9.29.2012

A organização milionária da mulher de Delúbio

Mônica Valente comanda o escritório brasileiro de associação que recebe R$ 7 mi por ano para representar sindicatos

Josie Jeronimo

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DONA DO COFRE
O ex-tesoureiro do PT (á esq.), Delúbio Soares, diz que depende da mulher,... Mônica Valente,
para honrar suas despesas. Ela cobra um euro por filiado à associação que dirige
Exonerado do cargo de professor da rede pública de Goiás e vivendo oficialmente da renda de uma imobiliária virtual, o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares costuma dizer que depende da mulher para honrar suas despesas. Mas não deve ser com os rendimentos do ofício de psicóloga que Mônica Valente tem conseguido ajudar o marido. Desde a militância à frente da Central Única dos Trabalhadores (CUT) na década de 90, Mônica aprofundou sua atuação profissional no mundo dos sindicatos de servidores. Membro do diretório nacional do PT, a mulher de Delúbio comanda o escritório brasileiro da Internacional do Serviço Público (ISP), entidade que desempenha o papel de intermediário entre os sindicatos de funcionários públicos e organismos globais, como a Organização Internacional do Trabalho (OIT). A adesão das confederações à ISP custa um euro por filiado. Em conjunto, as 26 confederações filiadas à associação comandada por Mônica Valente repassam para ela R$ 7 milhões por ano das receitas obtidas com o imposto sindical. As informações foram confirmadas à ISTOÉ por dirigentes de entidades ligadas a esse braço brasileiro da organização internacional.

O destino desse dinheiro todo, porém, é um mistério até mesmo para as entidades que pagam pela filiação. A ISP recebe recursos das confederações que representam os servidores públicos e não presta contas. Por isso, a filiação à ISP gera polêmica na base das confederações. Sindicalistas contrários ao repasse de dinheiro à associação alegam não entender para que serve o dinheiro aplicado na entidade para a representação internacional. Argumentam que os resultados da atuação da organização comandada pela mulher de Delúbio deixam a desejar. Em dez anos de existência, por exemplo, apenas uma denúncia contra cerceamento dos direitos trabalhistas teria sido aceita pela OIT. “Ela não tem participação nas principais causas, não tem programa. É mais uma entidade em que os dirigentes se apegam à estrutura para ter benefícios. Recebe arrecadação das entidades e não tem transparência”, critica Sandro Pimentel, um dos coordenadores da Federação de Sindicatos de Trabalhadores das Universidades Brasileiras (Fasubra). Servidores do Judiciário tentaram impedir na Justiça o desconto nos salários para bancar entidades, que segundo Adilson Rodrigues, diretor do Sintrajud, nem deveriam existir. “É um absurdo descontar um dia do salário do trabalhador para sustentar sindicatos de fachada. Os dirigentes se lambuzam no dinheiro suado do servidor. No dia a dia, a ISP é fictícia. A atuação internacional de um sindicato é algo pontual, não de filiação em tempo integral. Gastamos dinheiro para bancar uma entidade fajuta”, acusa Rodrigues.
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A denominação “internacional” que a associação comandada por Mônica carrega também não combina com a estrutura que o ISP tem no Brasil. Como uma espécie de “franquia” do órgão internacional, a associação registrou CNPJ em São Paulo em 2001, antes da entrada da mulher de Delúbio. Embora tenha mais de dez anos de existência e opere uma verba milionária, a associação que embolsa recursos das confederações sindicais se resume a uma sala no centro da capital paulista e é tocada hoje por apenas duas pessoas. Além de Mônica, a entidade também é representada por Jocélio Drummond. Durante a semana, a reportagem de ISTOÉ procurou a mulher de Delúbio e outros representantes da ISP, mas a secretária da organização insistiu que a entidade não contava com nenhum outro responsável além de Mônica e Jocélio, ambos fora do País, em viagem à Argentina. No papel de representantes dos servidores públicos brasileiros no plano internacional, os dois se revezam realizando palestras, recrutando integrantes das confederações para formar grupos de trabalhos – com o objetivo de discutir temas do funcionalismo – e participando de congressos dos sindicatos filiados. Em eventos da sede da Internacional, eles se apresentam como representantes do escritório brasileiro. Durante a greve dos servidores federais, este ano, a ISP também prestou consultoria às confederações analisando os pleitos dos servidores que seriam apresentados ao governo. “O principal trabalho na ISP é orientar nas demandas do funcionalismo e discutir o direito de greve”, diz João Domingos, presidente da Confederação dos Servidores Públicos do Brasil (CSPB), entidade que reúne 2,5 milhões de funcionários de órgãos municipais, estaduais e federais.

Mônica Valente não é novata no meio sindical. Antes de assumir a defesa de causas do serviço público, ela militou na ONG Instituto Observatório Social (IOS), ligada à CUT. O IOS atua hoje como parceiro da associação da mulher de Delúbio. Em 2011, o instituto recebeu R$ 200 mil da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial e o mesmo valor da Petrobras para ação de comunicação institucional. Agora, no entanto, Mônica manipula um orçamento bem mais polpudo. A maior parte dos recursos milionários que bancam a entidade vem de descontos do contracheque de servidores públicos federais para as confederações.
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­A obri­gação de dar um dia trabalhado por ano aos movimentos sindicais está prevista na Constituição. Mas um processo em tramitação no Tribunal de Contas da União (TCU) questiona a legalidade da transferência de dinheiro para as confederações de representação do serviço público, cujos funcionários não são regidos pela CLT. Servidores também entram na Justiça para questionar o desconto. Mesmo assim, entidades como a administrada por Mônica Valente recebem mais de R$100 milhões todos os anos.

Homens castrados vivem mais que os demais, diz estudo

Pesquisadores sul-coreanos analisaram mais de 81 homens que tiveram seus testículos removidos e concluíram: eles viveram de 14 a 19 anos a mais que os homens não castrados

 EFE
Eunucos vivem mais, diz estudo (Foto: Current Biology)
Os hormônios sexuais masculinos podem justificar o fato dos homens viverem menos do que as mulheres, aponta um estudo publicado nesta segunda-feira (24) no periódico Current Biology. A pesquisa, realizada pela Universidade Inha, na Coreia do Sul, mostra que os eunucos - homens cujos testículos foram removidos - da corte imperial coreana viviam muito mais que os outros indivíduos de sua época.
Os cientistas coreanos Kyung-Jin Min e Cheol-Koo Lee chegaram a esta conclusão após analisarem os arquivos genealógicos da corte imperial da dinastia Chosun (1392-1910) e comprovar que os eunucos viviam entre 14 e 19 anos a mais do que os homens que não haviam sido castrados. "O descobrimento apresenta uma importante pista para entendermos essa diferença na expectativa de vida de uma mulher e de um homem", afirmou Kyung-Jin.
Os 81 eunucos estudados foram submetidos voluntariamente à castração, para terem acesso ao palácio, onde eles possuíam permissão para formar uma família com meninos castrados e meninas.
Além de os eunucos viverem mais, três entre os estudados chegaram a superar os 100 anos. Ou seja, segundo Cheol-Koo, a incidência de centenários entre os eunucos coreanos era 130 vezes maior do que a média atual nos países desenvolvidos.
E este fato não pode ser justificado simplesmente pela qualidade de vida que os mesmos levavam no palácio, já que a maioria dos eunucos passava tanto tempo fora como dentro do recinto. Os reis e rapazes da família real, por exemplo, tinham vidas mais curtas e normalmente não passavam dos quarenta anos.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), as mulheres atualmente vivem de seis a oito anos a mais que os homens nos países industrializados.

