Um dia depois da posse, presidenta Dilma viaja para um merecido descanso na Bahia
Presidenta se reuniu de manhã com chefes de estado, enquanto 16 ministros assumiram o cargo
O Dia
Rio - No primeiro dia útil de seu segundo
mandato, a presidenta Dilma Rousseff embarcou ontem à tarde para a base
naval de Aratu, na Bahia, para descansar. Ela já tinha viajado para
local na semana passada, no dia de Natal. A Secretaria de Imprensa da
Presidência não informou quanto tempo a presidenta ficará na base naval.
Antes de viajar, Dilma participou de encontros bilaterais, pela manhã,
no Palácio do Planalto, com chefes de estado que vieram ao Brasil para
assistir sua posse. A primeira reunião foi com o presidente da
Venezuela, Nicolás Maduro, que propôs a Dilma aprofundar as relações dos
dois países na área tecnológica. No encontro, o venezuelano aproveitou
para agradecer “toda a solidariedade que Brasil tem tido com a
Venezuela”. Além de Maduro, a presidenta se reuniu com o o
primeiro-ministro da Suécia, Stefan Lofven; o vice-presidente da China,
Li Yuanchao; e o presidente da Guiné Bissau, Mário José Vaz.
Enquanto Dilma protagonizava encontros bilaterais com chefes de estado,
parte dos 39 ministros de Estado participava da transmissão de cargo na
Esplanada dos Ministérios. Pelo menos 16 ministros assumiram ontem suas
pastas. Uma das transmissões mais concorridas foi a
novo ministro da Educação, Cid Gomes. Sua área foi apontada pela
presidenta como a ‘prioridade das prioridades”. No discurso de posse,
anteontem, Dilma lançou o lema ‘Brasil, pátria educadora’. É a primeira
vez em 12 anos que o Ministério sai das mãos do PT e vai para um partido
aliado — no caso o Pros.
Sem a presença de atletas, George
Hilton (PRB) substitui o comunista Aldo Rebelo no Ministério dos
Esportes. Rebelo, por sua vez, é o novo titular do Ministério da Ciência
e Tecnologia.
Aliado fiel do ex-presidente Lula, o ex-ministro Gilberto Carvalho (PT)
roubou a cena das transmissões de posse ao promover uma catarse — ‘não
somos ladrões’—, que terminou em cantoria.
Hilton admite não entender de esportes Cota do PRB no novo ministério da presidenta
Dilma Rousseff, o ministro do Esporte, George Hilton, assumiu ontem o
cargo admitindo não “entender profundamente” sobre a área que comandará.
Ele substituiu Aldo Rebelo (PC do B), que foi nomeado para o Ministério
da Ciência e Tecnologia. “Entendo aqueles que estão preocupados. Vou
tranquilizá-los: posso não entender profundamente de esporte, mas
entendo de gente. Sei ouvir as pessoas e dialogar, lidar com
divergências”, disse Hilton, na transmissão de cargo.
O novo ministro do Esporte é ligado à Igreja
Universal. Segundo ele, sua fé não será “obstáculo” para a implementação
de políticas públicas da pasta. No discurso de 50 minutos, Hilton disse
que vai procurar a Casa Civil para debater as dívidas dos clubes de
futebol. Afirmou ainda que as portas estão abertas para os integrantes
do Bom Senso Futebol clube, grupo formado por jogadores e ex-jogadores
que militam em benefício da classe.
Cid Gomes defende revisão do currículo
O ex-governador do Ceará e novo ministro da Educação, Cid Gomes (Pros),
afirmou ontem que prevê implantar, no prazo de dois anos, um novo
currículo para a educação básica no país. A ideia é criar um currículo
básico único para as etapas do ensino fundamental e médio.
Na solenidade de transmissão de cargo ontem no
Ministério da Educação (MEC), Cid defendeu um amplo debate sobre a
proposta que, em sua avaliação, é necessária para aumentar a
escolaridade e o nível de aprendizagem no Brasil.
“Esse é um processo que demandará muito
diálogo, porque os sistemas no Brasil são autônomos. O estado de São
Paulo pode fazer o seu currículo, o Rio de Janeiro pode fazer diferente.
Cada estado tem autonomia. O que nós queremos, então, é caminhar para a
unificação de um currículo básico e, no ensino médio, particularmente,
abrir um processo de discussão para examinar alternativas de
aprofundamento por áreas, enfim, e currículos que tenham identificação
com realidades regionais”, explicou o novo ministro.
Na semana que vem, Cid Gomes pretende anunciar o
índice de reajuste do piso salarial do magistério para 2015. A fórmula
de cálculo é prevista em lei. Anualmente, o MEC divulga o percentual do
aumento, que já passa a valer em janeiro. Segundo ele, a remuneração é
apenas um dos caminhos para valorizar os professores. Ele sinalizou
ainda com a possibilidade de avaliar os profissionais da educação para
fins de progressão na carreira. Regulação da mídia na pauta do governo
O governo pretende apresentar proposta de regulamentação econômica da
mídia no segundo mandato da presidente Dilma Rousseff. A informação é do
novo ministro das Comunicações, Ricardo Berzoini (PT). Segundo ele, o
ministério vai “abrir um debate” para ouvir sugestões sobre o tema. Só,
então, o governo vai enviar a proposta ao Congresso. “Quem regulamenta é o Congresso Nacional. O
Poder Executivo pode, no máximo, apresentar suas propostas. Mas pode
também fomentar a discussão e fazer com que as pessoas compreendam de
maneira bastante clara o que já está na Constituição e o que é
necessário para que se tornem esses direitos constitucionais efetivos”,
disse o ministro, na cerimônia de transmissão de cargo. “Nós vamos ouvir
todas as propostas que forem apresentadas”, afirmou.
Berzoini era ministro das Relações
Institucionais, mas foi deslocado no segundo mandato de Dilma para as
Comunicações. Ele substitui o também petista Paulo Bernardo na pasta.
Em 2004, O DIA flagrou dois suspeitos rendidos e, depois, sendo carregados mortos
O Dia
Rio - O Superior Tribunal de Justiça (STJ)
decidiu manter o arquivamento do inquérito sobre as mortes de Charles
Machado da Silva, de 16 anos, e Luciano Custódio Sales, de 24, durante
ação de policiais da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) da
Polícia Civil, no Morro da Providência, no Centro, dia 27 de setembro,
de 2004. O caso foi noticiado pelo DIA
. Em 2005, os desembargadores da Seção Criminal
do Tribunal de Justiça, por sete votos a dois, concederam habeas corpus
que trancou a investigação – ou seja, foi confirmada a primeira decisão
de arquivamento na Justiça. Mas houve recurso do Ministério Público à
Corte.
O caso ganhou repercussão
internacional. A ação ocorreu após ataque a tiros feito por traficantes
ao helicóptero Águia 1, que seguia para a Zona Norte com agentes da
Core, grupo de elite da Polícia Civil, e equipe do
DIA
, que faria outra reportagem. Na ação, a equipe registrou imagens de
Charles e Luciano vivos e rendidos por policiais que foram ao morro por
terra, em auxílio aos colegas.
Em outra sequência de fotos, a dupla
aparece baleada. À época, cinco policiais da Core foram afastados de
suas funções. O caso foi reaberto pela primeira vez em 2005 pelo então
procurador-geral em exercício Celso Fernando de Barros. Em despacho de
quatro páginas, ele afirmou que ‘da análise dos documentos juntados, é
de concluir-se pela existência de novas informações sobre o caso, com
indicação de ocorrência de possível cometimento de crime por parte de
policiais civis envolvidos na operação policial’.
Barros, que reabriu o inquérito, levou em
consideração novas informações contidas no depoimento de testemunha
apresentado pelo deputado Alessandro Molon (PT), à época da Comissão de
Direitos Humanos da Alerj, e a análise dos laudos elaborada pela perita
legista Tânia Donati Paes Rios, do Grupo de Apoio Técnico do MP, que
indicava possibilidade Charles e Luciano terem sido executados. Já o
arquivamento foi baseado na hipótese de os policiais terem agido em
legítima defesa, como foi sustentado pela então promotora Dora Beatriz
Wilson da Costa.
Naturistas da Praia do Abricó reclamaram dos olhares indiscretos dos 'curiosos'
Caio Barbosa
Rio - O Rio de Janeiro viveu nesta sexta mais
um dia de intenso calor. Com temperatura máxima registrada de 41,1ºC, em
Irajá, e sensação térmica de 47ºC, cariocas e turistas que vieram para a
cidade neste Réveillon buscaram refúgio no mar. A impressão era mesmo
que apenas dentro da água havia frescor e tranquilidade. As areias
ficaram completamente lotadas, bem como todos os acessos às praias.
Inclusive as mais afastadas, como Prainha, Grumari e Abricó, que em
dezembro foi oficializada como reduto do naturismo no Rio de Janeiro.
Foi para lá que se mandou a Musa do Topless,
Ana Paula Nogueira. Com tanto calor, ela decidiu tirar não apenas a
parte de cima do biquíni, mas todo ele. “O calor está de matar. E como
infelizmente ainda é proibido o topless no Rio, decidi ir para Abricó e
ficar à vontade sem ninguém para encher o saco. Não rola ir à praia e
ficar preocupada se vai chegar um guarda para te prender ou não porque
você está fazendo topless”, explicou.
O movimento na Praia de Abricó também
estava acima do habitual, o que causou certo constrangimento para
alguns frequentadores, já que havia algumas pessoas vestidas entre os
naturistas.“Tem tantos quilômetros de praia no Rio de Janeiro e eles
querem vir justamente numa pequena faixa de areia dedicada ao naturismo
para quê? Não tem necessidade”, reclamou a terapeuta Juliana Silveira,
frequentadora da praia na Zona Oeste.
Nao foi o caso de Ana Paula Nogueira.
Descolada, ela pouco se importou com alguns olhares indiscretos e
passeou à vontade pela areia. “Acho que quem está errado não sou eu
(risos). Aqui é uma praia de nudismo, para quem quer ficar sem roupa.
