11.10.2012

Como usar as “aspirinas” e evitar seus riscos


Muita gente que já passou por eventos cardíacos, como um infarto, me pergunta: “vou fazer uma ps regras gerais, mas nada substitui a avaliação individual, pois cada organismo reage de diferentes formas às situações a que é submetido.
O ácido acetilsalicílico, que é o princípio ativo do medicamento cuja uma das marcas é a Aspirina, é uma substância anti-inflamatória indicada para dores de intensidade de leve a moderada. Pode ser eficaz contra a dor de cabeça, dores de dente, garganta, nas costas, menstrual, muscular, nas articulações, artrite, em febres, resfriados ou gripes. Ele inibe a formação excessiva das chamadas “substâncias mensageiras da dor”, como as prostaglandinas. Dessa forma, o organismo suporta melhor o desconforto imediato.
Mas outra característica do medicamento, aquela que nos interessa aqui neste artigo, é sua capacidade anticoagulatória, por meio da inibição da agregação plaquetária, ou seja, age para impedir a formação de coágulos sanguíneos nas artérias. Dessa forma, o medicamento não é indicado para quem tem tendência a sangramentos. Por isso a preocupação na hora de uma cirurgia, uma vez que ela provoca o que popularmente se chama de “sangue fino”, ou seja, diminui a capacidade de coagulação.
Por isso, o médico vai analisar o seu caso e determinar a melhor forma de agir. O mesmo vale para quem tem úlceras do estômago ou do intestino; mulheres no último trimestre de gravidez, quem já teve asma provocada por salicilatos ou similares e quem estiver em tratamento com metotrexato, droga utilizada contra o câncer e doenças chamadas de autoimunes, entre elas artrites reumatoide e psoriática, psoríase e dematomiosite.
Algumas substâncias podem ter seus efeitos alterados se tomadas com Aspirina e seus similares. Esses efeitos também podem ser relacionados com medicamentos tomados recentemente.
Antes de tomar o medicamento, também é necessário informar ao seu médico todas as substâncias que você ingere. Muitas vezes, as pessoas usam medicamentos ministrados por diferentes especialistas e não observam os efeitos que, associados, podem provocar no organismo.
O ácido acetilsalicílico, por exemplo, tem a capacidade de aumentar a ação de medicamentos anticoagulantes, como derivados de cumarina e heparina; assim como elevar o risco de hemorragia gastrintestinal, se for tomada com álcool ou medicamentos que contenham cortisona ou seus derivados; também de alguns medicamentos usados para baixar a taxa de açúcar no sangue, entre outros.
Por outro lado diminui a ação dos medicamentos utilizados para baixar a pressão arterial, e de certos medicamentos que aumentam a excreção de urina e de medicamentos para o tratamento da gota.
Levadas todas as advertências em consideração e sob estrita recomendação médica, o ácido acetilsalicílico é recomendado para os pacientes que tiveram um infarto do miocárdio (ataque cardíaco), angina instável, acidente vascular cerebral isquêmico (causado por um coágulo sanguíneo) ou ataque isquêmico transitório (AIT ou “pequenos AVC”). Além dessas pessoas, os estudos mostram também que o medicamento pode ser utilizado na prevenção primária, pois ajuda a evitar que esses eventos ocorram em pessoas com alto risco.
Mas, caso você suspeite que esteja tendo um ataque cardíaco ou um acidente vascular cerebral, não tente se automedicar. Procure imediatamente um serviço de emergência. Não creia que o medicamento vai aliviar a dor e você vai voltar a ficar bem. Na realidade você estará postergando a solução do problema para um momento que pode ser tarde. Se possível narre o seu problema e o profissional vai indicar a solução.
Se você estiver sofrendo um AVC, o uso do ácido acetilsalicílico pode ser um erro grave. Embora a maioria dos AVCs sejam causados por coágulos, alguns são causados pela ruptura de vasos sanguíneos. Tomar o medicamento inadvertidamente poderia agravar o sangramento.
Se você está tomando aspirina e seus similares, e precisa ser submetido a um procedimento cirúrgico simples ou extração dentária, deve informar ao cirurgião dentista a dose que você utiliza.
E para quem tem a péssima mania de se automedicar, quando, por exemplo, sente uma dor de cabeça, cuidado, pois o uso prolongado do medicamento pode causar distúrbios do sistema nervoso central. Dessa forma, ter intensificada a própria dor de cabeça, além de sofrer com tonturas, zumbidos, alterações da visão, sonolência ou anemia devido à deficiência de ferro.
Mulheres grávidas também precisam se prevenir. Nos dois primeiros trimestres da gravidez, só devem usar por recomendação médica, e nos últimos três meses está vetado, por risco de complicações para a mãe e o bebê durante o parto.
Vale lembrar que pequenas quantidades do ácido acetilsalicílico e de seus produtos de metabolismo passam para o leite materno, alerta um dos fabricantes em sua bula. Embora, afirme, que até o momento não se relatou nenhum efeito prejudicial para os bebês.
O medicamento é oferecido no mercado com diferentes marcas com o mesmo princípio ativo do Ácido Acetilsalicílico :
Ácido Acetilsalicílico (EMS); Ácido Acetilsalicílico (Greenpharma); Ácido Acetilsalicílico (Neovita). AAS (Sanofi- Synthelabo); ASSedatil (Vitapan); Aceticil (Cazi); Ácido Acetilsalicílico (Lafepe); Alidor (Aventis Pharma); Analgesin (Teuto); Antifebrin (Royton); As-Med (Medquímica); Bufferin (Bristol-MyersSquibb); Cimaas (Cimed); Cordiox (Medley); Dausmed (Usmed); Ecasil (Biolab Sanus); EMS comprimidos de Ácido Acetilsalicílico (EMS); Funed Ácido Acetilsalicílico (Funed); Furp-Ácido Acetilsalicílico (FURP); Grip-Stop (Ima); Hipotermal (Sanval); Iquego Ácido Acetilsalicílico (Iquego); Melhoral (DM); Salicetil (Brasterápica); Salicil (Ducto); Salicin (Greenpharma); Saliprin (Geolab); Salitil (cifarma); Somalgin (SigmaPharma).

Não se automedique.

Mostre, com orgulho, as algemas, José Dirceu!

A CARA DA JUSTIÇA
Raul Longo 
Dizer que a Justiça Brasileira tem duas caras seria impróprio, apesar de permitir a fuga de escroques e estupradores enquanto se faz zelosa com os que se esforçam pela construção de um país.
A Justiça Brasileira não encara o país e o mundo com cara alguma e não adianta tentar cogitar com que cara vai ficar perante os anais da história.
A Justiça Brasileira nunca poderá tomar vergonha na cara e não é pela falta de pejo, de dignidade, ou qualquer outro senso.
Pelo acinte a qualquer senso que lhe justifique a função, a Justiça Brasileira não pode sequer ser apontada como cara de pau.
Não há possibilidade de ficar ruborizada e também não faz cara de safada. Apenas reflete o policrômico poder de seus donos. A Justiça Brasileira se mija de medo de seus donos aos quais abana-se como animalzinho de corda ou de pilha.
No Brasil só se age e se comporta corretamente, de acordo com a civilidade e as leis, por decisão pessoal, por caráter próprio ou foro íntimo. Pois o que erra, o criminoso, o fraudador não tem a quem ou o que encarar.
A Justiça Brasileira não tem venda nos olhos e não há carapuça que lhe sirva.
Vejam a declaração do jornalista Raimundo Pereira no link do vídeo. Depois leiam o texto do cronista Lula Miranda e tentem imaginar que cara a Justiça Brasileira tem.
http://www.brasil247.com/pt/247/brasil/85019/Mostre-as-algemas-Z%C3%A9!.htm

Mostre as algemas, Zé!