MUDANÇA DE HÁBITOS

A ciência mostra como mudar hábitos ruins

Saiba como se livrar deles. É mais fácil do que parece

THAIS LAZZERI

Renata Ceribelli apresentadora do Fantástico, da TV Globo (Foto: Tomás Rangel/ÉPOCA)

A apresentadora Astrid Fontenelle, do programa Chegadas e partidas, do GNT, é uma apaixonada por TV. A TV não faz parte da vida dela só porque é seu meio de trabalho. Por anos, Astrid só dormia com o aparelho ligado. “Ficava louca no controle remoto. Sabia que isso me deixava mais tempo acordada do que deveria, mas não conseguia mudar”, diz. Em janeiro, Astrid descobriu que tem lúpus, uma doença autoimune que leva o organismo a destruir as células do próprio corpo. Com o diagnóstico, decidiu promover várias mudanças em sua vida. Reduziu a jornada de trabalho de quatro para duas gravações na semana. Perdeu 14 quilos. Postergou os planos de dar um irmão para seu filho, Gabriel, de 3 anos. E encontrou na doença a coragem que faltava para mexer na rotina e não ligar a televisão na hora de dormir. Em vez de ligar o televisor, ela diz que agora entra no quarto, faz suas orações e lê um livro. Conta que passou a dormir melhor e ganhou três horas de sono. “Além de mais tranquila, fico mais culta”, afirma Astrid, em tom de brincadeira.
Hábitos como ler, assistir à TV ou escovar os dentes fazem parte de nossa vida. Quase metade de nosso dia é composta deles – mais precisamente 40%, como mostra uma pesquisa da Universidade Duke, dos Estados Unidos. É como se voássemos no piloto automático por mais de nove horas do dia. Boa parte de nossas virtudes e defeitos está calcada em hábitos. Para nossa sorte, os hábitos são decisões conscientes, que podem ser mudados, por mais arraigados que estejam. Não é à toa que a filosofia, a psicologia, a neurolinguística e, mais recentemente, a neurociência estudam formas de adquirir ou de se livrar de hábitos. Não faltam estudos sobre hábitos alimentares, do sono, de boa forma e até de como mudar o humor ou a dinâmica de uma empresa. 
Talmai Terra (Foto: Rodrigo Schmidit/ÉPOCA)
Um novo livro promete revolucionar a forma de lidar com eles em todas essas áreas. Em The power of habit (O poder do hábito), com previsão de lançamento no Brasil em outubro, o jornalista americano Charles Duhigg, repórter do jornal The New York Times, afirma que existe um jeito simples e eficiente de mudar hábitos. No primeiro mês do lançamento, chegou à lista de mais vendidos do próprio Times e recebeu resenhas positivas de veículos de prestígio. Para escrevê-lo, Duhigg reuniu centenas de pesquisas de centros de excelência de países como Estados Unidos, Canadá, Reino Unido e Alemanha e entrevistou mais de 300 pessoas, entre pesquisadores e executivos, de empresas como Google ou Microsoft. O objetivo era entender como os hábitos se formam e como podem ser mudados. Foi no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), um centro de referência no estudo de tecnologias avançadas, que Duhigg encontrou a tese que sustenta seu livro. A melhor forma de mudar um hábito, diz ele, é substituí-lo por outro. “As pesquisas com maior sucesso na mudança de hábitos usaram esse método”, diz Duhigg. “Transformar um hábito não é necessariamente fácil ou rápido. Mas é possível. Agora entendemos como.”
Astrid Fontenelle  (Foto: Rogério Cassimiro/ÉPOCA)
O primeiro passo para mudar um hábito é compreendê-lo. Cada hábito, segundo os pesquisadores, é uma sequência com três etapas. A primeira é o sinal, ou o gatilho que desencadeia o hábito. A segunda é a rotina, ou o hábito propriamente dito. A terceira, a recompensa, ou aquilo que buscamos ao repetir o hábito. Quando iniciou as pesquisas s para o livro, Duhigg resolveu aplicar o método para mudar um hábito que tinha lhe dado 3 quilos a mais: comer cookies toda tarde. Passou a anotar o que fazia antes e depois de sair para a cafeteria. Foi identificando padrões. Entendeu que a vontade ocorria quando estava entediado. O tédio era o gatilho para o cookie. Sempre acontecia por volta das 15 horas, depois de responder a e-mails após o almoço. Era a rotina. Em seguida, percebeu as recompensas: além de saborear o biscoito, batia papo com conhecidos no café e dava uma volta no quarteirão. O próximo passo foi planejar uma maneira de mudar a rotina, sem perder de vista a recompensa. Nos dias seguintes, Duhigg tentou outras ações quando o alarme do tédio soava. Primeiro, saiu para dar uma volta. Em outro dia, comeu outro doce. Noutro, só tomou café e bateu papo. Por fim, descobriu que sua verdadeira recompensa não era o biscoito em si, mas o momento de descontração no meio da tarde com conhecidos. Duhigg trocou os cookies pelo bate-papo sem doces. Isso o ajudou a perder 5 quilos. Inconscientemente, foi o que Astrid fez, ao trocar a TV por um livro. Ela reconheceu que o gatilho para seu hábito era a hora de ir dormir, trocou a TV pelo livro e estabeleceu uma recompensa: mais horas de sono e, de quebra, tempo para ler.
Cerca de 40% de nossa rotina é feita de hábitos. É como se estivéssemos no piloto automático por mais de nove horas do dia
“Quando temos consciência do hábito, o superamos mais facilmente”, diz Duhigg. As universidades Colúmbia, nos EUA, e de Alberta, no Canadá, realizaram estudos para rastrear como o hábito se consolida. Tomaram como foco de seu estudo os exercícios. Num dos projetos, 256 pessoas foram convidadas a assistir a uma apresentação sobre a importância da atividade física. Metade do grupo recebeu uma aula extra sobre a formação e a estrutura do hábito. Os pesquisadores pediram que essas pessoas tentassem identificar o gatilho e a recompensa naquela atividade. Nos quatro meses seguintes, quem conseguira reconhecer o padrão de seus hábitos praticou atividades físicas duas vezes mais que os demais. 
Hábito, mania ou dependência?  (Foto: Fonte: Aderbal Vieira Júnior, psiquiatra, do Programa de Orientação e Atendimento a Dependentes da Universidade Federal de São Paulo)
Hábitos são ações que repetimos com frequência, conscientemente ou não, como lavar as mãos ou comer um doce depois do almoço. É um comportamento aprendido, bom ou ruim, que mantemos de forma automática, sem pensar nele. É impossível viver sem hábitos. Eles facilitam nosso dia a dia e liberam nossa mente para que possamos aprender coisas novas. Poupam nossos neurônios de trabalhar para atividades simples, como lavar as mãos. Imagine se você tivesse de pensar na coordenação dos pés nos pedais de freio, acelerador e embreagem o tempo todo. Aquela sensação (terrível) de motorista inexperiente toda vez que fosse dirigir. O escocês David Hume foi um dos filósofos mais importantes a estudar a fundo essa questão. Por volta de 1700, publicou uma série de ensaios sobre o tema. Para Hume, o simples ato de reconhecer os objetos familiares acontece porque estamos habituados a eles. Segundo ele, se recebermos à mesa um objeto de cor e consistência parecidas com um pão, comeremos sem parar para tentar analisar o que temos em mãos. Hume vai além do cotidiano. Diz que a soma de hábitos de nossa vida define nossa identidade. “Somos constituídos por uma multiplicidade de hábitos que faz a trama de nosso viver”, afirmava. Antes, o grego Aristóteles pregava a importância do hábito. “Somos aquilo que fazemos repetidamente. Excelência, então, não é um modo de agir, mas um hábito”, disse ele.
Embora pareçam sinônimos, hábitos são diferentes de vícios e manias. Hábitos são atos conscientes ou não, que podem estar sujeitos a nossa vontade. Podemos deixar de fazê-los quando quisermos. Você pode ter o hábito de ligar o rádio sempre que entra no carro. Se, por alguma razão seu mecânico o aconselhar a não fazer isso, você consegue interromper esse costume sem sofrimento. Com as manias, é mais difícil. Elas envolvem uma ideia fixa além do controle do indivíduo. É como se você fosse incapaz de engatar a primeira marcha sem ligar o rádio. No caso do vício, a situação é ainda pior. O indivíduo é dependente daquele ato ou substância, mesmo que cause prejuízos (leia o quadro acima)
A fisioterapeuta Talmai Terra pensou na recompensa para largar um pouco o automóvel. Mãe de Clara, de 1 ano e 4 meses, moradora de São Bernardo do Campo, na região metropolitana de São Paulo, Talmai depende do carro para atravessar os 22 quilômetros até chegar ao trabalho, na capital. A necessidade criou um hábito, e ela passou a dirigir até para ir à padaria, a duas quadras de casa. Talmai tentou atividades a pé, como pegar dinheiro no caixa eletrônico do bairro. Mas desistia por causa da pressa ou por preguiça. Decidiu, então, se organizar para caminhar nos fins de semana, sem precisar correr contra o relógio. O marido, André Terra, veterinário, ajudou no planejamento – e foi junto. “Quando encontrava uma calçada esburacada com o carrinho da bebê, lembrava a comodidade do carro”, afirma Talmai. Ela perseverou ao descobrir que andar a pé era um jeito de passar mais tempo com a família. “As caminhadas viraram uma curtição.”
6 passos para  a mudança de  hábito dar certo  (Foto: Fontes: Ricardo Franco de Lima, neuropsicólogo, membro da Sociedade Brasileira  de Neuropsicologia; Suely Sales Guimarães, psicóloga, professora da Universidade de Brasília )
Mesmo com uma fórmula testada, acabar com um hábito (ou substituí-lo) demanda tempo e disposição. “A construção de hábitos é complexa, envolve inúmeros fatores, mas a mudança é ainda mais desafiadora”, afirma Sueli Damergian, professora de psicologia das relações humanas da Universidade de São Paulo (USP). Quando fazemos a troca, reprogramamos nosso cérebro. Mais especificamente, uma região próxima à nuca, entre o córtex motor e os núcleos da base, onde os hábitos estão arraigados. Ao substituir um hábito antigo por um novo, são criadas conexões dos neurônios. Pode demorar dias, meses e até anos para que o novo hábito fique automático.  “Essa reprogramação cerebral não é simples, porque envolve esforço”, afirma Marta Pires Relvas, neurobióloga e psicopedagoga, da Faculdade Integrada AVM, no Rio de Janeiro.
Uma forma de estimular a mudança é contar com uma rede de apoio, para incentivar e cobrar resultados. Foi o que fez Renata Ceribelli, quando concordou em participar do “Medida certa”, um quadro para reeducação alimentar e atividades físicas do Fantástico, da TV Globo. “Tinha 1,2 milhão de vigias”, diz ela, ao lembrar a audiência do programa. Durante três meses, Renata e o apresentador Zeca Camargo foram acompanhados pelo educador físico Marcio Atalla, colunista de ÉPOCA, e por um time de profissionais. Ela perdeu 9,5 quilos, mas diz que esse não foi o feito mais significativo. O melhor foi abandonar o sedentarismo. “O efeito ansiolítico da atividade física regrada em minha vida foi revolucionário”, afirma. “A ansiedade sempre me atrapalhou bastante. Chegava a ser incapacitante.”
Quem não é apresentador de uma grande emissora, como Renata, pode recorrer às redes sociais ou ao círculo de amigos. Receber uma ligação toda semana para acompanhar o progresso ou uma mensagem de texto diária para saber como foi a corrida ajuda a manter o estímulo. Para tirar o melhor proveito dessas redes, é importante que as pessoas saibam o que você espera delas, e vice-versa. Senão, a cobrança pode se tornar excessiva ou pode faltar estímulo. 
Usar o padrão proposto pelos pesquisadores pode ajudar também a criar novos hábitos. Foi o que fez o treinador Larri Passos, ex-técnico do tenista Gustavo Kuerten. Ele sofria de um mau humor matinal incontrolável, capaz de atrapalhar o rendimento e o relacionamento com as pessoas. Sentia-se ansioso e agitado. Por consequência, era reservado e, muitas vezes, ríspido. Em 1994, levou uma equipe de tenistas a Portugal. Em sua primeira manhã no país, acordou com a cabeça latejando com um ataque de sinusite. “Sabia que era tensão. Naquele momento, decidi que não queria mais viver daquela forma.” Larri adotou algumas das técnicas propostas nos livros do neurolinguista americano Anthony Robbins. Descobriu que a tensão da manhã era efeito de sua cobrança excessiva por resultados. Decidiu que planejaria seu dia na noite anterior. Passou a dedicar no mínimo 15 minutos tentando enxergar as atividades do próximo dia “como num filme”. Planejava mentalmente seu dia antes de ir dormir. O objetivo era formar uma imagem mental da rotina. O ritual não deu resultado no início. Mas Larri insistiu. Com o tempo, passou a acordar mais tranquilo. “Já cheguei a ouvir de mais de uma pessoa que estou sempre de bom humor pela manhã.”
Mesmo cercando-se de centenas de cientistas e pesquisas, Duhigg não escapou das críticas. O pesquisador americano Timothy Wilson, professor de psicologia da Universidade de Virgínia, nos EUA, afirma que Duhigg pecou ao subestimar a história particular de cada um, que não pode ser dissociada da formação dos hábitos. Para Wilson, a teoria do livro é superficial ao sugerir que dá para reduzir todos os casos ao esquema gatilho-rotina-recompensa. Em Redirect: the surprising new science of psychological change (Redirecione: a surpreendente mudança da ciência psicológica), ele sugere que a pessoa perceba que todos temos histórias pessoais sobre quem somos. Muitas não são conscientes. “A maioria nos ajuda a ser otimistas. Às vezes ficamos presos a experiências que nos induzem a uma visão derrotista”, diz Wilson. Antes de mudar os hábitos, é preciso investigar essas narrativas e, se for o caso, reeditá-las. “Em casos graves, isso pode exigir psicoterapia”, afirma. 
Wilson fez um teste com universitários que enfrentavam dificuldades acadêmicas. Os alunos foram divididos em dois grupos. Um deles assistiu a vídeos sobre o desenvolvimento acadêmico. Tinham mensagens positivas, lembrando que mesmo estudantes com dificuldades no início podem virar bons alunos e conseguir uma carreira frutífera. O objetivo era ajudar os alunos a relativizar a experiência passada e a entender que, mesmo tendo ido mal até então, não estavam condenados a continuar assim. No semestre seguinte, todos desse grupo alcançaram notas melhores. No outro grupo, que não viu o vídeo, alguns melhoraram e outros não, como numa turma comum. Enquanto Duhigg defende a substituição de uma atitude por outra, Wilson é a favor da reprogramação. As propostas não são contraditórias. Para quem quer mudar um hábito, elas podem ser usadas de forma complementar.
Um ponto não abordado por Duhigg é a importância dos primeiros anos na formação de bons hábitos. Nascemos sem hábito algum. A criança os adquire em sua criação. “Depende do tipo de estímulo, dos valores que pais e demais pessoas que cuidam dela oferecem”, afirma a psicanalista Silvana Rabello, professora da Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP). Ensinar bons hábitos é tão importante quanto tê-los. Se os pais não gostam de ler, em quem o filho vai se inspirar? Vários estudos comprovam o efeito do exemplo dos pais para a aquisição dos hábitos da leitura, do sono e da alimentação. Um levantamento da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo mostrou que muitas crianças tinham os mesmos maus hábitos alimentares dos pais.
A designer gráfica Alessandra Oliveira, de Sobradinho, no Distrito Federal, tinha o hábito de cutucar a pele em volta das unhas das mãos. Acontecia à noite, quando ela começava a pensar nos afazeres do dia seguinte. “Era um momento de ansiedade. Não conseguia relaxar”, afirma. Sem perceber, levava os dedos à boca. O marido chamou a sua atenção para algo que acontecia ao lado dela. A filha, Sofia, de 2 anos, imitava a mãe. “Fiquei em choque”, diz Alessandra. No mesmo dia, Sofia mostrou uma pele que insistia em não sair. Alessandra fez com a filha o que não fazia com ela mesma. Foi buscar um alicate, cortou a pele e disse que ela não deveria puxar peles ou comer unha. Desde então, mãe e filha não cutucam mais os dedos. Em vez de esperar a ansiedade chegar, Alessandra aproveita para se ocupar com projetos que lhe dão prazer. “Mando orçamentos, busco ideias e aprendo coisas novas. Agora, minhas noites são proveitosas.”
Mudar não é simples. Em qualquer contexto exige esforço, estratégia e persistência, mas é possível. “Basta entender como funcionam e aceitar o trabalho duro”, diz Charles Duhigg.  “Hábitos não são destino.”

