Um medicamento para contornar os sintomas da rinite alérgica pode custar mais de três vezes o preço do concorrente, segundo um estudo feito pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
Assim, o custo do tratamento mensal da rinite pode variar de R$ 40 a R$ 130.
Entre medicamentos com o mesmo princípio ativo, as diferenças chegam a 140%.
O boletim "Saúde & Economia" compara os preços de 13 anti-histamínicos orais para adultos e nove infantis --genéricos, similares e medicamentos de referência.
Foram considerados os preços máximos autorizados no mercado para os produtos de segunda geração, os mais modernos contra a doença.
Apesar da disparidade, aponta a Anvisa, não há evidências científicas que indiquem uma superioridade terapêutica entre os produtos.
"A principal conclusão é que, para rinite alérgica, há várias opções terapêuticas, princípios ativos e preços diferenciados. E, como não há evidência de superioridade, é relevante levar o custo em consideração", diz Gabrielle Troncoso, gerente de avaliação econômica de novas tecnologias da Anvisa.
A rinite é uma inflamação da mucosa nasal, que se estende até os seios da face. Tem como sintomas comuns o entupimento nasal, a secreção, os espirros e a coceira.
A forma alérgica da doença é desencadeada pela reação exagerada da pessoa a uma substância, diz a médica Fátima Fernandes, presidente da regional São Paulo da Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia.
Os anti-histamínicos estudados pela Anvisa, explica a médica, minimizam os sintomas da rinite alérgica --mas não atuam na origem dela.
DIFERENÇAS
Segundo Fernandes, os remédios listados pela Anvisa apresentam eficácia semelhante quando se analisam grupos de pacientes. "Qualquer um deles está perfeitamente indicado para o tratamento inicial de uma rinite."
Individualmente, porém, continua a médica, as respostas dos pacientes podem variar com cada substância.
Assim, médicos acabam indicando produtos ou marcas nas quais mais confiam e trocam a medicação se o paciente não se deu bem com ela.
Um efeito a ser considerado, por exemplo, é a potencial sonolência provocada pelo uso desse tipo de produto.
Evitar problemas como sonolência e interação com outros medicamentos é, justamente, um dos pontos promovidos pela empresa que lançou no país, neste ano, a substância mais nova entre as analisadas --a bilastina.
OUTRO LADO
A MSD, responsável pelo Desalex (remédio de referência na categoria, listado como mais caro para adultos), afirma ter um programa de descontos para alguns remédios por meio de cadastro no site --o anti-histamínico citado tem desconto de 35%.
A Sanofi, que comercializa o medicamento de referência Allegra (54% mais caro que a sua versão genérica para adultos), afirmou que o preço do remédio segue as regras do setor. A empresa informou não ser possível fazer comparações com genéricos, que por lei devem ser pelo menos 35% mais baratos.
Alex Argozino/Editoria de Arte/Folhapress | ||
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