9.13.2013

Medicamentos Genéricos Alcançam 30% do Mercado


Os medicamentos genéricos alcançaram a inédita marca de 30% de participação de mercado. segundo a Pró Genéricos (Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos).

Em valores, as vendas das indústrias do setor somaram U$ 153 bilhões de dólares, respondendo por 30% de participação no mercado.

A presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos (PróGenéricos), Telma Salles, disse que, atualmente, os genéricos possuem uma participação de 30% no mercado em relação aos produtos de referência, e crescem aproximadamente 10,8% ao ano, movimentando aproximadamente US$ 153 bilhões (o equivalente a mais de trezentos e cinquenta bilhões de reais).
Esses números foram informados durante a palestra que a executiva fez,  nesta quinta-feira (05/09), no Centro de Estudos de Farmanguinhos.  Com o tema “Medicamentos Genéricos: Instrumento de Acesso para uma Política de Saúde Pública Inclusiva”, Telma destacou a evolução e participação desse segmento no mercado.
Apesar de ocupar significativo espaço em um nicho predominado pelos medicamentos de marca, a indústria de medicamentos genéricos ainda encontra dificuldades para se disseminar, segundo Telma. Entre alguns dos desafios citados por ela, estão a celeridade na análise, concessão e renovação de registros; a correta dispensação pelos profissionais de farmácia, que devem substituir o medicamento receitado somente por um genérico (de acordo com a legislação vigente); e a desoneração tributária.
Esta última é um dos mais preocupantes, segundo Telma. “A carga tributária dos medicamentos, atualmente, é superior a 33,9%. Criar mecanismos para a redução ou eliminação desses tributos, contribuiria para a redução dos preços e ampliação do acesso aos medicamentos”, disse.
A presidente da PróGenéricos também destacou os avanços nas políticas públicas que o atual Governo tem realizado na área de saúde, dando ênfase ao Programa Farmácia Popular do Brasil (FPB), e cujo elenco é composto por 76% de medicamentos genéricos. Para ela, isso demonstra a preocupação em ampliar o acesso desses medicamentos ao público geral.
“O programa Farmácia Popular do Brasil é um grande sucesso do Governo. As pessoas têm tido a chance de poder curar as suas doenças ou realizar os seus tratamentos graças ao programa. É um avanço. Muito já foi feito, mas é preciso aprimorar mais. Existem 441 municípios abrangidos pelo programa e o país possui cinco mil. Mas esse quantitativo tende a se expandir”, previu.
A executiva acredita que o mercado de genérico é uma importante ferramenta que pode auxiliar o país a alcançar a autossuficiência na produção de medicamentos, uma das metas do Governo.
Ao finalizar o encontro, ela falou sobre a importância do mercado nacional “brigar” por um espaço entre as multinacionais. “Temos que avançar na política de fazer saúde no Brasil. Os investimentos em medicamentos genéricos, além de ampliar o acesso, estão criando a possibilidade de as empresas gerarem inovação e  desenvolvimento da pesquisa incremental. Temos um mercado muito grande para explorar. Essa é uma ferramenta importante para avanços tanto profissionais como tecnológicos. E nós [Brasil] temos que estar no mercado”, finalizou.

MERCADO DOS MEDICAMENTOS GENÉRICOS
Pelo mundo
No mercado mundial, os Estados Unidos têm especial destaque, com vendas de genéricos da ordem de US$ 56 bilhões. Os genéricos correspondem a 60% das prescrições nos EUA e custam de 30% a 80% menos que os medicamentos de referência.
De acordo com o levantamento realizado pela ProGenéricos, os consumidores norte-americanos economizam em torno de 190 bilhões de dólares ao ano com a aquisição de medicamentos genéricos.
Autoridades na França, Espanha, Estados Unidos e em outros mercados exigiram medidas que trouxessem as versões genéricas dos produtos farmacêuticos para o mercado mais rapidamente, a fim de ajudar a deter a tendência de elevação dos preços dos medicamentos. Além disso, está previsto até 2015, o vencimento das validades de patentes de vários medicamentos de marca, disponibilizando um total de US$ 250 bilhões em vendas anuais suscetíveis à concorrência dos genéricos.

No Brasil
Disponível no mercado brasileiro desde 2001, os medicamentos genéricos já geraram aproximadamente R$ 27 bilhões em economia para os consumidores no país. Eles respondem por 27,15% das vendas em unidades no conjunto do mercado farmacêutico. Na Espanha, França, Alemanha e Reino Unido, países nos quais o mercado de genéricos já se encontra mais maduro, a participação desses medicamentos é de, respectivamente, 31%, 42%, 66% e 60%.
Nos EUA, mercado onde os genéricos têm mais de 20 anos de existência, o índice é de aproximadamente 80% de participação. Existem no mercado brasileiro medicamentos genéricos para o tratamento de doenças do sistema cardiocirculatório, anti-infecciosos, aparelho digestivo/metabolismo, sistema nervoso central, anti-inflamatórios hormonais e não hormonais, dermatológicos, doenças respiratórias, sistema urinário/sexual, oftalmológicos, antitrombose, anemia, anti helmínticos/parasitários, oncológicos e contraceptivos, ou seja, já é possível tratar com os medicamentos genéricos a maioria das doenças conhecidas.

Fonte: PróGenéricos e IMS Health

Aviso a classe médica (setor de maior resistência ao genérico): A babaquice em dizer que o medicamento genérico não tem qualidade não cola mais, já que uma grande maioria de laboratórios farmacêuticos tem em seu portifólio o medicamento inovador (marca) e o medicamento genérico que são produzidos em iguais condições.de qualidade , só diferindo no preço. Antonio Brandão

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