Mulheres que roncam durante a gravidez podem ter pressão alta

Problema pode levar à eclampsia, caracterizada por acessos repetidos de convulsões. Estudo é da Universidade de Michigan, que entrevistou mais de 1.700 grávidas


Pressão sanguínea alta pode estar associada à gravidez
Foto: Marcelo Franco/31-8-2008
Pressão sanguínea alta pode estar associada à gravidez Marcelo Franco/31-8-2008
RIO - Mulheres que roncam durante a gravidez correm o risco de desenvolverem complicações sérias, alertam pesquisadores da Universidade de Michigan. Entre elas, pressão sanguínea alta, que pode levar à eclampsia, que consiste em acessos repetidos de convulsões, caso não seja tratada. A doença pode causar a morte.
Em estudo realizado com mais de 1.700 mulheres grávidas, mais de um quarto roncava. Estas apresentaram o dobro de risco de pressão sanguínea alta. O problema estava associado à gravidez em 19% dos casos. Em 11%, a pré-eclâmpsia poderia ser tratada através do controle do ronco.
— Descobrimos que o ronco frequente exercia um papel importante no problema, mesmo quando levávamos em conta outros fatores. A novidade se soma às informações já conhecidas de que a pressão alta está associada a bebês menores e com maiores riscos de nascerem prematuramente ou irem direto para UTI — conta Louise O'Brien, autora do estudo.
Um método adequado para controlar o ronco é a pressão positiva contínua nas vias aéreas (CPAP). Consiste em uma máquina, usada durante o sono, que usa pressão de ar suave para manter as vias respiratórias abertas. A hipóterese de que este tratamento ajude a diminuir a alta pressão é estudada no momento pela equipe da Universidade de Michigan.

