Eles são as estrelas maiores de um evento planetário, protagonizado
por 10,5 mil atletas de quase 200 países, que terá uma audiência
televisiva global estimada em cinco bilhões de pessoas. Nas páginas a
seguir, você encontrará o perfil de 100 grandes atletas olímpicos –
brasileiros ou não –, seu histórico de conquistas e as chances de
vitória de cada um. Fazem parte da lista gênios como Usain Bolt, o homem
mais rápido de todos os tempos, e Michael Phelps, que pode se tornar em
Londres o recordista de medalhas olímpicas. Mas não estão presentes
apenas os supercampeões. Você conhecerá a saga de um judoca da
Palestina, a trajetória de um cavaleiro japonês que, aos 71 anos, é o
atleta mais velho dos Jogos, e a irlandesa que divide sua vocação entre
os ringues de boxe e os gramados de futebol.
Esta edição especial também preparou uma surpresa: produzimos um ensaio
fotográfico exclusivo com os brasileiros que têm mais chances de
conquistar medalha. O trabalho é inovador. Pela primeira vez, os atletas
foram retratados como praticantes de esportes diferentes daqueles que
os consagraram. A ideia foi transmitir o sentido coletivo da Olimpíada: é
como se todos fossem um só. Mais do que lutar por uma conquista
individual, eles vão às piscinas, aos tatames, às pistas de corrida e
aos ginásios defender uma nação. Fotografamos Cesar Cielo, campeão
olímpico da natação, como um judoca. Esportista mais vitorioso da
história olímpica do Brasil, o velejador Robert Scheidt vestiu roupas de
boxe. A saltadora Maurren Maggi se transformou em uma ciclista. Que
esse espírito contamine a delegação brasileira e que os atletas voltem
de Londres carregados de medalhas.
1
Natação
Cesar Cielo (Brasil)
Concentração para o ouro
O homem mais rápido do mundo nas piscinas tem sido discreto
nos últimos dias. Ele pouco fala sobre as perspectivas para a Olimpíada,
se refere aos adversários com fartos elogios e evita ao máximo a
exposição gratuita. Em outras palavras: está concentrado como nunca.
Cielo deve disputar quatro provas em Londres, os 50 e 100 m livre, o
revezamento 4x100 m livre e o revezamento 4x100 m medley. Nas provas
individuais, são grandes suas chances de medalha. Mais do que isso: nos
50 m, será surpresa se não subir ao pódio, mas o que ele espera mesmo é o
bicampeonato olímpico. Atual recordista mundial da distância, não tem
encontrado adversários capazes de rivalizar com ele nessa prova. Nos 100
m, a história é diferente. Embora detentor do recorde mundial – obtido
com os trajes tecnológicos, que melhoram sensivelmente a performance –
Cielo está atrás do australiano James Magnussen, que tem dominado com
certa facilidade as competições. Mas é bom não duvidar. Em Pequim,
ninguém dava nada por ele nessa prova e mesmo assim o bronze veio. Cielo
é Cielo.
Quando ver: 29 de julho: 8h05 e 16h54 / 31 de
julho: 6h e 15h30 / 1º de agosto: 16h17 / 2 de agosto: 6h e 15h30 / 3
de agosto: 8h04 e 16h09 / 4 de agosto: 16h27
2
Vela
Robert Scheidt (Brasil)
Prestes a ser o maior de todos
O velejador Robert Scheidt nunca foi embora de uma Olimpíada
sem levar medalha para casa. O paulista é dono de dois ouros
(Atenas-2004 e Atlanta-1996) e duas pratas (Pequim-2008 e Sydney-2000).
