Pratique uma atividade física. Na saúde e na doença.
"Fazer exercícios, em geral, não é contraindicado no caso de doenças. Pelo contrário: os estudos apontam que a qualidade de vida e os parâmetros dos distúrbios melhoram".
Mas a regra não é tão clara. Enquanto alguns exercícios podem ser ruins para certas doenças, outros beneficiam o paciente. Embora o exercício não seja remédio, bem direcionado ele faz parte do tratamento.
"A atividade física regular deve estar incluída no cuidado de doenças de homens e mulheres de todas as idades".
Para isso, além das condições individuais, deve-se avaliar o estado do distúrbio e as variáveis de cada atividade física. Em certos casos de artrose ou lombalgia, por exemplo, o risco de lesão pode superar o benefício genérico de combater o sedentarismo, também considerado doença pela OMS (Organização Mundial da Saúde).
Já se a ideia é controlar a osteoporose, atividades sem impacto são benéficas para várias questões, mas não contribuem para a densidade óssea.
As atividade podem trazer mais benefícios e menos riscos para certas condições de saúde, a especialistas forram consultados e a reportagem chegou a seguinte conlusão: os exercícios devem ser direcionados e orientados especialmente para os mais diferentes casos.
Inflamação crônica das vias respiratórias, a asma geralmente é uma resposta alérgica a determinados estímulos. A inflamação dificulta a passagem de ar nos pulmões, diminuindo a capacidade pulmonar e encurtando os músculos envolvidos na respiração. O exercício não atua especificamente na inflamação ou na alergia, mas fortalece os músculos respiratórios e reeduca a respiração. "O fortalecimento da musculatura respiratória promovido pela natação aumenta a capacidade de reagir às crises asmáticas.
Para nadar, também é necessário respirar da forma correta, o que aumenta a capacidade de oxigenação dos pulmões".
O meio úmido também é indicado:
"Realizar exercícios quando o ar está muito seco pode induzir a crise [de asma]".
Natação
PrecauçõesEvitar locais com pouca ventilação, onde a concentração de gases produzidos pelo cloro pode desencadear alergias respiratórias. A intensidade do exercício deve ser controlada para diminuir o risco de broncoespasmo (contração reversível da musculatura dos brônquios) induzido por exercício.
Não realizar a atividade durante inflamação aguda das vias respiratórias
Modo de usar
Como em outras atividades aeróbicas, o iniciante deve começar com um treinamento de baixa intensidade e ir aumentando progressivamente essa intensidade de acordo com o aumento da capacidade cardiorrespiratória.
Os exercícios específicos de respiração (como treinar a expiração debaixo d'água) são essenciais, mas não devem ser feitos seguidamente por períodos longos
Opções de atividades
Corrida, que também aumenta a capacidade pulmonar; ioga, com ênfase nos exercícios respiratórios ("pranayamas"), que reeducam a respiração
ARTROSE
O processo degenerativo de desgaste da cartilagem da artrose está relacionado principalmente ao envelhecimento, a problemas congênitos ou a traumatismos e sobrecarga nas articulações. Essa degeneração do tecido provoca dor, limitação de movimentos e, em estágio avançado, deformação do osso, e afeta especialmente articulações como os joelhos.
Atividade física adequada, embora não atue nas causas hereditárias ou evite a ação do envelhecimento, pode reduzir danos e adiar a progressão da doença, além de evitar a sobrecarga articular. "Todos os estudos mais recentes apontam para o fortalecimento muscular, que estabiliza as articulações".
É importante que a atividade não cause impacto nem sobrecarga na articulação.
"Dependendo do grau de acometimento das articulações afetadas, iniciamos [o programa de exercícios] com isométricos [contração do músculo sem movimento da articulação] suaves e intervalados, para depois introduzir os exercícios isotônicos, com carga adequada", diz.
