PACTO PELA SAÚDE
Há pouco menos de um ano, o governo federal decidiu aplicar o mecanismo legal da licença compulsória a patentes relacionadas com o Efavirenz, medicamento usado no tratamento da Aids. Após longo e infrutífero processo de negociação com o detentor das patentes, a licença foi concedida ao Ministério da Saúde que, para habilitar-se a produzir o medicamento em 12 meses, como manda a lei, delegou essa tarefa aos laboratórios públicos Farmanguinhos e Lafepe. O acerto dessa decisão é inegável: dentro dos próximos seis meses, o programa de combate à Aids poderá contar com Efavirenz em qualidade equivalente à do produto patenteado e pela metade do preço. Alheios ao evidente benefício que a decisão representou para a saúde da população brasileira, laboratórios transnacionais e até mesmo representantes de governos de países do Primeiro Mundo vêm, desde então, bombardeando o governo brasileiro com críticas ao uso da licença compulsória, utilizando a expressão "quebra de patentes" para confundir o instrumento com uma ilegítima quebra de contrato. Ora, é notório que os Estados Unidos são o país que mais lança mão do licenciamento compulsório de patentes, seja para uso governamental ou para corrigir práticas comerciais anticompetitivas. O capítulo 28, parágrafo 1.498, do United States Code prevê o uso governamental da patente industrial sem autorização do seu titular e sem aviso prévio, embora seja devida, em alguns casos, indenização financeira a posteriori, desde que suscitada perante a Court of Claims. Sabe-se que as quase 400 licenças compulsórias e hipóteses de uso público não-governamental adotadas pelo governo norte-americano até hoje excedem em 20% o total de licenças compulsórias emitidas por terceiros países, exceto o Canadá, em toda a história da propriedade intelectual. Há, ainda, outro fator que contribui para desmoralizar tais críticas. As patentes que cercam o Efavirenz foram registradas no Brasil pelo regime pipeline - instrumento de constitucionalidade questionável, introduzido por pressão do governo dos EUA na nossa legislação sem discussão pela sociedade. Essas, assim como outras 1.196 patentes pipeline depositadas no INPI no primeiro ano de vigência da Lei de Propriedade Intelectual, contribuíram para que, sem expressivo aumento da quantidade de medicamentos vendida, entre 1996 e 2007 o faturamento dos laboratórios farmacêuticos no mercado brasileiro mais que dobrasse. E também para que, nesse mesmo período, o déficit no balanço de pagamentos do setor de fármacos e medicamentos quintuplicasse. A licença compulsória é, portanto, um mecanismo legal capaz de coibir os excessos da aplicação ilimitada do pipeline. Foi preciso construir um verdadeiro pacto pela saúde no Brasil, envolvendo o governo e a indústria local de fármacos e medicamentos, para se levar a bom termo o cumprimento integral da licença compulsória e atingir a meta de fabricação nacional no prazo fixado. Nesse cenário, vale destacar a substituição dos pregões eletrônicos, que tratavam remédios como commodities - desconsiderando critérios de qualidade-, pela contratação de serviços de produção do princípio ativo em empresas instaladas no país. Esse sistema permite a fiscalização permanente dos processos produtivos, dos insumos e produtos, assegurando a rastreabilidade das matérias-primas, que constitui o maior requisito de qualidade do produto final. A retomada da fabricação nacional de medicamentos essenciais aos programas públicos de saúde é um exemplo de que a indústria local responde afirmativamente aos desafios, sempre que, nos processos concorrenciais, haja isonomia tributária e de critérios de qualidade frente às congêneres estrangeiras. O pacto pela saúde vai não somente garantir medicamentos de boa qualidade a custos acessíveis para a população, como também poderá servir de modelo para outros setores da nossa indústria.- Nelson Brasil de Oliveira, Vice-presidente da Abifina - Eduardo Azeredo Costa, Diretor de Farmanguinhos - Fonte: Correio Braziliense
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8.12.2008
Informações sobre uma segura utilização de medicamentos
Uso Prudente de Medicamentos
A segurança e a eficácia do uso de uma droga depende da compreensão do regime da droga pelo paciente, seus riscos e benefícios, e as precauções necessárias associadas com cada medicamento. Em muitos casos, a chave para o uso eficaz e seguro de medicamentos é uma comunicação aberta com que os prescreveu. Os seguintes itens deveriam interessar a você.
O nome da droga.
Conhecer o nome não apenas possibilitará que você procure informação sobre a droga, mas também permitirá que você discuta a respeito dela com seu médico (ou outro médico) caso seja necessário.
O propósito da droga.
Esta informação ajudará você a compreender seu tratamento e se ele está ou não funcionando.
Como e quando devem ser tomados?
Esta informação básica estará na bula do produto. Alguns medicamentos são melhores se tomados em um estômago vazio (antes das refeições) para uma absorção máxima. Alguns são melhores se tomados em um estômago cheio para prevenir que os medicamentos irritem o estômago. Alguns são inativados pela comida e devem ser tomados em um estômago vazio. Alguns têm que ser tomados em um horário exato, enquanto outros não. Pode ser útil manter um registro escrito do que você está fazendo -- particularmente quando estão sendo tomados diversos medicamentos em horários diferentes.
Há alguma instrução especial?
Algumas vezes alimentos específicos, bebidas alcoólicas, ou outros remédios reagirão desfavoravelmente com o remédio recém prescrito. Assegure-se que seu médico esteja a par de outros medicamentos, suplementos alimentares ou ervas que você esteja usando.
Quais efeitos colaterais podem ocorrer?
