3.20.2020

Alcool Gel Ungido.

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Lula 2022

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Coronavírus: seu egoísmo pode matar


É um crime gritar “fogo!” num teatro cheio. O resultado é criar um pânico em que pessoas inocentes – particularmente as mais vulneráveis – podem ser pisoteadas e mortas. Mas também deveria ser um crime gritar “está tudo ok, fiquem sentados e assistam à peça!” num teatro que está sendo consumido por chamas. As pessoas precisam saber do risco, levantar e caminhar com calma – mas rapidamente – para a saída.
Na pandemia de coronavírus que está se espalhando pelo mundo, estamos vendo respostas de todos os tipos. Sim, temos casos de pessoas irracionalmente empilhando papel higiênico. Mas, ao meu ver, a resposta ainda mais comum e perigosa é a negação do forte cheiro de fumaça que já podemos sentir. O teatro está, sim, em chamas.
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O balanço entre pânico e inércia é difícil de acertar, pois nunca vivemos uma situação assim na era contemporânea. Mas o importante é que todo mundo reconheça: desta vez não é como nas últimas vezes. Não é dengue, nem H1N1, nem febre amarela, e precisamos estar dispostos a mudar radicalmente nossos modos de vida – e talvez até o jeito que pensamos sobre a sociedade em que vivemos. E a razão, provavelmente, não é para proteger a si mesmo, mas para ajudar a sociedade como um todo e as pessoas mais frágeis e expostas. É hora de pensar nos outros de fato.
Em momentos de crise, as fissuras sociais e o caráter de todos nós são acentuados. Vivemos em tempos de extremo capitalismo em que os Guedes, Temers e Trumps querem sucatear os serviços sociais e glorificar a privatização e o livre mercado – mas, concordando com eles ou não, o individualismo que é a base do nosso sistema socioeconômico já impregnou a consciência de todos nós. Vamos ter que repensar isso agora.
É socialmente irresponsável – uma negligência absurda – dizer e pensar “isso não vai me afetar”, “eu não vou mudar a minha vida por causa disso” ou “não faço parte de grupos de alto risco, então estou de boas”. É responsabilidade de todos levantar nossas vozes quando vemos esse tipo de discurso e corrigi-lo. Do mesmo jeito que ficar calado quando presenciamos racismo, sexismo, classismo e fascismo é compactuar com estes comportamentos, fechar os olhos para esse tipo de individualismo agora também é contribuir para sua existência.
Todo mundo que tem salário, trabalho que pode ser feito remotamente, que vive em uma casa confortável e carro é privilegiado.
Um exemplo horrível disso foi relatado na coluna do Lauro Jardim sobre o primeiro caso de transmissão local do novo coronavírus no Rio de Janeiro. Um “empresário” e sua esposa foram infectados e se colocaram em quarentena no seu apartamento em São Conrado, bairro de classe alta da zona sul. “A empregada do casal, cujo exame deu negativo, está trabalhando de avental, luvas e máscara”, revelou a coluna.
Este casal exigiu que a empregada arrisque a vida dela e de sua família para trabalhar num ambiente infectado, usando medidas de prevenção que não impedem a transmissão. Se eles próprios não estivessem doentes, você acha que aceitariam trabalhar em um ambiente cheio de pessoas infectadas? Ou isso só é aceitável para as pessoas que os servem? Se a empregada ou alguém que mora com ela estivesse doente, eles manteriam ela trabalhando? Deixariam seus filhos fazerem isso? Será que a empregada realmente pôde fazer uma escolha livre ou estava preocupada com a possibilidade de perder o emprego caso se recusasse a servir o casal doente?