Em Londres, fará dupla com Bruno Prada na classe Star e disputa as
regatas na condição de principal favorito da categoria. Se conquistar o
tricampeonato olímpico, Scheidt coloca um ponto-final na discussão sobre
o maior atleta da história do Brasil fora do futebol: ele, claro. Desde
os 11 anos, quando foi campeão sul-americano de Optimist, no Chile, o
velejador está acostumado a vencer. Hoje, acumula mais de 160 títulos na
carreira. Daqueles tempos, guarda uma superstição: sempre carrega um
peão de jogo de xadrez que encontrou antes de uma competição em
Florianópolis, em 1984. Acostumado a treinar em Ilhabela, no litoral
paulista, Scheidt não deve enfrentar problemas com as condições
climáticas da raia britânica de Weymouth. O local é conhecido pelos
ventos fortes, exatamente do jeito que ele gosta de velejar.
Quando ver: 29 de julho: 8h / 30 de julho: 8h / 31 de julho: 8h / 2 de agosto: 8h / 3 de agosto: 8h / 5 de agosto: 9h
3
Atletismo / Salto em distância
Maurren Maggi (Brasil)
Isso é que é volta por cima
Maurren Maggi vai a Londres de um jeito bem diferente do que
chegou a Pequim, em 2008. Naquela época, a atleta voltava desacreditada
de uma suspensão de dois anos por ter sido pega em um exame antidoping
(foi flagrada, segundo alegou, pelo uso de uma substância presente em um
creme cicatrizante). Na competição chinesa, atingiu a marca de 7,04 m
no salto em distância e garantiu a medalha de ouro por 1 centímetro de
vantagem sobre a russa Tatiana Lebedeva. Numa incrível reviravolta, saiu
de Pequim carregando a bandeira do Brasil na cerimônia de encerramento
dos Jogos, com a promessa de chegar à Inglaterra como o nome mais
importante do atletismo do País. Depois disso, Maurren, hoje com 36
anos, tornou-se tricampeã pan-americana e manteve o recorde
sul-americano em sua categoria. Na preparação para a Olimpíada de 2012,
sofreu uma lesão leve no quadril e desistiu de competir no Troféu Brasil
e no Campeonato Ibero Americano. Mas está recuperada para lutar pelo
bi.
Quando ver: 7 de agosto: 15h05 / 8 de agosto: 16h05
4
Vôlei
Gilberto Godoy Filho (Giba) (Brasil)
O ato final de um craque
Giba é o jogador mais carismático – e provavelmente o melhor
– da história do vôlei brasileiro. Em sua lista de conquistas pela
seleção constam duas medalhas olímpicas (ouro em Atenas-2004 e prata em
Pequim-2008), três campeonatos mundiais (2002, 2006 e 2010) e oito ligas
mundiais (2001, 2003, 2004, 2005, 2006, 2007, 2009 e 2010). Em muitas
dessas conquistas, era o capitão e alma do time de Bernardinho. Com um
histórico de superações na vida – venceu até uma leucemia –, chega a
Londres depois de uma sequência de contusões que quase ameaçaram sua
participação na competição. Aos 35 anos, o esforço para voltar a jogar
em alto nível tem razão de ser. Londres-2012 marcará a despedida de Giba
da seleção após a presença em quatro Olimpíadas (sempre como destaque
do time nacional) e 16 anos de dedicação permanente. A aposentadoria
oficial do vôlei ainda não tem data, já que o atleta seguirá jogando no
Cimed Esporte Clube, de Santa Catarina.
Quando ver: 29 de julho: 18h / 31 de julho: 18h / 2 de agosto: 16h / 4 de agosto: 18h / 6 de agosto: 18h / Fase final: 8, 10 e 12 de agosto
5
Atletismo / Maratona
Marílson dos Santos (Brasil)
Corrida contra os africanos
Bastam alguns minutos de conversa para simpatizar
imediatamente com o maratonista Marílson Gomes dos Santos. Sujeito
boa-praça, tímido e humilde nas declarações, ele não parece ser um
gigante do esporte brasileiro. Mas nada mais justo do que o colocar
nesta lista. Duas vezes vencedor da maratona de Nova York, em 2006 e
2008 (foi o primeiro sul-americano a alcançar o feito), e campeão
pan-americano (em 2011), Marílson é o maior corredor de grandes
distâncias fora do continente africano. Não é pouca coisa. Em
uma modalidade dominada principalmente por quenianos (ele é o único não
nascido neste país que está entre líderes do ranking mundial da
maratona), o brasileiro tem o desafio de deter os homens que estão
quebrando todos os paradigmas nas corridas de longa distância. Mas ele
não se dá por vencido: alguns dos africanos escalados para Londres já
foram derrotados por ele em outras competições.