Todas as drogas têm possíveis efeitos colaterais. Se ocorrerem, em alguns casos não é necessário que seja feito alguma coisa e a medicação pode continuar sendo utilizada. Em outros, uma mudança de dosagem ou uma medicação diferente será aconselhável. A ocorrência de certos efeitos colaterais seria uma razão para interromper o uso da droga. Pode ser útil estar a par dos efeitos colaterais comuns e o que fazer se eles ocorrerem. Um dos efeitos colaterais mais importante é a sonolência -- uma característica comum dos anti-histamínicos, sedativos, e drogas para problemas mentais e emocionais. Pessoas que estejam tomando alguma destas drogas não deveriam dirigir um carro até estarem certas que as drogas não irão interferir com sua capacidade de dirigir com segurança. Informações sobre os efeitos colaterais podem ser obtidas através de seu médico ou farmacêutico ou consultando uma referência fidedigna.
Por quanto tempo a droga deve ser tomada?
Algumas drogas são necessárias somente até os sintomas cessarem, enquanto outras devem ser usadas por um período especificado previamente. Por exemplo, analgésicos podem ser interrompidos quando sua dor cessar, mas antibióticos são tipicamente prescritos para 7 a 14 dias para erradicar os germens que persistem mesmo que os sintomas da infecção tenham desaparecido.
O que eu faço se me esquecer de uma dose?
Em alguns casos será aconselhável compensar a dose para manter um nível sangüíneo adequado de um medicamento. Em outros casos não irá importar, e dobrar a dose aumentará a chance de efeitos colaterais.
Está disponível informação escrita sobre a droga?
Alguns médicos oferecem folhetos de instrução sobre drogas prescritas comuns. Um folheto junto ao pacote pode estar disponível com o farmacêutico que avia a prescrição, mas estes tendem a ser excessivamente técnicos. Excelentes livros de referência estão disponíveis, e informações abrangentes logo estarão disponível nos sites das farmácias on-line.
Está disponível uma forma genérica ?
Drogas genéricas normalmente custam menos e são tão potentes quanto as marcas famosas. Alguns médicos as prescrevem rotineiramente, mas outros ou pensam que elas são inferiores ou simplesmente não se dão o trabalho. Com alguns medicamentos para doenças graves pode haver uma razão médica para evitar um genérico. Mas na maioria dos casos não há nenhuma razão para que não possam ser utilizados.
Deveria ser desnecessário questionar seu médico sobre todas estas coisas cada vez que você receber uma prescrição. Um bom médico comunicará a maioria destas informações quando o remédio for prescrito. Mas não espere ou exija uma discussão longa sobre efeitos colaterais e complicações incomuns de drogas comuns. Se você acha que seu médico não está informando o suficiente, uma pergunta feita de modo diplomático pode levar ao esclarecimento.
Vários tipos de artifícios podem ajudar as pessoas a tomar seus medicamentos apropriadamente. Esses incluem calendários de medicamentos, registros de instrução individual, frascos com código de cores, cartelas de empolas, bandejas calendário, pacotes plásticos auto-lacráveis nos quais são escritos as datas e os horários da medicação, frascos especiais que registram quando são abertos, e frascos ou caixas que apitam quando está na hora de tomar uma dose.
Quando viajar, tente pegar remédio suficiente para satisfazer suas necessidades. Carregar uma prescrição extra pode ser aconselhável no caso de perder sua bagagem ou seu suprimento acabar. Se um recipiente a prova de crianças for difícil de usar, peça ao farmacêutico um que seja fácil de abrir. [Nota: Algumas dessas sugestões não estão disponíveis no Brasil]
Precauções de Segurança
Se você vai a mais de um médico, conte a cada deles sobre quaisquer medicamentos prescritos e por conta que você está usando. É uma boa idéia manter um registro com você. Também diga ao seu médico sobre qualquer reação medicamentosa adversa que você teve.
Detenha-se à dosagem prescrita. Tomar doses extras pode aumentar as chances de reações adversas sem aumentar o benefício. E não pare de tomar um remédio porque você acha que não está funcionando. Algumas drogas têm que ser usadas por diversos dias ou mesmo semanas antes que seus efeitos sejam aparentes. Ao invés, contate seu médico para instruções. Mantenha um registro diário de todas as drogas que estão sendo usadas, especialmente se os horários do tratamento são complicados.
Lembre-se que álcool e sedativos podem multiplicar o efeito de cada um sobre o cérebro. Não misture álcool e comprimidos para dormir, agentes ansiolíticos, ou quaisquer outras drogas que tenham efeitos sedativos. Se você bebe regularmente, assegure-se que seu médico saiba a respeito.
Mantenha suas drogas em suas embalagens originais assim não ocorrerá nenhuma confusão sobre qual droga é qual.
Lembre-se que pode ser arriscado compartilhar remédios com os outros. Quando prescrevem medicamentos, os médicos levam em conta a idade, peso e sexo do paciente, outros medicamentos que estão sendo tomados, e outros fatores. O que é bom para uma pessoa pode não ser bom para outra.
Limpe seu armário de remédios periodicamente. Jogue fora quaisquer remédios que tenham sua data de validade vencida ou que tenham mudado de cor, odor, ou textura. Jogue no vaso sanitário assim ninguém mais poderá usá-los. Drogas prescritas para uma doença prévia ou para outra pessoa não deveriam ser usadas sem antes checar com o médico. A droga pode ter perdido sua força ou mudado sua composição, ou pode estar disponível uma droga mais apropriada para a doença.
Ligue para o médico prontamente se ocorrer uma reação incomum à droga.
Considere comprar todos os seus produtos prescritos em uma farmácia com um computador que os rastreia e alerta ao farmacêutico possíveis interações medicamentosas adversas. Isto pode ter um valor protetor se seu médico deixou passar uma interação significativa. Entretanto, este benefício potencial deve ser pesado contra a vantagem de comprar em lugares que vendem mais barato para economizar dinheiro. [N.T.: Até onde eu sei esse tipo de farmácia não existe no Brasil, onde um computador informa caso haja alguma interação medicamentosa entre os produtos que estão sendo adquiridos.]
