Clarissa Garotinho, filha do ex-governador do Rio Anthony
Garotinho, criticou a prisão do pai e disse considerar desumano sua
transferência do Hospital Municipal Souza Aguiar para o Complexo
Penitenciário de Gericinó, em Bangu, onde, segundo ela, não poderá
receber os cuidados médicos necessários ao seu quadro cardíaco;
"Transferir um paciente pra um lugar onde ele não tem condições de ser
atendido, isso é uma desumanidade", protestou
A transferência de Garotinho para o Complexo de Gericinó se deu por uma decisão do juiz de Campo dos Goytacazes, Glaucenir Silva do Oliveira, que alegou que o ex-governador estava recebendo tratamento privilegiado no Hospital Souza Aguiar e que "nenhum preso por ordem judicial pode ter direito a qualquer regalia ou tratamento diferenciado, seja em unidade prisional ou hospitalar".
Garotinho foi levado ao hospital após passar mal, depois de ter sido preso por agentes da Polícia Federal. Os médicos constataram alterações cardíacas e indicaram que ele realizasse um cateterismo e permanecesse internado até ser transferido para o Instituto de Cardiologia Aloysio de Castro, no Humaitá, no início da próxima semana.
"Quer dizer que você tem um paciente médico com um laudo do hospital Souza Aguiar, dizendo que precisa de uma transferência pra um lugar em que ele não pode ser atendido pra ter uma ambulância pra sair correndo caso ele precise, não queremos privilégio nenhum, nós queremos que ele tenha toda a assistência médica que ele tem direito. Inclusive telefonei agora há pouco para o deputado Marcelo Freixo, presidente de direitos humanos da Alerj, que também considerou essa decisão absurda. Não é questão de descumprir uma ordem judicial, todas as ordens judiciais estão sendo cumpridas, é uma questão de que a justiça não pode ser desproporcional. Transferir um paciente pra um lugar onde ele não tem condições de ser atendido, isso é uma desumanidade", disse a deputada e filha do ex-governador, Clarissa Garotinho.
Rosinha Garotinho também negou que o marido teve alguma regalia enquanto esteve no Hospital Souza Aguiar. "A regalia que disseram que eu estava tendo no hospital é dizer que eu estava dormindo dentro do CTI. As minhas testemunhas têm que ser os agentes federais que estavam lá dentro do CTI com ele. Eu passei a noite numa sala, quem estava dentro do CTI com ele eram os agentes federais. Então pergunte pra eles. Eu não dormi no CTI, eu só fiquei lá no hospital como todo mundo. Até mesmo porque ele é uma pessoa pública, ele estava em um quarto mais reservado pruma pessoa que precisa de mais privacidade", afirmou.