Errados estão os poucos que estão de sunga. Mas isso é uma questão
cultural. Só com o tempo a gente aprenderá a respeitar a opção das
pessoas”, comentou a jornalista e produtora cultural, que pratica o
topless na Europa há anos sem ser importunada.
Os adeptos do calorão, no entanto,
estavam felizes da vida, sem se importar com trânsito ou praias lotadas.
Os que sofrem com a temperatura nas alturas têm uma boa notícia. Neste
fim de semana haverá uma trégua. A previsão para hoje, segundo o
Climatempo, é de chuva à tarde e à noite. A previsão aponta uma
temperatura máxima de 37ºC. No domingo, chega uma frente fria e os
termômetros caem para 34ºC. Não é clima de montanha, mas dá para ir à
praia sem passar sufoco ou ter de tirar a roupa.
Banhistas e fiscais até o anoitecer
A esticada na praia até a noite de quem tenta
fugir do sol escaldante fez a prefeitura alterar a rotina dos agentes do
Programa Lixo Zero. A fiscalização está sendo reforçada na orla a
partir das 15h. A estratégia é flagrar os banhistas na saída da praia,
multando quem deixa resíduos na areia. A maior parte das duplas do Lixo
Zero começa a atuar no início da tarde até o anoitecer. A Comlurb pede a
colaboração da população para que descarte o lixo nos contêineres
instalados a aproximadamente a cada 50 metros, evitando ser multado.
Para que o lixo não faça mais parte da paisagem
da orla carioca, garis vão orientar os banhistas no caminho até o mar. A
campanha Praia Limpa vai tomar a orla e os pontos de ônibus para tentar
sensibilizar cariocas e turistas sobre a importância do descarte
correto. A ação começou ontem, em três pontos da orla: na Praia de
Ipanema, em frente à Avenida Vieira Souto; em Copacabana, na Avenida
Atlântica; e na Barra, em frente ao Condomínio Alfa Barra.
Nova medida visa evitar fraudes e abusos, não tirar direitos de quem precisa
O governo não acabou com qualquer benefício, ao contrário do que está
sendo veiculado em alguns meios de comunicação. “As medidas visam
assegurar o patrimônio dos trabalhadores, representado pelo Fat, uma vez
que elas buscam garantir direitos iguais para todos os trabalhadores,”
afirmou o ministro, lembrando que as mudanças estão sendo discutidas
pela pasta desde o ano passado, quando começaram a ser identificados os
problemas. Aproveitando-se das regras anteriores, algumas pessoas
pediam demissão logo após completarem o prazo exigido para, em seguida,
serem recontratadas com salário mais baixo, sem carteira assinada, e
continuar recebendo o benefício. Essa prática, segundo o ministro,
constitui, além de má-fé, uma injustiça com os trabalhadores que recebem
o mesmo benefício após muitos anos de trabalho ou estão de fato
desempregados. Esses abusos e fraudes turbinaram as despesas com o
Seguro Desemprego em cerca de 10, 35% neste ano, devendo chegar aos R$
35, 2 bilhões. Os recursos para o pagamento do auxílio vêm do Fundo de
Amparo ao Trabalhador (FAT), que pode amargar um déficit R$ 12 bilhões
neste ano. No âmbito do próprio governo, o ministro lembra que, em
2011, a Controladoria-Geral da União (CGU) identificou pela primeira vez
o pagamento irregular do benefício. Na ocasião, verificou-se que 1.242
servidores receberam o seguro-desemprego ilegalmente. De acordo com a
CGU os pagamentos indevidos envolveram o setor público e o privado. Em
2011, dos 7.168 milhões de auxílios pagos, 53.903 foram indevidos,
gerando perdas de R$ 108,7 milhões. Entre as regras anunciadas, está a
elevação do prazo mínimo para receber o seguro-desemprego. O benefício
só será pago após um ano e meio seguido de trabalho, e não após seis
meses, como é hoje. Na segunda solicitação, o prazo exigido de tempo
trabalhado cai para 12 meses, e na terceira, para seis meses. Além
disso, para receber o abono salarial, a pessoa precisará ter trabalhado
por seis meses sem interrupção, e não por apenas um mês como ocorre
atualmente. O benefício será pago proporcionalmente ao tempo trabalhado,
assim como ocorre com o décimo-terceiro salário.
Pescadores
O
governo informou nesta semana que também foi identificado acúmulo de
benefícios com relação ao Seguro Defeso pago ao pescador Artesanal. Esse
seguro garante um salário mínimo para os pescadores que exercem
atividade de forma artesanal, durante o período em que a pesca é
proibida, para garantir a reprodução das espécies. É uma espécie de
Seguro-Desemprego do pescador artesanal. Segundo os dados do governo,
existem problemas na sua concessão e insegurança jurídica,
principalmente porque decisões judiciais têm estendido o benefício a não
pescadores. O crescimento injustificado do pagamento do benefício
também ocorreu por falta de critérios objetivos para a comprovação da
habilitação. O governo destaca que todos os pescadores continuarão a
receber o Defeso. Apenas quem não é pescador e está recebendo
indevidamente deixará de ter o benefício. Uma das medidas mais
importantes no setor foi a criação de um Comitê Gestor do Seguro Defeso,
a exemplo do que ocorre em outros programas do governo, além de
atribuir a habilitação do beneficiário ao INSS. Para receber o
seguro-defeso, os pescadores artesanais deverão comprovar o registro de
três anos de trabalho. O pescador também terá de comprovar que pagou a
Previdência por um ano, e não poderá acumular outros benefícios. As
medidas visam garantir o benefício exclusivamente a quem é de direito;
vedar acúmulo de benefícios assistenciais e previdenciários de natureza
continuada com o seguro defeso; incluir carência de três anos a partir
do registro do pescador; comprovar a comercialização da produção ou
recolhimento previdenciário ambos pelo período mínimo de 12 meses ou
período entre defesos; vedar o seguro aos familiares do pescador que não
preencham as condições exigidas e o acúmulo de diferentes defesos para
receber o benefício.
Veja outras medidas contra os abusos
O
governo também mudou as regras para a pensão por morte, que só valerão
para os benefícios concedidos a partir de agora. Para os atuais
beneficiários, não haverá qualquer mudança. Para que o dependente
receba a pensão, o tempo de contribuição à Previdência será de dois
anos. O tempo mínimo de casamento ou união estável passa a ser também de
dois anos – atualmente, não existe limite. O valor da pensão será a
metade do salário, mais 10% por dependente. Está previsto o fim do
benefício vitalício para cônjuges jovens, com menos de 44 anos. Os novos pagamentos de auxílio-doença serão feitos após 30 dias de afastamento, e não depois de 15 dias como é atualmente. O
governo lembra que, segundo estudos feitos pela Previdência Social com
uma amostra de 132 países, 78% deles possuem alguma regra de carência
para esses benefícios. Quanto ao valor do benefício, 82% dos países
adotam regra que limitam o valor do benefício (taxa de reposição). E 77%
estabelecem condicionalidades para cônjuges e companheiros. Entre os
requisitos está a exigência de idade mínima (41% dos países); o tempo
mínimo de casamento ou união estável (31% dos países) e a cessação do
benefício com novo casamento (55% dos países).
Pesquisas mostram que manter contato com o sagrado aumenta a imunidade
Beatriz Salomão
Rio - Fortalece a imunidade; aumenta a
felicidade; reduz as chances de problemas cardíacos e até de depressão.
E, se você ficar doente, ainda garante melhor resposta ao tratamento. A
Ciência já descobriu de onde vêm todos esses benefícios: da fé. Não se
trata de esperar um milagre. O simples gesto manter contato com o
sagrado, comprovadamente, faz bem à saúde física e mental. No consultório do cardiologista Roque Savioli,
do Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de
Medicina da USP, os pacientes saem com recomendação extra: rezar. “Eu
peço para meu paciente rezar, de acordo com a religião dele”, declara.
Depois de revisar mais de mil textos
sobre fé e saúde, ele conta que não restam dúvidas da relação. Estudo
israelense com judeus ortodoxos mostrou que quem pratica a religião tem
20% menos chances de ter doenças cardiovasculares. Outra pesquisa
revelou que orar ativa área do cérebro ligada à imunidade. “Ao
analisarmos dados sobre a mortalidade, vemos que as pessoas com fé vivem
mais”, cita. Em 2006, ele tratou um padre com câncer linfático, em que
50% das pessoas morrem em três meses. “Ele nunca reclamou e viveu por
dez meses”.
Álvaro Avezum, cardiologista e
coordenador do Grupo de Estudos em Espiritualidade e Medicina
Cardiovascular, da Sociedade Brasileira de Cardiologia, diz que oração e
boas atitudes, como o perdão, reduzem a produção de hormônios do
estresse. “Esses hormônios aumentam a pressão, alteram a frequência
cardíaca e levam à arritmia”.
Já Alexander Moreira-Almeida, psiquiatra e
Diretor do Núcleo de Pesquisas em Espiritualidade e Saúde da
Universidade Federal de Juiz de Fora, lembra que a religião auxilia na
busca de significado para problemas e a própria enfermidade. A ainda,
diz, tem a ver com o ditado ‘Deus dá o frio conforme o cobertor’. “A
pessoa tem mais otimismo e esperança na superação”. Católico, o executivo do BNDES Carlos Lazari,
44, sempre mantém contato com Deus. O ‘assunto’ das orações são desafios
no trabalho e na vida familiar — ele é casado e tem 5 filhos.