Quando ver: 12 de agosto: 7h
6
Futebol
Marta Vieira da Silva (Brasil)
A maior da história?
Marta é um fenômeno. Nascida em Dois Riachos, pequena cidade
de Alagoas, a atacante levou o futebol feminino a um patamar jamais
conquistado no Brasil (País que, a propósito, ainda esconde um ranço
machista no esporte da bola). Marta foi a primeira (e por enquanto
única) mulher a ter sua marca no hall da fama do Maracanã e ser eleita
nada menos que cinco vezes consecutivas a melhor jogadora do mundo pela
Fifa, algo que nenhum marmanjo de chuteiras jamais conseguiu. Pela
seleção, possui a incrível média de mais de um gol marcado por jogo,
conquistou duas medalhas de pratas olímpicas e um vice-campeonato
mundial. E isso tudo com apenas 26 anos. Reconhecida internacionalmente –
ganhou da revista americana Time o apelido de “Pelé de saias” –, joga
atualmente no Tyresö FF, da Suécia. Em Londres, terá a chance de, enfim,
gravar seu nome na história da Olimpíada.
Quando ver: Fase classificatória 25 de julho: 14h45 / 28 de julho: 10h30 / 31 de julho: 15h45 / Fase final 3, 6 e 9 de agosto
7
Judô
Leandro Guilheiro (Brasil)
Preparação com japoneses
Pergunte a qualquer técnico de judô no Brasil e ele vai
apontar o paulista Leandro Guilheiro como um dos maiores nomes do
esporte no País. Dono de duas medalhas de bronze olímpicas (Atenas-2004 e
Pequim-2008), Guilheiro pode quebrar uma marca em Londres: ser o
primeiro brasileiro a conquistar três medalhas na história dos Jogos. O
judoca de 28 anos é favorito ao pódio – para muitos, ao ouro – na
categoria até 81 quilos. E com uma vantagem: pela primeira vez, chega a
uma competição olímpica sem sofrer com lesões. A equipe brasileira de
judô jamais passou por uma preparação tão caprichada. Dois meses antes
do início das competições em Londres, Guilheiro foi ao Japão, berço do
judô, treinar com a equipe olímpica daquele país. Saiu de lá com a
certeza renovada de que pode enfrentar qualquer atleta e está mais
pronto do que nunca para chegar ao topo dos tatames.
Quando ver: 31 de julho: a partir das 5h30
8
Vôlei de praia
Alison e Emanuel (Brasil)
A dupla mais temida
Parceiros no vôlei de praia por acaso, Alison e Emanuel
jamais estiveram juntos em uma competição olímpica. Maior vencedor da
história do Circuito Mundial de Vôlei de Praia, Emanuel, de 39 anos,
participou de quatro edições dos Jogos com Ricardo e trouxe da
experiência uma medalha de ouro (Atenas-2004) e uma de bronze
(Pequim-2008). Em 2010, quando iniciava o ciclo de treinamentos
para Londres, Emanuel se viu sem o companheiro de longa data, que sofreu
uma séria lesão. Foi assim que Alison, 13 anos mais jovem, apareceu na
história. A sintonia foi perfeita. Em 2011, os dois passaram a liderar o
ranking mundial – e de lá não saíram mais. Todos os prognósticos
apontam a dupla brasileira como o time a ser batido. Até os americanos
Todd Rogers e Phil Dalhausser, atuais campeões olímpicos, declararam que
os brasileiros estão alguns passos (ou cortadas) à frente dos rivais.