Cariocas em ritmo mais acelerado

Pesquisa revela que novos esportistas praticam atividades para reduzir estresse diário, mas também visam aumentar a performance


Passadas ritmadas. O empresário Alexandre Moura corre do Aterro do Flamengo ao Centro todos os dias
Foto: Cezar Loureiro
Passadas ritmadas. O empresário Alexandre Moura corre do Aterro do Flamengo ao Centro todos os dias Cezar Loureiro
Um Rio de Janeiro com menores índices de violência, economia fortalecida e envolto na organização da Copa e das Olimpíadas é o cenário ideal para um novo grupo de atletas amadores que já representa 28% dos cariocas entre 25 e 45 anos, das classes A e B. Gente que busca no esporte a energia necessária para aguentar a jornada de mais de oito horas de trabalho; e mais do que uma válvula de escape para o estresse, o exercício físico para eles acaba tendo as mesmas metas de produtividade e performance que as do escritório. O perfil desse grupo, denominado Esportistas S.A., foi traçado pela Casa 7 Pesquisa e Quê Comunicação na série Riologia.
Com ênfase em praticantes de esportes individuais, o estudo aponta a corrida como a principal atividade, com 45% do total. Em seguida, aparecem as lutas (23%), o ciclismo (12%), a natação (11%) e o surfe (7,5%). Em vez das salas de aula das academias, entram em cena as areias da praia, os relevos acidentados, as pistas arborizadas — opções outdoor que o Rio oferece com propriedade. De acordo com a pesquisa, a relação do grupo com a natureza e as paisagens da cidade são essenciais.
Rotina dividida entre trabalho e esporte
É o que pensa, por exemplo, o empresário Lauro Wollner, dono da marca com mesmo nome. Ele nada, corre e pedala na Vista Chinesa, na Lagoa e em praias da cidade.
— Só faço atividades ao ar livre porque o mais importante é ter prazer. Já tenho uma rotina super dura, então esta é a hora do recreio — conta Wollner.
Embora priorize o prazer, seu esquema de treinamento só não é como o de um atleta profissional porque ele o divide com o trabalho. Acorda geralmente às 4h30m e descansa a cada dez dias. Tudo para se preparar para competições, como as de ironman. Ele diz que carrega a disciplina do esporte:
— Eu gosto da frase “repetir, repetir, repetir até ser diferente”, ou seja, só com dedicação chegarei aos objetivos.
Dono de uma empresa de informática, Alexandre Moura corre do Aterro do Flamengo, onde vive, até o trabalho, no Centro. Com rotina intensa, de viagens e várias horas acumuladas, ele diz que o esporte o torna mais produtivo, assim como 93% dos Esportistas S.A. Competidor de triatlo, ele confessa ter direcionado sua vida em função do esporte:
— Era uma tendência chegar neste ponto (abrir uma empresa), mas antecipei isto por casa do esporte, que me dá muita gratificação e compensa o estresse diário — afirma.
Além disso, ele tem uma alimentação controlada e passou a ter gastos, como o de acessórios e de inscrições em corridas, por isso hoje conta com patrocínio da Asics. A pesquisa também reflete esse cenário, daqueles que “passam a priorizar o esporte no orçamento, deslocando valores que costumavam atribuir a outras formas de lazer para o investimento na atividade”.
Amigos e viagens do esporte
Outro dado destacado é que 85% afirmam que o círculo de amizades inclui esportistas. Isso a gerente de produção, Niva Mello, assina embaixo. Não apenas os amigos, mas até o namorado a incentivam a continuar as atividades de corrida, surfe, natação e ciclismo.
— No início a gente se força, mas depois vira um círculo de amigos. E meu namorado é personal trainer, então é um momento de estarmos juntos, mesmo na correria diária. Em vez de restringir, o esporte abre um leque muito grande.
Mesmo com uma carga horária pesada como diretor comercial da L’Oréal, Rômulo Amaro surfa com frequência. Não é adepto de competições, mas encaixa o esporte em todas as suas férias, o mesmo que 65% dos Esportistas S.A..
— Já conheci Havaí, Califórnia, Austrália, Panamá, Peru. Nestas férias estava devendo levar minhas duas filhas à Disney, então as convenci de ir para a da Califórnia — diverte-se. — O surfe é uma religião, uma terapia, é onde reflito sobre os efeitos do dia.

A verdade nada romântica sobre o beijo: ele espalha germes

Mas ato pode ser importante para a mulher garantir imunidade a vírus antes da gravidez


Símbolo do amor, beijo pode ter evoluído por razões que são muito mais práticas: espalhar germes
Foto: Reprodução
Símbolo do amor, beijo pode ter evoluído por razões que são muito mais práticas: espalhar germes Reprodução
É um símbolo internacional de amor e romance. Mas o beijo pode ter evoluído por razões que são muito mais práticas — e menos atraentes. Cientistas das universidades de Leeds e Central Lancashire, ambas no Reino Unido, acreditam que ele se desenvolveu para espalhar germes.
O citomegalovírus, que vive na saliva humana, é geralmente inócuo, mas quando introduzido durante a gravidez, pode ser extremamente perigoso e levar à morte do feto ou ao nascimento de bebês com deficiências, como surdez ou paralisia cerebral. Entretanto, se o citomegalovírus é introduzido no organismo de uma mulher em doses pequenas antes da concepção, ela desenvolverá imunidade a ele. Portante, beijar o mesmo homem por seis meses antes da gravidez dá ao sistema imunológico da mulher a prática de que necessita para tornar o citomegalovírus impotente.
— A inoculação feminina com um citomegalovírus específico em homens é mais facilmente conseguida por meio do contato boca a boca e pela troca de saliva — afirmou o o pesquisador Colin Hendrie, autor do artigo publicado no periódico “Medical Hypotheses”.

Silvio Santos dá último 'selinho' em Hebe Camargo

Apresentador e amigo se despediu da apresentadora neste sábado, 29.

Do EGO, em São Paulo
Silvio (Foto: Iwi Onodera/EGO) 
Silvio (Foto: Iwi Onodera/EGO)
Silvio Santos deu um último 'selinho' em Hebe Camargo durante o velório da apresentadora neste sábado, 29 em São Paulo. O apresentador, que era chefe e amigo de Hebe, estava emocionado durante a cerimônia que aconteceu no Palácio dos Bandeirantes, sede do Governo de São Paulo, mas não falou com a imprensa.
O filho de Hebe, Marcelo, usava uma bandeira com o rosto da mãe estampado.
Claudio Pessutti, sobrinho da apresentadora, acompanhava Marcelo. Logo em seguida, o cantor Roberto Carlos chegou ao local.
A primeira hora do velório será apenas para familiares e amigos, após esse momento a cerimônia será aberta ao público. O velório começou por volta das 19h05 e durante uma hora foi fechado para familiares e amigos. O público começou a entrar no local por volta das 20h20.
Roberto Carlos chegou muito emocionado e falou sobre a perda da amiga: "Nunca vou esquecer da Hebe. Não só eu, mas todos os brasileiros terão sempre a Rainha da TV nos corações. Estou muito abalado", disse o cantor ao descer do carro rumo a cerimônia.
O humorista Tom Cavancante, presente ao velório, falou da importância de Hebe em sua vida: "Eu cheguei do Ceará trazendo apenas uma cachorrinha e fui convidado a ir a uma festa na cada da Hebe. Ela me recebeu muito bem e e me apadrinhou aqui em São Paulo. Assim como Chacrinha e Chico Anysio, ela é insubstituivel. Ela deu a cara para bater, para as pessoas fazerem hoje o que ela faz na TV. A frase dela que fica é: 'Vamos comemorar a vida", disse ele.
O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, deu seu depoimento sobre a artista: "Estou triste como brasileiro, prefeito e amigo. O momento é de luto naciona." Para o apresentador Serginho Groismann, o momento não é de tristeza: "O sentimento é de tristeza, mas é de alegria."
GALERIA DE FOTOS: Amigos se despedem de Hebe Camargo
Quem preparou o corpo foi o maquiador da artista, Marcos Magalhães: "Eu que fiz a maquiagem. Hebe era uma pessoa alegre, otimista, adorável, tudo aquilo que vocês viam", disse ele ao sair da casa da apresentadora.
O enterro de Hebe será no domingo, às 9h30, no Cemitério Gethsemani, no bairro do Morumbi, na Zona Sul da capital paulista.
Morte aos 83 anos
A apresentadora morreu aos 83 anos na manhã deste sábado em casa, vítima de uma parada cardíaca. Ela descobriu em janeiro de 2010 que tinha um câncer no peritônio (membrana que reveste os órgãos da região abdominal) e desde então lutava contra a doença.
No dia 8 de março do mesmo ano, data em que completou 81 anos, Hebe voltou ao trabalho apresentando seu programa na época ainda no SBT. No mês seguinte, a assessoria de imprensa da apresentadora divulgou comunicado em que dizia que não havia mais vestígios da doença em seu corpo.