Todo mundo que tem um salário, que tem uma poupança, que tem um trabalho que pode ser feito remotamente, que vive em uma casa que comporta confortavelmente seus moradores, que tem um carro para não precisar usar transporte público – essas pessoas são privilegiadas neste cenário. Não por acaso, provavelmente são os mais privilegiados na sociedade também.
Enquanto escrevo isso, 126 mil pessoas foram confirmadas com o novo coronavírus no mundo (e muito mais gente assintomática está andando nas ruas sem perceber que precisa de um teste), incluindo 151 casos no Brasil. O número por aqui vai aumentar dramaticamente nos próximos dias e a pressão no sistema de saúde também. O único método que temos para conter os estragos e as mortes é a conscientização e a pressão para que os líderes de governos, empresas e movimentos sociais façam de tudo para as pessoas ficarem em casa e reduzirem seu contato social – e isso é algo que todos nós podemos fazer.
Após o secretário de comunicação Fábio Wajngarten testar positivo para o novo coronavírus, foi muito correto que sua mulher retirasse seus filhos da escola e avisasse as outras mães do colégio. Por outro lado, foi extremamente irresponsável da parte de Bolsonaro, que viajou com Wajngarten e mais três pessoas que mostravam sintomas (como nós contamos aqui), parar em frente ao Palácio da Alvorada para apertar as mãos de apoiadores e tirar selfies com eles.
Mas, depois que a ficha caiu – quando bateu o medo de estar infectado –, Bolsonaro se submeteu a exames e fez sua live semanal no Facebook, ao lado do Ministro de Saúde, com máscaras e álcool em gel. Finalmente falou em medidas de prevenção de transmissão. Antes, o presidente havia se espelhado na negação de realidade do seu ídolo Donald Trump, chamando a reação ao novo coronavírus de “exagerada” e a pandemia de “uma fantasia”.
Mas o comportamento do Bolsonaro é o da maioria das pessoas, na verdade: ele prefere viver negando os fatos até que alguém próximo ou ele mesmo tenha contato com o vírus. O problema é que se todo mundo espera para ter contato com o vírus para tomar medidas preventivas, elas já não serão mais preventivas. Já era. Seria o equivalente a só começar a usar camisinha depois de ficar grávida.
A crise do coronavírusLeia nossa cobertura completaA crise do coronavírus
A Organização Mundial da Saúde declarou na sexta-feira que a Europa agora é o epicentro do vírus, e não a Ásia. Isso porque a China foi muito eficaz e organizada em suas medidas de contenção, e a Coreia do Sul também reagiu rapidamente para providenciar muitos testes e identificar casos logo, antes que a doença se espalhasse ainda mais. Japão, Taiwan, Singapura, Tailândia e Hong Kong foram ainda mais preparados.
Esses países asiáticos, devemos lembrar, foram muito afetados pela Síndrome Aguda Respiratória Grave, a Sars, em 2003. Por isso, se prepararam para a próxima crise. Em comparação, europeus e americanos estão sendo extremamente lentos na tomada de medidas percebidas como “drásticas”. Os governos não queriam assustar os mercados financeiros, e os indivíduos não queriam acreditar que esse problema os envolvia. Agora, todos estão correndo atrás de novos testes e fechando escritórios, escolas, espaços públicos e, em alguns casos, até cidades inteiras. Tudo isso só depois que perceberam que estavam perdendo o controle. Parece o mesmo erro do Brasil agora.
