5.31.2014

Como os problemas de tireoide afetam o corpo?


Essa glândula fabrica hormônios que regem o funcionamento de todas as nossas células. Veja o que pode acontecer quando, por algum defeito, ela fica lenta ou acelerada demais.

Atualizado em 21/5/2014 Por André Biernath - Edição: MdeMulher
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Hipotireoidismo x hipertireoidismo

Hipotireoidismo: essa é a disfunção de tireoide mais comum. Nela, a produção dos seus hormônios, o T3 e o T4, cai drasticamente. Na maioria desses casos, é o próprio organismo que passa a reconhecer a glândula como um elemento estranho e envia anticorpos para atacá-la. Essa situação é conhecida entre os médicos como tireoidite de Hashimoto.

O tratamento é a reposição de hormônios por meio de versões sintéticas pelo resto da vida. Os comprimidos são ingeridos diariamente, logo de manhã.

Hipertireoidismo: como o nome sugere, aqui a fabricação dos hormônios dispara além da conta. O gatilho para o distúrbio pode ser uma ofensiva do próprio sistema de defesa, que estimula a tireoide a trabalhar loucamente. Os experts chamam essa condição de doença de Graves. Outra causa do distúrbio é o excesso de iodo - matéria-prima do T3 e do T4.

Há três opções de tratamento: remédios que diminuem o ritmo da tireoide; cirurgia para remover a glândula; ou iodo radioativo, que destrói parte dela. Só o especialista, claro, poderá definir a melhor estratégia.

Foto: Pedro Hamdan

AZIA E ANTIÁCIDOS: OS EFEITOS COLATERAIS DOS BLOQUEADORES DE ÁCIDO


Azia e antiácidos: os efeitos colaterais dos bloqueadores de ácido
Pesquisa comprova que os pacientes que tomam bloqueadores ácidos mais eficientes, por dois anos ou mais, apresentaram um aumento de 65% no risco de se tornarem deficientes de vitamina B12.


Um estudo publicado no Journal of the American Medical Association analisou dados de cerca de 26.000 pacientes na Califórnia que foram diagnosticados com deficiência de vitamina B12. Os pesquisadores queriam saber se os medicamentos bloqueadores de ácido estomacal estavam associados com os baixos níveis de vitamina B12. A resposta foi "sim". Os pacientes que tomam bloqueadores ácidos mais eficientes, por dois anos ou mais, apresentaram um aumento de 65% no risco de se tornarem deficientes de vitamina B12.
A vitamina B12, também chamada de cobalamina, é encontrada em ovos, carnes, aves e peixes. “É uma vitamina de alta manutenção e se não receber atenção especial, ela poderá ter dificuldade em ser absorvida pelo corpo”, explica o gastroenterologista Silvio Gabor.
A vitamina B12 trabalha em conjunto com outra vitamina, o ácido fólico, para ajudar a sintetizar o DNA (dentre outras coisas). Uma pessoa com deficiência de B12 terá dificuldade para produzir glóbulos vermelhos suficientes, o que a deixará anêmica. Essa anemia é denominada de anemia megaloblástica, porque as células vermelhas do sangue que são produzidas são muito grandes. A anemia irá deixar a pessoa fraca e minar sua energia. “Mas, baixos níveis de vitamina B12 também pode causar disfunção dos nervos, levando a sintomas como dormência, zumbindo, andar cambaleante, pensamentos confusos e até mesmo demência”, observa o médico.
Os antiácidos estomacais são a terceira categoria dentre as drogas mais vendidas nos Estados Unidos, responsáveis por mais de 113 milhões de prescrições por ano com vendas de quase US $ 14 bilhões. O artigo aponta que, apesar destas drogas parecerem medicamentos seguros, no curto prazo, os pacientes, muitas vezes, estendem o tratamento por longos períodos, por conta própria. Estudos descobriram que em 50-70% dos casos, os antiácidos são utilizados para fins não aprovados ou em situações em que as medidas não farmacológicas podem fazer mais efeito.
“É preciso compreender que neutralizar a acidez do estômago não é algo assim tão simples, sem consequências. A acidez estomacal não é um erro da natureza. Na verdade, ela é ‘um caldeirão da morte’ para os alimentos contaminados com bactérias que rotineiramente ingerimos antes de termos acesso ao saneamento básico”, observa o médico.
Apesar da popularidade do IBPs, uma pesquisa da Associação Americana de Gastroenterologia com 1.000 indivíduos que tomam estes medicamentos para tratar a azia crônica grave (ou doença do refluxo gastroesofágico - DRGE) descobriu que mais de 55% dos inquiridos continuam sentindo os sintomas de azia que perturbam significativamente sua diária vida.
“Os medicamentos antiácidos trouxeram alívio para a azia e cicatrização da úlcera para milhões de pessoas, mas mudar a acidez do estômago pode abrir portas para outros graves problemas médicos. É preciso pesar prós e contras”, alerta o gastroenterologista.

