O embaixador Edgard Casciano e funcionários deixaram a capital síria na manhã desta sexta-feira rumo ao Líbano
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Na manhã desta sexta-feira (20), o embaixador do Brasil na Síria, Edgard Casciano, e funcionários da Embaixada do Brasil em Damasco deixaram a capital síria em direção a Beirute, no Líbano, por via terrestre. Casciano foi orientado pelo governo brasileiro a fechar a Embaixada em Damasco.
A ordem foi retirar os funcionários e passar a atender às demandas em Beirute. O embaixador aguarda ainda orientações de Brasília para pôr em prática o plano de retirada dos brasileiros que moram na região.
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O governo brasileiro esperou sinalizações do embaixador para definir o
momento adequado para o fechamento da embaixada. O plano de retirada dos
brasileiros pode ser executado nas próximas horas. Mas só será
informado, segundo diplomatas disseram à Agência Brasil, quando ocorrer,
para evitar riscos à segurança dos envolvidos.Casciano disse ainda que a violência se agravou nas ruas das principais cidades aumentando o medo e o pavor não só de estrangeiros, como também de sírios. "Impossível pôr os pés na rua com tantos tiros. É uma situação extremamente problemática", disse ele.
O embaixador relatou ainda que a violência na capital síria atingiu tal situação que ontem ele se viu obrigado a não abrir a representação brasileira. Segundo ele, são os dias mais violentos a que assistiu no país. "Helicópteros sobrevoavam constantemente e dava para ouvir muitas explosões que, pela intensidade, eram consequência de armas pesadas".
Há quatro anos em Damasco, capital da Síria, Casciano disse que a situação na capital é muito tensa e já não há garantias de segurança para as embaixadas estrangeiras no bairro. "Até cogitamos que o governo brasileiro enviasse agentes de segurança para proteger a embaixada. Mas, com o aeroporto fechado, a ideia foi deixada de lado".
A estimativa é de que existam cerca de 3 mil brasileiros na Síria, a maioria na região de Damasco, mas há uma comunidade na região de Latakia e Tartous, na costa do país, reduto de alauítas (grupo sectário ao qual pertence o presidente Bashar Al Assad) e cristãos. De acordo com o embaixador, o número é apenas uma estimativa, pois muitos brasileiros deixaram o país antes do agravamento da situação.
Para Casciano, o clima é de "guerra aberta" na Síria. Ele disse que seus amigos sírios se mostram muito preocupados e com medo do futuro. "A guerra em Damasco os deixou extremamente apavorados", disse ele.
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