FONTE: "Orientações Médicas"
A segurança e a eficácia do uso de uma droga depende da compreensão do regime da droga pelo paciente, seus riscos e benefícios, e as precauções necessárias associadas com cada medicamento. Em muitos casos, a chave para o uso eficaz e seguro de medicamentos é uma comunicação aberta com que os prescreveu. Os seguintes itens deveriam interessar a você.
O nome da droga.
Conhecer o nome não apenas possibilitará que você procure informação sobre a droga, mas também permitirá que você discuta a respeito dela com seu médico (ou outro médico) caso seja necessário.
O propósito da droga.
Esta informação ajudará você a compreender seu tratamento e se ele está ou não funcionando.
Como e quando devem ser tomados?
Esta informação básica estará na bula do produto. Alguns medicamentos são melhores se tomados em um estômago vazio (antes das refeições) para uma absorção máxima. Alguns são melhores se tomados em um estômago cheio para prevenir que os medicamentos irritem o estômago. Alguns são inativados pela comida e devem ser tomados em um estômago vazio. Alguns têm que ser tomados em um horário exato, enquanto outros não. Pode ser útil manter um registro escrito do que você está fazendo -- particularmente quando estão sendo tomados diversos medicamentos em horários diferentes.
Há alguma instrução especial?
Algumas vezes alimentos específicos, bebidas alcoólicas, ou outros remédios reagirão desfavoravelmente com o remédio recém prescrito. Assegure-se que seu médico esteja a par de outros medicamentos, suplementos alimentares ou ervas que você esteja usando.
Quais efeitos colaterais podem ocorrer?
Todas as drogas têm possíveis efeitos colaterais. Se ocorrerem, em alguns casos não é necessário que seja feito alguma coisa e a medicação pode continuar sendo utilizada. Em outros, uma mudança de dosagem ou uma medicação diferente será aconselhável. A ocorrência de certos efeitos colaterais seria uma razão para interromper o uso da droga. Pode ser útil estar a par dos efeitos colaterais comuns e o que fazer se eles ocorrerem. Um dos efeitos colaterais mais importante é a sonolência -- uma característica comum dos anti-histamínicos, sedativos, e drogas para problemas mentais e emocionais. Pessoas que estejam tomando alguma destas drogas não deveriam dirigir um carro até estarem certas que as drogas não irão interferir com sua capacidade de dirigir com segurança. Informações sobre os efeitos colaterais podem ser obtidas através de seu médico ou farmacêutico ou consultando uma referência fidedigna.
Por quanto tempo a droga deve ser tomada?
Algumas drogas são necessárias somente até os sintomas cessarem, enquanto outras devem ser usadas por um período especificado previamente. Por exemplo, analgésicos podem ser interrompidos quando sua dor cessar, mas antibióticos são tipicamente prescritos para 7 a 14 dias para erradicar os germens que persistem mesmo que os sintomas da infecção tenham desaparecido.
O que eu faço se me esquecer de uma dose?
Em alguns casos será aconselhável compensar a dose para manter um nível sangüíneo adequado de um medicamento. Em outros casos não irá importar, e dobrar a dose aumentará a chance de efeitos colaterais.
Está disponível informação escrita sobre a droga?
Alguns médicos oferecem folhetos de instrução sobre drogas prescritas comuns. Um folheto junto ao pacote pode estar disponível com o farmacêutico que avia a prescrição, mas estes tendem a ser excessivamente técnicos. Excelentes livros de referência estão disponíveis, e informações abrangentes logo estarão disponível nos sites das farmácias on-line.
Está disponível uma forma genérica ?
Drogas genéricas normalmente custam menos e são tão potentes quanto as marcas famosas. Alguns médicos as prescrevem rotineiramente, mas outros ou pensam que elas são inferiores ou simplesmente não se dão o trabalho. Com alguns medicamentos para doenças graves pode haver uma razão médica para evitar um genérico. Mas na maioria dos casos não há nenhuma razão para que não possam ser utilizados.
Deveria ser desnecessário questionar seu médico sobre todas estas coisas cada vez que você receber uma prescrição. Um bom médico comunicará a maioria destas informações quando o remédio for prescrito. Mas não espere ou exija uma discussão longa sobre efeitos colaterais e complicações incomuns de drogas comuns. Se você acha que seu médico não está informando o suficiente, uma pergunta feita de modo diplomático pode levar ao esclarecimento.
Vários tipos de artifícios podem ajudar as pessoas a tomar seus medicamentos apropriadamente. Esses incluem calendários de medicamentos, registros de instrução individual, frascos com código de cores, cartelas de empolas, bandejas calendário, pacotes plásticos auto-lacráveis nos quais são escritos as datas e os horários da medicação, frascos especiais que registram quando são abertos, e frascos ou caixas que apitam quando está na hora de tomar uma dose.
Quando viajar, tente pegar remédio suficiente para satisfazer suas necessidades. Carregar uma prescrição extra pode ser aconselhável no caso de perder sua bagagem ou seu suprimento acabar. Se um recipiente a prova de crianças for difícil de usar, peça ao farmacêutico um que seja fácil de abrir. [Nota: Algumas dessas sugestões não estão disponíveis no Brasil]
Precauções de Segurança
Se você vai a mais de um médico, conte a cada deles sobre quaisquer medicamentos prescritos e por conta que você está usando. É uma boa idéia manter um registro com você. Também diga ao seu médico sobre qualquer reação medicamentosa adversa que você teve.
Detenha-se à dosagem prescrita. Tomar doses extras pode aumentar as chances de reações adversas sem aumentar o benefício. E não pare de tomar um remédio porque você acha que não está funcionando. Algumas drogas têm que ser usadas por diversos dias ou mesmo semanas antes que seus efeitos sejam aparentes. Ao invés, contate seu médico para instruções. Mantenha um registro diário de todas as drogas que estão sendo usadas, especialmente se os horários do tratamento são complicados.
Lembre-se que álcool e sedativos podem multiplicar o efeito de cada um sobre o cérebro. Não misture álcool e comprimidos para dormir, agentes ansiolíticos, ou quaisquer outras drogas que tenham efeitos sedativos. Se você bebe regularmente, assegure-se que seu médico saiba a respeito.