Saiba ainda sobre a matéria

Os medicamentos para azia fazem o conteúdo do estômago ficar menos ácido ou diminuem sua produção.

Os bloqueadores de H2 e os inibidores da bomba de próton são dois medicamentos que podem evitar a azia.
Os bloqueadores de H2 e os inibidores da bomba de próton são dois medicamentos que podem tratar a azia
Antiácidos
Para azias ocasionais, os antiácidos são um tratamento barato e eficaz. Esse tipo de medicamento possui minerais que neutralizam o ácido do estômago, de modo que, mesmo que ainda haja refluxo, o esôsafo estará protegido. Além disso, muitos antiácidos contêm cálcio, que pode ajudar a fortalecer os ossos. Mas eles não devem ser mastigados como se fossem balas, pois doses muito altas de cálcio ou de qualquer outro mineral, podem ser tóxicas. E se você tiver que tratar a azia diariamente, provavelmente precisará de medicamentos mais fortes. Por essa razão, fale com seu médico sobre os medicamentos abaixo.

  • Bloqueadores de H2 - se o médico achar que a azia se transformou em DRGE, ele provavelmente receitará um bloqueador de H2 ou um inibidor da bomba de prótons (veja o próximo item). Esses medicamentos reduzem os níveis de ácido no estômago bloqueando uma proteína chamada histamina. A diminuição do ácido não afetará sua capacidade de processar o alimento, pois o trato digestivo possui muitas enzimas que fazem todo o trabalho. Alguns bloqueadores H2 usados com mais freqüência incluem a ranitidina, a famotidina, e a cimetidina. 
  • Inibidores da bomba de prótons - diminuem os níveis de ácido ainda mais que os bloqueadores H2, bloqueando uma enzima na parede do estômago. Você pode comprar um desses remédios, o omeprazol, diretamente (e em doses maiores com prescrição médica). Outros inibidores da bomba de próton são vendidos somente com receita médica. Incluem o esomeprazol, pantoprazol, lansoprazol e rabeprazol. Embora mais caros do que os bloqueadores de H2, os inibidores da bomba de prótons podem ajudar a cicatrizar o tecido do esôfago prejudicado pela longa exposição ao ácido do estômago. No Brasil, todos os inibidores de bomba de prótons são vendidos sem receita médica.
As pessoas com DRGE grave que não respondem bem à terapia medicamentosa, às vezes, optam por cirurgia. Um procedimento chamado fundoplicatura pode melhorar a efetividade do esfíncter esofágico inferior, tornando mais difícil para o ácido do estômago queimar o esôfago. Há algum tempo, essa operação deixava grandes cicatrizes e apresentava risco de hemorragia, mas atualmente, os cirurgiões utilizam técnicas mais modernas podendo-se fazer a cirurgia por via laparoscópica.

Como a diabetes causa azia


Autor: 
Timothy Gower

Quando você sente aquela queimação no peito minutos depois de comer, a dor e a queimação ocorrem no esôfago. O problema começa no finzinho do esôfago. Para chegar ao estômago, a comida passa da faringe para o esôfago e do esôfago para o EEI (esfíncter esofágico inferior). O EEI é uma espécie de portão, que relaxa para permitir que a comida entre no estômago e fecha rapidamente para evitar o refluxo de ácido gástrico para o esôfago.

Quando há algum tipo de problema nesse esfíncter, a comida e o suco gástrico ácido voltam para o esôfago e surgem os sintomas de queimação. Como a sensação dolorosa é sempre na projeção do esôfago recebe o nome de queimação retroesternal porque a dor é embaixo do esterno, o osso que fica no meio do peito. A dor pode ser confundida com sintomas de doença cardíaca.

