E a América Latina é pioneira no acesso aos medicamentos antirretrovirais segundo o coordenador do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids) no Brasil
Do Portal Terra e Agência Brasil
O relatório indica que 82 países aumentaram em mais de 50% os
investimentos nacionais no controle e prevenção da aids entre 2006 e
2011. Países de baixa e média renda, juntos, representaram investimentos
de US$ 8,6 bilhões no ano passado, um aumento de 11% em relação a
2010. Os gastos públicos internos em países da África Subsaariana, por
exemplo, cresceram 97% nos últimos cinco anos, enquanto os Brics
(Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) aumentaram os gastos
nacionais públicos em mais de 120%.
Já o financiamento internacional permanece no mesmo nível de 2008,
totalizando US$ 8,2 bilhões, sendo que os fundos disponibilizados pelos
Estados Unidos representam cerca de 48% da assistência internacional
para a aids. Sobre o medicamento Truvada, aprovado para uso nesta semana
pelo governo dos Estados Unidos como alternativa para reforçar a
prevenção contra o HIV, o coordenador do Unaids ressaltou que o remédio
está sendo divulgado como uma espécie de panaceia e que é preciso ter
cautela.
"Temos outras pesquisas com maior relevância no sentido do controle
da epidemia do que esta", disse Chequer, ao destacar um estudo que
indica a eficácia do tratamento antirretroviral como forma de prevenir a
infecção entre casais em que um dos parceiros tem aids. "Não podemos
comemorar (o Truvada) como um milagre", completou.
Saúde diz que política de aids respeita direitos humanos, mas admite falhas
O diretor do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do
Ministério da Saúde, Dirceu Greco, disse hoje (18) que a política
brasileira de enfrentamento à doença continua caminhando no sentido do
respeito aos direitos humanos. Durante o lançamento do relatório global
sobre aids, ele admitiu, entretanto, que o país registra “acidentes de
percurso”, como o caso do vídeo de prevenção ao HIV com foco em
homossexuais que foi retirado do site do ministério sob o argumento de
que seria apenas para veiculação em ambientes fechados e frequentados
pelo público gay.
O ocorrido foi mencionado pelo coordenador do Programa Conjunto das
Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids) no Brasil, Pedro Chequer, como um
risco de retrocesso para o país. Ele avaliou que o vídeo integrou uma
das melhores campanhas de prevenção ao HIV voltada para populações
consideradas vulneráveis, por ser direto e objetivo.
“Nosso caminho está marcado. A posição brasileira nos fóruns
internacionais é a mais ouvida, porque respeitamos a diversidade e
lutamos contra a homofobia”, disse o representante do ministério, Dirceu
Greco. “O retrocesso nós vamos segurar”, completou.
Greco lembrou que cerca de 250 mil brasileiros vivem com o vírus
HIV sem saber e destacou que o foco do governo federal atualmente é o
diagnóstico da doença em grupos vulneráveis. Segundo ele, cerca de 30
mil pessoas iniciam o tratamento antirretroviral no país a cada ano.
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