Mantenha suas drogas em suas embalagens originais assim não ocorrerá nenhuma confusão sobre qual droga é qual.
Lembre-se que pode ser arriscado compartilhar remédios com os outros. Quando prescrevem medicamentos, os médicos levam em conta a idade, peso e sexo do paciente, outros medicamentos que estão sendo tomados, e outros fatores. O que é bom para uma pessoa pode não ser bom para outra.
Limpe seu armário de remédios periodicamente. Jogue fora quaisquer remédios que tenham sua data de validade vencida ou que tenham mudado de cor, odor, ou textura. Jogue no vaso sanitário assim ninguém mais poderá usá-los. Drogas prescritas para uma doença prévia ou para outra pessoa não deveriam ser usadas sem antes checar com o médico. A droga pode ter perdido sua força ou mudado sua composição, ou pode estar disponível uma droga mais apropriada para a doença.
Ligue para o médico prontamente se ocorrer uma reação incomum à droga.
Considere comprar todos os seus produtos prescritos em uma farmácia com um computador que os rastreia e alerta ao farmacêutico possíveis interações medicamentosas adversas. Isto pode ter um valor protetor se seu médico deixou passar uma interação significativa. Entretanto, este benefício potencial deve ser pesado contra a vantagem de comprar em lugares que vendem mais barato para economizar dinheiro. [N.T.: Até onde eu sei esse tipo de farmácia não existe no Brasil, onde um computador informa caso haja alguma interação medicamentosa entre os produtos que estão sendo adquiridos.]
FONTE: "Orientações Médicas"
8.11.2008
COMO MOTIVAR PESSOAS
Todos nós ansiamos por um trabalho que tenha sentido e que crie oportunidades de contribuirmos ativamente para o sucesso da organização e promover nosso crescimento pessoal e profissional. As pessoas podem aplicar níveis extraordinários de esforço e dedicação quando têm estas oportunidades. Criar as condições apropriadas para apoiar, orientar e recompensar os bons resultados são as tarefas mais importantes de um líder inovador. O primeiro grande desafio do líder inovador é eliminar as barreiras que impedem as pessoas de ter orgulho de seu trabalho e de aplicar plenamente seus conhecimentos e habilidades.
Embora reconheçam isto, muitas organizações têm sido administradas com base em conceitos equivocados sobre as pessoas e suas motivações básicas.
Algumas das idéias erradas sobre a motivação das pessoas:
A motivação é como um combustível, que pode ser injetado no sistema. Para restaurar o nível de motivação basta levar o pessoal periodicamente ao posto de abastecimento: palestras e seminários sobre motivação, campanhas motivacionais, apelos e exortações para que “vistam a camisa”. Estas atividades não são em si desprovidas de importância, mas tornam-se inúteis se as empresas mantêm intactas práticas gerenciais, processos e estruturas que impedem as pessoas de fazer um trabalho bem feito.
A motivação como uma reserva de valor pessoal, que pode ser comprada em parcelas. Para restaurar o nível, basta sacar o talão de cheques: participação nos lucros, prêmios, gratificações e outras formas de recompensas monetárias. É claro que o dinheiro tem uma grande importância na vida das pessoas. Contudo, sem remover as barreiras organizacionais que impedem as pessoas de irem além de suas contribuições rotineiras é um desperdício que só gera frustração entre os dirigentes e cinismo entre os trabalhadores.
O dinheiro como a única recompensa importante. As recompensas econômicas eqüitativas são uma base importante para se construir um ambiente de trabalho produtivo e criativo, mas não são suficientes. Além de suprir as suas necessidades de uma vida decente, saudável e segura, as pessoas anseiam por uma realização social e profissional, de serem reconhecidas por suas competências e de serem aceitas como produtivas e valiosas.
Os líderes inovadores reconhecem que o dinheiro, a remuneração justa e eqüitativa, têm um papel muito importante na motivação. Mas vão além e trabalham ativamente para remover as barreiras que impedem as pessoas de colocar os seus talentos, a criatividade e conhecimentos a serviço da melhoria continua dos serviços, dos produtos e da plena satisfação de seus clientes. Nesta importante tarefa, os líderes inovadores adotam os seguintes princípios:
Princípio da participação
A motivação tende a aumentar à medida que as pessoas têm a oportunidade de assumir responsabilidades e participar das decisões que afetam o seu trabalho e os seus resultados. Uma das melhores formas de garantir elevados desempenhos é dar às pessoas a sensação de propriedade do seu trabalho, tornando-as responsáveis pelo sucesso do seu “negócio”.
Princípio da delegação
A motivação tende a aumentar à medida que se delega às pessoas a autoridade para tomar as decisões que afetam os resultados de seu trabalho. Dar autoridade às pessoas para tomar as suas próprias decisões lhes confere um interesse genuíno nos resultados e dedicação à causa de seus clientes.
Princípio da comunicação
As pessoas que são mantidas informadas sobre os acontecimentos que influem sobre o seu trabalho tendem a manter elevados níveis de motivação. Manter as pessoas informadas sobre a empresa, seus planos e objetivos é um sinal claro de que o líder tem a mais alta consideração pelos seus auxiliares e não os vê meramente como uma engrenagem do sistema.
Princípio do reconhecimento
O reconhecimento das contribuições feitas pelas pessoas tende a manter elevados níveis de motivação e a perpetuar os bons desempenhos. Quando reconhecemos um trabalho bem-feito, estamos deixando bem claro que a pessoa recompensada é um membro valioso e importante da equipe, e que o seu exemplo e suas contribuições merecem ser seguidos.
Em resumo, mais do que nunca, o segredo do sucesso de uma organização está na sua habilidade de atrair pessoas criativas e de aproveitar plenamente o capital intelectual de sua equipe. Para isto, ela tem de se tornar um ambiente em que as pessoas criativas tenham a oportunidade de desenvolver e aplicar seus talentos, e se sintam valorizadas e amadas pelo que são e pelo que produzem.