Alimentos apimentados ou ácidos podem provocar azia.Alimentos apimentados ou ácidos podem provocar azia
Na azia, o EEI relaxa a qualquer momento, abrindo a entrada para que os sucos ácidos subam pelo esôfago, produzindo a conhecida sensação de queimação (refluxo é o termo para o movimento contrário do líquido através de qualquer canal no corpo, como o trato digestivo por exemplo). Qualquer pessoa já deve ter tido azia uma vez ou outra, mas se estiver tomando medicamentos para digestão com frequência, os médicos afirmam que pode estar acontecendo um problema chamado de doença do refluxo gastroesofágico, ou DRGE. Existe uma boa chance de você estar com a DRGE se um dos sintomas abaixo acompanhar a azia:

  • queimação no peito que piora ao deitar;
  • regurgitação de pedaços de comida não digerida ou de líquido ácido;
  • tosse ou respiração ofegante;
  • crise recente de asma;
  • rouquidão ou dor de garganta;
Resolver o problema da azia é como formar um time de futebol: você provavelmente terá sucesso se tiver um ataque e uma defesa fortes. O ataque significa combater o ácido do estômago, a origem do problema. Mas uma boa estratégia de defesa impedirá que o suco gástrico queime a traquéia logo no início.

Tratamentos da azia através do estilo de vida


Autor: 
Timothy Gower

Os métodos abaixo podem se tornar uma arma eficiente na luta contra a azia.
Prestar atenção no que se come - a maioria das pessoas que sente azia freqüente sabe que certos alimentos podem piorar a sensação de queimação no estômago, embora algumas sejam mais sensíveis a certos alimentos do que a outros. Alimentos apimentados ou ácidos, como tomate e produtos cítricos, certamente são culpados. Mas alimentos aparentemente inofensivos provocam azia em algumas pessoas, provavelmente fazendo o EEI relaxar e abrir. Por exemplo, chocolate, bala de hortelã e alimentos com alto teor de gordura podem ocasionar azia. Bebidas cafeinadas, com gás e alcoólicas também.

O chocolate pode provocar azia em algumas pessoas.
O chocolate pode provocar azia em algumas pessoas
Perder peso e parar de fumar - se você precisa de apenas mais uma razão para perder alguns quilos e deixar esse hábito, aqui está: o excesso de peso pode forçar o conteúdo do estômago a subir pelo esôfago. E a inalação da fumaça pode causar uma sensação de queimação no peito, embora isso provavelmente seja porque as substâncias químicas no tabaco fazem a entrada do esôfago se abrir.
Relaxar - apesar de dizerem que o estresse provoca azia, isso não é verdade. Mas os médicos que tratam de problemas gastrintestinais afirmam que a ansiedade e a preocupação podem fazer a azia piorar. Encontrar uma forma de se acalmar e enfrentar as frustrações e medos da vida pode tornar a azia mais controlável, entre outros benefícios para a mente e o corpo. Medite, faça ioga ou outra atividade - tudo o que for preciso para relaxar.
Usar a gravidade - a azia geralmente piora à noite, especialmente quando você está tentando dormir. Isso é culpa da gravidade. Quando você se deita, o conteúdo do estômago fica em contato com o EEI, forçando caminho até a traquéia. Evitar comer antes de dormir diminuirá a quantidade de alimentos no estômago, reduzindo a pressão no esôfago. Para aqueles que sofrem de azia, os médicos recomendam elevar a cabeceira da cama aproximadamente 15cm (livros velhos ou quaisquer outros objetos firmes e planos podem ser usados, mas certifique-se de que fiquem firmes). Como alternativa, você também pode usar calços que se encaixam sob o colchão, vendidos em lojas especializadas e pela Internet. A elevação da parte superior do corpo deve ajudar a evitar que o ácido do estômago volte para o esôfago.
Essas mudanças no estilo de vida podem ajudar a maioria dos diabéticos a enfrentar a azia. A seguir, discutiremos outros tratamentos médicos que também podem ajudar. 
Esses dados são apenas informativos. ELES NÃO TÊM O OBJETIVO DE PROPORCIONAR ORIENTAÇÃO MÉDICA. Nem os editores de Consumer Guide (R), Publications International,

Anvisa suspende venda de antigripal e de lote de antibiótico

Decisões foram publicadas no Diário Oficial desta sexta-feira (30).
Resfenol em gotas e lote de Cefalexina devem ser recolhidos do mercado.