Uma boa reportagem do BuzzFeed News nos EUA explica, com jeito de anedota, que as pessoas mais velhas, muitas vezes, são as mais propensas a negar os riscos de adoecer e a se recusar a mudar seus hábitos, mesmo que sejam também quem corre mais risco. Isso, explica a matéria, pode acontecer porque elas não querem se enxergar como “velhas” – mas é a obrigação dos mais jovens abrir os olhos delas sem assustá-las.
Então, o que você pode fazer para combater o novo coronavírus?
1. Insista que sua empresa ou escola tome medidas para prevenir o contato social; 2. Pense e exija que essas medidas também protejam as pessoas mais expostas, como seguranças, faxineiros e prestadores de serviços terceirizados; 3. Pare de ir a eventos e espaços cheios; 4. Pratique boa higiene; 5. Fique em casa por até 14 dias se você teve contato com alguém suspeito de ter coronavírus ou se você tem sintomas; 6. Só vá para o hospital se tiver sintomas graves ou tiver tido contato com alguém infectado; 7. Pare de apertar a mão e dar beijos de cumprimento nas pessoas; 8. Corrija todo mundo ao seu redor que não fizer isso.
Mas qual é o efeito de tudo isso? O vírus vai se espalhar de qualquer forma, né? Vai, mas olha esse gráfico que mostra a taxa de mortalidade pelo surto de gripe espanhola de 1918 em duas cidades dos EUA. Saint Louis imediatamente fechou todos os espaços públicos após descobrir que a doença tinha chegado. Enquanto isso, a Filadélfia decidiu realizar uma grande festa de rua. Veja a diferença das taxas de mortalidade:
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Gráfico: Proceedings of the National Academy of Sciences
O outro efeito é limitar a pressão sobre o sistema de saúde. Veja esse gráfico tuitado por Max Roser:
Numa cidade como a Filadélfia em 1918, o sistema simplesmente não conseguiu tratar todos os casos graves, porque, além de o número ser maior, eles chegaram como uma inundação, todos ao mesmo tempo. O mesmo vale para a situação de agora: mais pessoas podem morrer desnecessariamente por falta de atendimento se muitas ficarem doentes num mesmo período.
Estamos juntos nisso, goste você ou não. Isso significa que uma manifestação em memória de Marielle precisa ser (e foi) cancelada, assim como o ato pró-Bolsonaro (que também foi), porque o vírus pode começar se espalhando nesses eventos – e, depois, ele não reconhece lado político. Agora temos um inimigo maior em comum.
ANTES QUE VOCÊ SAIA… Quando Jair Bolsonaro foi eleito, sabíamos que seria preciso ampliar nossa cobertura, fazer reportagens ainda mais contundentes e financiar investigações mais profundas. Essa foi a missão que abraçamos com o objetivo de enfrentar esse período marcado por constantes ameaças à liberdade de imprensa e à democracia. Para isso, fizemos um chamado aos nossos leitores e a resposta foi imediata. Se você acompanha a cobertura do TIB, sabe o que conseguimos publicar graças à incrível generosidade de mais de 11 mil apoiadores. Sem a ajuda deles não teríamos investigado o governo ou exposto a corrupção do judiciário. Quantas práticas ilegais, injustas e violentas permaneceriam ocultas sem o trabalho dos nossos jornalistas? Este é um agradecimento à comunidade do Intercept Brasil e um convite para que você se junte a ela hoje. Seu apoio é muito importante neste momento crítico. Nós precisamos fazer ainda mais e prometemos não te decepcionar

