Após 12 anos de pesquisas, cirurgião plástico marroquino define o padrão estético ideal; no Brasil, só as modelos se encaixam neste perfil
RIO - Uma perna perfeita deve ter o osso reto em continuidade com a
coxa, distribuição similar de curvas e progressão, do joelho ao
tornozelo. Panturrilhas precisam de uma curva convexa pequena, mas bem
definida, e de uma pequena curva côncava descendo até o tornozelo. Tudo
isso torna as pernas atraentes por combinar força e fragilidade, segundo
o cirurgião plástico marroquino Fahd Benslimane, que na semana passada
divulgou seu estudo de 12 anos em uma revista científica especializada
no assunto. Por esta definição, as brasileiras médias de coxas grossas
não chegam nem perto de ter pernas bonitas. A não ser, é claro, as que
já têm tudo na mais perfeita ordem, como Gisele Bündchen e outras
supermodelos.
O cálculo da perfeição
— O Brasil é meu segundo país, um lugar que eu amo, não quero dizer uma coisa que vá ser mal interpretada — diz Benslimane, cheio de rodeios.
O cirurgião morou aqui durante sua especialização com o mestre Ivo Pitanguy e, entre outras coisas, planeja levar para Casablanca o modelo carioca de carnaval de rua. Com um pouco de insistência, no entanto, o olhar estético fala mais alto.
— Eu quis definir um modelo de beleza do século XXI, e na relação entre coxa e pernas falta proporcionalidade à brasileira, as coxas são muito grossas — define o cirurgião, que tomou como referência pernas de modelos, dançarinas de cabarés como o Crazy Horse e o Moulin Rouge, bonecas Barbie e até do jogador Ronaldo. Sim, o fenômeno.
Segundo a cirurgiã plástica Bárbara Machado, chefe da equipe médica da Clínica Ivo Pitanguy, há muito tempo a cirurgia estética tenta enquadrar rostos em cálculos de proporções divinas, porque imagina-se que a natureza esteja baseada em leis numéricas. Mas os padrões dos seres humanos não são únicos, principalmente no Brasil, com tanta miscigenação.
— Quando se impõe um modelo que não é o nosso vira uma ditadura da beleza, ainda mais com essa perna muito mais longilínea — observa Bárbara, ressaltando que o Sul do país, de onde saem a maior parte das nossas modelos internacionais, não reflete a mistura de raças tão característica do Brasil. — Benslimane acerta quando define a panturrilha e as proporções de uma perna longilínea e torneada, sem ser fina demais. Mas é difícil com cirurgia plástica obter o que ele propõe.
A médica elege a lipoescultura (retirada de gordura de uma parte do corpo e colocação em outra) como solução para remodelar a silhueta das pernas, além das próteses de panturrilha e de face interna da coxa “bem colocadas” para ganhar volume.
— As pernas não são uma preocupação imediata da mulher e só aparecem como queixa após a menopausa, a não ser que haja uma atrofia de panturrilha, muito comum no Norte e no Nordeste do país. Por causa da vascularização é preciso ter cuidado com lipoaspiração no tornozelo — alerta.
O cirurgião plástico Marcelo Moreira, preceptor da residência na especialidade do Hospital dos Servidores do Estado do Rio acredita que o padrão descrito no estudo fica bonito em fotos, não no dia a dia, além de ser um ideal diferente da realidade latina.
— Para ter essa perna só nascendo com ela, mas o homem não gosta disso não, hein? — adverte Moreira.
Ele aponta técnicas de redução de culote, joelho e face interna da coxa como solução para quem tem muito volume. E garante que a pele retrai, sem flacidez, já que este é um tipo de cirurgia procurado por mulheres mais jovens.
— A chave da harmonia é a combinação entre perna e quadril: não dá pra ter quadril largo e pernas muito finas ou o contrário, não combina. E acho que cada paciente é de um jeito, não dá pra ter um modelo único.
Alguns exercícios como corrida e agachamento também podem ajudar a melhorar o aspecto das pernas, como explica o ortopedista Fabrício Limeira, especializado em medicina do esporte.
— Em um treino visando aumento da musculatura não poderá faltar o agachamento com ou sem peso, mas uma corredora de rua poderá também definir a musculatura e melhorar a performance através de tiros de curta distância ou treinos em aclives
O Globo
O cálculo da perfeição
— O Brasil é meu segundo país, um lugar que eu amo, não quero dizer uma coisa que vá ser mal interpretada — diz Benslimane, cheio de rodeios.
O cirurgião morou aqui durante sua especialização com o mestre Ivo Pitanguy e, entre outras coisas, planeja levar para Casablanca o modelo carioca de carnaval de rua. Com um pouco de insistência, no entanto, o olhar estético fala mais alto.
— Eu quis definir um modelo de beleza do século XXI, e na relação entre coxa e pernas falta proporcionalidade à brasileira, as coxas são muito grossas — define o cirurgião, que tomou como referência pernas de modelos, dançarinas de cabarés como o Crazy Horse e o Moulin Rouge, bonecas Barbie e até do jogador Ronaldo. Sim, o fenômeno.
Segundo a cirurgiã plástica Bárbara Machado, chefe da equipe médica da Clínica Ivo Pitanguy, há muito tempo a cirurgia estética tenta enquadrar rostos em cálculos de proporções divinas, porque imagina-se que a natureza esteja baseada em leis numéricas. Mas os padrões dos seres humanos não são únicos, principalmente no Brasil, com tanta miscigenação.
— Quando se impõe um modelo que não é o nosso vira uma ditadura da beleza, ainda mais com essa perna muito mais longilínea — observa Bárbara, ressaltando que o Sul do país, de onde saem a maior parte das nossas modelos internacionais, não reflete a mistura de raças tão característica do Brasil. — Benslimane acerta quando define a panturrilha e as proporções de uma perna longilínea e torneada, sem ser fina demais. Mas é difícil com cirurgia plástica obter o que ele propõe.
A médica elege a lipoescultura (retirada de gordura de uma parte do corpo e colocação em outra) como solução para remodelar a silhueta das pernas, além das próteses de panturrilha e de face interna da coxa “bem colocadas” para ganhar volume.
— As pernas não são uma preocupação imediata da mulher e só aparecem como queixa após a menopausa, a não ser que haja uma atrofia de panturrilha, muito comum no Norte e no Nordeste do país. Por causa da vascularização é preciso ter cuidado com lipoaspiração no tornozelo — alerta.
O cirurgião plástico Marcelo Moreira, preceptor da residência na especialidade do Hospital dos Servidores do Estado do Rio acredita que o padrão descrito no estudo fica bonito em fotos, não no dia a dia, além de ser um ideal diferente da realidade latina.
— Para ter essa perna só nascendo com ela, mas o homem não gosta disso não, hein? — adverte Moreira.
Ele aponta técnicas de redução de culote, joelho e face interna da coxa como solução para quem tem muito volume. E garante que a pele retrai, sem flacidez, já que este é um tipo de cirurgia procurado por mulheres mais jovens.
— A chave da harmonia é a combinação entre perna e quadril: não dá pra ter quadril largo e pernas muito finas ou o contrário, não combina. E acho que cada paciente é de um jeito, não dá pra ter um modelo único.
Alguns exercícios como corrida e agachamento também podem ajudar a melhorar o aspecto das pernas, como explica o ortopedista Fabrício Limeira, especializado em medicina do esporte.
— Em um treino visando aumento da musculatura não poderá faltar o agachamento com ou sem peso, mas uma corredora de rua poderá também definir a musculatura e melhorar a performance através de tiros de curta distância ou treinos em aclives
O Globo
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