Do G1, em São Paulo
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou no Diário Oficial desta sexta-feira (30) a suspensão da distribuição, do comércio e do uso do medicamento Resfenol solução oral em gotas. Também foi suspensa a venda do lote 09411231 do medicamento genérico e antibiótico Cefalexina 500 mg comprimido, com validade de janeiro de 2016.
De acordo com o comunicado, o motivo da suspensão do Resfenol, que é um antigripal, foi a não apresentação de estudos clínicos que comprovassem sua eficácia clínica. A agência determinou que o fabricante, a Kley Hertz, recolha o medicamento do estoque existente no mercado.
De acordo com a Kley Hertz, "por falta de interesse comercial, [a empresa] decidiu não renovar o registro da apresentação do medicamento". Por isso, o laboratório não realizou os estudos clínicos necessários para a renovação. "Salientamos que essa apresentação está em comercialização há mais de 20 anos no mercado, não havendo nenhum registro de problemas ou reclamações sobre sua eficácia ou segurança", informou, em nota.
Quanto à Cefalexina, a decisão se deu por causa de problemas na embalagem do remédio, pois foram acondicionados 8 comprimidos na cartonagem da apresentação de 10. O Laboratório Teuto, responsável pelo medicamento, já iniciou o recolhimento voluntário do remédio.
Contatado, o Teuto não se pronunciou sobre a suspensão até a publicação desta reportagem.

Valsartana


A valsartana é utilizada para os tratamentos de pressão
alta, insuficiência cardíaca e pós-infarto do miocárdio
em pacientes recebendo terapêutica usual.
A valsartana é usada para tratar a pressão arterial elevada.
A pressão arterial elevada aumenta a carga de trabalho
do coração e artérias. Se isto continuar por muito tempo,
pode danificar os vasos sanguíneos do cérebro, coração
e rins, e pode resultar em um acidente vascular cerebral,
insuficiência cardíaca ou insuficiência renal. A pressão
arterial elevada aumenta o risco de ataques cardíacos.
A redução da pressão arterial para valores normais diminui o risco de desenvolvimento destas doenças.
A valsartana também é usada para tratar a insuficiência
cardíaca. A insuficiência cardíaca está associada a falta de ar e 
inchaço dos pés e pernas devido ao acúmulo de fluidos.
A insuficiência cardíaca ocorre quando o músculo do coração não consegue bombear o sangue com força suficiente para abastecer o corpo.
A valsartana pode também ser usada para tratar pessoas que sofreram um ataque cardíaco (infarto do miocárdio) para melhorar a sobrevida e reduzir problemas cardíacos.
COMO ESTE MEDICAMENTO FUNCIONA?
A valsartana pertence a uma classe de medicamentos
conhecidos como antagonistas do receptor da angioten-sina II,
 os quais ajudam no controle da pressão arterial
alta. A angiotensina II é uma substância do organismo
que causa constrição dos vasos sanguíneos, causando
assim o aumento da sua pressão arterial. A valsartana atua bloqueando 
o efeito da angiotensina II. Como re-sultado, as veias relaxam e a pressão sanguínea diminui.
Se você tiver qualquer dúvida sobre como a valsartana funciona 
ou porque este medicamento foi prescrito
para você, converse com seu médico.
 QUANDO NÃO DEVO USAR ESTE MEDICAMENTO?
Contraindicações: este medicamento é contraindicado
a pacientes alérgicos a valsartana ou a qualquer outro
componente da formulação. Se você acha que pode ser alérgico, 
informe seu médico. Seu uso é também contraindicado durante 
a gravidez e a amamentação. Não utilize o medicamento se 
você tem alto nível de açúcar no sangue e tem diabetes
 mellitus tipo 2 (também chamado diabetes mellitus não 
dependente de insulina) enquanto está tomando alisquireno,
um medicamento utilizado para diminuir a pressão arterial.
Este medicamento é contraindicado para uso por lactantes.
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres 
grávidas sem orientação médica. 
Informe imediatamente seu médico em caso de suspeita de
gravidez.