“Agradeço, peço ajuda e recebo a força. Fico com tranquilidade e certeza
de que tudo vai dar certo. A angústia e a depressão estão relacionadas a
falta de visão do futuro. A gente morre, mas a vida continua”. Esperança para o novo ano O novoano desperta sentimentos de esperança, e também para esse fenômeno há explicação técnica. De acordo com a
psiquiatra Fátima Vasconcellos, da Associação Brasileira de Psiquiatria,
o fim de um ano e início de outro representa o término de um ciclo e
uma possibilidade de recomeço. “É ótimo quando há este sentimento de que podemos mudar a nossa vida e que coisas novas e diferentes podem acontecer”, declara. Mas não adianta passar os 365 dias adiando a
dieta segunda-feira. A psiquiatra lembra que a vida não muda só porque
um novo ano começa. “As coisas só mudam se executarmos os planos que
elaboramos”. Se da sua lista de resoluções para 2014 pouca
coisa foi cumprida, a dica é não desistir. Fátima recomenda avaliação
das metas propostas para ver se estão ou não adequadas à realidade. “A
pessoa pode olhar para o que não conseguiu, repensar e focar no que é
possível atingir”.
Nutricionista esclarece dúvidas comuns sobre alimentos. Confira:
O tempo passa e
cada vez surgem novas teorias sobre
alimentos que fazem bem ou mal para a saúde, assim
como novas sugestões de dietas e comidas saudáveis. Com todas
essas mudanças, aparecem também várias
dúvidas na cabeça das pessoas, que ficam
indecisas na hora de escolher qual é o melhor
alimento para cada ocasião – e qual deve ser deixado de lado.Sabendo
disso, a nutricionista Paula Souza Borges esclarece algumas
das dúvidas mais comuns envolvendo alimentos, desde a
ingestão de bebidas com gás, passando por
dúvidas sobre verduras,
alimentos diet, carnes e queijos.
01.
Bebidas com gás podem gerar problemas ósseos?
Mito! O que
acontece na ingestão de bebidas gaseificadas é
a fixação do dióxido de carbono pelos
glóbulos vermelhos, que, ao ser transportado para os
pulmões, é trocado por oxigênio.
“O mito de que o gás deixa o sangue mais
ácido é apenas mito – o que pode fazer
mal são os outros componentes da bebida,
principalmente quando se trata de refrigerantes”,
explica a nutricionista. 02.
Vegetais perdem seus nutrientes quando são
congelados? Mito! Quando
congelado, o alimento permanece mais próximo do seu
estado natural – ou seja, seus nutrientes não
se perdem. Além disso, com a baixa temperatura
é evitado que microorganismos invadam e estraguem o alimento, portanto, congelar
os vegetais não traz nenhum malefício a eles
– e nem a quem
consumi-los. 03. A
laranja auxilia na digestão após uma
refeição pesada? Verdade! As fibras
presentes na fruta cítrica podem sim ajudar no
processo de digestão, reduzindo parte da
absorção de gorduras e
melhorando o funcionamento do intestino –
“talvez seja por isso que a laranja é associada
à feijoada, por exemplo”, sugere
Paula. 04.
Alimentos diet são menos calóricos que os
convencionais? Mito! Os
produtos dites restringem completamente um nutriente, - como
os chocolates dietéticos, que são produzidos
sem açúcar, por exemplo. Porém, para
compensar a falta desse nutriente, ele contém maior
quantidade de gordura, tornando-se mais calórico que
o convencional. “Para evitar ser enganado pelos
produtos diet, verifique se a redução do
nutriente é significativa e
justifica a substituição pelo alimento
convencional”, explica. 05.
Utilizar limão para temperar carne vermelha diminui a
gordura? Mito! Apesar de
ser muito rico em nutrientes, Vitamina A e C e complexo B,
o limão não possui a capacidade de diminuir a
gordura das carnes. O que o suco da fruta faz é
deixar a carne mais macia devido a sua acidez, que desnatura
as proteínas. 06. A
ricota tem mais gordura do que o queijo Minas?
Verdade! Uma fatia
de 50 g de ricota contém 11 g de gordura, contra 9 g
na fatia do queijo minas. Isso acontece porque a ricota
é feita a partir do soro do leite – que seria
jogado fora após a fabricação dos
jeitos. Para aumentar seu rendimento, é adicionado
leite na receita – que faz com que a quantidade de
gordura também seja elevada. Possui
mais dúvidas sobrealimentação? A nutricionista
está disponível para esclarecê-las. Para
entrar em contato, marcar uma consulta ou saber mais sobre o trabalho da Paula, entre em contato por meio do
e-mail contato@paulasouzaborges.com.brou
telefones (41)3282-5776 e
(41)9677-6925 (tim)
As
garrafinhas de água e as sombrinhas foram confiscadas, mas a multidão
estava disposta a enfrentar o sol forte e a possibilidade de chuva para
acompanhar de perto a solenidade de posse da presidente Dilma Rousseff.
A maioria viajou mais de três dias até Brasília para chegar cedo e
garantir um lugar atrás do alambrado no gramado em frente ao Congresso Nacional. Nas caravanas de várias partes
do país, militantes do PT e integrantes de associações, sindicatos e
movimentos sociais se juntaram aos populares para saudar pessoalmente a
presidente. Edezio Vieira, despachante do
Detran trouxe do município mineiro de Contagem uma grande bandeira
vermelha que ele pintou à mão e na qual escreveu “Coração Valente”, lema
da campanha de Dilma à reeleição. Com o presente veio também uma carta de apoio.
“Fiz
essa bandeira com muito orgulho, como símbolo de batalha e luta para
eleger uma guerreira que enfrentou a amarga ditadura e renasceu para o
povo brasileiro. Ofereço meu simples e singelo presente”, diz um trecho
da carta de Edezio. Pedidos Muita gente também
aproveitou a oportunidade para fazer reivindicações. Do Piauí, estado em
que a presidente obteve quase 80% dos votos no segundo turno, vieram
três ônibus e um pedido da Associação de Mulheres para a reabertura do
Centro de Aprendizagem e Produção de Teresina. Catarina de Jesus da
Silva explicou que o local, agora fechado, se destinava antes à promoção
de cursos de preparação de mulheres jovens e adultas para o mercado de
trabalho.1 / 10 Lucicleide
de Siqueira é filiada ao Sindicato dos Professores de Pernambuco. Ela
veio à capital federal pedir à presidente mais hospitais psiquiátricos
para o seu estado. Segundo a professora, os doentes mentais do Recife
estão abandonados. - Os que têm mais sorte ainda são tratados em casa mesmo pela família, mas muitos ficam pela rua - explicou.
Festa Na
chegada ao Congresso Nacional, Dilma foi recepcionada pela multidão que
gritava seu nome, agitava bandeiras, cantava, soltava fogos e
registrava tudo nas fotos tiradas pelos milhares de celulares. No
meio do povo, mesmo depois de várias horas de pé e muito calor, estava a
animada Maria das Graças Pires, que é vendedora autônoma. Ela veio de
Belém em um dos nove ônibus da caravana do Pará. Enfrentou a longa
viagem para arriscar a sorte: queria falar com a presidente. Para dizer o
quê? - Que eu gosto muito dela. Já vi ela bem de pertinho uma
vez, mandei beijinho, mas agora se der certo, eu quero dizer isso para
ela, que votei nela sempre - disse. Dessa vez, Maria das Graças
teve a chance de acenar para Dilma, que retribuiu o gesto e sorriu ao
passar bem ao lado da vendedora no Rolls-Royce presidencial, na saída, em direção ao Palácio do Planalto. Agência Senado
Dilma diz que educação será "prioridade das prioridades" em seu governo
Ela lançou o PAC 3, prometeu realizar ajustes na economia e proteger a Petrobras de predadores
Em seu
discurso de posse no Plenário da Câmara, a presidente da República,
Dilma Rousseff, afirmou que o lema do seu segundo mandato será “Brasil, pátria educadora”. Segundo
Dilma, isso significa que a educação será a prioridade das prioridades
de seu governo. “Só a educação liberta o povo e lhe abre as portas de um
futuro próximo”, ressaltou. A presidente disse que terá o
compromisso de democratizar o acesso a um ensino de qualidade em todos
os níveis, da creche ao ensino superior. Ela ressaltou que a educação
começará a receber volumes maiores de recursos, oriundos dos royalties e
do fundo social do pré-sal. Entre
as metas apresentadas por Dilma, está a universalização, até 2016, do
acesso de todas as crianças de 4 a 5 anos à pré-escola, e o oferecimento
de 12 milhões de vagas no Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) até o final de 2018.
Para o secretário de cultura de São Paulo, sem informação
'desideologizada' não há sociedade livre: 'A informação é a base do
desenvolvimento cultural.'
Eduardo Maretti - Rede Brasil Atual
São Paulo – O secretário
municipal de Cultura de São Paulo, Juca Ferreira, disse na segunda-feira
(15), após reunião pública inaugural do 'Fórum21: Ideias para o Avanço
Social', que a formação da uma sociedade política e culturalmente madura
depende da democratização dos meios de comunicação. Para ele, a falta
de democracia da mídia substituiu, nos dias de hoje, a censura que havia
durante o regime militar no Brasil (1964-1985). “Durante os longos anos
de ditadura, nos acostumamos a ir contra a censura do estado. Mas
(hoje) tem a censura do mercado, e outro tipo de censura que a sociedade
brasileira está descobrindo agora, que é a censura a partir dos
interesses dos donos dos grandes meios de comunicação.”
Ferreira
acredita que os avanços no sentido da regulamentação do capítulo 5 da
Constituição – que trata da comunicação, liberdade de expressão e veda o
monopólio ou oligopólio dos meios – são difíceis, mas podem ser
alcançados com diálogo. “Se não tivermos uma informação correta,
desideologizada e com condições de garantir que a população tenha
discernimento e capacidade de analisar por si mesma, a gente não tem uma
sociedade livre”, diz.
O secretário paulistano, baiano de
Salvador e ex-ministro da Cultura (julho de 2008 a dezembro de 2010) no
segundo mandato de Luiz Inácio Lula da Silva, acredita que a
democratização e pluralidade de pontos de vista é condição necessária
para o desenvolvimento de “uma sociedade (que) faça sua própria
avaliação crítica”. “A relação que isso tem com a cultura é fundamental.