Quando ver: 28,
29, 30 e 31 de julho: a partir das 5h / 1º de agosto: a partir das 5h /
2 de agosto: a partir das 7h / 3 e 4 de agosto: a partir das 5h / 6 e 7
de agosto: a partir das 14h / 9 de agosto: a partir das 15h
9
Ginástica / Solo
Diego Hypólito (Brasil)
Sangue nos olhos
Uma das cenas mais dramáticas dos Jogos de Pequim foi protagonizada pelo
ginasta paulista Diego Hypólito. Depois de cair nos exercícios de solo,
erro que custou a medalha dada como certa, Hypólito arregalou os olhos,
colocou as mãos na boca e mostrou para o mundo o tamanho de seu
desespero. Desde o acidente de percurso, ele perdeu espaço na mídia
e passou a ser considerado acabado para o esporte. Os resultados que se
seguiram, porém, mostraram que os críticos foram severos demais. Ele
continuou frequentando a lista dos melhores do mundo em sua categoria,
subiu ao pódio em torneios importantes e, passados quatro anos, não
encontrou rivais à sua altura no Brasil. Mais maduro e com a
consciência limpa de quem não tem nada a perder, Hypólito sabe que
Londres pode representar sua oportunidade definitiva. Aos 25 anos, idade
considerada alta para o esporte, ele chega a Londres como sério
candidato ao pódio.
Quando ver: 5 de agosto: 10h
10
Basquete
Anderson Varejão (Brasil)
O maluco da NBA
Estrela do Cleveland Cavaliers, da NBA, o capixaba Anderson
Varejão é uma unanimidade entre a torcida. Não só pela habilidade com
que desarma os adversários e consegue rebotes (foi o quarto maior
reboteiro da temporada passada na liga profissional do basquete
americano), mas pelo carisma marcante dentro das quadras. É da natureza
de Varejão atrair os holofotes. A começar pela cabeleira encaracolada. O
sucesso nos Estados Unidos é tanto que os torcedores do Cleveland até
criaram o “Varejão Day”, dia em que lotam o ginásio vestindo perucas
iguais ao cabelo dele – que é natural, por sinal. O pivô foi revelado no
tradicional time do Franca Basquetebol Clube, no interior de São Paulo,
em 1998. De lá, foi para a Espanha e para a seleção brasileira, até
chegar à NBA. Para Londres, é um dos homens de confiança de Rubén
Magnano, técnico argentino que tem reconduzido a seleção brasileira ao
lugar que merece.
Quando ver: 29 de julho: 7h15 / 31 de
julho: 12h45 / 2 de agosto: 12h45 / 4 de agosto: 12h45 / 6 de agosto:
16h / Fase final: 8, 10 e 12 de agosto
11
Tênis de mesa
Hugo Hoyama (Brasil)
O veterano da bolinha
Praticamente uma instituição esportiva nacional, Hoyama está com 43
anos e já ganhou 15 medalhas em Jogos Panamericanos desde sua estreia em
Indianápolis (1987) – dessas 15, 10 são de ouro, um número
impressionante. Londres marcará sua quinta, e talvez última,
participação em Olimpíadas. Até agora sua melhor colocação foi um 9º.
lugar em Atlanta (1996) e mesmo que agora não tenha lá muitas chances de
subir no pódio (tanto de individuais quanto de duplas), Hoyama quer
pelo menos melhorar sua posição. Jogando e lutando sempre.
Quando ver: (inviduais)
28 de julho: 05h45 e 12h / 29 de julho: 7h / 30 de julho: 6h e 15h / 31
de julho: 16h / 1º de agosto: 6h / 2 de agosto (fase final): 6h //
(duplas) 3 de agosto: 15h / 4 de agosto: 6h / 5 de agosto: 6h / 6 de
agosto: 10h30 e 15h / 8 de agosto (fase final): 7h
12
Judô
Mayra Aguiar (Brasil)
Ela treina com homens
No Brasil, não é fácil a vida de uma judoca que é grande.