Em 12 de março de 2012, Hebe foi internada no hospital Albert Einstein, em São Paulo, onde passou por uma cirurgia de emergência para retirada de um tumor em seu intestino. Realizado com sucesso o procedimento, ela não teve de se submeter a mais sessões de quimioterapia.
Pouco mais de um mês após o procedimento, Hebe voltou a gravar seu programa, em 23 de abril. Como sempre, demonstrou seu bom humor e sua vitalidade. “A cicatriz (da operação) é enorme, mas não senti um dia de dor. Não pensei nem um minuto em morte. Nem quando fui para a mesa de cirurgia. Mesmo porque eu estava dopada. Acho uma maravilha, a gente não sabe o que eles vão fazer, se vamos sair grávidas lá de dentro... Aí depois eu acordei grogue, pena que não era de vodca".
Silvio Santos dá selinho em Hebe Camargo (Foto: Iwi Onodera/ EGO) 
Silvio Santos dá selinho em Hebe Camargo (Foto: Iwi Onodera/ EGO)
Silvio Santos (Foto: Iwi Onodera/ EGO)Silvio Santos (Foto: Iwi Onodera/ EGO)
Hebe Camargo (Foto: Iwi Onodera/ EGO) 
Hebe Camargo (Foto: Iwi Onodera/ EGO)

veja também

Aos 83 anos, morre a apresentadora Hebe Camargo

Rainha da TV brasileira lutava contra um câncer e não resistiu a uma parada cardíaca na madrugada deste sábado

Terra

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Morreu na madrugada deste sábado (29), aos 83 anos, a apresentadora de TV Hebe Camargo. Ela teve uma parada cardíaca enquanto dormia em sua casa, no Morumbi, em São Paulo. Hebe lutava desde janeiro de 2010 contra um câncer no peritônio.
No dia 27 de agosto, Hebe Camargo recebeu alta do Hospital Israelita Albert Einstein, onde ficou internada por 13 dias para um tratamento de suporte nutricional e metabólico. Em 2010, Hebe descobriu um câncer no peritônio, a membrana que envolve o aparelho digestivo. Ela retirou o tumor e fez sessões de quimioterapia.
Hebe foi um dos maiores ícones da história da TV brasileira. Filha de Ester e Fego Camargo, ela nasceu no dia 08 de março de 1929, data em que também é comemorada o Dia Internacional da Mulher, em Taubaté, São Paulo. Teve uma infância humilde, mas sua trajetória de sucesso lhe proporcionou grandes contratos nas maiores emissoras do País.
Lembrar da carreira de Hebe Camargo é traçar a história da TV no Brasil. Ela começou a vida artística na década de 40 como cantora no quarteto Dó-Ré-Mi-Fá com sua irmã Estela e as primas Helena e Maria. O grupo acabou três anos depois e Hebe e Estela criaram a dupla caipira chamada Rosalinda e Florisbela. Como a parceria durou pouco, Hebe resolveu seguir carreira solo e ficou muito popular na época.
Hebe foi convidada por Assis Chateaubriand para participar da primeira transmissão ao vivo da televisão brasileira, no bairro do Sumaré, em São Paulo, em 1950. Mas não apareceu no evento, sendo substituída por Lolita Rodrigues, de quem foi amiga sua vida toda. Na época ela alegou estar doente, mas em 2007 confessou em um programa de TV que não quis aparecer porque acompanhou o namorado em uma festa e também porque considerava a letra do hino horrível.
A carreira de cantora continuou e ela gravou um disco em homenagem a Carmem Miranda. Com isso, ganhou o título de Estrelinha do Samba e, posteriormente, A Estrela de São Paulo. Hebe chegou a participar de filmes de Mazzaropi (1912-1981) e contracenou com Agnaldo Rayol em um deles.
Apresentadora
Hebe inicialmente substituiu Ary Barroso num famoso programa de calouros e todos perceberam seu talento como apresentadora. Em 1955, ela mudou radicalmente o seu visual, de cabelos pretos para loiros, como ficou conhecida até sua morte. Passou a apresentar o primeiro programa feminino da TV brasileira, O Mundo é das Mulheres, na TV Paulista, Canal 5, antecessora da Globo. Nessa época, chegou a apresentar cinco programas por semana.
O formato da atração já era semelhante ao programa que teve até a sua morte. Ela recebia convidados famosos em seu sofá. Entre uma das participações mais célebres está a do doutor Barnard, que fez o primeiro transplante de coração do mundo.
Casamento
Em julho de 1964, Hebe interrompeu sua carreira de apresentadora para se casar com o empresário Décio Capuano. Os dois tiveram o único filho da artista, Marcello Camargo.
Mas logo ela retomou seu trabalho, com um programa na rádio Excelsior. Em 6 de abril de 1966, estreou na TV Record o Programa Hebe, tendo como convidado o cantor Roberto Carlos. A atração bateu recorde de audiência, chegando a obter 70% dos telespectadores.
A apresentadora terminou sua união com o empresário Décio Capuano em 1971. Dois anos depois, conheceu Lélio Ravagnani, com quem viveu até 2000, ano em que ele morreu.
Retorno para a TV
Hebe ficou longe da TV quase 10 anos e retornou em 1981 na TV Bandeirantes. Ela ganhou um programa exibido nas noites de domingo e, posteriormente, às sextas-feiras. Depois de quatro anos de sucesso, a direção da emissora decidiu acabar com a atração.
Em 1985 ela recebeu convite do SBT e, em novembro do mesmo ano, assinou contrato. A estréia aconteceu no dia 4 de março de 1986. A artista apresentou também, entre agosto de 1991 e dezembro de 1993, o Hebe Por Elas, programa de entrevistas só com mulheres, e chegou a ter, por curto período, uma atração nas tardes de domingo.
Em 2011, Hebe mudou mais uma vez de emissora e fez sua estreia na RedeTV!, inaugurando uma nova fase na carreira de sucesso. O formato do programa, no entanto, continua o mesmo e o sofá de Hebe acabou se transformando em uma instituição da televisão brasileira.
Discos
A carreira de cantora foi retomada em 1999. Hebe gravou o CD Pra Você. O show de lançamento do disco, realizado no Palace, alcançou enorme repercussão e originou uma turnê pelas principais capitais do País. Já o CD Como é Grande o Meu Amor por Vocês - Hebe e Convidados foi lançado em agosto de 2001, com as participações especiais de Chico Buarque, Caetano Veloso, Zezé di Camargo e Luciano, Simone, Nana Caymmi, Zeca Pagodinho, Ivete Sangalo e Fábio Jr.
Novelas
Hebe fez poucas participações especiais em novelas e programas de comédia. A primeira foi em 1978, em O Profeta da TV Tupi. Depois participou de uma versão de Romeu e Julieta (1990), ao lado de Golias e Nair Bello, que também já morreram. A atração foi regravada em 2003. Hebe participou ainda de Meu Cunhado, de 1999, e Amigas e Rivais (2007).
Confira a lista dos discos de Hebe:
2007: As Mais Gostosas da Hebe
2001: Como é Grande o meu Amor por Vocês
1998: Pra Você
1966: Hebe
1965: Hebe 65
1963: Hebe e Vocês
1960: Sou Eu
1956: Festa de Ritmos
 

 

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Produto proibido Harp 100 é suspeito de causar danos à saúde


A Vigilância Sanitária de São Paulo informou à Anvisa que 19 frascos do Harp 100 foram apreendidos na cidade de Votuporanga. Suspenso desde dezembro de 2009 por não possuir registro na Agência, o produto tem sido comercializado sob a alegação de ser um medicamento fitoterápico.
O comércio é feito pela internet e por pessoas que se dizem representantes e abordam os usuários individualmente, caso observado em Votuporanga. A propaganda do produto informa que ele é indicado para dores crônicas de coluna e de doenças como artrite, artrose e reumatismo.
A Polícia de Votuporanga investiga um caso de morte suspeita, cuja vítima fazia uso do produto. O pai dessa vítima também encontra-se internado com os mesmos sintomas, após fazer uso do Harp 100.
O Conselho Regional de Farmácia de São Paulo formalizou denúncia contra o medicamento sem registro. Há suspeita de que ele contenha corticoide, além de outros anti-inflamatórios.