A informação é a base do desenvolvimento cultural. Se a informação é
viciada, parcial e não democrática, atrasa e dificulta a formação de uma
sociedade que se desenvolve culturalmente.”
Para Juca Ferreira,
a dificuldade que os governos petistas vem tendo, nos últimos 12 anos,
para vencer as resistências e conseguir emplacar a regulamentação dos
meios de comunicação decorre do que os líderes políticos e partidários
aliados no Congresso e membros do governo avaliam como uma “correlação
de forças não favorável”.
Mas, em sua opinião, os avanços nesse
sentido são possíveis. “A grande mídia tem um poder enorme na formação
de opinião da sociedade. Quer manter como está, e os que dirigem o
processo político têm avaliado que não têm condições (de fazer a reforma democrática dos meios)”,
constata. “Acho que dá para avançar, não com golpe de mão, mas com
discussão na sociedade, que vai compreender que é preciso que se
regulamente a atividade, não no sentido de cercear a opinião, mas no de
ampliar a possibilidade de que todas as opiniões tenham presença nos
meios de comunicação.”
A esquerda e Fernando Haddad
O
secretário acredita ser urgente um reposicionamento das forças
progressistas e uma reaproximação com os movimentos sociais no país para
a esquerda voltar a “representar o desejo de mudança”. “A esquerda se
aproximou demasiadamente do modus operandi da direita. Toda vez
que a esquerda se parece com a direita, quem ganha é a direita. A
sociedade não percebe mais o ardor mudancista por parte da esquerda”,
afirma.
Para Juca Ferreira, “é preciso recuperar o espírito
original de representar o desejo de mudança, de avanços, de conquistas
de direitos sociais, de democratização e modernização da sociedade. É
preciso renovar um programa social e construí-lo junto com a sociedade,
com os jovens, os movimentos sociais, as redes, os sindicatos”.
Na
opinião do ex-ministro, o prefeito Fernando Haddad “foi massacrado pela
grande imprensa” quando assumiu o mandato, em 2013, pelo “medo de que
ele fosse um fator importante no processo eleitoral em São Paulo (em
2014)”. A queda da popularidade do prefeito no primeiro ano e meio do
mandato foi consequência desse “massacre”, acredita. Mas, para Ferreira,
Haddad está no caminho certo e a tendência é recuperar a aprovação
popular de seu governo.
“O prefeito está recuperando a
popularidade em cima de um programa absolutamente contemporâneo de
valorizar a cidade e o espaço publico, o transporte público em
detrimento do individual”, diz. Ele cita, por exemplo, o projeto das
ciclovias como “culturalmente importante” e prevê que, embora haja
críticas segundo as quais não existem ciclistas em quantidade suficiente
pra preenchê-las, a população vai adotar o hábito de utilizá-las.
“Vivemos um processo muito rico. Aqui é um exemplo de retomada de um
projeto progressista substituindo o medo, que era a linguagem dominante
na cidade, por uma linguagem de diálogo, esperança no futuro e conforto
no presente.”
Uma
frente de esquerda, formada pelos principais movimentos sociais,
liderada, entre outros, pelo dirigente do MTST, Guilherme Boulos, está
em construção.
por: Saul Leblon
A palavra incerteza comanda a
passagem de 2014 para o Brasil de 2015, mas o chão mole do calendário
político registra agora uma auspiciosa pavimentação de terra firme que
pode surpreender.
Uma frente de esquerda formada pelos principais
movimentos sociais brasileiros, tendo à frente, entre outros, o
dirigente do MTST, Guilherme Boulos, está em formação no país.
Não é ainda a alavanca capaz de reverter a ofensiva conservadora em marcha batida na sociedade. Mas tem potência para isso.
Tem,
sobretudo, capacidade para sacudir uma correlação de forças na qual as
elites mastigam a margem de manobra do segundo governo Dilma entre os
dentes da fatalidade econômica e do engessamento político.
A
iniciativa dos movimento sociais, apoiada por partidos de esquerda,
conta com um incentivo sintomático da gravidade dos dias que correm: o
do ex-presidente Lula e, portanto, de uma parte significativa do PT.
Tem, ademais, um precedente revelador.
Ela
vem se somar a uma mobilização equivalente, iniciada há cerca de um
mês, para reaproximar intelectuais de esquerda e construir um
contraponto de ideias progressistas ao agendamento conservador da
sociedade, martelado diuturnamente pelo jogral midiático.
Trata-se de uma usina de respostas à espiral regressiva; uma caixa de ressonância de intelectuais cidadãos.
Esse polo de debate e combate foi oficializado no dia 15 de dezembro, em evento em São Paulo, com o nome de Fórum 21.
A
primeira assembleia, no Sindicato dos Engenheiros, elegeu como uma de
suas vértebras a luta pela democratização dos meios de comunicação.
Presente
no lançamento, o secretário de Cultura da Prefeitura de São Paulo, Juca
Ferreira, afirmou que os meios de comunicação são o principal obstáculo
ao debate crítico dos reais desafios brasileiros.
A
importância descomunal da imprensa na luta política não é assunto
estranho à reflexão intelectual desde que Gramsci (1891-1936) o
incorporou a sua obra. Na Itália, a fragilidade das estruturas
partidárias, ao lado das dificuldades impostas por uma unificação feita
de instituições ralas e abismos sociais e regionais profundos, fez com
que os jornais assumissem funções de verdadeiros partidos, ensinou o
pensador comunista.
As semelhanças meridionais com o subdesenvolvimento tropical não são negligenciáveis.
Nos
anos 90, Celso Furtado costumava explicar pacientemente aos jovens
jornalistas – os poucos que ainda procuravam o grande economista
brasileiro taxado de jurássico pela emergente agenda tucana— que o
‘populismo’, ao contrário da demonização que lhe atribuíam as elites,
refletia o vácuo histórico de uma sociedade pouco sedimentada
institucionalmente, capturada pelas mandíbulas de um capitalismo de
fronteiras indivisas.
O Estado e os líderes carismáticos
compensavam o oco político falando direto às massas. E intervindo na
economia para organizar a luta contra o subdesenvolvimento.
A colisão entre esse improviso de poder popular e o diretório midiático gerou entre nós alguns capítulos pedagógicos.
O suicídio de Vargas foi um deles.
O
criador da igualmente por isso maldita Petrobras apertou o gatilho para
não ceder à pressão insuportável do denuncismo lacerdista, que exigia
sua renúncia em emissões sistemáticas através da rádio Globo, dirigida
então pelo jovem udenista Roberto Marinho.
O Brasil era descrito como um mar de lama.
É
dispensável enfatizar as semelhanças com a pauta e os métodos abraçados
agora pelos grandes veículos de mídia em sintonia com a oposição
conservadora ao governo Dilma, ao PT e ao ‘lulopopulismo’ econômico.
O
Fórum dos intelectuais e a frente de movimentos sociais emergem como o
contraponto mais importante a isso, desde a vitória de Dilma em 26 de
outubro. O conservadorismo atordoa o discernimento da sociedade desde então com uma escalada vertiginosa de iniciativas.
Habilidosamente,
equipara-se combate à corrupção à demonização do polo progressista, no
qual se espeta o selo da degeneração política, associada a práticas
econômicas ‘intervencionistas’.
A ideia de uma salubridade
externa à história, tomada como referência limpa e boa na construção da
sociedade, é um daqueles mantras aos quais se agarram os interesses
dominantes de todos os tempos.
A depender da conveniência, essa
salubridade poderá vestir a toga da judicialização da ‘má política’. Ou a
gravata técnica dos centuriões que falam em nome da proficiência dos
mercados para dar o rumo ‘correto’ à economia.
Ou ainda encarnar
no monopólio de um dispositivo midiático que se avoca a prerrogativa de
um Bonaparte, a emitir interditos e sanções em defesa dos interesses
particulares apresentados como os de toda a nação.
Hoje, o
objetivo desse aluvião é o impeachment de Dilma ou o sangramento
irreversível de seu governo, e das forças que o apoiam, bem como das
ideias que as expressam. Até o seu sepultamento histórico em 2018.
Semanas
após a vitória progressista nas urnas, quando o governo parecia
hipnotizado pelo serpentário golpista que havia subestimado, e por isso
não se preparado para defender o escrutínio popular, Carta Maior
indagava:
‘O que se pergunta ansiosamente é se Lula já conversou
sobre isso com Boulos, do MTST; se Boulos já conversou com Luciana
Genro; se Luciana Genro já conversou com a CUT ; se a CUT já conversou
com Stédile; se todos já se deram conta de que passa da hora de uma
conversa limada de sectarismos e protelações, mas encharcada das
providencias que a urgência revela quando se pensa grande. Se ainda não
se aperceberam da contagem regressiva que ameaça o nascimento de um
Brasil emancipado e progressista poderão ser avisados de forma
desastrosa quando o tique taque se esgotar’.
A boa nova na praça é que a conversa começou.
O desafio de vida ou morte consiste agora em restaurar a transparência dos dois campos em confronto na sociedade.
Na
aparente neutralidade de certas iniciativas pulsa, na verdade, a
rigidez feroz dos interesses estruturais por elas favorecidos.
O
melhor solvente para essa tintura é a ampla participação popular no
debate e nas decisões que vão definir a rota do futuro brasileiro.
O
país, desde 2003, e com todas as limitações e contradições intrínsecas a
um governo de base heterogênea-- tem figurado aos olhos do mundo como
uma das estacas da resistência latino-americana à retroescavadeira
ortodoxa, que demole e soterra direitos sociais e soberania econômica
urbi et orbi.
Essa resistência criou um dos maiores mercados de massa do planeta em uma demografia de 202 milhões de habitantes.
O
assoalho macroeconômico range e ruge sob o peso da inadequação entre a
emergência dessa nova força motriz e as estruturas rigidamente
pensadas para exclui-la do mercado e da cidadania.
A solução da
'agenda técnica’ é higienizar a sujeira do intervencionismo público em
todas as frentes, devolvendo o mando do jogo à faxina autorreguladora
dos mercados.