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Embora reconheçam isto, muitas organizações têm sido administradas com base em conceitos equivocados sobre as pessoas e suas motivações básicas.
Algumas das idéias erradas sobre a motivação das pessoas:
A motivação é como um combustível, que pode ser injetado no sistema. Para restaurar o nível de motivação basta levar o pessoal periodicamente ao posto de abastecimento: palestras e seminários sobre motivação, campanhas motivacionais, apelos e exortações para que “vistam a camisa”. Estas atividades não são em si desprovidas de importância, mas tornam-se inúteis se as empresas mantêm intactas práticas gerenciais, processos e estruturas que impedem as pessoas de fazer um trabalho bem feito.
A motivação como uma reserva de valor pessoal, que pode ser comprada em parcelas. Para restaurar o nível, basta sacar o talão de cheques: participação nos lucros, prêmios, gratificações e outras formas de recompensas monetárias. É claro que o dinheiro tem uma grande importância na vida das pessoas. Contudo, sem remover as barreiras organizacionais que impedem as pessoas de irem além de suas contribuições rotineiras é um desperdício que só gera frustração entre os dirigentes e cinismo entre os trabalhadores.
O dinheiro como a única recompensa importante. As recompensas econômicas eqüitativas são uma base importante para se construir um ambiente de trabalho produtivo e criativo, mas não são suficientes. Além de suprir as suas necessidades de uma vida decente, saudável e segura, as pessoas anseiam por uma realização social e profissional, de serem reconhecidas por suas competências e de serem aceitas como produtivas e valiosas.
Os líderes inovadores reconhecem que o dinheiro, a remuneração justa e eqüitativa, têm um papel muito importante na motivação. Mas vão além e trabalham ativamente para remover as barreiras que impedem as pessoas de colocar os seus talentos, a criatividade e conhecimentos a serviço da melhoria continua dos serviços, dos produtos e da plena satisfação de seus clientes. Nesta importante tarefa, os líderes inovadores adotam os seguintes princípios:
Princípio da participação
A motivação tende a aumentar à medida que as pessoas têm a oportunidade de assumir responsabilidades e participar das decisões que afetam o seu trabalho e os seus resultados. Uma das melhores formas de garantir elevados desempenhos é dar às pessoas a sensação de propriedade do seu trabalho, tornando-as responsáveis pelo sucesso do seu “negócio”.
Princípio da delegação
A motivação tende a aumentar à medida que se delega às pessoas a autoridade para tomar as decisões que afetam os resultados de seu trabalho. Dar autoridade às pessoas para tomar as suas próprias decisões lhes confere um interesse genuíno nos resultados e dedicação à causa de seus clientes.
Princípio da comunicação
As pessoas que são mantidas informadas sobre os acontecimentos que influem sobre o seu trabalho tendem a manter elevados níveis de motivação. Manter as pessoas informadas sobre a empresa, seus planos e objetivos é um sinal claro de que o líder tem a mais alta consideração pelos seus auxiliares e não os vê meramente como uma engrenagem do sistema.
Princípio do reconhecimento
O reconhecimento das contribuições feitas pelas pessoas tende a manter elevados níveis de motivação e a perpetuar os bons desempenhos. Quando reconhecemos um trabalho bem-feito, estamos deixando bem claro que a pessoa recompensada é um membro valioso e importante da equipe, e que o seu exemplo e suas contribuições merecem ser seguidos.
Em resumo, mais do que nunca, o segredo do sucesso de uma organização está na sua habilidade de atrair pessoas criativas e de aproveitar plenamente o capital intelectual de sua equipe. Para isto, ela tem de se tornar um ambiente em que as pessoas criativas tenham a oportunidade de desenvolver e aplicar seus talentos, e se sintam valorizadas e amadas pelo que são e pelo que produzem.
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Moléculas específicas de RNA bloqueiam entrada do virus do HIV em camundongo
A luta aparentemente interminável para impedir que o HIV invada as células humanas ganhou um aliado de peso: moléculas específicas de RNA, que bloquearam com sucesso a entrada do vírus da AIDS no organismo de camundongos. O teste, relatado por uma equipa internacional de pesquisadores, torna mais próxima a esperança de uma estratégia inovadora contra o parasita.
O trabalho está na mais recente edição da "Cell", uma das principais revistas científicas do mundo. A equipa chefiada por Premlata Shankar, do Centro de Ciências da Saúde da Universidade Texas Tech (EUA), desenvolveu uma forma inovadora de testar a abordagem de forma realista sem precisar recorrer a pacientes humanos. Os cientistas recorreram a camundongos "humanizados".
Não, não se trata de algum horror mutante, mas apenas de roedores com uma mutação especial que lhes permite abrigar populações transplantadas de células humanas do sangue. Com isso, os bichos tornam-se um modelo ideal para estudar a infecção por HIV, já que o seu organismo passa a abrigar as cruciais células T humanas. São essas células do nosso sistema de defesa que mais sofrem com o HIV, sendo invadidas pelo vírus da SIDA.
Os camundongos imunizados receberam doses especialmente preparadas de siRNAs ("pequenos RNAs de interferência", na sigla inglesa). Parece complicado, mas o que essas pequenas moléculas aparentadas ao ADN fazem é, em essência, "desligar" genes sem interferir directamente neles.
Nesse ponto, os pesquisadores precisaram resolver outro problema técnico: como "entregar" os siRNAs às células que poderiam ser infectadas pelo HIV.
A solução envolveu colar nas moléculas um anticorpo específico das células T, de forma que a mistura toda se colaria ao alvo. Os siRNAs carregavam uma mistura de dois elementos: um trecho que desligaria um dos principais receptores do vírus nas células T e outro que inutilizaria genes essenciais para o funcionamento do HIV. Se o vírus da AIDS fosse um carro, a primeira medida equivaleria a fechar a porta da garagem na frente dele; já a segunda seria parecida com arrancar o motor do carro, caso ele conseguisse entrar.