Musculação em aparelhos
Precauções
A atividade não deve buscar a hipertrofia (aumento da massa muscular), mas sim a tonificação dos músculos. Mesmo com cargas baixas, a repetição frequente do movimento pode causar adaptações musculoesqueléticas indesejáveis se a execução não for feita de forma correta, por isso é preciso orientação e supervisão individualizada de um profissional capacitado
Modo de usar
Os aparelhos de musculação devem estar perfeitamente ajustados a condições individuais como altura, peso e limites de flexibilidade e força de quem vai utilizá-los. As cargas começam baixas e chegam até o limite chamado submáximo (70% da capacidade máxima de força do indivíduo). São feitos intervalos de um a dois minutos entre cada série
Opções de atividades
Ciclismo em terreno plano com regulagem adequada do selim (mais elevado e um pouco mais para a frente), de forma a não forçar a articulação do joelho e causar dor
CÂNCER
O tratamento quimioterápico para o câncer diminui as massas muscular e óssea e a capacidade cardiorrespiratória, entre outros efeitos. Ao minimizar essa perda, a atividade física contribui para o aumento da qualidade de vida do paciente oncológico. Por causa das limitações causadas pela doença e pelo tratamento, só deve ser feita com um orientador que esteja em contato com o médico responsável. O ideal é um programa que alterne o trabalho de força, o de flexibilidade e o aeróbico em baixa intensidade.
A atividade em grupo é indicada, pois oferece apoio social ao paciente, mas esse deve ser pequeno, para que sejam observados os limites individuais. O grupo e o treinador são importantes para estimular a atividade física em quadros de fadiga (efeito comum do tratamento), garantindo a aderência ao programa de exercícios.
Aeróbica + musculação + alongamento
PrecauçõesO treinador, o paciente e o médico devem ficar sempre em contato, trocando informações para garantir a segurança e a eficácia da atividade. É preciso levar em conta a fadiga causada pelo tratamento para adequar o tempo de execução de cada atividade. Em caso de lesões cirúrgicas, é preciso limitar o trabalho na região afetada. Em todos os casos, a carga usada no trabalho muscular deve ser baixa, para evitar lesões musculares ou articulares em tecidos enfraquecidos pelo tratamento. O impacto também deve ser minimizado. Pacientes em tratamento quimioterápico devem fazer o controle constante do nível de hemoglobina no sangue -se estiver muito baixo, a atividade deve ser suspensa
Modo de usar
As atividades aeróbicas, de musculação e flexibilidade são alternadas, na mesma aula, por períodos curtos (entre 15 e 20 minutos cada). O trabalho aeróbico é introduzido aos poucos: no início, é preciso ganhar massa muscular e óssea para poder realizá-lo. É feito em equipamentos como esteira, bicicleta ergométrica ou aparelhos elípticos (como o "transfer"), que reproduzem os movimentos da caminhada sem o impacto da pisada.
Opções de atividades
Caminhada ou bicicleta ergométrica, com acompanhamento de treinador capacitado e em contato com o médico
LOMBALGIAS
A lombalgia não é uma doença, mas um sintoma: é a dor na região inferior da coluna, que pode ter como causa de desvios posturais a hérnias de disco. Dependendo da causa da lombalgia, pode ser necessária a intervenção cirúrgica. A atividade física proporciona um equilíbrio musculoesquelético que diminui a pressão sobre a coluna lombar. "É preciso criar uma força que possibilite distribuir o peso do tronco e da cabeça e reagir à ação de gravidade sem sobrecarregar a parte de baixo do corpo", fortalecer os músculos estabilizadores da coluna é a melhor forma de garantir esse equilíbrio postural.
Pilates
PrecauçõesAs causas das dores na região lombar devem ser investigadas previamente, para que o programa de exercícios seja montado de acordo com as necessidades e limitações de cada pessoa e para verificar se há ou não indicação cirúrgica
Modo de usarOs iniciantes devem optar pelas aulas de pilates em estúdio, com aparelhos e orientação de profissional capacitado, preferencialmente com formação em fisioterapia. Os exercícios trabalham vários grupos musculares ao mesmo tempo, com poucas repetições de cada movimento. São enfatizadas a concentração e a respiração correta durante a execução dos exercícios, a consciência corporal e a contração da musculatura abdominal
Opções de atividadesAlongamentos; reeducação da marcha ou do movimento (técnicas orientadas para reorganizar o alinhamento ósseo e distribuir a força muscular em situações dinâmicas, ou seja, na execução de diferentes movimentos)
FIBROMIALGIA
A fibromialgia é uma desordem ainda pouco compreendida, que causa dor muscular e fadiga. Mas é justamente o cansaço moderado e a estimulação muscular proporcionados por exercícios que ajudam a controlar o distúrbio. "Medicamentos podem ou não ser indicados, mas não há melhora terapêutica sem a prática de atividade física", uma das funções do exercício é melhorar a qualidade do sono, fundamental para o controle da fibromialgia.