Eujane Medeiros – Imprensa/Anvisa


Doença Bipolar e o Valproato


Doença Bipolar  
Compreendê-la
Este guia foi elaborado no sentido de o ajudar a compreender como o tratamento com Valproato, com o nome comercial Depakine crono e Diplexil, pode ajudá-lo a viver mais facilmente com a Doença Bipolar.
À medida que for lendo, vai poder compreender os diferentes tipos e sintomas. Compreenderá que o Valproato ajudou várias pessoas, incluindo aquelas que não tiveram sucesso com outros tratamentos. Irá descobrir o que esperar do tratamento com valproato, como este actua isoladamente e em conjunção com outros tratamentos, bem como quando pedir ajuda ao seu médico.
Através deste guia poderá aprender como ajudar-se a si próprio. Na parte de trás encontrará informações básicas, um mapa para registar o humor e uma lista de recursos que lhe possibilitam adquirir um maior conhecimento sobre a Doença Bipolar.

O que é a Doença Bipolar?
A Perturbação Depressiva recorrente (conhecida como Doença Unipolar) e a Perturbação Maníaco-Depressiva (agora conhecida como Doença Bipolar) são doenças da regulação do humor no sistema nervoso central. Estas duas perturbações do humor afectam uma percentagem alta de pessoas, que corresponde a cerca de 10% da população.
Na Doença Bipolar, o humor oscila entre períodos de mania (humor “elevado”, ou euforia), podendo persistir semanas ou meses, e períodos de humor extremamente “baixo”, ou depressão.

Quem é afectado pela Doença Bipolar?
A doença afecta pessoas de todas as idades, raças, grupos étnicos e classes sociais. Muitas pessoas com Doença Bipolar estão estabilizadas. Algumas foram galardoadas com Óscares, outras produziram obras-primas literárias e artísticas, ou lideraram os seus países em tempo de guerra.
As mulheres são duas vezes mais vulneráveis a sofrer de Depressão, porém a Doença Bipolar afecta na mesma proporção homens e mulheres. Através da observação de pessoas que sofrem de Doença Bipolar constatou-se que aproximadamente 60% relata a presença de sintomas de bipolaridade antes ou durante a adolescência. Em média, o diagnóstico correcto surge 8 anos após terem sido acompanhados por mais de 3 médicos diferentes. 
                 
Qual a causa?
A causa directa da Doença Bipolar não é inteiramente clara, contudo os factores genéticos, bioquímicos e ambientais desempenham, cada um deles, um papel importante. Verificou-se a presença da Doença Bipolar em vários familiares. Os sintomas podem ser despoletados pelo stress, acontecimentos de vida (por exemplo, morte de ente querido ou divórcio), dificuldades emocionais ou abuso de álcool, juntamente com consumo de drogas ilícitas. Todavia, estes podem aparecer espontaneamente, sem a existência de uma causa específica.

Sintomas da Doença Bipolar
Mania
  • Sentimentos de excitação, euforia
  • Pensamentos rápidos
  • Diminuição da necessidade de dormir
  • Discurso acelerado
  • Diminuição do tempo gasto para comer
  • Retirar prazer do excesso, como sexo e gastos excessivos 
  • Distracção
  • Irritabilidade, impaciência
  • Excessiva autoconfiança
  • Juizos errados, decisões impulsivas
Depressão
  • Sentimentos de tristeza e vazio
  • Preocupação excessiva
  • Alterações do sono
  • Diminuição da capacidade de sentir prazer
  • Alterações do apetite
  • Diminuição do interesse por Atividades habituais, incluindo o desejo sexual
  • Dificuldades de concentração e memória
  • Indecisão
  • Sentimentos de inutilidade e culpa inapropriada
  • Ideias de suicídio

Como distinguir a Doença Bipolar das alterações normais do humor?
As oscilações de humor na Doença Bipolar são extremas – desde a euforia ou energia excessiva até ao mais profundo desespero e apatia. Tal torna a vida caótica, incontrolável e interfere com o quotidiano. Podem verificar-se oscilações diárias, semanais e padrões sazonais. Há pessoas que podem ter vários episódios de mania e depressão num único ano, ao passo que outras podem passar anos sem terem um novo episódio.

Existem diferentes tipos de Doença Bipolar? 
Sim, e são determinadas consoante os diferentes padrões de sintomas. A “mania” envolve um período de euforia seguido de um período de depressão. Os Ciclos Rápidos verificam-se quando ocorrem quatro ou mais ciclos de humor (quer de “mania” como de depressão) por ano. As Crises Mistas, simultaneamente hiperAtividade e ideias depressivas, implica que estes ciclos ocorram diariamente durante pelo menos uma semana. A Hipomania envolve euforia, irritabilidade, aumento da Atividade menos intenso do que se verifica na mania. A Perturbação Ciclotímica é um padrão menos extremo de alternância entre vários episódios depressivos e de hipomania, durante um período de 2 ou mais anos, sem que se tenha verificado Depressão Major ou um episódio maníaco. Tanto a hipomania como a perturbação ciclotímica podem progredir no sentido da Doença Bipolar se não forem tratadas. 

Como é que se sabe que o Valproato é eficaz?
O valproato foi considerado, num estudo realizado com o maior grupo de controlo clínico de doentes bipolar até à data, seguro e eficaz no tratamento da “mania”, crises mistas e ciclos rápidos. Ficou igualmente provado, que o valproato é seguro e eficaz no tratamento da epilepsia.

Se o Lítio não resultar deverá tentar-se o valproato? 
O tratamento com Lítio pode não resultar. Aproximadamente 20% a 40% dos doentes podem não responder ao Lítio ou não serem capazes de tolerar os seus efeitos secundários. O Lítio é eficaz no tratamento da “mania” típica, porém pessoas com outros tipos de episódios maníacos nem sempre têm os mesmos resultados. Se não obteve sucesso com o Lítio pode questionar o seu médico acerca do valproato, pois está provada a sua eficácia para todos os tipos de Doença Bipolar e em doentes que não respondem favoravelmente ao Lítio.

Quantas vezes por dia irei ter de tomar valproato?  
A maioria dos doentes toma inicialmente valproato três vezes por dia, após estabilizarem tomam duas vezes por dia ou apenas ao deitar. O médico tomará a decisão, baseada na sua condição individual, de qual será o tratamento mais benéfico para si. Este terá em consideração factores como: a sua história clínica, medicamentos, dieta e Atividade, incluindo a sua ocupação profissional.    

Será que o valproato resulta no meu caso?
Poderá sentir os efeitos de valproato de imediato ou notar uma melhoria gradual. O valproato actua entre 3 a 4 dias após o início do tratamento da mania, enquanto o Lítio demora uma semana ou mais a actuar.

Durante quanto tempo devo tomar valproato?
Deverá tomar valproato pelo tempo que o seu médico determinar. A Doença Bipolar é uma doença para toda a vida, sendo recomendado a continuidade irrevogável do tratamento. Assim que o seu humor estabilize, poderá sentir-se melhor e querer abandonar o valproato, tendo grandes probabilidades de voltar a ter episódios maníacos e/ou depressivos. O objectivo consiste em atingir e conservar os níveis eficazes de valproato no sangue. É por isso que é importante tomar correctamente a medicação prescrita.

Já estou a tomar a medicação para a Euforia e/ou Depressão. Posso também tomar valproato?
Sim. É muito comum às pessoas com Doença Bipolar ter de tomar mais do que uma medicação. As combinações, em politerapia, incluem Lítio (Priadel), Valproato (Depakine), Carbamazepina (Tegretol), Lamotrigina (Lamictal), Olanzapina (Zyprexa/Diplexil), Quetiapina (Seroquel, Alzen), Risperidona (Risperdal), Topiramato (Topamax), Gabapentina (Neurotin), etc.