Sobrepor o interesse privado aos da sociedade implica capturar o sistema democrático integralmente para esse fim.
Era esse o objetivo dos candidatos conservadores derrotados em outubro.
Não era apenas uma disputa presidencial. Mas um capítulo do embate inconcluso pelo comando do desenvolvimento brasileiro.
Daí a ilusão de se supor que concessões pontuais vão saciar o agendamento derrotado nas urnas.
Não será a adoção homeopática de sua farmacopeia que o fará recuar.
O
discernimento daquilo pelo que se luta, e contra quem se travará a
batalha dos próximos dias e noites, é crucial para os interesses
populares afrontarem a avalanche em curso.
Essa é uma batalha
entre a democracia social e as forças regressivas que se insurgiram
contra a sua construção em 32, 54, 64, 2005, 2006, 2010 e 2014.
Tornar
esse divisor visível aos olhos da população requer um símbolo de
magnetismo equivalente à dimensão das tarefas que essa agenda encerra em
termos de organização e repactuação do país com o seu desenvolvimento.
Requer
o nascimento de uma frente de esquerda que, à semelhança do ‘Podemos’,
na Espanha, guarde incontrastável vinculação com as urgências
populares. Mas também encerre um denso discernimento das contingencias
globais, que não podem ser abduzidas pelo imediatismo corporativista.
Embora
o martelete midiático tenha disseminado a bandeira do antipetismo
bélico, a ponto de hoje contagiar setores amplos da classe média, o fato
é que esse trunfo conservador ainda não reúne a energia necessária
para inaugurar uma nova ordem.
O pântano, por enquanto, o satisfaz.
Ele desarma a sociedade e exaspera a cidadania.
Dissemina
um sentimento de impotência diante das urgências de uma transição de
ciclo econômico marcada por uma correlação de forças instável,
desprovida de aderência institucional , ademais de submetida à
determinação de um capitalismo global avesso a qualquer outro
ordenamento que não o vale tudo dos mercados.
A força e o
consentimento necessários para conduzir esse ciclo em uma chave que
não seja a do arrocho requisitam o salto de articulação social que agora
se ensaia.
O caminho oposto é o da treva.
A
regressividade conservadora predominante na Itália após o ‘Mãos Limpas’,
nos anos 90, não é uma miragem; é um risco real em sociedades
desprovidas de representação política forte e organização social
mobilizada (leia ‘Mãos Limpas; e depois, Berlusconi?’; nesta pág).
Lá
como aqui o lubrificante do retrocesso foi a prostração progressista e a
incapacidade da esquerda e dos democratas de construir um repto
histórico de esperança para engajar a sociedade no comando do seu
destino.
A gravidade dos desafios embutidos no calendário de 2015 é de ordem equivalente.
Saber onde estão as respostas e reunir a energia política capaz de validá-las é trunfo valioso.
É
esse o significado encorajador da nascente frente de esquerda dos
movimentos sociais e da usina de intelectuais cidadãos reunidos no Fórum
21..
Mas
que já extrapolam a mera formalidade da travessia gregoriana, para
emprestar a 2015 a dimensão e o desassombro de uma verdadeira renovação
histórica.
Que assim seja um bom ano novo, são os votos que Carta
Maior tem a certeza de compartilhar com seus leitores e com a imensa
maioria do povo brasileiro.
Idosa foi entregar dinheiro com taxista, seguida por policiais. Bandidos foram presos por associação criminosa e extorsão
Athos Moura
Rio - A perspicácia de um taxista livrou uma
idosa de 62 anos de cair no golpe do falso sequestro e ainda ajudou a
polícia a prender três acusados de estelionato, que estariam tentando
enganar a vítima. Na madrugada desta quarta, a vítima recebeu ligação em
que bandidos diziam que a filha dela havia sequestrada. Moradora do
Leblon, ela entrou no táxi com destino a Jacarepaguá. No caminho,
enquanto ela falava ao telefone com os criminosos, o motorista percebeu
que ela estava sendo vítima de golpe e procurou a delegacia.
Segundo a vítima contou em
depoimento, os bandidos exigiram dinheiro e joias, e pediram que ela
levasse o ‘resgate’ até a Praça Jauru. Ela tinha apenas R$ 150 em casa e
estava levando o dinheiro para os bandidos.
Na 32ª DP (Taquara), para onde o
taxista levou a mulher, os policiais orientaram a vítima a continuar com
a farsa. Ela iria até a praça no táxi, e agentes da Polícia Civil
seguiriam o carro em uma viatura descaracterizada. No local combinado, a
idosa foi orientada a colocar dinheiro e joias em saco plástico, e
deixar perto de farmácia.
Os agentes perceberam que três
pessoas estavam próximas do local falando ao telefone e rindo. E,
segundo o delegado Alexandre Magalhães, assim que pegaram a sacola com
os pertences, foram presos em flagrante. Eles foram identificados como
Allan Clayderman Duarte Santos e Tiago da Paixão Silva, ambos de 25
anos, e Fernanda da Silva Cidade, de 28, mulher deste último. Eles foram
autuados por associação criminosa e extorsão. Todos já tinham passagem
por estelionato.
Brasília - A presidenta Dilma Rousseff e o
vice-presidente Michel Temer foram empossados, às 15h31 desta quinta
feira, 1º de janeiro de 2015, para mais quatro anos de mandato. A
cerimônia, realizada na capital federal, aconteceu na presença do
presidente do Senado Federal, Renan Calheiros, do presidente da Câmara
dos Deputados, Henrique Eduardo Alves, e do presidente do Supremo
Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski.
Autoridades estrangeiras também
participaram da solenidade, como os presidentes do Uruguai, o atual José
Mujica e seu sucessor Tabaré Vasquez, e da Venezuela, Nicolás Maduro,
além de ministros e outros convidados.
A cerimônia começou, após Renan
Calheiros declarar aberta a sessão e a banda dos Fuzileiros Navais
executar o Hino Nacional. Em seguida, Dilma e Temer fizeram juramento de
compromisso com a pátria e o presidente da Câmara os declararou
empossados.
"Prometo manter, defender e cumprir a
Constituição; observar as leis; promover o bem geral do povo
brasileiro, sustentar a união, a integridade e a independência do
Brasil, assim o prometo", declarou Dilma em seu juramento. Com o novo
mandato da primeira mulher a chegar à presidência no país, o PT
completará 16 anos no poder, após os oito anos de governo de Luiz Inácio
Lula da Silva (2003-2010).
A presidenta, o vice, os presidentes
do Congresso, da Câmara e do STF assinaram o termo de posse e, então,
Dilma iniciou seu pronunciamento. Depois do presidente do Congresso
encerrar a sessão solene, os dois eleitos e seus acompanhantes seguiram
para a presidência do Senado. Antes de deixarem o Congresso, mas já na
área externa, eles acompanharam mais uma vez a execução do Hino Nacional
pelo Batalhão da Guarda Presidencial. A presidenta passou a tropa em
revista e, só então, seguiu no Rolls-Royce para o Palácio do Planalto
As cerimônias de posse respeitam o
protocolo definido em um decreto de 1972. No país, os servidores
públicos devem ser empossados na presença de um superior. No caso do
presidente da República, seu superior é o povo, representado pelos
deputados federais. Por isso a cerimônia de posse é realizada na Câmara
dos Deputados. Cerca de 1 mil autoridades nacionais e estrangeiras foram
convidadas para o evento no Congresso, além de 450 jornalistas
credenciados para cobrir a solenidade.
Desafios e prioridades
Dilma terá como prioridade para o
próximo mandato a educação. "O lema para o nosso próximo mandato é:
Brasil, Pátria Educadora", declarou a presidenta durante seu discurso de
posse. Dilma também citou durante seu discurso outros temas importantes
como a retirada do Brasil do mapa da fome, o combate à corrupção,
direitos trabalhistas e inflação.
"Vamos provar que é possível fazer
ajustes sem revogar direitos conquistados", disse. Ainda em seu
discruso, Dilma afirmou que a credibilidade e a estabilidade da economia
são importantes e que é necessário um ajuste nas contas públicas para
que o país volte a crescer.
“Os primeiros passos dessa caminhada [para
voltar a crescer] passam por ajuste nas contas públicas e aumento da
poupança interna. Faremos isso com o menor sacrifício possível para a
população. Vamos, mais uma vez, derrotar a falsa tese de que há conflito
entre estabilidade econômica e investimento social”, declarou a
presidenta. Dilma disse ainda que seu governo monitorará a
inflação. “Em todos os anos do meu primeiro mandato, a inflação
permaneceu abaixo do teto da meta e assim vai continuar”. Segundo ela,
as reservas internacionais e os investimentos diretos no país estão em
patamares favoráveis, e, em seu segundo mandato, o ambiente para
negócios e atividade produtiva se tornará ainda melhor. A presidenta anunciou que encaminhará ao
Congresso Nacional projeto de lei criando um mecanismo de transição
entre as categorias do Simples (regime de pagamento de impostos para
pequenos empresários) e os demais regimes tributários. “Vamos acabar com
o abismo tributário que faz os pequenos negócios terem medo de
crescer”, discursou. A presidente foi reeleita na campanha mais
disputada nos últimos anos no Brasil, com uma vantagem de três pontos
percentuais sobre o senador Aécio Neves, que prometeu liderar uma
enérgica oposição nos próximos quatro anos. Outros desafios que esperam a
governante são as consequências do escândalo de corrupção na Petrobras,
que pode atingir vários de seus aliados, e um prometido e duro ajuste
fiscal para recolocar a economia no rumo, que neste ano crescerá apenas
0,14%, segundo as últimas projeções dos economistas. Discurso de posse da presidenta Dilma Rousseff Senhoras e Senhores, Senhor presidente do Senado Federal, Renan Calheiros, Senhor vice-presidente da República, Michel Temer, Senhor presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves, Senhoras e senhores Chefes de Estado, Chefes
de Governo, Vice-chefes de Estado e Vice-chefes de governo que me
honram com suas presenças aqui hoje. Senhor presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Ricardo Lewandowski, Senhores e senhores chefes das missões estrangeiras e embaixadores acreditados junto ao meu governo, Senhoras e senhores ministros de Estado, Senhoras e senhores governadores, Senhoras e senhores senadores, Senhoras e senhores deputados federais, Senhoras e senhores representantes da imprensa, Meus queridos brasileiros e brasileiras. Volto a esta Casa com a alma cheia de
alegria, de responsabilidade, de esperança. Sinto alegria por ter
vencido os desafios e honrado o nome da mulher brasileira. O nome de
milhões de mulheres guerreiras, mulheres anônimas que voltam a ocupar,
encarnadas na minha figura, o mais alto posto dessa nossa grande nação. Encarno, também, outra alma coletiva que
amplia ainda mais a minha responsabilidade e a minha esperança. O
projeto de nação que é detentor do mais profundo e duradouro apoio
popular da nossa história democrática. Esse projeto de nação triunfou e
permanece devido aos grandes resultados que conseguiu até agora, e que
porque também o povo entendeu que este é um projeto coletivo e de longo
prazo. Este projeto pertence ao povo brasileiro e, mais do que nunca, é
para o povo brasileiro e com o povo brasileiro que vamos governar. A partir do extraordinário trabalho iniciado
pelo governo do presidente Lula, continuado por nós, temos hoje a
primeira geração de brasileiros que não vivenciou a tragédia da fome.
