Por que ela sumiu de novo? As revelações do documentário do DCM sobre o caso Mírian Dutra / FHC
O DCM orgulhosamente apresenta o nosso documentário sobre o caso Mírian Dutra e FHC.
Ele
é resultado de um dos nossos projetos de crowdfunding com a plataforma
Catarse. Foi totalmente financiado pelos queridos leitores.
O
autor da série de reportagens, Joaquim de Carvalho, conduz o espectador
ao longo de uma história sobre a mistura entre o público e o privado,
um clássico nacional.
Joaquim
foi à Espanha encontrar com Mírian, com o filho Tomás e com amigos
dela. Trouxe o retrato de uma mulher que optou por um caminho do qual
não consegue mais sair.
Mírian
se formou em jornalismo na Universidade Federal de Santa Catarina e, em
1982, aos 22 anos, ancorava em Florianópolis pela RBS (afiliada da
Globo) o horário local do TV Mulher.
“Para
mim, aconteceu tudo muito rápido. Eu era estudante, trabalhava na rádio
Itapema e fui chamada para apresentar o TV Mulher, logo depois
apresentava no jornal do almoço um quadro sobre turismo em
Florianópolis”, disse ela.
Chegou à capital da República em 1985, com 24 anos de idade e uma filha de um ano e meio, fruto do casamento com um fotógrafo.
Eram
os dias de cobertura da doença e morte de Tancredo Neves e do início do
governo José Sarney, o primeiro civil depois de 20 anos de ditadura
militar, quando ela conheceu Fernando Henrique Cardoso no restaurante
Piantella.
O
namoro começou naquele ano, depois de “muitos telefonemas em que ele se
dizia apaixonado”, e terminou em 1991, quando ela contou que estava
grávida. Mírian entrou na “clandestinidade” para não atrapalhar os
planos de FHC.
Sempre
foi um segredo de Polichinelo na imprensa. A única publicação a furar o
bloqueio foi a “Caros Amigos” em 2000, numa belíssima matéria assinada
por Palmério Dória.
A
alegação era que se tratava de assunto de “foro íntimo”. Até poderia
ser, mas nunca foi. Fernando Henrique escondeu a amante e o filho com a
cumplicidade e o beneplácito da mídia e de políticos como ACM,
utilizando-se de sua influência, seu poder e de uma rede proporcionada
pelo estado brasileiro.
A
Globo a colocou numa geladeira luxuosa, transformando-a numa
correspondente de mentirinha. Na coluna Gente da edição de 24 de julho
de 1991 da Veja, uma nota dava conta de que Mírian estava de mudança
para a Europa. Uma frase foi atribuída a ela: “O pai da criança, um
biólogo brasileiro, viajou para a Inglaterra para fazer um curso e
voltará para o Brasil na época do nascimento do bebê.”
Mírian
disse a Joaquim que ouviu de Paulo Moreira Leite, ex-editor executivo
da Veja, que a ordem para apurar e publicar a “notícia” tinha partido de
Mario Sergio Conti, que tinha assumido pouco tempo antes a direção de
redação da revista, a pedido de FHC.
A
pressão de políticos, os favores distribuídos a quem deu uma mão a
Fernando Henrique, a polêmica em torno da paternidade de Tomás, o
dinheiro enviado através da Brasif, cujas lojas eram concessões da
Infraero — tudo isso está no documentário. Inclusive o papel dúbio de
Mírian.
Ela
só saiu da sombra em fevereiro deste ano numa entrevista à revista
Brazil com Z. Num determinado momento, voltou a se recolher. Uma parte
das filmagens de Joaquim ficou com ela.
Numa
participação no programa de Mariana Godoy na RedeTV, chegou a alegar
que não teve contato com o DCM, que estava tudo tranquilo, tudo
favorável. Infelizmente, ela já tinha aberto o arquivo para a câmera de
Joaquim.
O que aconteceu para ela mudar de ideia?
Esta vídeo-reportagem tem algumas respostas para esse mistério. Não vou dar spoiler. VEJA ACIMA