Lutadora da categoria meio-pesados (para atletas até 78 quilos), a
gaúcha Mayra Aguiar tem dificuldade para se exercitar com mulheres de
seu tamanho – elas são poucas. Resultado: Mayra treina principalmente
com homens do Clube Sogipa, em Porto Alegre. Mas isso está longe de ser
uma desvantagem. Acostumada a encarar, nos treinamentos, atletas mais
fortes, a brasileira passou a triturar adversárias no circuito mundial.
Em 2010, fez história ao se tornar a primeira brasileira finalista de
uma edição do Campeonato Mundial. Ficou com a prata, mas saiu com a
certeza de que pode encarar qualquer uma. Em 2011, conquistou a medalha
de bronze no mesmo torneio, mas ficou evidente que faltavam pequenos
detalhes para chegar ao topo. Em 2012, assumiu a liderança mundial de
sua categoria. E isso com apenas 20 anos.
Quando ver: 2 de agosto: a partir das 5h30
13
Futebol
Oscar Emboaba Júnior (Brasil)
Chega de encrencas
O ano de 2012 tem oferecido fortes emoções ao meia Oscar, do
Internacional. Envolvido em uma disputa jurídica com seu ex-clube, o
São Paulo, ele chegou a ficar dois meses sem jogar e até correu o risco
de perder a temporada. Depois de uma dura do técnico da seleção, Mano
Menezes, Oscar resolveu suas pendências com a equipe paulista e, como
se estivesse com a motivação renovada, jogou como nunca com a camisa do
Brasil. Em uma série de amistosos preparatórios para a Olimpíada, não só
foi o destaque do time como ofuscou por completo o atacante santista
Neymar, até então maior craque do futebol brasileiro. Aos 20 anos, vai
para a Olimpíada com a missão de ajudar o País a conquistar um título
que jamais conseguiu. Seu histórico em competições oficiais é altamente
positivo: em 2011, foi o maestro da seleção campeã mundial sub-20.
Quando ver: Fase classificatória 26 de julho: 15h45 / 29 de julho: 11h / 1º de agosto: 10h30 / Fase final 4, 7, 10 e 11 de agosto
14
Basquete
Nenê (Brasil)
Um pivô de altos e baixos
Primeiro jogador brasileiro a ser levado a sério na NBA, o paulista
Maybyner Rodney Hilário, o Nenê, tem uma trajetória tão vitoriosa quanto
conturbada. Pivô com excelente média de 14 pontos por jogo na liga
profissional americana, ele jamais se destacou na seleção brasileira,
tendo inclusive pedido dispensa de convocações em diversas
oportunidades. Em 2008, afastou-se das quadras para operar um tumor nos
testículos, recuperou-se e atingiu logo depois os melhores resultados da
carreira. Agora com 29 anos, diz estar focado no sonho de conquistar
uma medalha olímpica.
Quando ver: 29 de julho: 7h15 /
31 de julho: 12h45 / 2 de agosto: 12h45 / 4 de agosto: 12h45 / 6 de
agosto: 16h / Fase final: 8, 10 e 12 de agosto
15
Boxe
Everton Lopes (Brasil)
Romance nos ringues
Ex-lavador de carros, Everton Lopes é o atual campeão
mundial dos médios-ligeiros (até 64 kg) e promete se manter focado na
briga por medalha – mesmo com a namorada por perto. A amada é a
porto-riquenha Kiria Tapia, campeã pan-americana de boxe, que vai
competir em Londres por seu país. Em sua segunda Olímpiada, o baiano,
que começou a lutar aos 16 anos em São Paulo, quase foi para o Santos se
dedicar ao futebol. Por um desses acasos do destino, a mãe não
permitiu. Agora, além do treinamento pesado, a preparação inclui
espalhar frases motivacionais pelos lugares por onde passa.