Patrões, liberem nossas mães

Quinta-feira, 19 de março de 2020

Este texto é um pedido: deixe sua empregada em casa durante a crise de coronavírus e siga pagando seu salário ou diária. Essas mulheres, em sua maioria, são mães, chefes de família e financeiramente vulneráveis.
Como netos, filhos e sobrinhos de mulheres que encontraram no trabalho doméstico a solução para não morrer de fome – as mulheres de nossa família são migrantes do interior e chegaram à cidade grande apenas com a roupa do corpo —, afirmamos: sua empregada dificilmente pedirá quarentena. O motivo? Ela precisa do salário.
Temos 20 e poucos anos, fazemos faculdade e estágio, e agora estamos de home office por tempo indeterminado por conta do coronavírus. O nosso trabalho nos permite isso. Mas nossas avós, mães e tias não têm essa opção.
Nos últimos dias, o primeiro caso de transmissão local do novo coronavírus chamou atenção dos leitores da coluna do Lauro Jardim. Os patrões, moradores de um bairro de classe alta do Rio de Janeiro, foram testados positivo para a covid-19 e se colocaram em quarentena — com a empregada não infectada junto.
Outro caso aconteceu em Feira de Santana, na Bahia: uma mulher que voltou de viagem da Itália, contaminou sua empregada que, por sua vez, contaminou seus pais idosos. O mais recente, ocorrido em Miguel Pereira, no Rio de Janeiro, foi fatal: uma idosa de 63 anos faleceu com sintomas de coronavírus. A vítima teve contato com sua empregadora, que veio da Itália e testou positivo para a covid-19. A morte foi confirmada na estatística do coronavírus.
Quem cresceu sentindo os efeitos da falta de direitos básicos trabalhar em condições de risco não assustam. Pelo contrário: fazem parte da história das mulheres de nossas famílias que relatam situações de desmandos e prepotência na casa dos patrões.
É sobre opressão social que falamos. Para manter seus privilégios, empregadores têm colocado em risco a vida da empregada, da família da empregada, a sua própria vida e a vida de sua família — sem contar o trajeto que a empregada faz na ida e na volta, porque o rastro de pessoas infectadas pode ser enorme. A cada espirro ou tosse de alguém dentro do ônibus, elas nos relatam ter um ataque de pânico com medo de contrair o vírus.
Já mostramos que o coronavírus não é democrático. O contágio pode afetar gente de diferentes classes sociais, mas nem todos terão o mesmo acesso a tratamento médico. Enquanto empregados morrem, seus patrões infectados seguem vivos. E não é difícil adivinhar o porquê: muitas mal têm acesso à água potável para consumo, que dirá para lavar as mãos regularmente. Além disso, as condições exigentes de trabalho e de vida as deixam com a saúde mais frágil.
Mas, afinal, qual é a saída?
Trabalhadores que contribuem com o INSS podem solicitar o auxílio doença, mas eles terão de enfrentar uma grande fila de espera para receber o benefício. O caso das diaristas é ainda mais complexo: grande parte delas não contribui com a previdência como microempreendedor individual e não têm carteira assinada. Em um cenário de pandemia, o correto seria um acordo entre empregador e empregado, com uma antecipação mínima de 14 dias das férias e a remuneração do empregado durante esse período.
Em tempos de recessão econômica, contrariar o empregador não é opção para quem precisa colocar comida na mesa. Por isso, ainda que o seu funcionário não tenha falado sobre a preocupação com o coronavírus, não aja como se a contaminação não fosse chegar até você. Proponha férias antecipadas e remuneradas.
Não considere normal não pagar suas funcionárias que não irão trabalhar nesta crise. Não as deixem desamparadas financeiramente. O momento pede solidariedade e empatia. Precisamos estar unidos para sair dessa

Bolsonaro afirmou que pode ser sido contaminado

RASÍLIA — O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta sexta-feira que pode fazer um terceiro exame para saber se está com o novo coronavírus e mencionou a possibilidade de já ter sido infectado . Até agora, 22 pessoas que participaram da viagem de Bolsonaro aos Estados Unidos, no início do mês, testaram positivo para o vírus
22 membros da comitiva que foi aos EUA estão com Coronavirus e só agora o floco de neve aí reconhece que está infectado.
Não se pode chamar de irresponsável,
É CRIMINOSO MESMO! 👉🍊🍊

Bolsonaro se nega a apresentar resultado de exames para o coronavírus que, segundo ele, deram negativo



Testes foram realizados nos dias 12 e 17 deste mês. Ao menos 23 pessoas que integraram a comitiva que acompanhou Bolsonaro em uma viagem aos EUA já foram diagnosticados com a covid-19
Jair Bolsonaro         
Jair Bolsonaro (Foto: REUTERS/Adriano Machado)
247 - Mesmo tendo realizado dois exames para constatar se estava infectado pelo novo coronavírus, Jair Bolsonaro não divulgou os resultados dos testes que, segundo divulgado por ele nas redes sociais, teriam dado negativo. 
Os testes foram realizados nos dias 12 e 17 deste mês devido ao fato de pelo menos 23 pessoas que integraram a comitiva que acompanhou Bolsonaro em uma viagem aos Estados Unidos terem sido diagnosticados com a covid-19. 
Ele também manteve contato direto com apoiadores durante uma manifestação contra o Congresso e o STF no dia 15, contrariando orientações do próprio Ministério da Saúde. 
Segundo reportagem do jornal Folha de S. Paulo, os pedidos das cópias dos exames foram feitos em duas ocasiões diferentes, mas a Secretaria Especial de Comunicação da Presidência não respondeu às solicitações. 
Nesta quinta-feira (19), em sua live semanal, Bolsonaro criticou as medidas adotadas pelos governos estaduais para conter o avanço da doença e disse que a economia tem de “funcionar”.
A imagem pode conter: possível texto que diz "Fique em casa, porra! E não compartilhe fake news. Beleza?"