Anlodipino ou Amlodipina

Amlodipina

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Amlodipina Alerta sobre risco à saúde
Amlodipine Structural Formulae.png
Amlodipine 3d structure.png
Nome IUPAC (RS)-3-ethyl 5-methyl 2-[(2-aminoethoxy)methyl]-4-(2-chlorophenyl)-6-methyl-1,4-dihydropyridine-3,5-dicarboxylate
Outros nomes anlodipino.
Identificadores
Número CAS 88150-42-9
PubChem 2162
DrugBank DB00381
ChemSpider 2077
ChEBI 2668
Código ATC C08CA01
SMILES
DCB n° 804
Primeiro nome comercial ou de referência Norvasc
Propriedades
Fórmula química C20H25ClN2O5
Massa molar 408.85 g mol-1
Aparência pó branco ou quase branco (besilato de anlodipino)1
Solubilidade em água ligeiramente solúvel em água (besilato de anlodipino)1
Farmacologia
Biodisponibilidade 64 a 90%
Via(s) de administração via oral; via intravenosa (uso hospitalar)
Metabolismo hepático 90%, via CYP3A4; metabólitos inativos; extenso metabolismo de primeira passagem2
Meia-vida biológica 30 a 50 horas. Pode atingir até 58 horas em idosos e 56 horas na insuficiência hepática2
Ligação plasmática 93%
Excreção renal (70%) e fecal (10%)2
Riscos na gravidez
e lactação
C (EUA)
Riscos associados
LD50 besilato de anlodipino - 37 mg/kg em ratos, via oral;3 TDLo em humanos: 1.429 mg/kg4
Excepto onde denotado, os dados referem-se a
materiais sob condições PTN

Referências e avisos gerais sobre esta caixa.
Alerta sobre risco à saúde.
Amlodipina (DCPt 5 ) ou anlodipino (DCB 6 ), é uma molécula do grupo dos bloqueadores dos canais de cálcio (Ca2+), classe das dihidropiridinas.7 8 É usado em Medicina como vasodilatador coronário e hipotensor.9

Mecanismo de ação

Como outros bloqueadores dos canais de cálcio, a Amlodipina atua bloqueando a entrada do Ca2+ através da membrana celular, tanto das células musculares cardíacas como das da parede vascular, porém com muito maior ação sobre o músculo liso vascular. Atuando sobre o músculo cardíaco este medicamento tem um efeito inotrópico negativo (diminuição da contratilidade cardíaca). Porém, esta diminuição do inotropismo é contrabalançada pela melhoria da irrigação do músculo cardíaco que por sua vez melhora a contractilidade. Por esta razão, o efeito inotrópico negativo observado in vitro não é detetado em doses terapêuticas, salvo em presença de patologia grave como é o caso da cardiomiopatia com dilatação e insuficiência, situação que constitui uma contra-indicação ao uso deste medicamento.10
A sua ação sobre o músculo liso vascular provoca vasodilatação com diminuição das resistências periféricas o que diminui o trabalho cardíaco e secundariamente o consumo de oxigénio pelo miocárdio, com diminuição do angor de esforço e grande melhoria nos casos de angina de Prinzmetal10
Porém a vasodilatação induzida pela amlodipina não é exclusivamente arterial, infelizmente, havendo um venodilatação concomitante responsável pelo edema tão frequente e pelo agravamento de uma pré-existente insuficiência venosa.11
Os efeitos anti-hipertensores estão relacionados com o grau de hipertensão, havendo uma melhor resposta nas hipertensões moderadas (diastólica entre 105 e 114 mm Hg).11
Ao contrário do Verapamilo, também bloqueador dos canais de cálcio da classe Fenilalquilaminas, a amlodipina não tem efeitos sobre o sistema de condução cardíaca.10

Farmacocinética e metabolismo

A Amlodipina é bem absorvida por via oral, não influenciada pelos alimentos, com uma biodisponibilidade calculada entre 64 e 90% e o pico sanguíneo 6 a 12 horas depois. O nível de estabilidade plasmática é atingido 7 a 8 dias depois da dose inicial. Cerca de 93% circula ligada às proteínas plasmáticas. Após uma primeira passagem, 90% da amlodipina é metabolizada pelo fígado.12 A semi-vida é longa, cerca de 30 a 50 horas e a actividade plasmática diminui muito lentamente. 90% da dose absorvida é transformada em metabólitos inativos no fígado. A sua eliminação é sobretudo feita pelo rim, não sendo prejudicada pela presença de insuficiência renal. Porém a insuficiência hepática e a insuficiência cardíaca, devido à diminuição da clearance do medicamento, vão originar um aumento da sua biodisponibilidade plasmática com um aumento da AUC (area under curve a biodisponibilidade é medida pelo cálculo da área sob a curva de concentração/tempo da droga).13