Resgatamos 36 milhões da extrema pobreza e 22 milhões apenas em meu
primeiro governo. Nunca tantos brasileiros ascenderam às
classes médias. Nunca tantos brasileiros conquistaram tantos empregos
com carteira assinada. Nunca o salário mínimo e os demais salários se
valorizaram por tanto tempo e com tanto vigor. Nunca tantos brasileiros
se tornaram donos de suas próprias casas. Nunca tantos brasileiros
tiveram acesso ao ensino técnico e à universidade. Nunca o Brasil viveu
um período tão longo sem crises institucionais. Nunca as instituições
foram tão fortalecidas e respeitadas e nunca se apurou e puniu com tanta
transparência a corrupção. Em nossos governos, cumprimos o compromisso
fundamental de oferecer a uma população enorme de excluídos, de pessoas
excluídas, os direitos básicos que devem ser assegurados a qualquer
cidadão: o direito de trabalhar, de alimentar a sua família, de educar e
acreditar em um futuro melhor para seus filhos. Isso que era tanto para
uma população que tinha tão pouco, tornou-se pouco para uma população
que conheceu, enfim, governos que respeitam e que a respeitam, e que
realmente se esforçam para protegê-la. A população quis que ficássemos porque viu o
resultado do nosso trabalho, compreendeu as limitações que o tempo nos
impôs e concluiu que podemos fazer muito mais. O recado que o povo
brasileiro nos mandou não foi só de reconhecimento e de confiança, foi
também um recado de quem quer mais e melhor. Por isso, a palavra mais repetida na
campanha foi mudança e o tema mais invocado foi reforma. Por isso, eu
repito hoje, nesta solenidade de posse, perante as senhoras e os
senhores: fui reconduzida à Presidência para continuar as grandes
mudanças do país e não trairei este chamado. O povo brasileiro quer
mudanças, quer avançar e quer mais. É isso que também eu quero. É isso
que vou fazer, com destemor mas com humildade, contando com o apoio
desta Casa e com a força do povo brasileiro. Este ato de posse é, antes de tudo, uma
cerimônia de reafirmação e ampliação de compromissos. É a inauguração de
uma nova etapa neste processo histórico de mudanças sociais do Brasil. Faço questão, também, de renovar, nesta
Casa, meu compromisso de defesa permanente e obstinada da Constituição,
das leis, das liberdades individuais, dos direitos democráticos, da mais
ampla liberdade de expressão e dos direitos humanos. Queridos brasileiros e brasileiras, Em meu primeiro mandato, o Brasil alcançou
um feito histórico: superamos a extrema pobreza. Mas, como eu disse - e
sei que é a convicção e a expectativa de todos os brasileiros -, o fim
da miséria é apenas um começo. Agora é a hora de prosseguir com o nosso
projeto de novos objetivos. É hora de melhorar o que está bom, corrigir o
que é preciso e fazer o que o povo espera de nós. Sim, neste momento, ao invés de simplesmente
garantir o mínimo necessário, como foi o caso ao longo da nossa
história, temos, agora, que lutar para oferecer o máximo possível. Vamos
precisar, governo e sociedade, de paciência, coragem, persistência,
equilíbrio e humildade para vencer os obstáculos. E venceremos esses
obstáculos. O povo brasileiro quer democratizar, cada
vez mais, a renda, o conhecimento e o poder. O povo brasileiro quer
educação, saúde, e segurança de mais qualidade. O povo brasileiro quer
ainda mais transparência e mais combate a todos os tipos de crimes,
especialmente a corrupção e quer ainda que o braço forte da justiça
alcance a todos de forma igualitária. Eu não tenho medo de encarar estes desafios,
até porque sei que não vou enfrentá-los sozinha, não vou enfrentar esta
luta sozinha. Sei que conto com o apoio dos senhores e das senhoras
parlamentares, legítimos representantes do povo neste Congresso
Nacional. Sei que conto com o apoio do meu querido vice-presidente
Michel Temer, parceiro de todas as horas. Sei que conto com o esforço
dos homens e mulheres do Judiciário. Sei que conto com o forte apoio da
minha base aliada, de cada liderança partidária de nossa base e com os
ministros e as ministras que estarão, a partir de hoje, trabalhando ao
meu lado pelo Brasil. Sei que conto com o apoio de cada militante do meu
partido, o PT, e da militância de cada partido da base aliada,
representados aqui pelo mais destacado militante e maior líder popular
da nossa história, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Sei que conto
com o apoio dos movimentos sociais e dos sindicatos; e sei o quanto
estou disposta a mobilizar todo o povo brasileiro nesse esforço para uma
nova arrancada do nosso querido Brasil. Assim como provamos que é possível crescer e
distribuir renda, vamos provar que se pode fazer ajustes na economia
sem revogar direitos conquistados ou trair compromissos sociais
assumidos. Vamos provar que depois de fazermos políticas sociais que
surpreenderam o mundo, é possível corrigir eventuais distorções e
torná-las ainda melhores. É inadiável, também, implantarmos práticas
políticas mais modernas, éticas e, por isso, mesmo mais saudáveis. É
isso que torna urgente e necessária a reforma política. Uma reforma
profunda que é responsabilidade constitucional desta Casa, mas que deve
mobilizar toda a sociedade na busca de novos métodos e novos caminhos
para nossa vida democrática. Reforma política que estimule o povo
brasileiro a retomar seu gosto e sua admiração pela política. Queridas brasileiras e queridos brasileiros, Neste momento solene de posse é importante
que eu detalhe algumas ações e atitudes concretas que vão nortear nosso
segundo mandato. As mudanças que o país espera para os
próximos quatro anos dependem muito da estabilidade e da credibilidade
da economia. Isso, para nós todos, não é novidade. Sempre orientei
minhas ações pela convicção sobre o valor da estabilidade econômica, da
centralidade do controle da inflação e do imperativo da disciplina
fiscal, e a necessidade de conquistar e merecer a confiança dos
trabalhadores e dos empresários. Mesmo em meio a um ambiente internacional de
extrema instabilidade e incerteza econômica, o respeito a esses
fundamentos econômicos nos permitiu colher resultados positivos. Em
todos os anos do meu primeiro mandato, a inflação permaneceu abaixo do
teto da meta e assim vai continuar. Na economia, temos com o que nos preocupar,
mas também temos o que comemorar. O Brasil é hoje a 7ª economia do
mundo, o 2º maior produtor e exportador agrícola, o 3º maior exportador
de minérios, o 5º país que mais atrai investimentos estrangeiros, o 7º
país em acúmulo de reservas cambiais e o 3º maior usuário de internet. Além disso, é importante notar que a dívida
líquida do setor público é hoje menor do que no início do meu mandato.
As reservas internacionais estão em patamar histórico, na casa dos US$
370 bilhões. Os investimentos estrangeiros diretos atingiram, nos
últimos anos, volumes recordes. Mais importante: a taxa de desemprego está
nos menores patamares já vivenciados na história de nosso país. Geramos 5
milhões e 800 mil empregos formais em um período em que o mundo
submergia no desemprego. Porém queremos avançar ainda mais e precisamos
fazer mais e melhor! Por isso, no novo mandato vamos criar, por
meio de ação firme e sóbria, firme e sóbria na economia, um ambiente
ainda mais favorável aos negócios, à atividade produtiva, ao
investimento, à inovação, à competitividade e ao crescimento
sustentável. Combateremos sem trégua a burocracia. Tudo isso voltado
para o que é mais importante e mais prioritário: a manutenção do emprego
e a valorização, muito especialmente a valorização do salário mínimo,
que continuaremos assegurando. Mais que ninguém sei que o Brasil precisa
voltar a crescer. Os primeiros passos desta caminhada passam por um
ajuste nas contas públicas, um aumento na poupança interna, a ampliação
do investimento e a elevação da produtividade da economia. Faremos isso
com o menor sacrifício possível para a população, em especial para os
mais necessitados. Reafirmo meu profundo compromisso com a manutenção de
todos os direitos trabalhistas e previdenciários. Temos consciência que a ampliação e a
sustentabilidade das políticas sociais exige equidade e correção
permanente de distorções e eventuais excessos. Vamos, mais uma vez
derrotar a falsa tese que afirma existir um conflito entre a
estabilidade econômica e o crescimento do investimento social, dos
ganhos sociais e do investimento em infraestrutura. Ao falar dos desafios da nossa economia,
faço questão de deixar uma palavra aos milhões de micro e pequenos
empreendedores do Brasil. Em meu primeiro mandato, aprimoramos e
universalizamos o Simples e ampliamos a oferta de crédito para os
pequenos empreendedores. Quero, neste novo mandato, avançar ainda
mais. Pretendo encaminhar ao Congresso Nacional um projeto de lei
criando um mecanismo de transição entre as categorias do Simples e os
demais regimes tributários. Vamos acabar com o abismo tributário que faz
os pequenos negócios terem medo de crescer. E sabemos que, se o pequeno
negócio não cresce, o país também não cresce. Nos dedicaremos, ainda, a
ampliar a competitividade do nosso país e de nossas empresas. Daremos prioridade ao desenvolvimento da
ciência, da tecnologia e da inovação, estimulando e fortalecendo as
parcerias entre o setor produtivo e nossos centros de pesquisa e
universidades. Um Brasil mais competitivo está nascendo
também, a partir dos maciços investimentos em infraestrutura, energia e
logística. Desde 2007, foram duas edições do Programa de Aceleração do
Crescimento - o PAC-1 e o PAC-2 -, que totalizaram cerca de R$ 1 trilhão
e 600 bilhões em investimentos em milhares de kms de rodovias,
ferrovias; em obras nos portos, nos terminais hidroviários e nos
aeroportos. Em expansão da geração e da rede de transmissão de energia.