:
Condenado, sem passaporte e prestes a ser sentenciado a uma das mais 
duras penas da história judicial brasileira, José Dirceu não tem alternativa a não ser exibir, com orgulho, as algemas preparadas por Joaquim Barbosa, assim como fez quando foi preso pelo regime militar; leia o texto inédito do poeta Lula Miranda, exclusivo para o 247
10 de Novembro de 2012 às 05:36
Por Lula Miranda
Foi o que teria dito a José Dirceu, em Setembro de 1969, um dos presos políticos naquele histórico momento de resistência à ditadura militar em que 15 prisioneiros do regime de exceção e arbítrio, que se instaurara no Brasil,  foram libertados em troca do embaixador americano – na fotografia aparecem 13, apenas uma mulher.
Exceção e arbítrio. Palavras malditas. Palavras-emblema  de tempos sombrios.
Segundo relato de Flavio Tavares, hoje jornalista e escritor, ele teria sussurrado aos companheiros na ocasião: “Vamos mostrar as algemas”. Fez isso num insight “de momento” ao notar que os presos que estavam ali perfilados, alguns agachados, como um time de futebol campeão, numa forçada pose para uma foto que viria a se tornar histórica, escondiam as algemas. E por que escondiam as algemas aqueles jovens? Talvez por vergonha. Talvez porque estivessem preocupados em como aquela imagem poderia machucar ainda mais seus familiares e parentes mais próximos. Ou talvez, simplesmente, porque já estavam por demais combalidos e abalados moral e emocionalmente para se preocuparem com aquele peculiar adereço do arbítrio. Não se sabe ao certo, tampouco importa. Mas, insistiu Tavares, naquele “insight” que, ao contrário,em vez de esconder, as exibisse.
 Mostre as algemas, Zé! Exorto-lhe nos dias que correm hoje. Dias de incipiente e vilipendiada democracia.
Na foto, podem verificar, percebe-se nitidamente o Zé Dirceu exibindo, intrépido, as malditas algemas.
Eu que não fui amigo daquele jovem idealista algemado de outrora, tampouco conheci o suposto homem “todo-poderoso” do governo; logo eu que o combati na disputa política, até com palavras duras, eu que nunca o vi mais magro,  ouso lhe fazer a mesma súplica: Mostre as algemas, José Dirceu!
Não tenha vergonha de nada; tenha orgulho. Você ainda será, por vias transversas, um preso político. Sim, orgulho! Em que pese a maledicência covarde daqueles que, assim como naqueles dias sombrios de 1969, hoje lhe apontam o dedo, xingam e condenam. São os mesmos – “imortais”, “eternos” porta-bandeiras da (falsa?) moral. Ora se são!
Mostre as algemas, Zé! 
Exiba a todos, daqui e para o resto do mundo! Mostre a todos o que se faz aqui no Brasil a homens como você, que prestaram valorosos serviços à pátria; que lutaram com destemor contra a ditadura; que ajudaram a eleger o Lula; que empenharam a sua vida e juventude no afã de mudar um pouco a feia face desse país tão injusto com seus filhos, ajudando a implantar políticas públicas que tiraram milhões da miséria e do desalento.
Mostre a p* dessas algemas, cara! Para o bem e para o mal. Para o orgulho dos amigos e  regozijo dos inimigos. 
Confesso que esperava que o julgamento do STF fosse “emblemático”, justo. Não “justo” pelo mesmo metro, critério ou “premissas” com que a imprensa insuflou e ensandeceu as galerias. Mas justo “de verdade”: que fossem condenados os culpados, aqueles que tivessem suas culpas efetivamente comprovadas. Sim,  que fosse uma firme sinalização rumo ao fim da impunidade no Brasil. Mas não foi isso exatamente o que se viu. Não foi isso que testemunhamos. Houve erro e exagero. Do Supremo. Da mídia grande em geral. Uma caricatura. Entre erros e acertos, a injustiça foi soberana.
Os ministros demonstraram-se, desgraçadamente, um tanto tíbios, vaidosos e suscetíveis à pressão e clamor da turba, de modo irresponsável manipulada e insuflada pela opinião publicada. 
Você foi condenado sem provas. Isso é fato, irretorquível. Foi condenado sem provas, repito. Foi condenado com base em  suposições e suspeitas, com bases em capciosos “artifícios” jurídicos, tais como a hoje célebre “teoria do domínio do fato”. Uma excrescência, uma espécie de “licença poética” do golpismo – com o perdão dos poetas, por aqui aproximar as palavras “poética” e “golpismo”.
Eu poderia “achar” que você era culpado. O meu vizinho poderia achar que você era culpado. O taxista poderia achar. Todo mundo poderia “achar” que Zé Dirceu era culpado. Mas um juiz, seja do Supremo ou de 1ª instância, não pode, em absoluto, “achar” que você ou qualquer outro é culpado. Isso é uma ignomínia – como você tem se cansado de dizer, reiteradas vezes, em suas manifestações. Não nos cansemos de, indignados, exclamar: uma excrescência, uma ignomínia!
Zé,mostre as algemas! Elas são o espúrio troféu que lhe ofertam os verdugos!
Nunca pensei em sair do meu país, Zé, agora já penso com carinho e desconforto nessa possibilidade. Como posso viver num país em que minhas garantias fundamentais de cidadão não são respeitadas?! 
Que país é esse?! Que Justiça é essa?!
Quebrou-se a pedra fundamental de toda nossa estruturação jurídica: a presunção da inocência. Em seu lugar colocaram a presunção da culpa. Parece piada, de mau gosto, decerto, mas não é. Como já disse antes, repito: não se é permitido fazer graça com a desgraça alheia. E sua vida foi desgraçada, Zé.
Mostre as algemas!
Veja bem, se você – insisto, reitero – um homem que tantos serviços prestou ao país, um homem respeitado por intelectuais, políticos e autoridades do mundo todo foi enxovalhado dessa maneira, submetido à execração pública pela mídia. Desonrado, chamado de “quadrilheiro”, “mensaleiro”, “ladrão”, o que fariam com um “poeta marginal” como eu? Um homem qualquer, sem galardão algum, sem cânone, sem mérito.  Parafraseando certa atriz de cenho angelical, “namoradinha” desse mesmo Brasil: tenho medo. 
Não sei que monstro o STF e a grande imprensa estão ajudando a criar. Mas uma coisa eu lhe asseguro: é assustador.
Para aqueles que, sem questionar, acham justa a sua condenação e prisão eu pergunto; para os “inocentes úteis” que aceitam sem titubear esses consensos forjados e essas verdades absolutas que a grande mídia sopra, todos os dias, em nossas consciências nos telejornais e nas manchetes dos jornais estampadas nas bancas; faço-lhes a pergunta que não quer calar: porque criminalizam e prendem somente os petistas e mais alguns “mequetrefes” da chamada “base aliada” do governo Lula? 
Por que essas práticas de sempre na política, hipocrisia à parte, agora “ilícitas” e “criminosas”, só são permitidas aos “de sempre”? Por que os sessenta e tantos investigados no chamado “mensalão mineiro” [não é tucano?!] não foram acusados/denunciados? E não serão jamais – pois para estes o crime é eleitoral; é caixa 2, já prescreveu [“Dois pesos, dois mensalões” – by Jânio de Fritas]. Já quando são petistas os agentes da ação...   é corrupção; é “golpe”; são “práticas espúrias”, “criminosas” de um partido, digo de uma “quadrilha”, em “sua sanha de se perpetuar ad eternum no poder”. Não, essas palavras não vieram da tribuna do Senado ou da Câmara dos Deputados,  não saíram da boca de algum político da oposição, mas – pasmem! –  foram proferidas por ministros do Supremo. Por ministros do Supremo, repito! Juízes na Ação Penal nº 470. Vejam a que ponto chegamos!!!
Mostre as algemas, Zé! Mostre as algemas!
Essas tais “práticas ilícitas” ou “criminosas” não deviam ser permitidas a ninguém - não é mesmo?  A Justiça não deveria ser igual para todos?!
Qual a resposta a esse singelo por quê?
Por que só os petistas são condenados, execrados  e presos? 
A resposta também é simples: para que o poder permaneça nas mãos dos "de sempre", nas mãos dos eternos “donos do poder”. As chamadas “regras do jogo”, até as bastardas, servem apenas para a parte podre das nossas elites; quando é para os “do lado de cá” aí deixa de ser “regra do jogo”, passa a ser crime; “práticas espúrias”; “compra de voto”.
Faço um singelo convite a todos: vamos pensar o país, no qual  a gente vive, um pouco além da hipocrisia, do partidarismo, do "falso moralismo" e dos "manchetismos grandiloquentes" de uma imprensa que serve aos interesses de determinada classe social e ideologia. Mais temperança e equilíbrio aos juízes Supremos e nem tão supremos assim, o  chamado “cidadão comum”. 
Não podemos nos dobrar a esse estado de coisas. Não podemos nos calar e assim sermos cúmplices e testemunhos silentes dos erros dos tribunais. Repito: o Supremo exagerou; a mídia exagerou. 
Quadrilha?! Onde? Compra de votos?! Penas de reclusão superiores a 30 anos! Há aí um nítido erro na tipificação dos crimes, nas condenações  e exagero na dosimetria das penas. O que é uma pena. Pois isso poderá até favorecer aos condenados, pois essas condenações injustas e essas penas exageradas certamente serão revistas algum dia, por esse ou por outro tribunal. Espero, sinceramente, que sejam revistas por esse mesmo colegiado, pois ali também estão homens de valor. E que essa vergonha, esse grave equívoco não se perpetue.
Nesse momento, só me resta dizer...
Mostre, com orgulho, as algemas, José Dirceu!
Lula Miranda é poeta, cronista e Economista. Foi um dos nomes da poesia marginal na Bahia na década de 1980. Publica artigos em veículos da chamada imprensa alternativa, tais como Carta Maior, Caros Amigos, Observatório da Imprensa, Fazendo Média e blogs de esquerda

Em show no Rio, Lady Gaga chora ao lado de fã e diz que Brasil 'é o futuro'!