Atividades na água possibilitam a tonificação dos músculos sem excesso de carga, permitindo maior controle da dor.
O meio também tem efeito relaxante, benéfico para um distúrbio associado a fatores emocionais.
Hidroginástica
PrecauçõesA intensidade deve ser programada para que o cansaço não se aproxime da exaustão. O horário para praticar a atividade deve ser programado de acordo com a reação individual à atividade: após o período de adaptação, a prática não deve causar sonolência excessiva durante o dia
Modo de usar
Os exercícios de fortalecimento devem trabalhar os diferentes grupos musculares, em séries seguidas, até o corpo sentir um certo cansaço. A temperatura da água deve ser morna, para promover sensação de conforto e, nos intervalos de repouso, auxiliar no relaxamento muscular e diminuir a sensação de dor
Opções de atividadesMusculação com carga baixa, aulas de danças rítmicas ou de salão
HIPERTENSÃO
O aumento contínuo da pressão danifica as artérias e traz riscos de problemas como infarto e derrame. A doença afeta 60% da população acima de 65 anos. Entre os fatores de risco, estão hereditariedade, envelhecimento e hábitos de vida. No tratamento, remédios podem ser necessários, mas mudar a alimentação (especialmente controlar a ingestão de sal) e praticar exercícios é fundamental. "As atividades aeróbicos e de força têm efeito direto sobre a normalização da pressão, e esse benefício pode ser estender por até 24 horas".
O controle do estresse, que também tem efeito direto sobre a pressão arterial, é outro fator fundamental.
Caminhada ou corrida + exercícios isotônicos + ioga
Precauções
A atividade só deve ser iniciada após a realização de todos os exames pedidos pelo médico e com sua autorização. A pressão arterial deve ser monitorada constantemente
Modo de usar
Sedentários devem começar com um programa de fortalecimento muscular com exercícios isotônicos (contração e relaxamento dos músculos alternadas ritmicamente) três meses antes de iniciar o programa de caminhada. No início, o trabalho aeróbico (corrida ou caminhada) é intervalado, com breves aumentos de intensidade seguidos de repouso. Conforme melhorar a capacidade de recuperação (tempo necessário para normalizar a frequência cardíaca), o exercício aeróbico passa a ser contínuo (entre 30 e 40 minutos). Na ioga, a ênfase são os exercícios respiratórios e de focalização (manter a concentração em determinado "objeto", como uma imagem visualizada mentalmente). Essas práticas levam a um estado meditativo, que reduz o estresse, relaxa os músculos periféricos, desacelera os batimentos cardíacos e diminui a pressão arterial. A atividade aeróbica e a musculação são feitas em dias alternados. A técnica de relaxamento é praticada diariamente
Opções de atividadesNatação, que combina o trabalho aeróbico com um bom fortalecimento muscular, bicicleta estacionária (para facilitar o controle da frequência cardíaca), relaxamento progressivo (técnica em que os vários grupos musculares são tensionados e relaxados sequencialmente)
OSTEOPENIA
Uma atividade como a dança flamenca, que busca o impacto, contribui para manter e aumentar a massa óssea em casos de osteopenia. "Quando a perda [de massa óssea] ainda é pequena, o impacto de bater o pé no chão ajuda a aumentar a densidade óssea. Porém, na osteoporose, com o maior risco de fraturas, esse tipo de atividade pode ser contraindicado", diz Betty Gervitz, fisioterapeuta e professora de dança. Nesses casos, indica-se a musculação: "Exercícios de resistência muscular, especialmente com sobrecarga, são eficientes para quadros de osteoporose, pois a força muscular exercida sobre os ossos estimula a produção de massa óssea".