3.18.2020

Como seguir adiante?

Ontem o inacreditável presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, inflamou manifestantes e foi à rua, mesmo tendo a obrigação médica e moral de cumprir quarentena. Já há 12 pessoas de sua comitiva aos EUA com coronavírus. Entre eles o empresário Álvaro Garnero – organizador do encontro com Trump –, como antecipamos no nosso Twitter durante a semana.
À noite, Bolsonaro deu entrevista para a CNN Brasil dizendo: "Quando você proíbe jogo de futebol, entre outras coisas, você tá partindo pro histerismo, no meu entender". 
Você conhece um vazio de sinapses tão grande que discute ciência com "no meu entender"? Quando vidas estão em risco, o que menos importa é o que eu, você e Bolsonaro achamos. Saúde pública não é questão de opinião de pessoas leigas. 
Em meio à apreensão causada pelo vírus, por sua rápida expansão por todo o planeta e pela falta de liderança no país, imagino que você esteja como todo o mundo: um pouco perdida e cheia de dúvidas. 
Nossa missão no Intercept é te manter informada, alerta e protegida da enxurrada de desinformação que Bolsonaro e seus robôs despejarão nas redes. Por isso quero te contar como vamos prosseguir.
Primeiro, um parêntesis importante: desde quinta-feira toda a equipe do Intercept está em casa. As medidas de distanciamento social são eficazes e necessárias, como já demonstramos. É um privilégio poder recorrer a elas. Muitos trabalhadores não terão essa possibilidade e aqueles que têm devem adotá-las já.
Bom, este é sem dúvida o maior desafio que já enfrentamos. Nunca cobrimos algo parecido. Os eventos são graves e ainda mais perigosos porque vamos passar por isso com líderes políticos medíocres como Donald Trump, Jair Bolsonaro e Boris Johnson. Não será fácil. Mas acredite, vamos passar!
Em meio a tudo isso, continuaremos trabalhando com as premissas que nos orientam. Os grandes capitalistas, aqueles que lucram com a crise, devem ser responsabilizados. Assim como governantes insanos e todo aquele que minimiza os efeitos dessa tragédia. 
Um momento como esse expõe a relevância do jornalismo independente, investigativo e que preza pela transparência. Temos experiência nisso e não vamos te deixar na mão.
Nossos jornalistas estão atrás de dados, relatos e informações exclusivas que sirvam ao interesse público e tenham impacto positivo em meio à crise. Nos próximos dias, acesse nosso site, nossos perfis no Twitter, no Facebook e no Instagram para não perder nada. Aí embaixo separei algumas das principais matérias que já publicamos. 
Os próximos dias serão difíceis e vamos continuar te informando por aqui sobre o nosso trabalho e sobre o que vem pela frente. Não deixe de acompanhar esta newsletter, teremos edições extraordinárias.
Se tiver sugestões, manda um e-mail para nossa redação. Você pode responder a esta mensagem ou escrever para pautas@theintercept.com
 
Cuidem das suas famílias, tenham serenidade. Vai passar.
Um abraço,
Leandro Demori
Editor executivo