Sob chuva intensa, cantora exibe espetáculo impecável diante de sua proposta: entreter e emocionar

Jornal do BrasilPor Pedro Willmersdorf
 O  trânsito caótico (mais do que o habitual) em diversos pontos da cidade e a chuva iminente surgiram como um prenúncio: um acontecimento apocalíptico se aproximava. Mais exatamente no Parque dos Atletas, talvez o espaço mais incrível e mal localizado para realizações de shows no Rio de Janeiro, o apocalipse, na verdade, se traduziu em nascimento. A gênese de uma nova personagem diante de um público embevecido com a sintonia da estrela-monstra que se apresentava diante de seus olhos: era noite de Lady Gaga.Sobre um séquito guiado por uma negra cavalaria, ela surgiu, às 22h20, para dar início a seu show, ao som de 'Highway Unicorn'. Da plateia, via-se, coincidentemente, um balão inflável azul, com o formato de um pequeno unicórnio que, assim como os pequenos monstros seguidores de Gaga, ali estava para dar início ao ritual, ao encontro, à fusão de emoções.
O setlist: repleto de sucessos, show de Lady Gaga priorizou o CD 'Born This Way', de 2011
O setlist: repleto de sucessos, show de Lady Gaga priorizou o CD 'Born This Way', de 2011
Como pano de fundo, um imenso castelo que mais parecia ter saído da Cidade do Samba, tamanha megalomania e 'carnavalicidade': a maternidade ideal para o surgimento da mãe-monstro que, sob a chuva que caía cada vez mais intensamente, dava sequência ao espetáculo, com 'Government Hooker' e o primeiro grande hit da noite.
"Brasil, você é o futuro", disparou, na veia, Lady Gaga, antes de incendiar a plateia já encharcada, ao som de 'Born this way', o hino da legitimidade humana da diva do pop pós-moderno. Dali em diante, estava assinada a certidão de nascimento da grande monstra, assim como a de seus rebentos, livres para seguir à frente na antológica noite.
Engrena-se então, um verdadeiro musical, com adaptações livremente artísitcas, como um Jesus negro, metalinguisticamente retirado de 'Black Jesus', com a também ecumênica 'Bloody Mary' vindo logo depois. Verdadeiros cânticos profanos de uma deusa milimetricamente construída.
O castelo: do imenso cenário surgiam todas as engrenagens do show, inclusive Lady Gaga
O castelo: do imenso cenário surgiam todas as engrenagens do show, inclusive Lady Gaga
Surge então, o momento de seu maior single: 'Bad Romance', entre juras de amor à cidade ('Te amo, Rio' tornou-se vírgula no script), foi entoada às lágrimas por vários monstrinhos diante de sua tutora que, como se tomando para si o discurso dos excluídos que tanto ama, ratifica: "Não sou um alien. Não sou uma mulher. Não sou um homem. Mas Rio, eu sou você. Dividimos as mesmas esperanças. Vim até aqui e conheci a paixão nessa cidade", confessou, visivelmente tocada pelo espírito acolhedor internacionalmente conhecido da Cidade Maravilhosa.
Em diante, 'Judas', 'Fashion of His Love', 'Just Dance', 'Love Game' e 'Telephone' foram executadas em uma bateria frenética que ressaltou a capacidade sobrenatural de Lady Gaga em criar hits eficientes, se manter como máquina competente da indústria do pop envolta pelo discurso do marketing explícito e emocional
Um dos 12 looks de Lady Gaga: a peruca rosa é utilizada em grande parte da apresentação
Um dos 12 looks de Lady Gaga: a peruca rosa é utilizada em grande parte da apresentação
Emoção, aliás, que tomou conta do prosseguimento do show, com 'Heavy Metal Lover' como trampolim para um discurso interessante: "Eu peguei um elevador, joguei futebol com aquelas crianças e posso dizer que elas são únicas", soltou Gaga, referindo-se à sua visita à comunidade do Cantagalo, antes de embarcar na letra deliciosa de 'Bad Kids', uma pequena introdução ao grande momento que se aproximava.
O encontro de uma mãe com seus filhos, quando estes estão distantes daquela, sempre é algo que emociona. E Lady Gaga, diante de seu trono marketeiro cravejado de brilhantes, sabe que este viés é útil tanto à personagem mother-monster quanto a ela, Stefani Germanotta, uma garota sensível de Nova York. E aí, neste encontro entre personagem e Stefani, é que se dá o pulo da gata: Lady Gaga convoca três monstrinhos para se sentarem a seu lado, em sua moto-teclado, para juntos cantarem 'Hair', um hino à diversidade, à autoaceitação, ao combate ao bullying. Instante em que seus filhos desabam em lágrimas, levando sua mãe à mesma reação. Choram os fãs. Chora Gaga. Sorri o público. Uma matemática perfeita para o clímax, não?
"Não tinha noção do amor que me esperava aqui. Nunca fui tão feliz quanto nesse momento. Não dizem que os sonhos se realizam? Essa é a cara de alegria por um sonho realizado. Não há preço para esse amor de vocês": palavras de Gaga, entre o protocolo, a surpresa e a gratidão, sempre presente em cada palavra que cita ao se referir a seus fãs, que, segundo a mesma, são responsáveis por permitirem a ela ser a grande estrela que sempre sonhou ser.
Ao som de 'Hair', o momento de maior emoção: choro ao lado de fãs brasileiros
Ao som de 'Hair', o momento de maior emoção: choro ao lado de fãs brasileiros
Com 'You and I' e 'Electric Chapel', ela encerra a sessão de lágrimas e se inicia uma nova fase, agora pungente, enquanto, a cada frase, Gaga cita o Brasil e o Rio, como se em momento algum quisesse perder a conexão mágica estabelecida (com muito mais espontaneidade e naturalidade do que qualquer fã inveterado poderia imaginar).
Com 'Americano', 'Poker Face', 'Alejandro', 'Paparazzi' e 'Scheibe' ela retoma o ritmo acelerado, rumo à reta final de sua apresentação, marcada por uma (a única, até então) ressalva, diante de uma performance irrepreensível, tanto estética quanto musicalmente: entre a conversa e a melodia, muitos comentavam que Gaga, até então, 'estava mais falando do que cantando'. Veio, então, o bis...
Com 'The edge of glory', a estrela da noite pôde provar que sua voz (viva e presente em todas as músicas, justiça seja feita) vai muito bem, obrigado. Uma prévia para o final apoteótico, já distante daquele nascimento comentado no início do texto.
Mais um registro de 'Hair': Gaga esteve visivelmente emocionada com a recepção impressionante que teve do público carioca
Mais um registro de 'Hair': Gaga esteve visivelmente emocionada com a recepção impressionante que teve do público carioca
'Marry the night', canção de encerramento do show, celebrou a relação intensa e inesquecível que Lady Gaga criou, durante 150 minutos de espetáculo, com seus monstrinhos cariocas. Convocando novos filhos para subirem ao palco, Lady Gaga alcançou, após um longo setlist, 12 trocas de roupas e muitas declarações de amor, o status que personagem e Stefani tanto desejavam. Lady Gaga se casou conosco. "O Rio de Janeiro é meu lugar favorito do mundo inteiro! Não se esqueçam disso", esbravejou, empolgada pelo momento único, sem conseguirmos decifrar quem falava ali: Gaga ou Stefani. Mas o que importa, não é mesmo? Todos os monstrinhos que ali estiveram são filhos de um discurso legítimo, 'de verdade', mesmo que construído. Afinal de contas, a verdade de Lady Gaga não precisa ser a mesma de Stefani. A verdade é um conceito tão subjetivo quanto a real cor de um unicórnio. Ah, e por falar em unicórnio, o que vimos curtindo o show durante todo o tempo, ao fim da apresentação, saiu voando, feliz por ter sentido de perto o carinho de sua mãe.
colunaheloisatolipan@gmail.com