Dança flamenca ou musculação
Precauções
A dança flamenca só é indicada em casos de osteopenia (quando a massa óssea é de 10% a 25% menor do que a considerada normal) ou osteoporose em estágios muito iniciais. Quando a osteoporose já está instalada, aumenta o risco de fraturas provocada pelo impacto da atividade nos ossos fragilizados
Modo de usarA prática de dança deve ser muito bem orientada, respeitando os limites individuais. Se surgirem sintomas como dores nas articulações dos pés, joelhos ou quadris, o médico deve ser consultado para avaliar a continuidade ou não da atividade. A musculação pode ser feita em aparelhos ou com pesos livres -nesse caso, é preciso ter controle postural e orientação adequada, já que a realização incorreta e a carga excessiva podem gerar lesões nos músculos e articulações
Opções de atividadesCaminhada ao ar livre (que combina produção de impacto com exposição à luz solar, importante para ajudar a fixar cálcio nos ossos)
Folha de São Paulo
SAIBA MAIS:Exercícios Físicos Aceleram Tratamentos e Preservam sua Saúde !Em alguns casos, eles valem tanto ou mais do que remédio, com uma vantagem: não deixam gosto amargo na boca. Os exercícios físicos, cada vez mais, são recomendados pelos especialistas como parte do tratamento de uma série de problemas de saúde. Os efeitos são comprovados contra desvios e dores na coluna; males do coração, alergias respiratórias e até no combate ao stress. Para explicar como isso acontece e ajudar você a tirar proveito máximo do seu treino, convocamos um time de peso. A seguir, os fisioterapeutas Pedro Rizzi de Oliveira e Samantha Lopes de Almeida, da Clínica Luisa Catoira; Fernanda Elhiage, do Studio Conceitus; Marcela Guerreiro, da filial de Campinas do Instituto Patrícia Lacombe e a fisiatra Perola Grinberg Plapler, ...
da Sociedade Brasileira de Medicina Física e Reabilitação decifram o que está por trás de cada movimento realizado na busca por um dia-a-dia mais saudável. 1. Desvios na coluna - Que tipo de exercício pode aliviar as dores?Os desvios da coluna normalmente acontecem por um desequilíbrio muscular. Todo trabalho que possa equilibrar a musculatura dos dois lados ajuda na correção. Os alongamentos para região cervical, torácica, lombar e para os membros inferiores (pernas) são ótimos.
No entanto, a prevenção é sempre mais importante. Mudanças nos hábitos de vida são essenciais, como atenção na mobília e atividades em casa e no trabalho para evitar posturas erradas e por tempo prolongado. Por exemplo, se a pessoa tiver hipercifose (ombros projetados para frente, postura triste ), indicamos exercícios que abram a postura e projetem os ombros para trás ( o que, automaticamente, esticar mais a coluna). E evitaremos exercícios que reforcem mais ainda essa postura errada.
E que tipo de exercício precisa ser evitado?
Exercícios com sobrecarga para o movimento de extensão da coluna, principalmente associados à rotação devem ser evitados, pois podem gerar um stress nos discos intervertebrais levando à dores e hérnias nessa região. Caso o indivíduo já possua uma lesão instalada na coluna, é importante evitar atividades com impacto como corrida, exercícios em cama elástica e atividades que envolvam saltos. Qualquer esforço fora do limite pode aumentar o desvio e, principalmente, causar pressão nos discos da coluna. Para se ter uma idéia da gravidade das posturas inadequadas, quando um indivíduo mediano senta-se incorretamente aumenta em 50 quilos a pressão sobre o disco de L5, localizado na região lombar. Essa pressão, com o passar do tempo, ocasiona dores de cabeça, lombalgias e até hérnias de disco.
O fortalecimento abdominal é indicado?
Sim. A musculatura abdominal profunda ativa vai dar sustentação para coluna lombar. Quando você fica de pé e relaxa a barriga para frente , a tendência é os ombros caírem para frente , com sobrecarga na região lombar, pois é ela quem ajuda a segurar nosso abdômen. Nesse tipo de postura errada, perdemos inclusive centímetros em altura, graças à curva em que ficamos. Com o abdômen contraído, a lombar fica menos sobrecarregada, diminui-se a hiperlordose (curvatura do bumbum arrebitado), os ombros são direcionados para trás, a postura abre-se e crescemos centímetros. Mas a musculação não é a única medida a ser adotada. Um bom trabalho postural como o RPG e alongamentos são essenciais para evitar e/ou tratar dores na coluna.
Os alongamentos são uma boa idéia?