O que deverá saber sobre Valproato

O Valproato, também conhecido como Ácido Valpróico, é um dos antiepilépticos de eleição tanto nas crises generalizadas, como nas crises focais ou nas crises secundariamente generalizadas. Tal como a fenitoína e a carbamazepina, o valproato bloqueia as descargas repetidas e prolongadas dos neurónios, que estão por trás de uma crise epiléptica. Estes efeitos devem-se, em doses terapêuticas, à diminuição da condutância dos canais de sódio voltagem-dependentes.
Relativamente aos seus efeitos secundários, os agudos incluem náuses, vómitos, dor abdominal, aumento de peso e alopécia. Em termos de toxicidade idiossincrática, há que considerar a hepatotoxicidade e a trombocitopénia.
Haverá riscos de interacção entre valproato e outros produtos farmacológicos?
Sim. Cada um dos médicos que o acompanha e o seu farmacêutico deverão ter conhecimento de todos os medicamentos que está a tomar de modo a protege-lo de interacções medicamentosas. Lembre-se de os informar das alterações nas prescrições e medicamentos que compra com e sem prescrição. Deverá ter conhecimento que varfine, um anticoagulante, não deverá ser usado com Valproato, pois o risco de hemorragia é elevado, especialmente em caso de cirurgia  ou tratamento dentário.

É preciso fazer análises sanguíneas?
O seu médico poderá, provavelmente, querer que faça análises antes de iniciar o tratamento com Valproato e periodicamente durante o tratamento. Estas análises são uma forma de controlar os níveis de Valproato no sangue e outras características sanguíneas.

O Valproato tem efeitos secundários? 
  
Poderá sentir efeitos secundários quando iniciar o tratamento com Valproato, mas estes são, geralmente, moderados e de curta ou média duração. Verificou-se, nos testes clínicos, que poucos pacientes tiveram de interromper o tratamento com Valproato devido aos seus efeitos secundários e que as pessoas que estão a tomar Valproato tendem a considera-lo mais tolerável do que o lítio.

Quais são os efeitos secundários que se verificam mais?
Os efeitos secundários de Valproato que se verificam mais são: náusea, sonolência, tonturas e erupção cutânea.

Existem outros efeitos secundários que deva ter conhecimento?
Alguns doentes que tomam Valproato experimentam aumento de peso ou queda de cabelo.
As alterações de peso, nomeadamente o aumento de peso, acontecem porque o Valproato pode aumentar o apetite. Para evitar o aumento de peso, deve ter precauções com o que ingere. Poderá solicitar ao seu médico a recomendação de dietéctica que o ajudem a manter o peso desejável.
Alguns doentes que tomam o Valproato podem experimentar perda da vitalidade capilar e possivelmente perda de cabelo. Não é uma situação permanente. Está demonstrado que as vitaminas contendo selénio e zinco (Selenium ACE) podem ajudar a minimizar a ocorrência destes efeitos.

O Valproato pode afectar o fígado?
Tal como a maioria dos compostos químicos, o valproato pode afectar a função hepática. Em alguns doentes foi detectada hepatoxidade. O seu médico está apto a reconhecer facilmente os indivíduos com maior risco, particularmente crianças muito pequenas que tomam mais do que um antiepiléptico ou pessoas com atraso mental grave.
Caso se verifique algum problema, este ocorre nos primeiros 6 meses após o início do tratamento com Valproato. O seu médico poderá querer, durante este período, avaliar a sua função hepática através de análises sanguíneas.
Tanto você como o seu médico devem estar atentos aos efeitos secundários que podem indiciar problemas hepáticos. Estes incluem náusea, vómitos, fadiga, cansaço ou fraqueza invulgares, edema (inchaço), icterícia (pele e olhos amarelos) e facilidade em ter equimoses.

Existem efeitos secundários relativamente aos quais deve ser contactado imediatamente o médico?
Sim. Caso você ou a sua família os detecte precocemente pode evitar uma situação potencialmente grave. Contacte o seu médico imediatamente se tiver alguns dos seguintes sintomas: febre, cansaço ou fraqueza intensa, hemorragias e equimoses invulgares, urina escura ou fezes claras, olhos e pele amarelada, dores abdominais intensas, erupção cutânea ou urticária, estado confusional, visão dupla, mal-estar extremo ou comportamento anormal. Os sinais de sobre-dosagem de Depakine (Valproato) incluem vertigens, sonolência excessiva, tremor intenso; respiração irregular, lenta ou superficial; ou coma. Se tiver estes sintomas deve contactar-se o médico imediatamente.

Pode tomar-se Valproato durante a gravidez?
O médico deve tomar conhecimento da probabilidade de estar grávida, bem como do seu desejo em querer engravidar, de modo a decidir se o Valproato é um tratamento indicado para si nesse período. Sabe-se que este farmaco pode produzir alterações no desenvolvimento embrionário, sendo essencial uma cuidada ponderação de benefícios e riscos, além de um cuidado no seguimento da gravidez.

O Valproato causa dependência?   
Não. O Valproato não é aditivo.

Doença Bipolar
Como é que poderá contribuir pessoalmente para o seu tratamento
Seja o parceiro do seu médico. Mantenha-se em contacto com o médico para que este tenha conhecimento de como se está a sentir e de como a medicação está a actuar.
Lembre-se de tomar a medicação diariamente como foi prescrita. Forneça a informação ao seu médico relativamente a toda a terapêutica medicamentosa que está a tomar. Entre, antecipadamente, em contacto com este sempre que tiver necessidade de acrescentar outra medicação.
Em caso de tratamento dentário, cirúrgico ou se tiver necessidade de ir às urgências informe o seu médico ou dentista de que está a tomar Valproato.
Obtenha apoio social. Fale com as pessoas em quem confia sobre a sua situação de modo a que elas saibam como o ajudar. Poderá participar nas valências instituídas na área da Reabilitação Psicossocial. Contacte a Associação de Apoio a Doentes Depressivos e Bipolares – ADEB, cujo contacto se encontra no verso, de modo a integrar um Grupo de Auto-Ajuda.   
         
Tenha cuidados consigo. Para se manter estável necessita de dormir o suficiente, ingerir refeições nutritivas, reduzir o stress e fazer exercício. Precisa de se manter afastado de drogas usadas com fins recreativos e do álcool.
Se tiver ideação suicída contacte o seu médico, procure o apoio das pessoas e peça ajuda. Não deixe que a depressão o vença. As ideias de suicídio são temporárias.
Adquira o máximo de conhecimentos possíveis sobre a Doença Bipolar. Quanto mais souber, mais poder e controlo tem sobre a sua vida mas não queira saber mais que o seu médico nem tente substituí-lo por si próprio.
Aprenda a separar o seu verdadeiro Eu da Doença Bipolar, e dê a si próprio crédito quando este é justo. A doença não o define. Você tem capacidade de controlar a sua doença e administrar cuidadosamente o tratamento que recebe dos técnicos de saúde.
 
Conheça os seus estados de humor
  
Umas das formas de gerir a Doença Bipolar é conhecer e registar diariamente o humor.
As crises podem durar dias, meses ou mesmo anos. Em média, sem tratamento, as fases de mania e hipomania (euforia leve) duram poucos meses, enquanto as depressões arrastam-se muitas vezes por mais de seis meses. Há designações especiais para cada forma de evolução da Doença Bipolar:

Bipolar I
A pessoa sofre crises de mania ou crises mistas (sintomas de depressão e mania misturados) e, quase sempre, também tem fases depressivas. As crises voltam a repetir-se excepto se fizer o tratamento preventivo.
grafico que demonstra as oscilações de humor durante um ano de uma pessoa com bipolar 1

Bipolar II
A pessoa tem crises depressivas graves e fases leves de elevação do humor (hipomania). As crises de elevação do humor podem não ser identificadas ou referidas porque o doente se sente “acima do normal” com muita energia e alegria, sem perturbações óbvias. Se o tratamento for só para a depressão, com uma medicação exclusivamente com antidepressivos, não se verifica uma estabilização, podendo surgir crises frequentes e uma viragem do humor.
grafico que demonstra as oscilações de humor durante um ano de uma pessoa com bipolar 2

Ciclos Rápidos
A pessoa tem pelo menos quatro crises por ano, em qualquer combinação de fases de mania, hipomania, mistas e depressivas. Corresponde a uma evolução que atinge entre 5 e 15% dos doentes com Doença Bipolar. Pode, em alguns casos, resultar de uma terapêutica demasiado intensiva e prolongada com antidepressivos, em vez da adequada terapêutica de estabilização do humor.
grafico que demonstra as oscilações de humor durante um ano de uma pessoa com ciclos rápidos
Para fazer um registo do humor necessita de um diário para tomar notas o qual poderá obter na ADEB.
Durante o dia anote a hora e as alterações de humor. No final do dia, use a escala para avaliar o humor durante a totalidade do dia.
Após 14 dias, poderá observar a constância de um padrão. Continue a registar o humor durante as várias estações. Leve o gráfico do humor quando tiver consulta com o médico e juntos podem actuar no sentido de rentabilizar o seu plano de tratamento.
 Logotipo da ADEB