O câncer não espera na fila

Há uma semana o Senado aprovou o projeto de lei que fixa um prazo máximo (60 dias) para início do tratamento de pacientes com câncer pelo SUS. Ainda falta a sanção da presidente Dilma Rousseff, que dificilmente vetaria um projeto dessa natureza.
Mas será que existe alguma chance de esse prazo ser respeitado pela rede pública? Tenho minhas dúvidas.
O tratamento do câncer é uma das áreas mais críticas do SUS. Segundo relatório do Tribunal de Contas da União, em 2010, só 34% dos pacientes de câncer conseguiram fazer radioterapia. Outros 53% demoraram muito para conseguir uma cirurgia.
O tempo médio de espera por uma quimioterapia foi de 76 dias. Apenas 35% dos pacientes foram atendidos em 30 dias, prazo que o próprio Ministério da Saúde recomenda e considerado o ideal pelos especialistas. Na radioterapia, são 113 dias de espera, em média.
Apenas 16% são atendidos no primeiro mês. Isso sem contar o tempo precioso perdido entre o cidadão perceber que tem algo errado, conseguir consulta com especialista e encontrar vaga em centro oncológico.
ESTÁGIO AVANÇADO
Essa espera faz com que muitos pacientes comecem o tratamento com o tumor em estágio mais avançado e, portanto, com menor chance de cura. Estudos mostram que enquanto em outros países os pacientes com câncer sobrevivem de 12 a 16 anos, em média, no Brasil esse tempo é reduzido para dois a quatro anos.
Diante desse cenário, fica difícil pensar que, num passe de mágica, as pessoas passarão a ser atendidas em até dois meses após o diagnóstico da doença --com medicamentos, quimioterapia, radioterapia e cirurgia.
O fato é que o país não se preparou para enfrentar a doença, que tem 500 mil novos casos por ano. Faltam leitos, equipamentos e profissionais qualificados. E não há solução a curto prazo. É preciso que se faça investimentos no desenvolvimento de uma infraestrutura que possa dar vazão à demanda, que só crescerá com o envelhecimento populacional.
Silva Junior-11.nov.11/Folhapress
Hospital do Câncer de Barretos
Hospital do Câncer de Barretos
O que acontece hoje no Estado de Rondônia (Norte) é um bom exemplo para entender o tamanho da complicação. Quase todos (97%) dos pacientes que têm câncer diagnosticado por lá viajam mais de 3.000 km para serem atendidos no Hospital de Câncer em Barretos, interior de SP, porque não existem centros especializados naquela região. Escrevi sobre isso em abril
O próprio ministro da Saúde, Alexandre Padilha, reconhece a desigualdade de acesso ao tratamento oncológico, especialmente nas regiões Norte e Nordeste, mas diz que o SUS tem ampliado o volume de recursos para tratamento contra o câncer. No ano passado, foram R$ 2,2 bilhões de investimentos --R$ 400 milhões a mais do que em 2010.
Padilha também já anunciou a compra de 80 aceleradores nucleares (ainda em processo licitatório) para a realização de radioterapia, o principal gargalo no serviço público. Mas isso, na melhor das hipóteses, só começará a funcionar em 2015.
DISPARIDADE
Enquanto isso, milhares de brasileiros vão continuar morrendo porque não tiveram a mesma sorte de pessoas como a presidente Dilma e o ex-presidente Lula de estarem em um centro oncológico de excelência, onde puderam diagnosticar e tratar seus tumores precocemente.
Há três anos, uma pesquisa feita com mulheres que tiveram câncer de mama mostrou que a sobrevida das que são tratadas no SUS é 10% menor do que aquelas acompanhadas pelos serviços privados. Entre elas, o câncer também foi diagnosticado em estágios mais avançados (36% contra 16%).
A incorporação recente da droga trastuzumabe no SUS (usada por 25% das mulheres com câncer de mama), dez anos depois de a rede privada já oferecê-la, é outro exemplo da disparidade entre os mundos da saúde pública e da privada.
Portanto, garantir o atendimento integral aos doentes oncológicos em um menor período de tempo possível é a única chance de o país reduzir as mortes evitáveis pela doença. Não há números de quantas elas seriam, mas uma coisa é certa: o câncer não espera na fila.
Avener Prado/Folhapress Cláudia Collucci

A morte por saudade

Tem sido observado em casais de idosos que, pouco tempo após a morte de um dos companheiros, o sobrevivente também morre, independentemente do país ou da cultura.
Os médicos ainda não descobriram a causa disso
 mas o escritor italiano Antonio Tabucchi, em um de seus contos, sinaliza que a morte por saudade é uma forma sutil de suicídio.
No último número do "American Journal of Epidemiology", o médico Sunil Shah observa que o aumento da mortalidade entre viúvos ou viúvas, após análise estatística de fichas médicas de 171.720 casais da Grã-Bretanha com no mínimo 60 anos de idade, não tem relação com a situação econômica ou o estado de saúde deles.
Shah destaca que a morte de um dos membros do casal idoso é a causa da morte do sobrevivente, mas não se sabe quais os mecanismos ou fatores que o levam ao óbito.
E, paradoxalmente, bom estado de saúde e elevado nível social podem aumentar o risco de mortalidade após a perda do seu companheiro.
Em outro estudo, J. Robin Mood, da Universidade Harvard, observa que a viuvez leva a um aumento de risco de mortalidade prematura, independentemente da idade ou do gênero.
Esse aumento, segundo Mood, tem sido descrito no primeiro ano após a perda do companheiro, sendo de 41% a estimativa de aumento na mortalidade nos primeiros seis meses. É o que Mood denomina de "efeito viuvez".
Julio Abramczyk Julio Abramczyk

Modelos 'plus size' podem ajudar a diminuir obsessão por magreza

Corpo

Em estudo, quanto mais as participantes eram expostas a imagens de modelos 'plus size', menos afirmavam preferir corpos muito magros

Modelo plus size
Modelo plus size: Presença dessas mulheres na mídia pode ajudar a combater obsessão por ser magra (Olga Ekaterincheva/iStockphoto/Getty Images)
A presença de modelos plus size em campanhas publicitárias pode fazer com que menos mulheres tenham obsessão por um corpo magro, concluiu uma pesquisa da Universidade de Durham, na Inglaterra. Isso ocorre, segundo o estudo, devido à 'dieta visual', ou seja, um mecanismo que faz com que as preferências de uma pessoa mudem de acordo com a exposição visual a diferentes estímulos. Portanto, quanto mais uma mulher for exposta a imagens de modelos cheinhas, menos ela vai preferir ser magra.

CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Visual Diet versus Associative Learning as Mechanisms of Change in Body Size Preferences

Onde foi divulgada: revista PLoS One

Quem fez: Lynda Boothroyd, Martin Tovée e Thomas Pollet

Instituição: Universidade de Durham, Inglaterra

Dados de amostragem: 126 mulheres de 16 a 36 anos de idade

Resultado: A exposição a imagens de modelos plus size faz com que mulheres prefiram cada vez menos os corpos mais magros, assim como ver muitas fotos de modelos magras aumenta a preferência pela magreza
Na pesquisa, 126 mulheres de 16 a 36 anos afirmaram qual o tipo de corpo elas consideravam como ideal. Depois, elas foram expostas a uma série de imagens de modelos de diferentes pesos e disseram qual era o grau de preferência que tinham por cada tipo de corpo mostrado. Segundo os resultados, publicados nesta quarta-feira na revista PLoS One, as mulheres que diziam preferir corpos mais magros no início do estudo se mostraram menos interessadas na magreza após serem expostas a imagens de modelos plus size. Por outro lado, quanto mais fotos de modelos magras elas viam mais elas diziam preferir esse tipo de corpo.
Para os autores desse estudo, os resultados apoiam de forma significativa a teoria da 'dieta visual'. "Isso realmente nos dá pistas sobre o poder que a imagem de modelos super magras exerce. Há evidências de que a magreza entre celebridades e outras personalidades da mídia contribui para que meninas e mulheres tenham uma atitude não saudável em relação a seus corpos", diz Lynda Boothroyd, que coordenou a pesquisa.
Ela explica que esses resultados podem influenciar nas imagens de advertência contra a anorexia. "Para meninas com obsessão por magreza, essas fotos de mulheres anoréxicas podem inclusive aumentar o gosto por corpos mais magros."