Efeitos secundários e advertências

  • A amlodipina pode ter um efeito paradoxal em casos de doença isquémica severa e desencadear um enfarte do miocárdio: ao dilatar o músculo liso das artérias coronárias, a resposta da rede arterial com ausência de lesões é rápida e dá-se o que em cardiologia se chama "roubo coronário" o fluxo sanguíneo dirige-se preferencialmente para as artérias que dilataram e a pressão de perfusão diminui substancialmente a nível dos vasos lesados.11 14
  • A venodilatação pode ser muito importante, mesmo na ausência de insuficiência venosa, com edema, rubor e dor que pode confundir-se com uma situação de erisipela e em casos mais graves pode mesmo instalar-se uma situação de eritromelalgia.
  • A longo termo a Amlodipina deve ser evitada nos pacientes com insuficiência cardíaca pelo seu mecanismo de ação já referido.11
  • Em geriatria o uso deve ser muito cauteloso não só pela diminuição da função hepática com a idade mas também pela venodilatação que vem agravar a estase venosa por diminuição da atividade física.
  • Não existem suficientes estudos que provem a ausência de teratogénese pelo que o medicamento não deve ser administrado durante a gravidez.15
  • A sua indicação em cardiologia pediátrica é avaliada caso a caso pela equipa especialista.11

Interações medicamentosas

Com exceção do sildenafil (Viagra®) cujas ações hipotensoras se adicionam, não são conhecidas interações medicamentosas nomeadamente com

Intoxicação por amlodipina

O anlodipino não é removido por diálise,2 constituindo um obstáculo ao tratamento rápido em caso de intoxicação acidental ou tentativa de suicídio por amlodipina. Além disso a longa semi-vida e o uso de formas de libertação prolongada, faz com que os efeitos permaneçam durante alguns dias. As manifestações poderão ir de simples hipotensão e bradicardia, por vezes taquicardia no início, a um estado de choque grave com confusão ou inconsciência, bradicardia, paragens sinusais e acidose lática. Se a história da ingestão é recente e o paciente não necessita de reanimação urgente, a lavagem gástrica é mandatória assim como o uso de sulfato de magnésio e carvão activado de modo a acelerar o trânsito intestinal. Porém estas medidas só terão lugar após a instituição das medidas gerais de reanimação, se tal fôr necessário, como o combate à acidose metabólica, comuns a todos os protocolos das Unidades de Cuidados Intensivos, a colocação em urgência (se o caso assim o exigir) de um pacemaker provisório, a infusão de aminas vasopressoras como a dopamina ou a dobutamina, para aumentar a pressão arterial e a infusão de glucagon e de gluconato de cálcio (segundo os respetivos protocolos habituais), de modo a aumentar o inotropismo cardíaco, a frequência sinusal e melhorar a condução auriculo-ventricular (em doses tóxicas a seletividade das dihidropiridinas perde-se). Uma das complicações que pode aparecer é o edema pulmonar agudo não cardiogénico que, segundo se pensa, deve-se à vasodilatação do leito capilar alveolar com transudação.16 17 18

Referências

  1. Martindale: The Complete Drug Reference. 37° edição
  2. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos. Formulário terapêutico nacional 2010: Rename 2010/Ministério da Saúde, Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos, Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos. – 2. ed. – Brasília: Ministério da Saúde, 2010.
  3. Current, John. Pharmacology for Anesthetists 3. pag. 210
  4. Santa Cruz. - Amlodipine besylate. Acesso em 11 de dezembro de 2012
  5. Infarmed. Denominação Comum em Português 2005.
  6. Anvisa. Denominação Comum Brasileira 2007.
  7. Amlodipine.
  8. Infarmed
  9. Amlodipine Besylate. The American Society of Health-System Pharmacists. Página visitada em 3 April 2011.
  10. "Klabunde" E. PhD, Cardiovascular Pharmacology Concepts
  11. "Braunwald", Tratado de Cardiologia 8e. edição espanhola, Elsevier, 2009 ISBN 978-8480863766
  12. daillymed-drugInfo-Farmacocinética da Amlodipina.
  13. Farmacocinética da Amlodipina.
  14. H. Harold Friedman, Diagnostic Electrocardiography and Vectorcardiography, Mcgraw-Hill, 3rd edition (January 1985) ISBN 978-0070224278
  15. Pfizer (February 2006). Norvasc (amlodipine besylate): official site. Pfizer Inc.. Arquivado do original em 24 July 2010. Página visitada em 20 July 2010.
  16. Associação Brasileira de Medicina de Emergência. Intoxicação por anlodipino: relato de caso. Acesso em 11 de dezembro de 2012
  17. SPC,Artigos de Revisão,Intoxicação pelos bloqueadores de cálcio.
  18. Intoxicação pela Amlodipina.