SERRA LADEIRA ABAIXO EM SP

Aumenta diferença entre Haddad e Serra


Por Luis Nassif
O último tracking do PT trouxe os seguintes resultados: Russomano 33%; Haddad 20%; Serra 17%; Chalita 8% e Soninha 3%. Com isso vai abrindo a boca de jacaré entre o segundo e o terceiro lugar, consolidando a vantagem de Fernando Haddad. Os advogados de José Serra – capitaneados pelo simpaticíssimo Arnaldo Malheiros Jr. – entraram com ação no TRE pedindo que o Blog fosse condenado em R$ 130 mil por ter divulgado um pesquisa não registrada no TSE. A ação foi rejeitada em primeira instância, mas apelaram para segunda instância. Antes que meu amigo Malheiros ingresse com segunda ação, um aviso (dispensável porque informações de conhecimento geral): tracking não é pesquisa formal. É um conjunto de entrevistas, sim, por amostragem domiciliar, mas feita em fatias, diariamente, para dar uma ideia mais rápida de tendência. Mas, de maneira geral, o tracking do PT tem acompanhado os resultados do Ibope e do Vox Populi. Em relação ao Datafolha – que divergiu dos demais institutos, dando um avanço de Serra – considera-se, na campanha de Haddad, que provavelmente houve erro de metodologia e não manipulação da margem de erro. Normalmente a diferença entre Russomano e Haddad é maior na Zona Leste que na Zona Sul. Na pesquisa Datafolha deu maior na Zona Sul, contrariando tudo o que se conhece sobre a região. Como é pesquisa de fluxo (ou seja, que pega as opiniões em locais de fluxo e não nos domicílios) pode ter cometido o mesmo erro que impediu o Datafolha de identificar o avanço de Dilma nas eleições de 2010.

eu,você e os nossos quarenta e poucos anos.

E um dia você terá seus quarenta e poucos anos,algumas experiências acumuladas,alguns desafetos,algumas lembranças.e eu terei a cabeça cheia de resoluções pré-feitas,contas a pagar,alguns desafetos e você na lembrança. Você irá dirigir até o trabalho,pagará suas contas e um dia,assim sem querer,vai encontrar os nossos guardados na gaveta de baixo. Um dia,sem querer,irá tocar na nossa ferida cicatrizada apenas por palavras e se lembrará daquele afeto ingênuo construído aos poucos alguns anos atrás.e se lembrará do quanto a sua vida conseguia ser completa mesmo que seus dias fossem vividos somente de provas escolares,pressão para passar em algum vestibular e em como agradar alguma menina bonita que ainda mantinha as pernas torneadas e cujos peitos ainda não sofreram a ação da gravidade.E eu ninarei minhas crianças após chegar de um dia cansativo no escritório,no auditório,após chegar de qualquer lugar que desse para pagar as contas.E irei me embalsamar de um creme importado que tentasse reduzir o impacto do salto alto e da idade que vai se tornando um peso sobre meus músculos.e seguiremos a vida,falaremos com os amigos sobre os juros,sobre as últimas modas,sobre as eleições,sobre a nova mamadeira,sobre o zagueiro que não foi escalado e até sobre quem já morreu.falaremos aos outros de nós,e eles,como já era de se esperar,continuarão a não acreditar nas peças que a vida nos pregara.continuarão a achar uma insensatez aquilo de amores bonitos não perdurarem para sempre.talvez eles estejam errados,talvez não exista beleza nenhuma nos romances,na juventude,na espera.mas há uma força incrível nas tentativas,uma delicadeza sutil na insensatez das descobertas,um brilho divertidos nos olhos dos apaixonados.olharemos,pela ultima vez, aquela foto 3x4 escondida no fundo da carteira antiga e aquela certeza certeira nos arrebatará de novo : para todo grande amor que perdura é necessário uma história que sirva de experiência e rascunho.nós fomos os substitutos um do outro,a ponte entre a inocência e a maturidade,o espaço entre a discussão de matérias a serem cobradas e a cobrança de relatórios a serem feitos.fomos,assim mesmo nessa conjugação,fomos.Passado,pretérito,imperfeito. ( preciso dizer que,na minha opinião,a maior beleza é a imperfeição.nada mais bonito do que aquilo que tira o brilho do que é exato e mesmo assim continua sendo incrivelmente apaixonante.porque se apaixonar é isso:perturbação,falta,dúvida,afeto,apego.é todo esse despreparo emocional que nos tira do sério,irrita,comove e também ensina.há sim beleza no incompreensível,na falta de léxico,na timidez excessiva,na malícia,nas saudades, porque tudo o que ainda não foi desvendado instiga,assusta,clama por espaço.e há sempre um espaço dentro de nós para a dúvida,para o sentimento,para o amor.e isso independe dos meus quarenta e poucos anos.. )

É preciso destruir o Lula.

O que está em jogo no Supremo é definir a natureza de um novo Golpe de Estado.


O julgamento do mensalão não vai acabar quando acabar o julgamento do mensalão.

A elite que se expressa no PiG (*) perdeu todas.

Perdeu as eleições de 2002, 2006, 2010 e 2014.

Perdeu porque perdeu as bandeiras.

O PiG (*) usa a barriga de aluguel do PSDB (especialmente de São Paulo, onde prevalece o sentimento secessionista).

Mas, a barriga perdeu a serventia.

A barriga não dá mais cria.

Não tem mais ideias, projetos, não tem uma visão do Brasil que convença a sociedade.
Especialmente os que decidem a eleição: o sub-proletariado do André Singer.
Para que o Cerra, o FHC e o Sérgio Guerra querem o Poder ?
Para fazer o que ?
O neolibelismo (**) foi derrotado.
E o lulismo vai durar, disse o Singer.
Qual é a alternativa ?

O Golpe.

O Golpe que se desenha no mensalão (do PT), pela mão do Judiciário.
Até aí, morreu o Neves.

A novidade é que nem a elite vai se satisfazer com o julgamento do mensalão, nem o PT vai ficar quieto.

Se o PiG condenar o Dirceu, o PiG vai para cima do Lula – como pretendem o Tênue Gurgel e o Ataulfo Merval de Paiva.

É preciso destruir o Lula.

Não pode ficar pedra sobre pedra de um nordestino metalúrgico, sem dedo e que não fala inglês.
Em seguida, o PiG vai destruir a Dilma.

Gerente eficiente, acima do bem e mal, a técnica por excelência, a mãe do PAC, do Brasil Carinhoso, do Brasil sem Miséria, a que vai rever a desastrosa privataria tucana – nada disso interessa.
O PiG derrubaria a Madre Tereza de Calcutá, se ela fosse trabalhista.

Encerrado o julgamento do mensalão – que teve o dom de influenciar as eleições, como pretendia o PiG (*) – o PiG vai pra cima.

E o PT não vai ficar quieto.

O PT já percebeu que o julgamento do mensalão é a República do Galeão.

O julgamento do mensalão é o atentado da rua Toneleros em que o Lacerda se deu um tiro no pé.

O julgamento do mensalão é o Plano Cohen, a Carta Brandi, o grampo sem áudio.

E o Supremo se politizou, tomou partido.

Começou com o Gilmar Dantas (***), que se disse chantageado e não processou o chantagista.

Ali começou o julgamento político, o julgamento de exceção.
Que dispensa provas ou atos de oficio.

Para quem a Verdade é uma quimera.

Vai condenar com tênues provas, como “domínios de fato”.

(Embora, como diga o professor Wanderley, até “domínio de fato” tenha que ser provado.)
Mas, a guerra não acaba ali.

O que está em jogo no Supremo é definir a natureza de um novo Golpe de Estado.
Será uma contribuição do Brasil aos manuais de “Técnica do Golpe de Estado”, do Curzio Malaparte.
O mensalão (do PT) é uma das etapas desse Golpe.

Um capítulo do Manual.

O Ataulfo Merval de Paiva já anunciou que o Lula não escapa, porque ele acredita em Saci Pererê e em Valeriodantas.

Ele vai atrás do Lula como o Lacerda – comparando água com vinho … – foi para cima de Vargas.
Depois, é a Dilma, ou seja, o Jango, o Brizola … e todos os que se sucedem na luta dos pobres contra “a pior elite do mundo”, segundo o Mino Carta..

O Dirceu não acha que vá ser preso, apesar de a Folha (****) o ter encarcerado.

E mesmo que seja, ninguém duvida que ele organize o PT – onde estiver.
Porque o PT não vai ficar quieto.

Lula não é Vargas.

Dilma não é Jango.

Quem não mudou foi o PiG.

Foi a UDN – raivosa, reacionária, ressentida.

Paulo Henrique Amorim