Os medicamentos genéricos alcançaram a inédita
marca de 30% de participação de mercado. segundo a Pró Genéricos (Associação Brasileira
das Indústrias de Medicamentos Genéricos).
Em valores, as vendas das indústrias do
setor somaram U$ 153 bilhões de dólares, respondendo por 30% de participação no
mercado.
A presidente da Associação Brasileira
das Indústrias de Medicamentos Genéricos (PróGenéricos), Telma Salles,
disse que, atualmente, os genéricos possuem uma participação de 30% no
mercado em relação aos produtos de referência, e crescem aproximadamente
10,8% ao ano, movimentando aproximadamente US$ 153 bilhões (o
equivalente a mais de trezentos e cinquenta bilhões de reais).
Esses números foram informados durante a
palestra que a executiva fez, nesta quinta-feira (05/09), no Centro de
Estudos de Farmanguinhos. Com o tema “Medicamentos Genéricos:
Instrumento de Acesso para uma Política de Saúde Pública Inclusiva”,
Telma destacou a evolução e participação desse segmento no mercado.
Apesar de ocupar significativo espaço em
um nicho predominado pelos medicamentos de marca, a indústria de
medicamentos genéricos ainda encontra dificuldades para se disseminar,
segundo Telma. Entre alguns dos desafios citados por ela, estão a
celeridade na análise, concessão e renovação de registros; a correta
dispensação pelos profissionais de farmácia, que devem substituir o
medicamento receitado somente por um genérico (de acordo com a
legislação vigente); e a desoneração tributária.
Esta última é um dos mais preocupantes,
segundo Telma. “A carga tributária dos medicamentos, atualmente, é
superior a 33,9%. Criar mecanismos para a redução ou eliminação desses
tributos, contribuiria para a redução dos preços e ampliação do acesso
aos medicamentos”, disse.
A presidente da PróGenéricos também
destacou os avanços nas políticas públicas que o atual Governo tem
realizado na área de saúde, dando ênfase ao Programa Farmácia Popular do
Brasil (FPB), e cujo elenco é composto por 76% de medicamentos
genéricos. Para ela, isso demonstra a preocupação em ampliar o acesso
desses medicamentos ao público geral.
“O programa Farmácia Popular do Brasil é
um grande sucesso do Governo. As pessoas têm tido a chance de poder
curar as suas doenças ou realizar os seus tratamentos graças ao
programa. É um avanço. Muito já foi feito, mas é preciso aprimorar mais.
Existem 441 municípios abrangidos pelo programa e o país possui cinco
mil. Mas esse quantitativo tende a se expandir”, previu.
A executiva acredita que o mercado de
genérico é uma importante ferramenta que pode auxiliar o país a alcançar
a autossuficiência na produção de medicamentos, uma das metas do
Governo.
Ao finalizar o encontro, ela falou sobre
a importância do mercado nacional “brigar” por um espaço entre as
multinacionais. “Temos que avançar na política de fazer saúde no Brasil.
Os investimentos em medicamentos genéricos, além de ampliar o acesso,
estão criando a possibilidade de as empresas gerarem inovação e
desenvolvimento da pesquisa incremental. Temos um mercado muito grande
para explorar. Essa é uma ferramenta importante para avanços tanto
profissionais como tecnológicos. E nós [Brasil] temos que estar no
mercado”, finalizou.
MERCADO DOS MEDICAMENTOS GENÉRICOS
Pelo mundo
No mercado mundial, os Estados Unidos
têm especial destaque, com vendas de genéricos da ordem de US$ 56
bilhões. Os genéricos correspondem a 60% das prescrições nos EUA e
custam de 30% a 80% menos que os medicamentos de referência.
De acordo com o levantamento realizado
pela ProGenéricos, os consumidores norte-americanos economizam em torno
de 190 bilhões de dólares ao ano com a aquisição de medicamentos
genéricos.
Autoridades na França, Espanha, Estados
Unidos e em outros mercados exigiram medidas que trouxessem as versões
genéricas dos produtos farmacêuticos para o mercado mais rapidamente, a
fim de ajudar a deter a tendência de elevação dos preços dos
medicamentos. Além disso, está previsto até 2015, o vencimento das
validades de patentes de vários medicamentos de marca, disponibilizando
um total de US$ 250 bilhões em vendas anuais suscetíveis à concorrência
dos genéricos.
No Brasil
Disponível no mercado brasileiro desde
2001, os medicamentos genéricos já geraram aproximadamente R$ 27 bilhões
em economia para os consumidores no país. Eles respondem por 27,15% das
vendas em unidades no conjunto do mercado farmacêutico. Na Espanha,
França, Alemanha e Reino Unido, países nos quais o mercado de genéricos
já se encontra mais maduro, a participação desses medicamentos é de,
respectivamente, 31%, 42%, 66% e 60%.
Nos EUA, mercado onde os genéricos têm
mais de 20 anos de existência, o índice é de aproximadamente 80% de
participação. Existem no mercado brasileiro medicamentos genéricos para o
tratamento de doenças do sistema cardiocirculatório, anti-infecciosos,
aparelho digestivo/metabolismo, sistema nervoso central,
anti-inflamatórios hormonais e não hormonais, dermatológicos, doenças
respiratórias, sistema urinário/sexual, oftalmológicos, antitrombose,
anemia, anti helmínticos/parasitários, oncológicos e contraceptivos, ou
seja, já é possível tratar com os medicamentos genéricos a maioria das
doenças conhecidas.
Fonte: PróGenéricos e IMS Health
Aviso a classe médica (setor de maior resistência ao genérico): A babaquice em dizer que o medicamento genérico
não tem qualidade não cola mais, já que uma grande maioria de
laboratórios farmacêuticos tem em seu portifólio o medicamento inovador
(marca) e o medicamento genérico que são produzidos em iguais condições.de qualidade , só diferindo no preço. Antonio Brandão