter medo da morte. "Ninguém sabe o que é a morte. E se for uma coisa boa? E se eu puder encontrar meus pais?" Alencar é uma pessoa notável. Como tantos brasileiros, torço por ele.
Fonte: ÉPOCA
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