5.30.2014

PGR e OAB nacional apontam riscos da decisão de Barbosa sobre Dirceu para o país

Mais duas destacadas autoridades do país, o Procurador-Geral da República (PGR), Rodrigo Janot, e o presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-nacional), Marcus Vinicius Furtado Coelho, ampliaram o consenso dos que julgam errada a decisão do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Joaquim Barbosa, de vetar o semiaberto e o direito ao trabalho externo do ex-ministro José Dirceu e dos demais sentenciados na Ação Penal 470 (AP 470).
Ambos advertiram, ontem, para os riscos que o veto monocrático (decisão só dele) do presidente do STF) traz para o respeito e cumprimento das leis no país. “Uma modificação na interpretação jurídica pode causar insegurança jurídica”, advertiu Janot.
O PGR, que já tinha dado parecer favorável ao semiaberto e ao trabalho externo dos sentenciados da AP 470, afirmou que a decisão do presidente do STF “pode refletir em demais presos sim”, atingindo dessa forma outros 77 mil que cumprem pena neste regime, em todo o país, segundo o último levantamento da OAB-nacional.
O presidente da OAB nacional lançou alerta idêntico. Em sua avaliação, que tornou pública em entrevista ontem, o ministro Joaquim Barbosa deu uma interpretação “vingativa” à lei para impedir que o ex-ministro José Dirceu e os demais sentenciados da AP 470 cumpram a pena em regime semiaberto e possam trabalhar fora do presídio.
“Interpretação vingativa”
“Essa interpretação vingativa de um caso concreto não pode suscitar prejuízo a 77 mil brasileiros (presos em regime semiaberto)”, advertiu Coêlho, reforçando a convicção externada pelo meio jurídico do país, de que o presidente do Supremo, ao aplicar dessa forma, acabou na prática com o regime semiaberto e pode prejudicar todos os que já cumprem pena sob este regime.
“Não deve haver vitória do discurso da intolerância e do direito penal sobre o inimigo. Se ele é meu inimigo não devo cumprir a lei”, acentuou o dirigente da entidade máxima dos advogados brasileiros. Leiam, também, “OAB nacional diz que presidente do STF fez interpretação ‘vingativa’ no caso Dirceu” que postamos aqui ontem à noite.
A exemplo de  Coelho, também em entrevista ontem, o PGR  Rodrigo Janot, voltou a analisar, de forma crítica, a decisão de Barbosa, de cassar o benefício do semiaberto e do trabalho externo ao ex-ministro Dirceu e aos outros condenados na AP 470.
Um consenso entre juristas e especialistas
As manifestações de Janot e de Furtado Coelho deixam claro, assim, que a deliberação do presidente do STf sobre estes presos contraria a interpretação da PGR, da OAB e do Superior Tribunal de Justiça (STJ) quanto ao cumprimento do regime semiaberto e ao direito ao trabalho dos sentenciados neste processo.
O presidente do STF negou há duas semanas o pedido feito pela defesa do ex-ministro José Dirceu, para que ele cumpra a sentença no regime semiaberto e faça trabalho externo. Na sequência, revogou o benefício já concedido ao ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, aos ex-deputados federais Valdemar Costa Neto, Pedro Corrêa e Carlos Alberto Pinto Rodrigues (Bispo Rodrigues), além de Jacinto Lamas (ex-tesoureiro do então Partido Liberal), que exerciam trabalho externo já há várias semanas..
O PGR e o presidente nacional da OAB deram entrevistas ao participar, ontem, da cerimônia de apresentação do relatório do Programa Segurança sem Violência no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP). Janot destacou que as medidas de cumprimento de penas alternativas ajudam na ressocialização dos presos e devem ser incentivadas para crimes em que o potencial ofensivo seja menos danoso à sociedade.
“Modificação pode causar insegurança jurídica”
“O problema que se coloca em interpretação de direito é a segurança jurídica. Tínhamos uma interpretação, já de algum tempo, de que não seria necessário o cumprimento de 1/6 da pena para que o preso pudesse alcançar o privilégio do trabalho externo. Uma modificação nessa interpretação jurídica pode causar insegurança jurídica. E, em causando insegurança jurídica, pode refletir em demais presos sim”, concluiu Janot.
Ao decidir vetar o semiaberto a Dirceu e revogar o sistema para os outros presos da AP 470, o presidente do STF contrariou a jurisprudência
consolidada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), que há anos autoriza sentenciados nesse regime a trabalhar fora dos presídios antes de cumprir 1/6 da pena, como agora exige Barbosa.
Ao analisar os casos dos condenados da AP 470, Barbosa descartou a jurisprudência do STJ e decidiu que presos do regime semiaberto só podem trabalhar fora dos presídios após cumprirem 1/6 da pena, quando também podem progredir para o regime aberto. Os pedidos de trabalho externo normalmente são analisados por juízes de 1ª instância, que sempre concedem o benefício aos presos devido à essa jurisprudência do STJ.
No caso de Dirceu, no entanto, Joaquim Barbosa avocou para si a decisão. O ex-ministro não chegou a ter  seu pedido inicial de trabalho externo aceito, e nos seis meses e meio em que está preso, sempre houve protelações quanto a decisão final, sob os mais diversos pretextos. Há três semanas, Barbosa decidiu vetar de vez a possibilidade dele cumprir a sentença em regime semiaberto.