Os alongamentos são primordiais na manutenção da boa saúde da coluna. Um músculo alongado gera menos tensões e desvios posturais do que um músculo encurtado. Além disso, a nutrição e oxigenação dessa musculatura é mais eficiente devido a uma melhor circulação local, o que a deixa menos propensa a lesões e mais eficaz para enfrentar as sobrecargas impostas no dia-a-dia. Nosso corpo é uma máquina perfeita e absoluta. E, como toda máquina, enferruja quando fica parada. A atividade física (seja ela de força ou alongamento) mantém todas as estruturas do nosso corpo em atividade. Mas é preciso muito cuidado porque o alongamento errado pode provocar lesões. O importante é que o paciente seja sempre bem orientado por um profissional.
2. Hipertensão, colesterol alto e problemas cardiovasculares
As atividades aeróbias ajudam de que maneira?
Os exercícios aeróbicos atuam melhorando a função cardíaca, ou seja, o coração se contrai de forma mais vigorosa. Esse tipo de atividade leva também a uma diminuição do nível de colesterol ruim (LDL), reduzindo o risco de entupimento das artérias e, conseqüentemente, o aparecimento da hipertensão arterial. Por isso, a importância de fazer dos exercícios um hábito. É um ciclo: com o coração funcionando bem, o colesterol diminui e a hipertensão é controlada (desde, é claro, que se combine com uma dieta adequada).
A musculação também pode ajudar?
A musculação atua como coadjuvante na prevenção dessas condições, visto que com uma musculatura mais condicionada a realização das atividades aeróbicas é facilitada 3. Osteoporose
Quando ela já se instalou que movimentos precisam ser evitados?
Pessoas que já tem osteoporose devem se exercitar como parte do tratamento. No entanto, alguns exercícios devem ser evitados. O impacto (saltar) pode comprometer tanto as vértebras quanto o quadril de pessoas com um quadro mais severo. Além disso, como a osteoporose se instala com freqüência em pessoas de mais idade, é muito comum a presença de artrose e conseqüente dor nas articulações. Essas pessoas têm grande dificuldade para realizar exercícios de impacto, que devem ser evitados.A melhor opção de exercícios passa a ser a musculação. Exercícios com peso podem ser feitos de forma controlada tanto no peso, como na quantidade de repetições, o que torna esta atividade bastante segura. Para os braços é melhor fazer exercícios em aparelhos do que com pesos livres, porque sobrecarregam menos a coluna.
Devemos evitar os movimentos de flexão da coluna, principalmente carregando peso. Esta postura típica da osteoporose, a corcunda , acontece por causa das micro-fraturas na região anterior das vértebras. Isto faz com que as vértebras fiquem mais baixas na frente e mais altas atrás. Os movimentos de flexão podem acentuar este quadro, o que não é desejável.
Também é importante saber o grau a osteoporose (a densitometria óssea é um dos exames que ajudam a esclarecer isso). Dependendo do resultado, evite cargas muito pesadas e movimentos bruscos e saltos. Mas a atividade física também evita que o problema se instale, principalmente se for associada a uma dieta rica em cálcio e ferro.
E quais ajudam no fortalecimento ósseo?
A ginástica holística, por exemplo, é um método educativo, preventivo e terapêutico. São 800 movimentos que agem simultaneamente sobre a respiração, o equilíbrio e o tônus muscular, contribuindo para o fortalecimento da massa óssea. Mas todo movimento que tonifica a musculatura é uma boa opção, como caminhada, corrida e a própria musculação. Deve-se sempre considerar o grau da osteoporose na prescrição e realização das atividades.
E com que freqüência os treinos devem ser feitos?
A relação entre atividade física e osteoporose é muito clara. Apesar da dificuldade em dizer quanta atividade é necessária para formamos ossos, vemos que indivíduos ativos têm mais massa óssea do que sedentários e pessoas que fazem mais atividade com um lado do corpo têm mais massa óssea deste lado
Quando fazemos alguns exercícios (de impacto ou com peso), ocorre uma pequena deformação no osso. Nosso esqueleto interpreta esta deformação como um estímulo à formação de mais osso. Os atletas que mais têm massa óssea são aqueles que fazem halterofilismo e ginástica olímpica, que são modalidades que deformam o osso durante sua execução
Exercícios em piscina, apesar de serem ótimos para melhorar a dor, o condicionamento cardíaco e muscular e o equilíbrio, não estimulam a formação de osso. Dentro da água sofremos uma força chamada empuxo, que é exatamente o que nos faz boiar. Ou seja, a ação da gravidade não se dá da mesma maneira que fora da água. O mesmo acontece com os astronautas. Apesar de fazerem exercícios quando estão no espaço e de se alimentarem corretamente, quando voltam para a terra apresentam uma grande perda de sua massa óssea. Portanto, para formar massa óssea precisamos da força da gravidade e fazer exercícios, no mínimo, com o peso do próprio corpo.
