Novos testes indicam defeitos genéticos e de metabolismo em tempo recorde e identificam sinais precoces de doenças
Monique OliveiraA segunda novidade foi divulgada por pesquisadores do Institute of Cancer Research, da Inglaterra. Em um artigo publicado na revista “The Lancet Oncology”, eles descreveram um exame por meio do qual é possível conhecer o grau de agressividade do câncer de próstata após análise de suas características genéticas. Como o teste para os recém-nascidos, o exame criado pelos ingleses também irá auxiliar os médicos a adotar tratamentos mais individualizados, de acordo com o perfil do tumor de cada paciente.
Profundidade semelhante também pode ser obtida por meio do teste criado pelo bioquímico brasileiro Alexandre Cosendey e apresentado no 39º Congresso Brasileiro de Análises Clínicas. O exame faz uma análise do conjunto de reações químicas desencadeadas dentro do organismo. Com uma amostra de sangue, ele aponta o nível de estresse a que as células estão submetidas, indicando o surgimento de possíveis problemas logo mais à frente. “As células estão sob forte demanda o tempo todo”, explica Cosendey. “Em uma situação-limite, suas membranas se rompem e algumas substâncias podem vazar, indicando um desequilíbrio”, completa. O atleta amador Diogo Menegaz, 39 anos, fez a análise. “Sentia-me exausto o tempo todo e não conseguia entender a razão”, diz. “Com o exame, descobri que algumas vitaminas, apesar de estarem em níveis altos, não estavam sendo bem aproveitadas pelas células. Voltei a ganhar disposição”, conta.
Foi por meio do exame que Patrícia Zylbergeld, 30 anos, descobriu que estava no início de um hipotireoidismo. “O exame de sangue tinha identificado uma alteração hormonal pequena”, diz. “Mas a termometria indicou que havia mesmo uma atividade maior na região”, lembra. O exame também pode ser usado no diagnóstico precoce de câncer de mama. Nesse caso, a inflamação indica crescimento de vasos sanguíneos na região, o que sugere a formação de uma rede vascular para alimentar um futuro tumor. “É possível analisar a área antes de qualquer alteração anatômica”, afirma Brioschi.
O objetivo de outras inovações é aumentar o conforto do paciente. Nesta categoria, uma das opções é o Accuvein. Por meio da emissão de luz infravermelha, o exame auxilia na visualização de veias. “O teste facilita a aplicação de medicamentos em crianças e obesos, por exemplo”, diz a enfermeira Célia de Fátima Moraes, de São Paulo, que usa o aparelho.
Para o futuro, uma das promessas é um kit capaz de identificar a probabilidade de uma pessoa vir a ser hipertensa. Ele está em desenvolvimento pela Sociedade Brasileira de Hipertensão, a partir de um estudo comandado pela nefrologista Dulce Elena Casarini, da Universidade Federal de São Paulo. “Descobrimos a existência de uma enzima que indica a instalação da doença precocemente”, explica Dulce.
Foto: Julio Vilela. infografia: Rica Ramos
Foto: Rodrigo Castro
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