Quando ver: 31 de julho: 10h45 / 4 de agosto: 10h30 / 8 de agosto: 17h30 / 10 de agosto: 10h30 / 11 de agosto: 17h15
16
Atletismo / Maratona
Paula Radcliffe (Inglaterra)
A última chance de um mito
A economista britânica Paula Radcliffe é uma das maiores atletas da
história, detentora das três melhores marcas de todos os tempos da
maratona e campeã mundial da distância. Apesar de ser um fenômeno do
esporte, Paula enfrenta uma sina: jamais ganhou medalha olímpica. Nos
Jogos de Atenas, em 2004, desistiu no meio da prova e as imagens dela
sentada no meio-fio, aos prantos, correram o mundo. Em Pequim,
decepcionou com o 23º lugar. Aos 38 anos, Paula tem em Londres uma
última oportunidade de gravar seu nome na memória olímpica.
Quando ver: 5 de agosto: 7h
17
Atletismo / Salto em distância
Mauro Vinícius da Silva (Brasil)
Virada na carreira
Primeiro, ele tentou o futebol, mas não deu certo. De tão
veloz, migrou para o atletismo e chegou a ser campeão do Troféu Brasil
no revezamento 4x100 m. Mas a verdadeira vocação era outra – o salto em
distância. O paulista Mauro Vinícius da Silva teve uma participação
discreta em Pequim, em 2008 (ficou em 2º lugar) e parecia que ficaria
por ali mesmo. Nada disso. Em março, surpreendeu com o título no
Campeonato Mundial Indoor na Turquia, o suficiente para a Federação
Internacional de Atletismo colocá-lo na lista dos candidatos a medalha
em Londres.
Quando ver: 3 de agosto: 15h50 / 4 de agosto: 15h55
18
Atletismo / 100 e 200 metros
Jamaica
Esquadrão da velocidade
Usain Bolt é um mito do esporte, dono das melhores marcas da história
nos 100 e 200 m. Yohan Blake é o atual campeão mundial dos 100 m e detém
a segunda melhor marca de todos os tempos nos 200 m. Asafa Powell é
ex-recordista dos 100 m e faturou o ouro na prova de revezamento em
Pequim, em 2008. O que eles têm comum? Todos são jamaicanos e, a não ser
que surpresas aconteçam, devem colecionar medalhas nas competições de
velocidade em Londres. Não estranhe se, na prova mais rápida do
atletismo, os jamaicanos faturarem ouro, prata e bronze.
Quando ver: 4 de agosto: 6h e 8h30 / 5 de agosto: 15h45 e 17h50
19
Atletismo / 110 metros com barreiras
Liu Xiang (China)
O pesadelo acabou
Nos Jogos de Pequim, em 2008, o corredor Liu Xiang comoveu a China ao
desistir, por contusão, de disputar uma eliminatória dos 110 m com
barreira. Campeão olímpico quatro anos antes e recordista mundial, Xiang
era a maior estrela chinesa da competição. Depois, descobriu-se que sua
lesão era grave e, para piorar, uma série de cirurgias colocou em
xeque a continuidade de sua carreira. Em 2011, voltou, enfim, a
apresentar a velha forma. Agora, chega a Londres com a melhor marca do
ano, pronto para recuperar o título olímpico.
Quando ver: 7 de agosto: 6h10 / 8 de agosto: 15h15 e 17h15
20
Handebol
Ana Paula Rodrigues (Brasil)
Explosão nas quadras
Jogadora rápida e de grande explosão, Ana Paula Rodrigues
deu os primeiros arremessos no handebol aos 12 anos, ao mesmo tempo em
que jogava capoeira e futebol. A maranhense de São Luís, fã de Ayrton
Senna, sagrou-se campeã pan-americana nos Jogos de Guadalajara, no
México, e esteve na Olimpíada de Pequim-2008, quando o Brasil conquistou
a nona colocação. Com a experiência de quem atua na Europa, Ana Paula,
de 24 anos, é a líder da equipe brasileira que tenta a inédita medalha
nesse esporte.
Quando ver: Fase de classificação 28 de
julho: 10h30 / 30 de julho: 15h30 / 1° de agosto: 12h15 / 3 de agosto:
12h15 / 5 de agosto: 7h15 / Fase final 7 de agosto: 6h / 9 de agosto:
13h e 16h30 / 11 de agosto: 13h e 16h30
21
Judô
Leandro Cunha (Brasil)
Dá-lhe, Coxinha!