A carga de exercícios precisa aumentar lenta e progressivamente. Se mantivermos sempre a mesma intensidade, deixamos de estimular os ossos como seria desejável. É importante também salientar que os exercícios são sempre benéficos. Mesmo que não aumentem a massa óssea, melhoram o equilíbrio, aumentam a proteção contra quedas, e facilitam a realização de atividades do dia-a-dia, o que se traduz em grande melhora da qualidade de vida.
4. Obesidade
No começo, quando o sobrepeso é muito alto, que exercícios podem ser feitos?
Todos que não tragam dor ao paciente. Alongamentos, alinhamento corporal por causa da sobrecarga nas articulações, no tornozelo, joelho e coluna lombar são os mais indicados. Também é importante aumentar o nível de queima calórica, com os exercícios aeróbicos: correr, pedalar, caminhar. Para preservar as articulações, comece caminhando rápido e cuidado com a respiração. Evite caminhar batendo papo, o que diminui o rendimento. E use um tênis adequado, que absorva o impacto das pisadas. Na academia, abuse da cama elástica (muita perda calórica, sem prejudicar as articulações). E sempre busque orientação de um profissional, verificando a pressão e os batimentos cardíacos.
Há risco de prejuízo às articulações? Como protegê-las?
Sim. O acompanhamento do especialista para reduzir o peso e manter a lubrificação das articulações é fundamental. Terrenos irregulares podem levar a torções e traumas articulares.
A musculação ajuda ou é melhor apostar nos aeróbios?
O ideal é a realização das duas modalidades de exercícios. A atividade aeróbica leva à queima de gordura enquanto a musculação atua no fortalecimento da musculatura, com o aumento do metabolismo basal o que acelera o efeito da primeira.
5. Asma e outras alergias respiratórias
Os exercícios conseguem diminuir as crises?
Sim. A Ginástica Holística, por exemplo, tem movimentos que agem simultaneamente sobre a respiração, o equilíbrio e o tônus muscular, contribuindo para a melhoria de todas essas funções. Os benefícios não param por aí: a atividade proporciona aumento da massa óssea e da flexibilidade, otimização da circulação e definição do contorno corporal.
Qual o efeito dos aeróbios nos pulmões?
A atividade aeróbica leva a uma melhora da capacidade pulmonar, ou seja, otimiza as trocas gasosas. Entretanto, existe um limite de tolerância ao exercício para cada indivíduo. Se excedido, o exercício passa a ser um fator desencadeante de crises.
A natação ainda é a melhor escolha?
A natação ajuda muito nas alergias respiratórias em gerais. A respiração em baixo da água trabalha a expansão pulmonar, melhorando a freqüência respiratória. O acompanhamento médico e a medicação adequada também ajudam na adaptação aos exercícios.
Os exercícios conseguem diminuir as crises?
Não há nenhum estudo comprovando que exercício possa prevenir a crise asmática. No entanto, a atividade física leva a uma melhora na qualidade de vida dos asmáticos. O exercício deve ser um complemento ao tratamento da asma, que é medicamentoso.
6. Stress
De que forma os exercícios podem diminuir a tensão?
Hoje em dia, a maioria das pessoas passa o dia trabalhando no computador, com postura curvada, cabeça projetada para frente e ombros arqueados. Isso resulta da falta de orientação e também da dificuldade dos músculos em sustentar uma postura adequada. As conseqüências vão muito além do que se pode imaginar. Os principais efeitos da má postura são dores nas costas e compressão da passagem sanguínea para o cérebro o que ocasiona enxaquecas, cansaço mental, perda de memória e baixa concentração. Também há prejuízos na eficiência digestiva, os alimentos enfrentam dificuldades na passagem para o estômago, o que gera dores estomacais e, em casos extremos, úlceras.
Eles ajudam no controle emocional?
A atividade física libera endorfina, uma espécie de tranqüilizante natural do nosso corpo. É preciso procurar um exercício que dê prazer, não importa qual. Musculação, correr, pedalar, caminhar: o que vale é manter o corpo em movimento, sempre.
Fonte:
http://www.minhavida.com.br/