Em obras de saneamento e ligações de energia do Luz para Todos. Com o Programa de Investimentos em
Logística, demos um passo adiante, construímos parcerias com o setor
privado, implementando um novo modelo de concessões que acelerou a
expansão e permitiu um salto de qualidade de nossa logística.
Asseguramos concessões de aeroportos e de milhares de km de rodovia e a
autorização para terminais privados nos portos. Agora, vamos lançar o 3º PAC, o 3º Programa
de Aceleração do Crescimento e o segundo Programa de Investimento em
Logística. Assim, a partir de 2015 iniciaremos a implantação de uma nova
carteira de investimento em logística, energia, infraestrutura social e
urbana, combinando investimento público e, sobretudo, parcerias
privadas. Vamos aprimorar os modelos de regulação do mercado, garantir
que o mercado privado de crédito de longo prazo, por exemplo, se
expanda. Garantir também que haja sustentação para os projetos de
financiamento de grande vulto. Reafirmo ainda meu compromisso de apoiar
estados e municípios na tão desejada expansão da infraestrutura de
transporte coletivo em nossas cidades. Está em andamento na realidade
uma carteira de R$ 143 bilhões em obras de mobilidade urbana por todo o
Brasil. Assinalo que, neste novo mandato, daremos
especial atenção à infraestrutura que vai nos conduzir ao Brasil do
futuro: a rede de internet em banda larga. Em 2014, em um esforço
conjunto com este Congresso Nacional, demos ao Brasil uma das
legislações mais modernas do mundo na área da internet, o Marco Civil da
Internet. Reitero aqui meu compromisso de, nos próximos quatro anos,
promover a universalização do acesso a um serviço de internet em banda
larga barato, rápido e seguro. Quero reafirmar ainda o compromisso de
continuar reduzindo os desequilíbrios regionais, impulsionando políticas
transversais e projetos estruturantes, especialmente no Nordeste e na
região da Amazônia. Foi decisivo mitigar o impacto desta prolongada seca
no semi-árido nordestino, mas mais importante será a conclusão da nova e
transformadora infraestrutura de recursos hídricos perenizando mais de
1.000 km de rios, combinada com o importante investimento social em mais
de um milhão de cisternas. Senhoras e Senhores, Gostaria de anunciar agora o novo lema do
meu governo. Ele é simples, é direto e é mobilizador. Reflete com
clareza qual será a nossa grande prioridade e sinaliza para qual setor
deve convergir o esforço de todas as áreas do governo. Nosso lema será:
Brasil, Pátria Educadora! Trata-se de lema com duplo significado. Ao
bradarmos "Brasil, Pátria Educadora" estamos dizendo que a educação será
a prioridade das prioridades, mas também que devemos buscar, em todas
as ações do governo, um sentido formador, uma prática cidadã, um
compromisso de ética e um sentimento republicano. Só a educação liberta um povo e lhe abre as
portas de um futuro próspero. Democratizar o conhecimento significa
universalizar o acesso a um ensino de qualidade em todos os níveis da
creche à pós-graduação; Significa também levar a todos os segmentos da
população dos mais marginalizados, aos negros, às mulheres e a todos
os brasileiros a educação de qualidade. Ao longo deste novo mandato, a educação
começará a receber volumes mais expressivos de recursos oriundos dos
royalties do petróleo e do fundo social do pré-sal. Assim, à nossa
determinação política se somarão mais recursos e mais investimentos. Vamos continuar expandindo o acesso às
creches e pré-escolas garantindo para todos, o cumprimento da meta de
universalizar, até 2016, o acesso de todas as crianças de 4 e 5 anos à
pré-escola. Daremos sequência à implantação da alfabetização na idade
certa e da educação em tempo integral. Condição para que a nossa ênfase
no ensino médio seja efetiva porque através dela buscaremos, em parceria
com os estados, efetivar mudanças curriculares e aprimorar a formação
dos professores. Sabemos que essa é uma área frágil no nosso sistema
educacional. O Pronatec oferecerá, até 2018, 12 milhões
de vagas para que nossos jovens, trabalhadores e trabalhadoras tenham
mais oportunidades de conquistar melhores empregos e possam contribuir
ainda mais para o aumento da competitividade da economia brasileira.
Darei especial atenção ao Pronatec Jovem Aprendiz, que permitirá às
micro e pequenas empresas contratarem um jovem para atuar em seu
estabelecimento. Vamos continuar apoiando nossas
universidades e estimulando sua aproximação com os setores mais
dinâmicos da nossa economia e da nossa sociedade. O Ciência Sem
Fronteiras vai continuar garantindo bolsas de estudo nas melhores
universidades do mundo para 100 mil jovens brasileiros. Queridas e queridos brasileiros e brasileiras O Brasil vai continuar como o país líder, no
mundo, em políticas sociais transformadoras. Aos beneficiários do Bolsa
Família continuaremos assegurando o acesso às políticas sociais e a
novas oportunidades de renda. Destaque será dado à formação profissional
dos beneficiários adultos e à educação das crianças e dos jovens. Com a terceira fase do Minha Casa, Minha
Vida contrataremos mais 3 milhões de novas moradias, que se somam aos 2
milhões de moradias entregues até 2014 e às 1 milhão e 750 mil moradias
que estão em construção e que serão entregues neste segundo mandato. Na saúde, reafirmo nosso compromisso de
fortalecer o SUS. Sem dúvida, a marca mais forte do meu governo, no
primeiro mandato, foi a implantação do Mais Médicos, que levou o
atendimento básico de saúde a mais de 50 milhões de brasileiros, nas
áreas mais vulneráveis do nosso país. Persistiremos, ampliando as vagas
em graduação e em residência médica, para que cada vez mais jovens
brasileiros possam se tornar médicos e assegurar atendimento ao povo
brasileiro. Neste segundo mandato, vou implantar o Mais Especialidades
para garantir o acesso resolutivo e em tempo oportuno aos pacientes que
necessitem de consulta com especialista, exames e os respectivos
procedimentos. Assumo, com todas as brasileiras e
brasileiros, o compromisso de redobrar nossos esforços para mudar o
quadro da segurança pública em nosso país. Instalaremos Centros de
Comando e Controle em todas as capitais, ampliando a capacidade de ação
de nossas polícias e a integração dos órgãos de inteligência e das
forças de segurança pública. Reforçaremos as ações e a nossa presença
nas fronteiras para o combate ao tráfico de drogas e de armas com o
Programa Estratégico de Fronteiras, realizado em parceria entre as
Forças Armadas e as polícias federais, entre o Ministério de Defesa e o
Ministério da Justiça. Vou, sobretudo, propor ao Congresso Nacional
alterar a Constituição Federal, para tratar a segurança pública como
atividade comum de todos os entes federados, permitindo à União
estabelecer diretrizes e normas gerais válidas para todo o território
nacional, para induzir políticas uniformes no país e disseminar a adoção
de boas práticas na área policial. Senhoras e senhores, Investimos muito e em todo o país sem
abdicar, um só momento, do nosso compromisso com a sustentabilidade
ambiental, a sustentabilidade ambiental do nosso desenvolvimento. Um
dado explicita este compromisso: alcançamos, nos quatro anos de meu
primeiro mandato, as quatro menores taxas de desmatamento da Amazônia. Nos últimos 4 anos, o Congresso Nacional
aprovou um novo Código Florestal e implementamos o Cadastro Ambiental
Rural, o CAR. Vamos aprofundar a modernização de nossa legislação
ambiental e, já a partir deste ano, nos engajaremos fortemente nas
negociações climáticas internacionais para que nossos interesses sejam
contemplados no processo de estabelecimento dos parâmetros globais de
redução de emissões. Nossa inserção soberana na política
internacional continuará sendo marcada pela defesa da democracia, pelo
princípio de não-intervenção e respeito à soberania das nações, pela
solução negociada dos conflitos, pela defesa dos Direitos Humanos, e
pelo combate à pobreza e às desigualdades, pela preservação do meio
ambiente e pelo multilateralismo. Insistiremos na luta pela reforma dos
principais organismos multilaterais, cuja governança hoje não reflete a
atual correlação de forças global. Manteremos a prioridade à América do Sul,
América Latina e Caribe, que se traduzirá no empenho em fortalecer o
Mercosul, a Unasul e a Comunidade dos Países da América Latina e do
Caribe (Celac), sem discriminação de ordem ideológica. Agradeço,
inclusive, a presença de meus queridos colegas e governantes da América
Latina aqui presentes. Da mesma forma será dada ênfase a nossas relações
com a África, com os países asiáticos e com o mundo árabe. Com os Brics, nossos parceiros estratégicos
globais - China, Índia, Rússia e África do Sul , avançaremos no
comércio, na parceria científica e tecnológica, nas ações diplomáticas e
na implementação do Banco de Desenvolvimento dos Brics e na
implementação também do acordo contingente de reservas. É de grande relevância aprimorarmos nosso
relacionamento com os Estados Unidos, por sua importância econômica,
política, científica e tecnológica, sem falar no volume de nosso
comércio bilateral. O mesmo é válido para nossas relações com a União
Européia e com o Japão, com os quais temos laços fecundos. Em 2016, os olhos do mundo estarão mais uma