Alerta da sanitarista da UFRJ

“As classes médias podem se isolar, usar álcool gel, fazer coisas pela internet. Os pobres, não. Quando a epidemia explodir, ela vai dizimar os pobres desse país. Podemos retardar a explosão dessa epidemia. Mas, quando ela explodir, vai flagelar especialmente a população pobre. As condições de vida dessa população favorecem o coronavírus. Nas casas onde moram vivem muitas pessoas, há poluição ambiental, é preciso trabalhar o tempo todo. Essa precariedade não está sendo objeto de políticas públicas no Brasil”.
O alerta é de Ligia Bahia, médica sanitarista e professora da UFRJ,
Segundo ela, seria necessário haver “um grande esforço de coordenação conjunta com o setor privado, de convocação do setor privado, para que a capacidade instalada fosse utilizada de maneira coordenada. Para que os pacientes mais graves tivessem a mesma chance de serem atendidos, tanto os que têm plano de saúde, quanto os que não têm”. Se isso não for feito haverá uma mortandade muito mais alta entre os pobres. “É um escândalo porque vai caracterizar uma iniquidade enorme”.
Para o país enfrentar a epidemia com dignidade, a proposta de Bahia é a criação de uma fila única de internação no SUS. Ela cita o decreto recém estabelecido na Espanha que convoca e utiliza a infraestrutura do setor privado para enfrentar a epidemia.
“Precisaríamos de um decreto, como o da Espanha. A Constituição brasileira permite mobilizar recursos privados em casos de catástrofes. A epidemia do coronavírus é uma catástrofe. A lei permite, abre espaço. Temos possibilidade de usar esses recursos. Talvez pudéssemos contar com o interesse do setor privado de se mostrar solidário diante de um problema tão grave”, afirma a médica.
Ligia Bahia repudia a atitude irresponsável de Bolsonaro, de participar dos protestos contra as instituições brasileiras, contrariando a orientação oficial de seu próprio governo:
“Ele deu banana para o coronavírus. Não se pode dar banana para o coronavírus. É sério. Estamos diante de um perigo para a coletividade”.
Nessa entrevista, ela trata da necessidade de ampliação do orçamento para a saúde pública sufocado nos últimos anos e compara a epidemia de coronavírus com a da Aids. Pede adesão das empresas privados ao movimento de paralisação das atividades e condena a atitude da área econômica do governo. “É extremamente insensível. Não entendeu o que está se passando”.

Lula ganha estátua de bronze ao lado da Casa Branca nos Estados Unidos


O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, recebeu uma grande surpresa de um artista chinês identificado como Yuan Xikun.
Depois de ter se tornado ainda mais conhecido quando esteve como presidente, Lula recebeu uma estatua de bronze com o seu rosto, e o que mais impressiona e que ela foi instalada ao lado da Casa Branca,Washington (EUA).
A obra foi parte de um evento muito importante na cidade.
E de acordo com o criador, essa foi uma forma de homenagear Lula por ele ter sido considerado um dos dez maiores homens mais influentes do mundo.
Além da caricatura do ex-presidente, há muitas outra que simbolizam a importância de alguns dos demais presidente.
Abraham Lincoln, do líder político das guerras de independência da América Espanhola, Simon Bolívar.
E do escritor colombiano Gabriel García Márquez, cada um tem a sua própria estatua como forma de homenagear as importantes decisões tomadas por eles.De acordo com a assessoria de Lula, ele até iria participar do evento, mas que estava muito ocupado e que não poderia deixar de ir a um  compromisso pois ele era muito importante.
A assessoria conta que ele foi visitar a obra depois que os compromissos acabou.

3.15.2020

Cononavirus não é só uma gripe. É uma infecção grave.

Como todas as infecções, há os que ficam infectados e assintomáticos (mas têm capacidade de transmitir), os que têm quadro leve e os graves, seja por terem comorbidades (como diabetes, asma, câncer, doenças autoimunes), seja por terem maior suscetibilidade genética, por exemplo. Podem ter sintomas de resfriado, gripe, pneumonia, com agravantes. TODOS são potenciais transmissores. 🤔 Resumo: protejam a si e ao coletivo. Lavem as mãos, protejam nariz e boca, se alimentem bem, bebam água. Fortaleçam o sistema imune. Se estiverem bem, façam exercícios e tenham boa alimentação. Cuidem-se.