Terapia genética à venda a partir de 2013

Medicamento contra doença rara foi o primeiro a ser aprovado no Ocidente. Droga corrige os genes defeituosos do indivíduo com deficiência de lipoproteína lipase

RIO - A primeira droga de terapia genética aprovada no mundo ocidental será comercializada já no próximo ano. Formulado pela empresa de biotecnologia holandesa uniQure’s, a droga chamada Glybera corrige os genes defeituosos do indivíduo com deficiência de lipoproteína lipase (LPLD), uma doença extremamente rara que afeta apenas uma ou duas pessoas em cada milhão. A enfermidade impede o organismo de processar as partículas de gordura no sangue, levando à ocorrência de inflamações agudas e até fatais no pâncreas. O tratamento vai custar em torno de 1,2 milhão de euros (R$ 3,1 milhões) para cada paciente.
— As primeiras vendas de Glybera na Europa devem começar em meados de 2013 — anunciou o chefe executivo da uniQure, Joern Aldag, que informou que a companhia ainda está em busca de aprovação da droga também para América do Norte.
Há 20 anos a empresa vem desenvolvendo a fórmula, que enfrentou uma série de experimentos malsucedidos. Agora, a farmacêutica estuda a estratégia de venda, que poderá ser feita em pagamentos anuais de 250 mil euros por um período de cinco anos.
A aprovação foi recebida com entusiasmo por especialistas, que a apontaram como um marco para as tecnologias médicas. Mas ela também abre caminho para a discussão sobre o processo controverso de modificação do DNA do indivíduo. Isso porque a terapia genética tem como base a substituição de genes do paciente por outros modificados laboratorialmente, visando o combate a doenças congênitas. Aldag defendeu a conquista da empresa holandesa com vistas às novas pesquisas.
— Acreditamos que a aprovação da terapia genética da Glybera será o início de um período de rápido crescimento, parecido com o desenvolvimento do comércio do antibiótico na última década — afirmou.
Longo caminho até o sucesso
Os estudos sobre terapias genéticas surgiram nos anos 1970, mas enfrentaram vários insucessos neste período. Eles se fortaleceram somente na década de 1990, com resultados positivos dos primeiros testes clínicos contra uma doença chamada Imunodeficiência Severa Combinada (SCID). Em 2003, a China aprovou a terapia genética em seu país.
Hoje, no Ocidente, muitos laboratórios analisam as possibilidades da terapia genética. O uniQure, por exemplo, também estuda o comportamento dos genes da hemofilia e da doença de Parkinson. Até agora, no entanto, os sucessos das terapias foram limitados a desordens causadas por um único gene, ao contrário da maioria das doenças, que são mais complexas e relacionadas a um grande número de genes.


Tratamento de mieloma múltiplo

Fundação internacional que  avalia os tratamentos disponíveis em mais de 80 países diz que medicamento de última geração ainda não foi aprovada pela Anvisa

RIO - O tratamento adequado de mieloma múltiplo no Brasil sofre com o atraso. É o que denuncia a International Myeolma Foundation (IMF). Durante o Congresso da Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular, realizado no Rio ontem, a entidade chamou a atenção para o fato de 80 países (a maioria dos Estados Unidos e da Europa) já possuírem três opções de remédio de nova geração para garantir uma sobrevida maior ao paciente. Destas, o governo federal aprovou duas, mas o Sistema Único de Saúde (SUS) recebe apenas uma.
As drogas autorizadas são a talidomida e o bortezomibe. A primeira, porém, é a mais facilmente encontrada no sistema público, pelo preço mais barato. A lenalidomida, porém, foi reprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A medicação, segundo Paul Richardson, professor associado da Escola de Medicina de Harvard, é considerada uma das mais promissoras no tratamento da doença. O especialista esteve no congresso.
— A doença sempre vai retornar. É neste momento que ela se mostra importante. É eficaz, também, para os mais velhos. O transplante de medula serve mais para os jovens. A droga pode beneficiar ambos. O tempo de vida médio de um paciente é de três a quatro anos. A lenalidomida pode ampliar o tempo para até 10 anos — garante.
Atualmente, os pacientes de mieloma múltiplo no Brasil só conseguem o rempedio através de medidas judiciais. A doença afeta a produção de glóbulos vermelhos e compromete o funcionamento normal do sistema de defesa do organismo por ser um tipo de câncer que tem origem no plasmócito, uma célula que integra a defesa contra as infecções. É um mal sem cura.
O objetivo dos novos medicamentos já liberados em outras nações é garantir uma maior sobrevida, principalmente nos momentos das recidivas, quando a estratégia terapêutica precisa ser trocada. No Brasil, segundo a IMF, são aproximadamente 23 mil pacientes, diagnositicados geralmente entre 65 e 70 anos.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informa que reprovou a droga, quando ela foi submetida a processo em 2010, por concluir que os estudos apresentados foram insuficientes para provar a eficácia. Ainda segundo o órgão, a empresa que produz o medicamento não soube explicar de maneira adequada quais os efeitos colaterais da droga.

O globo

Pernas Perfeitas

Após 12 anos de pesquisas, cirurgião plástico marroquino define o padrão estético ideal; no Brasil, só as modelos se encaixam neste perfil



Exceção. Entre as brasileiras, só pernas como as da modelo Gisele Bündchen são consideradas perfeitas
Foto: Divulgação

Exceção. Entre as brasileiras, só pernas como as da modelo Gisele Bündchen são consideradas perfeitas Divulgação
RIO - Uma perna perfeita deve ter o osso reto em continuidade com a coxa, distribuição similar de curvas e progressão, do joelho ao tornozelo. Panturrilhas precisam de uma curva convexa pequena, mas bem definida, e de uma pequena curva côncava descendo até o tornozelo. Tudo isso torna as pernas atraentes por combinar força e fragilidade, segundo o cirurgião plástico marroquino Fahd Benslimane, que na semana passada divulgou seu estudo de 12 anos em uma revista científica especializada no assunto. Por esta definição, as brasileiras médias de coxas grossas não chegam nem perto de ter pernas bonitas. A não ser, é claro, as que já têm tudo na mais perfeita ordem, como Gisele Bündchen e outras supermodelos.
O cálculo da perfeição
— O Brasil é meu segundo país, um lugar que eu amo, não quero dizer uma coisa que vá ser mal interpretada — diz Benslimane, cheio de rodeios.
O cirurgião morou aqui durante sua especialização com o mestre Ivo Pitanguy e, entre outras coisas, planeja levar para Casablanca o modelo carioca de carnaval de rua. Com um pouco de insistência, no entanto, o olhar estético fala mais alto.
— Eu quis definir um modelo de beleza do século XXI, e na relação entre coxa e pernas falta proporcionalidade à brasileira, as coxas são muito grossas — define o cirurgião, que tomou como referência pernas de modelos, dançarinas de cabarés como o Crazy Horse e o Moulin Rouge, bonecas Barbie e até do jogador Ronaldo. Sim, o fenômeno.
Segundo a cirurgiã plástica Bárbara Machado, chefe da equipe médica da Clínica Ivo Pitanguy, há muito tempo a cirurgia estética tenta enquadrar rostos em cálculos de proporções divinas, porque imagina-se que a natureza esteja baseada em leis numéricas. Mas os padrões dos seres humanos não são únicos, principalmente no Brasil, com tanta miscigenação.
— Quando se impõe um modelo que não é o nosso vira uma ditadura da beleza, ainda mais com essa perna muito mais longilínea — observa Bárbara, ressaltando que o Sul do país, de onde saem a maior parte das nossas modelos internacionais, não reflete a mistura de raças tão característica do Brasil. — Benslimane acerta quando define a panturrilha e as proporções de uma perna longilínea e torneada, sem ser fina demais. Mas é difícil com cirurgia plástica obter o que ele propõe.
A médica elege a lipoescultura (retirada de gordura de uma parte do corpo e colocação em outra) como solução para remodelar a silhueta das pernas, além das próteses de panturrilha e de face interna da coxa “bem colocadas” para ganhar volume.
— As pernas não são uma preocupação imediata da mulher e só aparecem como queixa após a menopausa, a não ser que haja uma atrofia de panturrilha, muito comum no Norte e no Nordeste do país. Por causa da vascularização é preciso ter cuidado com lipoaspiração no tornozelo — alerta.
O cirurgião plástico Marcelo Moreira, preceptor da residência na especialidade do Hospital dos Servidores do Estado do Rio acredita que o padrão descrito no estudo fica bonito em fotos, não no dia a dia, além de ser um ideal diferente da realidade latina.
— Para ter essa perna só nascendo com ela, mas o homem não gosta disso não, hein? — adverte Moreira.
Ele aponta técnicas de redução de culote, joelho e face interna da coxa como solução para quem tem muito volume. E garante que a pele retrai, sem flacidez, já que este é um tipo de cirurgia procurado por mulheres mais jovens.
— A chave da harmonia é a combinação entre perna e quadril: não dá pra ter quadril largo e pernas muito finas ou o contrário, não combina. E acho que cada paciente é de um jeito, não dá pra ter um modelo único.
Alguns exercícios como corrida e agachamento também podem ajudar a melhorar o aspecto das pernas, como explica o ortopedista Fabrício Limeira, especializado em medicina do esporte.
— Em um treino visando aumento da musculatura não poderá faltar o agachamento com ou sem peso, mas uma corredora de rua poderá também definir a musculatura e melhorar a performance através de tiros de curta distância ou treinos em aclives
O Globo