vez voltados para o Brasil, com a realização das Olimpíadas. Temos
certeza que mais uma vez, como aconteceu na Copa, vamos mostrar a
capacidade de organização do Brasil e, agora, numa das mais belas
cidades do mundo, o nosso Rio de Janeiro. Amigos e amigas, Tudo que estamos dizendo, tudo que estamos
propondo converge para um grande objetivo: ampliar e fortalecer a
democracia, democratizando verdadeiramente o poder. Democratizar o poder
significa lutar pela reforma política, ouvir com atenção a sociedade e
os movimentos sociais e buscar a opinião do povo para reforçar a
legitimidade das ações do Executivo. Democratizar o poder significa
combater energicamente a corrupção. A corrupção rouba o poder legítimo
do povo. A corrupção ofende e humilha os trabalhadores, os empresários e
os brasileiros honestos e de bem. A corrupção deve ser extirpada. O Brasil sabe que jamais compactuei com
qualquer ilícito ou malfeito. Meu governo foi o que mais apoiou o
combate à corrupção, por meio da criação de leis mais severas, pela ação
incisiva e livre de amarras dos órgãos de controle interno, pela
absoluta autonomia da Polícia Federal como instituição de Estado, e pela
independência sempre respeitada diante do Ministério Público. Os
governos e a Justiça estarão cumprindo os papéis que se espera deles: se
punirem exemplarmente os corruptos e os corruptores. A luta que vimos empreendendo contra a
corrupção e, principalmente, contra a impunidade, ganhará ainda mais
força com o pacote de medidas que me comprometi durante a campanha, e me
comprometo a submeter à apreciação do Congresso Nacional ainda neste
primeiro semestre. São cinco medidas: transformar em crime e
punir com rigor os agentes públicos que enriquecem sem justificativa ou
não demonstrem a origem dos seus ganhos; modificar a legislação
eleitoral para transformar em crime a prática de caixa 2; criar uma nova
espécie de ação judicial que permita o confisco dos bens adquiridos de
forma ilícita ou sem comprovação; alterar a legislação para agilizar o
julgamento de processos envolvendo o desvio de recursos públicos; e
criar uma nova estrutura, a partir de negociação com o Poder Judiciário
que dê maior agilidade e eficiência às investigações e processos movidos
contra aqueles que têm foro privilegiado. Em sua essência, essas medidas têm o
objetivo de garantir processos e julgamentos mais rápidos e punições
mais duras, mas jamais poderão agredir o amplo direito de defesa e o
contraditório; jamais poderão significar a condenação prévia sem defesa
de inocentes. Estou propondo um grande pacto nacional
contra a corrupção, que envolve todas as esferas de governo e todos os
núcleos de poder, tanto no ambiente público como no ambiente privado. Senhoras e Senhores, Como fiz na minha diplomação, quero agora me
referir a nossa Petrobras, uma empresa com 86 mil empregados dedicados,
honestos e sérios, que teve, lamentavelmente, alguns servidores que não
souberam honrá-la, sendo atingidos pelo combate à corrupção. A Petrobras já vinha passando por um
vigoroso processo de aprimoramento de gestão. A realidade atual só faz
reforçar nossa determinação de implantar, na Petrobras, a mais eficiente
e rigorosa estrutura de governança e controle que uma empresa já teve
no Brasil. A Petrobras é capaz disso e capaz de muito
mais. Ela se tornou a maior empresa do mundo em capacitação técnica para
a prospecção de petróleo em águas profundas. Daí resultou a maior
descoberta de petróleo deste início de século as jazidas do pré-sal -,
cuja exploração, que já é realidade, vai tornar o Brasil um dos maiores
produtores de petróleo do planeta. Temos muitos motivos para preservar e
defender a Petrobras de predadores internos e de seus inimigos externos.
Por isso, vamos apurar com rigor tudo de errado que foi feito e
fortalecê-la cada vez mais. Vamos, principalmente, criar mecanismos que
evitem que fatos como estes possam voltar a ocorrer. O saudável empenho
da Justiça, de investigar e punir, deve também nos permitir reconhecer
que a Petrobras é a empresa mais estratégica para o Brasil e a que mais
contrata e investe no país. Temos, assim, que saber apurar e saber
punir, sem enfraquecer a Petrobras, nem diminuir a sua importância para o
presente e para o futuro. Não podemos permitir que a Petrobras seja
alvo de um cerco especulativo de interesses contrariados com a adoção do
regime de partilha e da política de conteúdo nacional, partilha e
política de conteúdo nacional que asseguraram ao nosso povo o controle
sobre nossas riquezas petrolíferas. A Petrobras é maior do que quaisquer
crises e, por isso, tem capacidade de superá-las e delas sair mais
forte. Queridos brasileiros e queridas brasileiras, O Brasil não será sempre um país em
desenvolvimento. Seu destino é ser um país desenvolvido e justo, e é
este destino que estamos construindo e buscando cada vez mais, com o
esforço de todos, construir. Uma nação em que todas as pessoas tenham as
mesmas oportunidades: de estudar, trabalhar, viver em condições dignas
na cidade ou no campo. Um país que respeita e preserva o meio ambiente e
onde todas as pessoas podem ter os mesmos direitos: à liberdade de
informação e de opinião, à cultura, ao consumo, à dignidade, à igualdade
independentemente de raça, credo, gênero ou sexualidade. Dedicarei obstinadamente todos os meus
esforços para levar o Brasil a iniciar um novo ciclo histórico de
mudanças, de oportunidades e de prosperidade, alicerçado no
fortalecimento de uma política econômica estável, sólida, intolerante
com a inflação, e que nos leve a retomar uma fase de crescimento robusto
e sustentável, com mais qualidade nos serviços públicos. Assumo aqui um
compromisso com o Brasil que produz e com o Brasil que trabalha. Reafirmo também o meu respeito e a minha
confiança no Poder Judiciário, no Congresso Nacional, nos partidos e nos
representantes do povo brasileiro. Reafirmo minha fé na política, na
política que transforma para melhor a vida do povo. Peço aos senhores e
às senhoras parlamentares que juntemos as mãos em favor do Brasil,
porque a maioria das mudanças que o povo exige tem que nascer aqui, na
grande casa do povo. Meus amigos e minhas amigas, Já estive algumas vezes um pouco perto da morte e destas situações saí uma pessoa melhor e mais forte. Sou ex-opositora de um regime de força que
provocou em mim dor e me deixou cicatrizes, mas não tenho nenhum
revanchismo. Mas este processo jamais destruiu em mim o sonho de viver
num país democrático e a vontade de lutar e de construir este país cada
vez melhor. Por isso, sempre me emociono ao dizer que eu sou uma
sobrevivente. Também enfrentei doenças mas, se me permitem, quero dizer
mais: pertenço a uma geração vencedora. Uma geração que viu a
possibilidade da democracia no horizonte e viu ela se realizar. Essas duas características, elas me
aproximam do povo brasileiro - ele também, um sobrevivente e um
vitorioso, que jamais abdica de seus sonhos. Luta para realizá-los. Deus colocou em meu peito um coração cheio
de amor pela minha pátria. Antes de tudo, o que a música cantava, um
coração valente, não é que a gente não tem medo de nada, a gente
controla o medo. Um coração que dispara no peito com a energia do amor,
do sonho e, sobretudo, com a possibilidade de construir um Brasil
desenvolvido. Eu não tenho medo de proclamar para vocês que nós vamos
vencer todas as dificuldades, porque temos a chave para vencê-las,
vencer todas as dificuldades. Esta chave pode ser resumida num verso, e esse verso tem, de uma certa forma, sabor de oração, que diz o seguinte: "O impossível se faz já; só os milagres ficam para depois". Muito Obrigada. Viva o Brasil e viva o povo brasileiro! Com informações da EFE e da Agência Brasil
Dilma dá posse aos ministros para o segundo mandato
Dilma Rousseff nomeou os 39 integrantes de seu ministério. 15 deles já ocupavam os cargos no governo
Ministros tomaram posse para o segundo mandato da presidenta
Após receber os cumprimentos dos chefes de Estado e de Governo e
dos demais representantes de outros países, a presidenta Dilma Rousseff
nomeou os 39 integrantes de seu ministério. Quase a metade do
ministério é formado por nomes conhecidos, pois 15 ministros foram
mantidos em suas cadeiras e quatro foram remanejados para outras pastas.
Nos anúncios que promoveu nas últimas semanas, Dilma escolheu 20 novos
nomes para o seu primeiro escalão. Assinaram o termo de posse 24 ministros, pois assumem novas funções.
Os 15 que permanecem nos cargos foram convidados a comparecer ao tapete
verde, atrás da presidenta e do vice Michel Temer, durante a cerimônia.
Logo depois, todos foram para o Salão Oeste do Palácio do Planalto, a
fim de fazer a foto oficial ao lado de Dilma Rousseff. A cerimônia de posse ocorreu no Salão Nobre do Palácio do Planalto.
No local, mil cadeiras foram preparadas para autoridades, parentes dos
ministros que tomaram posse, representantes de movimentos sociais e Chefes de Poderes, ex-presidentes da República -José Sarney e Luiz
Inácio Lula da Silva, ministros e ex-ministros de Estado, governadores e
ex-governadores, parlamentares e prefeitos de capitais também estiveram
presentes à cerimônia, como os presidentes do Senado Federal, Renan
Calheiros; da Câmara, Henrique Eduardo Alves; e do Supremo Tribunal
Federal (STF), Ricardo Lewandowski.