Para todos os efeitos, a coisa funcionou: o HIV foi impedido de se multiplicar pela medida. Agora, os pesquisadores precisarão de mais testes para refinar a fórmula e poder testá-la em seres humanos.
O trabalho está na mais recente edição da "Cell", uma das principais revistas científicas do mundo. A equipa chefiada por Premlata Shankar, do Centro de Ciências da Saúde da Universidade Texas Tech (EUA), desenvolveu uma forma inovadora de testar a abordagem de forma realista sem precisar recorrer a pacientes humanos. Os cientistas recorreram a camundongos "humanizados".
Não, não se trata de algum horror mutante, mas apenas de roedores com uma mutação especial que lhes permite abrigar populações transplantadas de células humanas do sangue. Com isso, os bichos tornam-se um modelo ideal para estudar a infecção por HIV, já que o seu organismo passa a abrigar as cruciais células T humanas. São essas células do nosso sistema de defesa que mais sofrem com o HIV, sendo invadidas pelo vírus da SIDA.
Os camundongos imunizados receberam doses especialmente preparadas de siRNAs ("pequenos RNAs de interferência", na sigla inglesa). Parece complicado, mas o que essas pequenas moléculas aparentadas ao ADN fazem é, em essência, "desligar" genes sem interferir directamente neles.
Nesse ponto, os pesquisadores precisaram resolver outro problema técnico: como "entregar" os siRNAs às células que poderiam ser infectadas pelo HIV.
A solução envolveu colar nas moléculas um anticorpo específico das células T, de forma que a mistura toda se colaria ao alvo. Os siRNAs carregavam uma mistura de dois elementos: um trecho que desligaria um dos principais receptores do vírus nas células T e outro que inutilizaria genes essenciais para o funcionamento do HIV. Se o vírus da AIDS fosse um carro, a primeira medida equivaleria a fechar a porta da garagem na frente dele; já a segunda seria parecida com arrancar o motor do carro, caso ele conseguisse entrar.
Para todos os efeitos, a coisa funcionou: o HIV foi impedido de se multiplicar pela medida. Agora, os pesquisadores precisarão de mais testes para refinar a fórmula e poder testá-la em seres humanos.
'capa da invisibilidade' materiais que revertem direção da luz
Cientistas estão mais perto de 'capa da invisibilidade'
Cientistas desenvolvem materiais que revertem direção da luz.
- Cientistas da Universidade da Califórnia, em Berkeley, anunciaram que estão mais perto de criar um material que pode tornar objetos tridimensionais "invisíveis".
Os pesquisadores desenvolveram dois materiais que podem reverter a direção da luz em torno dos objetos, fazendo com que eles "desapareçam".
Os chamados meta-materiais não existem normalmente na natureza e foram criados em uma escala nano, medidos em bilionésimos de metro.
Eles são estruturas criadas artificialmente, com propriedades óticas que fazem a luz "se dobrar" de forma não natural.
Como a luz não é absorvida nem refletida pelo objeto, é possível vê-la por trás dele, iluminando o que normalmente estaria escondido por ele - tornando o objeto invisível.
Os pesquisadores explicam que o material funciona como "água passando em em torno de pedras".
Refração
Os meta-materiais têm propriedades de "refração negativa" - nos materiais naturais, o índice de refração é sempre positivo.
Refração é a passagem da luz por um objeto ou meio, na qual a velocidade da luz é alterada. Um bom exemplo é a passagem da luz através da água. A refração da luz na água faz com que as distâncias e tamanhos pareçam alterados.
Um dos meta-materiais é feito de metais e tem a estrutura semelhante a uma rede de pesca colocadas em várias camadas. Ele se torna transparente numa ampla gama de comprimentos de onda luminosa e reverte a direção da luz.
O outro usa minúsculos fios de prata dentro de óxido de alumínio poroso, colocados a uma distância mínima um do outro.
Por enquanto, os cientistas acreditam que a descoberta poderá ser usada em lentes microscópicas, mas eles afirmam que os princípios dos materiais poderiam ser aplicados em maior escala para criar "capas de invisibilidade" grandes o suficiente para esconder pessoas.
As pesquisas lideradas pelo cientista Xiang Zhang serão publicadas nesta semana nas revistas especializadas Nature e Science.
O estudo foi financiado pelo governo americano e poderá, um dia, ser usado em operações militares, fazendo, por exemplo, com que tanques desapareçam frente ao inimigo.
Fonte: BBC Brasil -
Cientistas desenvolvem materiais que revertem direção da luz.
- Cientistas da Universidade da Califórnia, em Berkeley, anunciaram que estão mais perto de criar um material que pode tornar objetos tridimensionais "invisíveis".
Os pesquisadores desenvolveram dois materiais que podem reverter a direção da luz em torno dos objetos, fazendo com que eles "desapareçam".
Os chamados meta-materiais não existem normalmente na natureza e foram criados em uma escala nano, medidos em bilionésimos de metro.
Eles são estruturas criadas artificialmente, com propriedades óticas que fazem a luz "se dobrar" de forma não natural.
Como a luz não é absorvida nem refletida pelo objeto, é possível vê-la por trás dele, iluminando o que normalmente estaria escondido por ele - tornando o objeto invisível.
Os pesquisadores explicam que o material funciona como "água passando em em torno de pedras".
Refração
Os meta-materiais têm propriedades de "refração negativa" - nos materiais naturais, o índice de refração é sempre positivo.
Refração é a passagem da luz por um objeto ou meio, na qual a velocidade da luz é alterada. Um bom exemplo é a passagem da luz através da água. A refração da luz na água faz com que as distâncias e tamanhos pareçam alterados.
Um dos meta-materiais é feito de metais e tem a estrutura semelhante a uma rede de pesca colocadas em várias camadas. Ele se torna transparente numa ampla gama de comprimentos de onda luminosa e reverte a direção da luz.