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Comissão de Igualdade Racial da OAB-RJ vai acionar MP para Facebook retirar páginas do ar

Constança Rezende
Rio - Racistas estão usando a rede social Facebook para promover a intolerância racial de maneira aberta, com nome e sobrenome e sem medo do artigo 5º da Constituição Federal, que considera a prática crime inafiançável, imprescritível e sujeito à pena de reclusão. Nas mais de cinco páginas que derivam da frase “O Racismo Começa” e o “O Racismo Começa Quando”, são publicadas centenas de ofensas a negros, que são abastecidas com frequência.

São postadas várias fotos do ditador austríaco Adolf Hitler — que levou a fornos crematórios milhões de judeus e ciganos durante a Segunda Guerra — associando sua imagem a frases que incitam o ódio a negros e outras de conteúdo altamente ofensivo. Há ainda uma foto do cantor americano Michael Jackson, com os dizeres “Quem tem fé se cura”. Uma das páginas chega a ter 186 mil curtidas, outra, mais 32 mil.



Reprodução de página do Facebook tem mais de 32 mil ‘curtidas’: imagens e frases contra direitos humanos
Foto:  Reprodução

Para o presidente da Comissão de Igualdade Racial da OAB-RJ, Marcelo Dias, que soube pelo DIA da existência das páginas, as publicações são “muito pesadas” e “povoadas de ódio racial”. “Repudiamos com veemência essas mensagens racistas que atentam contra a dignidade humana da comunidade negra”, disse. “Iremos oficiar a Polícia Civil do Rio para identificar os autores desta ação criminosa e entrar com representação no Ministério Público para ir na Justiça com uma ação civil pública, obrigando o Facebook a retirar imediatamente essas mensagens racistas”, declarou.
Dias também afirmou que o racismo tem crescido porque a legislação não pune quem comete o crime. “No dia em que a Justiça colocar um desses na cadeia, eles vão pensar duas vezes antes de destilar esse ódio racial”, disse.
Ódio estaria vinculado à política de inclusão

O superintendente de Igualdade Racial do estado, Rogério Gomes, afirmou que as páginas têm conteúdo “flagrantemente” racista e incitam a discriminação. Gomes criticou ainda “a posição passiva da empresa Google Brasil” pela exibição do conteúdo. Ele afirmou que enviará ofícios à Polícia Civil para a identificação dos autores.

“Essas pessoas acham que as mídias sociais são espaços públicos, e não são. As manifestações se caracterizam ilícitas e não são livres se violam os direitos humanos. As declarações não são absolutas, elas devem estar dentro das regras do estado democrático de direito”, disse.

Gomes avalia que o grande número de comentários racistas e pessoas aderindo à página podem fazer parte do aumento do ódio racial vinculado às políticas públicas de inclusão racial. Porém, afirmou que o povo brasileiro, em sua maioria, não comunga com a discriminação racial. “Essas páginas são exceções, e como exceções merecem ser tratadas.”