Coxinha, como ele é conhecido, detém o título de campeão da
simpatia entre os integrantes da seleção brasileira de judô. Atual
medalhista de ouro no pan-americano de Guadalajara e vice-campeão
mundial em 2010 e 2011, o paulista Leandro Cunha criou o hábito de levar
para o seu mestre no judô as coxinhas que sua mãe prepara em casa para
vender. Daí o apelido do judoca. Experiente, aos 31 anos tem sua chance
derradeira de medalha olímpica. É candidato forte ao pódio.
Quando ver: 29 de julho: a partir das 5h30
22
Atletismo / Maratona
Quênia
Favoritos ao ouro, prata e bronze
Em 2011, as 20 melhores marcas da maratona foram obtidas por quenianos. O
recorde mundial é do Quênia. Nos Jogos de Pequim, em 2008, o ouro foi
para um atleta daquele país. Quais as chances de um esportista de outra
nacionalidade vencer os 42.195 m em Londres? Convenhamos: poucas. Para
alguns especialistas, nenhuma. Daí a expectativa para a convocação dos
três quenianos para a Olimpíada. Wilson Kipsang (vencedor da última
Maratona de Londres, em 2012), Abel Kirui (bicampeão mundial) e Emmanuel
Mutai (recordista da Maratona de Londres) foram os eleitos. O anúncio
trouxe surpresas: a confederação local se deu ao luxo de esnobar o
recordista mundial Patrick Makau.
Quando ver: 12 de agosto: 7h
23
Badminton
Lin Dan (China)
Até agora, ele foi imbatível
Ok, badminton (espécie de vôlei jogado com raquetes) não é um esporte
popular no Brasil, mas se você gosta de ver craques em ação vale a pena
assistir aos jogos do chinês Lin Dan. Tetracampeão mundial e campeão
olímpico em Pequim, é o único jogador da história a ter vencido os nove
principais torneios de badminton do planeta. Dan detém ainda
a impressionante marca de 75 vitórias consecutivas, algo jamais repetido
na modalidade. Considerado o maior jogador de todos os tempos, vai
tentar ser em Londres, aos 29 anos, o primeiro bicampeão olímpico.
Quando ver: 5 de agosto: a partir das 5h
24
Esgrima
Valentina Vezzali (Itália)
Em guarda
A Itália é celeiro de belas e sedutoras mulheres – no esporte não é
diferente. Habituée das listas de musas olímpicas, a esgrimista
Valentina Vezzali, de 38 anos, prova que beleza também pode conviver com
força. Olhos claros, cabelos tratados e corpo esguio formam o conjunto
da atleta, que tem em seu currículo cinco medalhas de ouro. Mais: ela
foi a primeira na história a conseguir três medalhas de ouro na esgrima
individual (Sidney-2000, Atenas-2004 e Pequim-2008). Casada com um
jogador de futebol, é mãe de dois filhos.
Quando ver: 1º de agosto: a partir das 9h10
25
Vôlei
Destinee Hooker (EUA)
Ela bota para quebrar
Para ela, cortar uma bola acima do bloqueio é uma ação tão corriqueira
quanto uma enterrada para um pivô de basquete. Destinee Hooker herdou
a impulsão do berço: A ponteira-oposto é filha de um ex-jogador da NBA e
praticou salto em distância antes de se firmar no vôlei. Em 2012,
Hooker, que nasceu na Alemanha e se naturalizou americana, foi campeã da
Superliga pelo Sollys/Osasco. Também foi notícia ao lesionar a mão
direita após dar um soco na mesa de casa em discussão por telefone com
o namorado. Na quadra ou fora dela, essa craque de 24 anos bate forte.
Quando ver: Fase classificatória 28 de julho: 16h / 30 de julho: 12h45 / 1, 3 e 5 de agosto: 16h / Fase final 7, 9 e 11 de agosto
Confira aqui a segunda parte do especial
Confira aqui a terceira parte do especial
Confira aqui a quarta parte do especi