Terapias hormonais sem evidências científicas e com risco do tratamento é vetada pelo CFM


O argumento da resolução é que faltam evidências científicas sobre os benefícios e riscos das terapias
Foto: Salvador Scofano/05-07-2008



Faltam evidências científicas sobre os benefícios e riscos das terapias
RIO - O uso de terapias hormonais com o objetivo de retardar, modular ou prevenir o processo de envelhecimento se transformou em polêmica quando o Conselho Federal de Medicina (CFM) aprovou, em outubro, uma resolução (nº1999/2012) que veta o tratamento. No início da semana, a Sociedade Brasileira para Estudos da Fisiologia (Sobraf) entregou ao órgão uma carta-protesto, com mais de cem assinaturas, que acusa o órgão de extrapolar as competências legais por julgar trabalhos científicos de prática médica.
O argumento da resolução é que faltam evidências científicas sobre os benefícios e riscos das terapias. A resolução permite apenas a reposição de deficiências hormonais e de outros elementos em casos de necessidade comprovada. Segundo o documento entregue pela Sobraf, os argumentos do órgão "são severamente incorretos e distorcidos da realidade, posto que estão fundamentados em omissão de farta base de evidências científicas disponibilizadas".
Para o ginecologista Ítalo Rachid, presidente da Sobraf, a decisão proíbe a liberdade de escolha e de expressão do médico na relação com o paciente e ignora trabalhos científicos que demonstram e, segundo ele, comprovam o papel dos hormônios na promoção de qualidade de vida.
— A gravidade desse julgamento e os prejuízos potenciais que venham a causar danos à saúde humana é tamanha que atuamos nas esferas médicas e jurídicas no sentido de salvaguardar e garantir os direitos dos seus associados de praticar medicina e dos cidadãos brasileiros escolherem livremente, além do modelo de medicina que desejam para as suas vidas.
O Conselho Federal de Medicina foi procurado mas, até o fechamento da matéria, não se pronunciou.
O Globo

Exercícios físicos aumentam a expectativa de vida

Segundo pesquisadores, mesmo atividades modestas geram benefícios, independentemente do peso da pessoa. Caminhadas de 75 minutos por semana acrescentam 1,8 ano de vida



Foram analisadas 650 mil pessoas em um período de 10 anos
Foto: Pedro Kirilos/16-10-2012

Foram analisadas 650 mil pessoas em um período de 10 anos Pedro Kirilos/16-10-2012
RIO - Estar ativo fisicamente aumenta o tempo de vida. A descoberta é do hospital Brigham and Women de Boston, nos Estados Unidos. Pesquisadores do local conseguiram quantificar quantos anos podem ser ganhos através de exercícios em diferentes intensidades.
Caminhadas de 75 minutos por semana já acrescentam 1,8 ano de vida na expectativa. Já 150 minutos por semana geram 3,4 anos a mais. Por sua vez, 450 minutos representam 4,5 anos.
— Mesmo atividades mínimas podem ser associadas ao aumento de longevidade. Isso independe do peso da pessoa. Ela pode ser magra, acima do peso ou obesa — diz I-Min Lee, um dos autores do estudo.
Foram analisadas 650 mil pessoas em um período de 10 anos. No período, houve 82 mil mortes. A grande quantidade de voluntários tornou possível o estudo de pessoas com mais de 40 anos com diferentes perfis, seja de atividade física ou de peso.
— A descoberta reforça a retórica que defende uma vida fisicamente ativa. O estudo pode convencer algumas pessoas que mesmo atividades modestas podem melhorar a longevidade — argumenta o pesquisador Steven C. Moore, que também participou das pesquisas.
o.

11.09.2012

Saúde quer testar HIV, hepatite e sífilis em 500 mil pessoas em dez dias

Ação vai ocorrer em todo o país entre 22 de novembro e 1º de dezembro.
Governo estima que ao menos 250 mil brasileiros tenham HIV sem saber.

Do G1, em São Paulo

Fique sabendo (Foto: Ministério da Saúde/Divulgação)Governo quer atingir 500 mil pessoas em dez dias
de campanha (Foto: Ministério da Saúde/Divulgação)
O Ministério da Saúde planeja testar 500 mil pessoas em todo o país, durante dez dias, para saber se elas são portadoras do vírus HIV, de hepatites ou sífilis.
Segundo a pasta, é o teste mais abrangente dessas doenças realizado no país e que antecede as iniciativas que marcam o Dia Mundial de Luta contra a Aids, em 1º de dezembro.
Entre 22 de novembro e 1º de dezembro, a rede pública vai oferecer exames rápidos nos postos de saúde e em unidades móveis.
Cada estado vai definir seu plano de ação e encaminhá-lo ao governo até o dia 20.
O teste é feito com uma única gota de sangue, e o resultado sai em meia hora, de forma sigilosa. Se der positivo, a pessoa recebe aconselhamento médico.
O ministério estima que pelo menos 250 mil brasileiros vivam atualmente com o HIV sem saber. Com o diagnóstico em mãos, o indivíduo pode procurar acompanhamento clínico e acesso a medicamentos antirretrovirais, que ajudam a aumentar a qualidade e a expectativa de vida do paciente.
Entre 2005 e 2011, o número de exames rápidos feitos no país aumentou de 528 mil para 2,3 milhões, pelo programa "Fique Sabendo". Só este ano, de janeiro a setembro, foram distribuídas 2,1 milhões de unidades, e a expectativa do governo é encerrar 2012 com uma remessa de 2,9 milhões de testes só para detectar o vírus da Aids.
Desde 2008, o exame é produzido no Brasil, pelo Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), e pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES).

Luva que promete ajudar detecção de câncer de mama causa polêmica


Produto britânico BE gLOVE garante ser tão efetivo quanto mamografia.
Médico diz que autoexame não substitui exame clínico nem de imagem.

Do G1, em São Paulo

Luva (Foto: BE gLOVE/Divulgação) 
Luva BE gLOVE é vendida em site britânico por
pouco mais de R$ 80 (Foto: BE gLOVE/Divulgação)
Uma luva criada no Reino Unido para ajudar as mulheres a detectarem precocemente o câncer de mama tem causado polêmica ao prometer ser tão efetiva quanto uma mamografia. Apesar disso, a marca afirma em seu site que o produto não deve substituir um exame médico regular.
No endereço eletrônico da empresa, sediada na cidade inglesa de Bracknell, no condado de Berkshire, a luva BE gLOVE (um trocadilho com as palavras "luva" e "amor", em inglês) é descrita como "altamente sensível durante o autoexame, ampliando a sensibilidade do toque em 15 vezes, o que ajuda na detecção de nódulos mamários".
Ainda segundo a marca, que se baseou em um estudo com 130 mulheres publicado na revista "Journal of Plastic Dermatology", o produto – feito de poliuretano, produzido na Itália e vendido a pouco mais de R$ 80 – é capaz de identificar até o menor caroço em estágio inicial, o que aumenta a possibilidade de tratamento e as taxas de sobrevivência.
Luva (Foto: YouTube/Reprodução)Vídeo feito pela empresa mostra como usar a luva no autoexame de mama (Foto: YouTube/Reprodução)
De acordo com a pesquisa, as pacientes que usaram essa luva ultrafina durante o autoexame puderam detectar 100% dos nódulos nos seios, enquanto as que se apalparam só com os dedos perceberam metade deles.
O site diz também que a BE gLOVE é antialérgica e poderia ser usada por até dois anos. Mas faz questão de frisar que as mulheres precisam ter o hábito de realizar o autoexame todo mês e, a qualquer sinal de nódulo, devem procurar um médico imediatamente.
Críticas
Uma das gerentes da Campanha contra o Câncer de Mama no Reino Unido, Mia Rosenblatt, afirmou esta semana ao site do jornal "Daily Mail" que "a prova de que dispositivos dessa natureza podem melhorar a detecção de tumores de mama é muito limitada, por isso pedimos que as mulheres não usem ferramentas como essa luva como um substituto das mamografias. Incentivamos todas as mulheres a examinar seus seios regularmente, saber o que é normal e discutir qualquer preocupação com seu médico".
Luva (Foto: YouTube/Reprodução)Produto promete sensibilidade 15 vezes maior, mas recebe críticas médicas (Foto: YouTube/Reprodução)
Na opinião do ginecologista José Bento de Souza, o estudo foi feito com poucas pacientes, e o perigo do autoexame é que as mulheres comecem a trocar o exame clínico e a mamografia por ele.
"O risco é de a paciente achar que está tudo em ordem e não ir ao médico. No autoexame, é possível sentir nódulos de 1,5 a 2 cm. Já a mamografia detecta alterações muito menores, até sem caroço – apenas microcalcificações que já são o início de um câncer de mama", explica.
Por outro lado, José Bento diz que uma luva poderia ser um fator a mais para ajudar no diagnóstico de eventuais problemas, principalmente pelo fato de a mulher ter algo em casa que a ajude a lembrá-la.
Mas, de acordo com o ginecologista, o produto seria apenas um "coadjuvante", que não substitui a ida ao médico, os exames clínicos e de imagem, nem a prevenção primária à doença, como manter uma boa alimentação, praticar atividade física, estar dentro do peso ideal, evitar bebida alcoólica e cigarro, e de preferência ter filhos e amamentar, pois o estímulo das glândulas mamárias no aleitamento também ajudaria a prevenir doenças.