O outro usa minúsculos fios de prata dentro de óxido de alumínio poroso, colocados a uma distância mínima um do outro.
Por enquanto, os cientistas acreditam que a descoberta poderá ser usada em lentes microscópicas, mas eles afirmam que os princípios dos materiais poderiam ser aplicados em maior escala para criar "capas de invisibilidade" grandes o suficiente para esconder pessoas.
As pesquisas lideradas pelo cientista Xiang Zhang serão publicadas nesta semana nas revistas especializadas Nature e Science.
O estudo foi financiado pelo governo americano e poderá, um dia, ser usado em operações militares, fazendo, por exemplo, com que tanques desapareçam frente ao inimigo.
Fonte: BBC Brasil -
8.10.2008
MINISTRO TEMPORÃO E A QUALIDADE NO SERVIÇO PÚBLICO
Temporão e o complexo industrial da saúde
O mercado farmacêutico brasileiro é o maior da América Latina e um dos dez maiores no mundo, com faturamento de US$ 15 bilhões ao ano. As compras governamentais representam um quarto desse valor, o que mobiliza grandes disputas comerciais. Este é o pano de fundo do atual jogo de intrigas que procura desestabilizar um dos mais competentes ministros da Saúde que o País já teve.
Em vez de atender demandas políticas paroquiais, fundamentadas unicamente por interesses eleitorais e que, a maioria das vezes, passa ao largo de critérios mínimos de eficiência na administração pública, razão pela qual o Ministério é freqüentemente fustigado por ações dos Tribunais de Conta e do Ministério Público, José Temporão escolhe seus subordinados valendo-se de preceitos técnicos e da competência profissional. Por isso vem sendo alvejado com críticas que, na verdade, se referem aos antigos e conhecidos problemas estruturais encontrados em todas as esferas da saúde pública - municipal, federal e estadual - sendo apontado como o único e grande responsável pelo caótico sistema de gestão que nenhum outro ministro até hoje conseguiu (ou tentou) mudar.
Logo no início de sua gestão, o Ministro Temporão apresentou ao Presidente Lula, que encaminhou ao Congresso Nacional, um projeto de lei visando a criação de um novo modelo de fundações (públicas) para gerir de forma ágil e profissional os hospitais da rede pública, como única maneira de resolver definitiva e tecnicamente os problemas existentes. Conhecidos interesses políticos menores, no entanto, impediram até hoje a análise dessa importante proposta pelo Congresso Nacional.
Temporão também apresentou uma nova visão de política pública para a área da saúde, substituindo o conhecido e ultrapassado assistencialismo provinciano, que somente reduz a dor sem atacar suas causas, por uma visão integrada do complexo econômico-industrial da saúde. Segundo essa concepção, os objetivos da assistência à saúde não se esgotam como simples atos de cidadania, mas também têm um forte impacto no processo de desenvolvimento nacional, pois aí são gerados nove milhões de empregos e ocorrem gastos públicos que atingem 8% do PIB. Além disso, a indústria da saúde é plataforma para a viabilização de novos paradigmas tecnológicos nas áreas da química fina, biotecnologia, nanotecnologia, etc.
O melhor caminho para o Brasil é seguir o exemplo dos países que avançaram nessa área atribuindo ao Estado o fundamental papel de promotor do desenvolvimento econômico e social através da articulação dos agentes econômicos envolvidos no setor de saúde: prestadores de serviços, hospitais e ambulatórios, laboratórios públicos e indústria privada.
O aproveitamento do enorme patrimônio que o mercado brasileiro de saúde representa em benefício da sociedade e da economia nacionais levou o Ministro Temporão, por exemplo, a incluir a mudança do sistema de compras governamentais na sua proposta de política pública. As compras governamentais vêm sendo feitas pelo sistema de leilão eletrônico focado no menor preço de face ofertado, sem tratamento isonômico das partes concorrentes, o que resultou no alijamento dos fornecedores nacionais e num violento processo de desindustrialização na área da saúde, substituindo-se a produção nacional por importações de produtos baratos (porque subsidiados e desonerados de impostos) e de baixa qualidade fornecidos por países do leste asiático.
Esse sistema está sendo modificado pelo Ministro Temporão com duas importantes medidas: a Portaria Interministerial nº 128, de 29/05/2008, que estabeleceu novas diretrizes para a contratação de fármacos e medicamentos pelos órgãos e entidades integrantes do SUS, exigindo que a empresa contratada possua unidade produtiva estabelecida em território nacional, o que permitirá a rastreabilidade do processo produtivo pelo poder público. E a segunda Portaria, nº 978, de 16/05/2008, lista os 100 produtos prioritários para o governo, explicitando as áreas em que se espera maior investimento por parte do setor privado e que poderão ter maior facilidade de acesso a financiamentos do BNDES.
Finalmente, resta mencionar o Decreto de 12 de maio de 2008, que criou, no âmbito do Ministério da Saúde, o Grupo Executivo do Complexo Industrial da Saúde - GECIS, órgão que terá por competência promover ações concretas visando a criação e a implantação do marco regulatório brasileiro na área da saúde segundo as diretrizes das políticas nacionais para o fortalecimento do complexo produtivo e de inovação em saúde.
Ao definir o modelo de parcerias público-privadas de laboratórios oficiais com indústrias nacionais, em substituição ao sistema de aquisições exclusivamente pelo menor preço de face entre ofertas não homogêneas, evidentemente o Ministro está mexendo num vespeiro. Ao privilegiar os interesses nacionais na área das compras públicas está o Ministro, evidentemente, contrariando pesados e menos nobres interesses privados que estão, há muitos anos, engastados no sistema de compras públicas, servindo-se das fragilidades que o sistema oferece.