TANIA NO INCQS

Recepcção calorosa no INCQS. Entre os compromissos assumidos, a Integralidade da Fiocruz com fortalecimento do papel do INCQS na interlocução com Anvisa, e o respeito as ações de pesquisa e ensino neste Instituto. Valorização dos trabalhadores, com olhar especial aos técnicos e tecnologistas.
Recepcção calorosa no INCQS. Entre os compromissos assumidos, a Integralidade da Fiocruz com fortalecimento do papel do INCQS na interlocução com Anvisa, e o respeito as ações de pesquisa e ensino neste Instituto. Valorização dos trabalhadores, com olhar especial aos técnicos e tecnologistas.

MILAGRE



Uma garotinha foi para o quarto e pegou um vidro de geléia que estava escondido no armário e derramou todas as moedas no chão.

Contou uma por uma, com muito cuidado, três vezes. O total precisava estar exatamente correto. Não havia chance para erros.

Colocando as moedas de volta no vidro e tampando-o bem, saiu pela porta dos fundos em direção à farmácia Rexall, cuja placa acima da porta tinha o rosto de um índio.

Esperou com paciência o farmacêutico lhe dirigir a palavra, mas ele estava ocupado demais. A garotinha ficou arrastando os pés para chamar atenção, mas nada. Pigarreou, fazendo o som mais enojante possível, mas não adiantou nada. Por fim tirou uma moeda de 25 centavos do frasco e bateu com ela no vidro do balcão. E funcionou!


- O que você quer? - perguntou o farmacêutico irritado. - Estou conversando com o meu irmão de Chicago que não vejo há anos -, explicou ele sem esperar uma resposta.


- Bem, eu queria falar com o senhor sobre o meu irmão -, respondeu Tess no mesmo tom irritado. - Ele está muito, muito doente mesmo, e eu quero comprar um milagre.


- Desculpe, não entendi. - disse o farmacêutico.


- O nome dele é Andrew. Tem um caroço muito ruim crescendo dentro da cabeça dele e o meu pai diz que ele precisa de um milagre. Então eu queria saber quanto custa um milagre.


-
Garotinha, aqui nós não vendemos milagres. Sinto muito, mas não posso ajudá-la. - explicou o farmacêutico num tom mais compreensivo.

- Eu tenho dinheiro. Se não for suficiente vou buscar o resto. O senhor só precisa me dizer quanto custa.


O irmão do farmacêutico, um senhor bem aparentado, abaixou-se um pouco para perguntar à menininha de que tipo de milagre o irmão dela precisava.


- Não sei. Só sei que ele está muito doente e a minha mãe disse que ele precisa de uma operação, mas o meu pai não tem condições de pagar, então eu queria usar o meu dinheiro.


- Quanto você tem? - perguntou o senhor da cidade grande.


- Um dólar e onze cêntimos -, respondeu a garotinha bem baixinho. - E não tenho mais nada. Mas posso arranjar mais se for preciso.


- Mas que coincidência! - disse o homem sorrindo. - Um dólar e onze cêntimos! O preço exato de um milagre para irmãozinhos!


Pegando o dinheiro com uma das mãos e segurando com a outra a mão da menininha, ele disse:

- Mostre-me onde você mora, porque quero ver o seu irmão e conhecer os seus pais. Vamos ver se tenho o tipo de milagre que você precisa..

Aquele senhor elegante era o Dr. Carlton Armstrong, um neurocirurgião. A cirurgia foi feita sem ônus para a família, e depois de pouco tempo Andrew teve alta e voltou para casa.


Os pais estavam conversando alegremente sobre todos os acontecimentos que os levaram àquele ponto, quando a mãe disse em voz baixa:


- Aquela operação foi um milagre. Quanto será que custaria?


A garotinha sorriu, pois sabia exatamente o preço: um dólar e onze cêntimos! - Mais a fé de uma
criancinha.

Em nossas vidas, nunca sabemos quantos milagres precisaremos.


Um milagre não é o adiamento de uma lei natural, mas a operação de uma lei superior. Sei que você vai passar esta bola pra frente!

Deus tem um milagre para você!!!!!

Ativistas pedem que Malala seja indicada ao Prêmio Nobel da Paz

Jovem de 15 anos continua a ter tratada em um hospital no Reino Unido

Com agências internacionais

Malala Yousufzai continua a se recuperar no hospital Queen Elizabeth, em Birmingham
Foto: HANDOUT / REUTERS
Malala Yousufzai continua a se recuperar no hospital Queen Elizabeth, em Birmingham HANDOUT / REUTERS
LONDRES - Mais de 30 mil ativistas britânicos assinaram uma petição no Reino Unido como parte de um esforço internacional para que a menina Malala Yousufzai, que foi alvo de uma tentativa de assassinato do grupo extremista Talibã, seja indicada ao Prêmio Nobel da Paz. No Canadá, o site change.org também iniciou uma campanha similar, na qual milhares de pessoas também assinaram um pedido pela indicação da jovem.
Um grupo feminista do Reino Unido, liderado por uma cidadã britânica e paquistanesa, divulgou um comunicado nesta sexta-feira mostrando números preliminares da petição e exortando o primeiro-ministro David Cameron e outras autoridades a nomear Malala para concorrer ao prêmio.
- Malala não só representa uma jovem. Ela fala por todas que são negadas a terem educação somente por uma questão de gênero - diz a líder da campanha britânica.
Segundo as regras do Comitê do Prêmio Nobel, somente membros de assembleias nacionais e de governos podem fazer nomeações. A menina de 15 anos está sendo tratada no Hospital Queen Elizabeth, na cidade de Birmingham, no Reino Unido. Ela foi atacada em 9 de outubro por membros do grupo extremista Talibã que tentaram matá-la quando a jovem seguia para sua escola no Paquistão. Malala levou um tiro na cabeça e ficou em estado grave, tendo que ser transferida para fora do país.
O ataque à jovem gerou uma onda de comoção internacional. Malala era conhecida por escrever em um blog sobre a repressão a meninas em seu vilarejo no vale de Swat, no Paquistão. Durante a dominação do Talibã na região, as jovens eram proibidas de estudar e até a cor das roupas e do lenço que iriam utilizar era controlada.
Nesta sexta-feira, o hospital onde Malala está sendo tratada divulgou fotos da menina brincando com um ursinho e lendo um livro. O pai da jovem e sua família foram com ela para Birmingham, onde há uma grande comunidade paquistanesa.

Estudo analisa formação de memória de curto, médio e longo prazos

Autores avaliaram neurônios de lesma que vive no mar da Califórnia.
Duas principais moléculas estão envolvidas nesse processo cerebral.