Ao aceitar o desafio de atacar o complexo problema da saúde em suas raízes, definindo critérios e ações focados no interesse público nacional e afastando aqueles que apenas se serviam do Estado para satisfazer seus próprios interesses, o Ministro angariou desafetos que agora procuram desestabilizá-lo. Estamos certos, no entanto, de que o Presidente da República possui a sensibilidade política necessária para apoiar as boas causas e não permitirá que processos escusos prosperem com o objetivo de afastá-lo dos seus mais leais e competentes auxiliares.
*Nelson Brasil de Oliveira é vice-presidente da Associação Brasileira da Indústria de Química Fina (ABIFINA)
O mercado farmacêutico brasileiro é o maior da América Latina e um dos dez maiores no mundo, com faturamento de US$ 15 bilhões ao ano. As compras governamentais representam um quarto desse valor, o que mobiliza grandes disputas comerciais. Este é o pano de fundo do atual jogo de intrigas que procura desestabilizar um dos mais competentes ministros da Saúde que o País já teve.
Em vez de atender demandas políticas paroquiais, fundamentadas unicamente por interesses eleitorais e que, a maioria das vezes, passa ao largo de critérios mínimos de eficiência na administração pública, razão pela qual o Ministério é freqüentemente fustigado por ações dos Tribunais de Conta e do Ministério Público, José Temporão escolhe seus subordinados valendo-se de preceitos técnicos e da competência profissional. Por isso vem sendo alvejado com críticas que, na verdade, se referem aos antigos e conhecidos problemas estruturais encontrados em todas as esferas da saúde pública - municipal, federal e estadual - sendo apontado como o único e grande responsável pelo caótico sistema de gestão que nenhum outro ministro até hoje conseguiu (ou tentou) mudar.
Logo no início de sua gestão, o Ministro Temporão apresentou ao Presidente Lula, que encaminhou ao Congresso Nacional, um projeto de lei visando a criação de um novo modelo de fundações (públicas) para gerir de forma ágil e profissional os hospitais da rede pública, como única maneira de resolver definitiva e tecnicamente os problemas existentes. Conhecidos interesses políticos menores, no entanto, impediram até hoje a análise dessa importante proposta pelo Congresso Nacional.
Temporão também apresentou uma nova visão de política pública para a área da saúde, substituindo o conhecido e ultrapassado assistencialismo provinciano, que somente reduz a dor sem atacar suas causas, por uma visão integrada do complexo econômico-industrial da saúde. Segundo essa concepção, os objetivos da assistência à saúde não se esgotam como simples atos de cidadania, mas também têm um forte impacto no processo de desenvolvimento nacional, pois aí são gerados nove milhões de empregos e ocorrem gastos públicos que atingem 8% do PIB. Além disso, a indústria da saúde é plataforma para a viabilização de novos paradigmas tecnológicos nas áreas da química fina, biotecnologia, nanotecnologia, etc.
O melhor caminho para o Brasil é seguir o exemplo dos países que avançaram nessa área atribuindo ao Estado o fundamental papel de promotor do desenvolvimento econômico e social através da articulação dos agentes econômicos envolvidos no setor de saúde: prestadores de serviços, hospitais e ambulatórios, laboratórios públicos e indústria privada.
O aproveitamento do enorme patrimônio que o mercado brasileiro de saúde representa em benefício da sociedade e da economia nacionais levou o Ministro Temporão, por exemplo, a incluir a mudança do sistema de compras governamentais na sua proposta de política pública. As compras governamentais vêm sendo feitas pelo sistema de leilão eletrônico focado no menor preço de face ofertado, sem tratamento isonômico das partes concorrentes, o que resultou no alijamento dos fornecedores nacionais e num violento processo de desindustrialização na área da saúde, substituindo-se a produção nacional por importações de produtos baratos (porque subsidiados e desonerados de impostos) e de baixa qualidade fornecidos por países do leste asiático.
Esse sistema está sendo modificado pelo Ministro Temporão com duas importantes medidas: a Portaria Interministerial nº 128, de 29/05/2008, que estabeleceu novas diretrizes para a contratação de fármacos e medicamentos pelos órgãos e entidades integrantes do SUS, exigindo que a empresa contratada possua unidade produtiva estabelecida em território nacional, o que permitirá a rastreabilidade do processo produtivo pelo poder público. E a segunda Portaria, nº 978, de 16/05/2008, lista os 100 produtos prioritários para o governo, explicitando as áreas em que se espera maior investimento por parte do setor privado e que poderão ter maior facilidade de acesso a financiamentos do BNDES.
Finalmente, resta mencionar o Decreto de 12 de maio de 2008, que criou, no âmbito do Ministério da Saúde, o Grupo Executivo do Complexo Industrial da Saúde - GECIS, órgão que terá por competência promover ações concretas visando a criação e a implantação do marco regulatório brasileiro na área da saúde segundo as diretrizes das políticas nacionais para o fortalecimento do complexo produtivo e de inovação em saúde.
Ao definir o modelo de parcerias público-privadas de laboratórios oficiais com indústrias nacionais, em substituição ao sistema de aquisições exclusivamente pelo menor preço de face entre ofertas não homogêneas, evidentemente o Ministro está mexendo num vespeiro. Ao privilegiar os interesses nacionais na área das compras públicas está o Ministro, evidentemente, contrariando pesados e menos nobres interesses privados que estão, há muitos anos, engastados no sistema de compras públicas, servindo-se das fragilidades que o sistema oferece.
Ao aceitar o desafio de atacar o complexo problema da saúde em suas raízes, definindo critérios e ações focados no interesse público nacional e afastando aqueles que apenas se serviam do Estado para satisfazer seus próprios interesses, o Ministro angariou desafetos que agora procuram desestabilizá-lo. Estamos certos, no entanto, de que o Presidente da República possui a sensibilidade política necessária para apoiar as boas causas e não permitirá que processos escusos prosperem com o objetivo de afastá-lo dos seus mais leais e competentes auxiliares.
*Nelson Brasil de Oliveira é vice-presidente da Associação Brasileira da Indústria de Química Fina (ABIFINA)
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