Do G1, em São Paulo

Neurocientistas americanos afirmam em estudo que identificaram os processos cerebrais responsáveis por "quando" e "onde" se formam as memórias de curto, médio e longo prazos. Os resultados da pesquisa das universidades de Nova York e da Califórnia no campus de Irvine estão publicados na edição desta segunda-feira (15) da revista "Proceedings", da Academia Nacional de Ciências dos EUA.
Os autores analisaram os neurônios da espécie de lesma Aplysia californica, que vive no mar da Califória. O animal é um bom modelo para esse tipo de estudo porque suas células neurais são bem grandes – de 10 a 15 vezes maiores que as de organismos superiores, como os vertebrados – e se parecem com as dos mamíferos. Além disso, a lesma tem uma rede de neurônios relativamente pequena, o que permite um exame rápido de sinalização das moléculas envolvidas na criação da memória.
Foram analisadas duas moléculas principais, chamadas MAPK e PKA. Em pesquisas anteriores, cientistas já haviam descoberto diferentes aspectos de sinalização molecular para a criação da memória, e essas moléculas se mostraram envolvidas em várias formas de lembranças e plasticidade sináptica, que é a capacidade de rearranjo dos neurônios após uma lesão, por exemplo. Apesar disso, pouco se sabia sobre como e onde essas moléculas interagiam e quando exatamente eram ativadas durante esse processo.
Em memórias de médio (referente a horas) e longo prazos (associada a dias), tanto a MAPK quanto a PKA são ativadas. Já em lembranças de curta duração, ou seja, de menos de 30 minutos, apenas a PKA é acionada.
Segundo o principal autor do trabalho, Thomas Carew, professor do Centro de Ciência Neural e reitor da Faculdade de Artes e Ciências da Universidade de Nova York, a formação da memória não é simplesmente uma questão de ligar e desligar moléculas. Pelo contrário, ela resulta de uma complexa relação temporal e espacial entre a MAPK e a PKA.
A descoberta, segundo a equipe, oferece uma nova compreensão sobre a arquitetura molecular envolvida na construção da memória e, consequentemente, um melhor "roteiro" para o desenvolvimento de terapias contra doenças degenerativas que atingem essa região, como o mal de Alzheimer.

Estudo afirma que dopamina melhora memória de longo prazo

Efeito de hormônio sobre cérebro de idosos foi pesquisado por alemães.
Substância está relacionada com sensação de prazer.

Do G1, em São Paulo
Cientistas alemães descobriram que a dopamina, substância ligada à sensação de prazer e bem-estar no cérebro, está também relacionada à memória de longo prazo. A pesquisa foi publicada na revista "Journal of Neuroscience".
Os resultados são da equipe do Centro Alemão de Doenças Degenerativas (DZNE) e da Universidade de Magdeburg, que analisaram pessoas entre 65 e 75 anos cuja tarefa era ver fotos de paisagens e lugares fechados. Depois de duas e seis horas, os voluntários reviram as imagens e passaram por exames de ressonância magnética.
Segundo os pesquisadores, liderados pelo neurocientista Emrah Düzel, as pessoas que receberam esse "hormônio do prazer", - que também funciona como um neurotransmissor, para a comunicação entre neurônios e músculos -, tiveram um melhor desempenho nos testes de memória que o grupo que tomou placebo, ou seja, comprimidos sem nenhum princípio ativo.
Os autores destacam que o trabalho pode ajudar a entender como as lembranças de longa duração se formam e por que a memória se perde rapidamente após o início do mal de Alzheimer, que poderia se beneficiar com novos tratamentos no futuro. A falta de dopamina também pode ter implicações em sintomas de doenças como Parkinson.
Idosas (Foto: Sergei Supinsky/AFP)Memória a longo prazo em idosos está ligada à presença do hormônio dopamina (Foto: Sergei Supinsky/AFP)
De acordo com os cientistas, ao provocar uma "enxurrada" de satisfação no cérebro, a dopamina fica ligada a eventos gratificantes, que tendem a ser lembrados por um longo tempo.
Outros trabalhos já haviam analisado essa relação, mas é a primeira vez que uma equipe a confirma em pessoas mais velhas, especificamente no que se refere à "memória episódica", relacionada a situações autobiográficas lembradas conscientemente – e a primeira área atingida em casos de demência.
Memória (Foto: Arte/G1)

Preços nas farmácias podem variar quase 70% no mesmo bairro no Rio


Levantamento feito na Tijuca, Centro, Leblon e Copacabana mostra que disparidade de preços vale tanto para medicamentos como para produtos de higiene e perfumaria

RIO — Um simples ato, como atravessar a rua ou dobrar a esquina, pode render ao consumidor uma compra bem mais barata nas farmácias do Rio. Levantamento de O GLOBO realizado no dia 7 de novembro constatou diferenças de preços de quase 70%, em estabelecimentos situados no mesmo quarteirão.
Ao todo, são 1.631 drogarias e farmácias na cidade, segundo dados do Conselho Regional de Farmácias do Estado do Rio de Janeiro (CRF-RJ). A reportagem percorreu 12 lojas na Tijuca, Centro, Leblon e Copacabana e concluiu: para gastar menos, o consumidor precisa pesquisar muito. A mesma farmácia pode ter preço maior para um produto e cobrar bem menos por outro.
Na Rua Ataulfo de Paiva, no Leblon, o energético Targifor C, com 16 comprimidos, tem o valor de R$ 35,25 na Droga Raia (número 341), quase 60% mais caro que na Pacheco (número 319), onde o preço cai para R$ 22,45. O polivitamínico Centrum de 130 comprimidos custa R$ 135 na Droga Raia. Na Farmalife (número 285) o preço sobe para R$ 157,60, quase 16,7% a mais.
A matemática também funciona em outros bairros da cidade. Uma caixa com 30 adesivos de cinco centímetros de Exelon, medicamento usado para Alzeimer e um dos mais caros do mercado, pode sofrer uma variação significativa no preço. Na farmácia Venâncio, na rua General Roca, 836, na Tijuca, o produto custa R$ 329,89, enquanto, a poucos metros dali, na Drogasmil, vale R$ 442 ou 34% mais.
Localizada na mesma rua, no número 932, a Drogasmil também cobra mais caro pelo Xenical com 84 cápsulas. O produto usado para eliminar gordura custa R$ 339,62 na loja. Já na Venâncio, vale R$ 267,99, isto é, uma diferença de 26,7 %. O Claritin de seis comprimidos custa R$ 11,95 na Venâncio da Tijuca e R$ 14,21 na Drogaria São Paulo (também na rua General Roca, 818), diferença de mais de 20%.
O Ministério da Saúde estipula o preço máximo de um medicamento. O mercado, no entanto, pratica preços inferiores ao valor máximo, segundo o presidente do CRF-RJ, Paulo Oracy Azeredo.
— Há uma grande variedade de preços nos estabelecimentos, seja de rede ou de varejo. A concorrência é muito forte e cada loja tem a sua estratégia de venda. Não se pode dizer que uma farmácia é mais barata que todas. Pode estar mais barata no momento e logo depois mudar. Não é cultura do povo acompanhar a evolução dos preço dos produtos — afirmou.
Seguindo a tendência dos medicamentos, os valores cobrados por produtos de higiene e perfumaria também oscilam. Um Sundown fator 30, de 250 ml, custa R$ 28,05 na Farmalife e R$ 34,49 na Pacheco, ambos no Leblon, cerca de 23% a mais.
— Os cosméticos não têm preços tabelados pelo governo, então variam muito nas farmácias e até em supermercados — explicou Azeredo.
Em Copacabana o cenário é semelhante. Na drogaria Rio Farma, número 500 da Nossa Senhora de Copacabana, a principal rua de comércio do bairro, o Colgate Luminous White custa R$ 3,49, o condicionador Seda CoCriações R$ 5,49 e a fralda da Turma da Mônica soft touch, P, com 28 unidades, R$ 16,49.
Do outro lado da rua, os preços da farmácia Pague Menos, localizada no número 479 da Nossa Senhora de Copacabana, são, ironicamente, mais caros. Os mesmos produtos pesquisados na Rio Farma custam R$ 5,85 (quase 67% a mais), R$ 8,99 (63% superior) e R$ 21,29 (29%), respectivamente.
No Centro da cidade a lógica se repete. Na Drogaria Nações, na Rua Rosário, 131, a pomada Hipoglós de 45g custa R$ 7,78, com 90g vale R$ 11,98 e a de 135g, R$ 16,58 . Na Pacheco da rua Uruguaiana, número 2729, os valores sobem para R$ 9,49, R$ 15,25 e R$ 18,65.
Nesta última loja, o papel higiênico Neve com quatro unidades vale R$ 6,09, cerca de 35% acima do preço cobrado na Drogaria Cristal, na Rosário, número 147, cujo valor do produto cai para R$ 4,49.
Na drogaria Nações, o shampoo Pantene, 200 ml, custa R$ 5,55 e o desodorante Dove, 170ml, R$ 10,25. Os mesmos produtos custam R$ 7,99, na Pacheco, e R$ 12,29 na Venâncio da rua Quitanda, número 89.