5.29.2015

Prevenindo um AVC




 O derrame cerebral é a principal causa de morte no Brasil.

 A boa notícia é que até 90% dos fatores de risco da doença

 podem ser prevenidos

O número de mulheres jovens vítimas de derrame vem crescendo. 

E a vida estressante que temos levado contribui para isso. 

Saiba como se prevenir contra o AVC

9 passos para se prevenir contra o AVC
Ouso de anticoncepcional pode aumentar o risco de AVC
Foto: Getty Images
A entrada das mulheres no mercado de trabalho trouxe independência financeira e outras conquistas, mas no pacote acabou entrando também o estresse e a adoção de hábitos pouco saudáveis, como passar a semana à base de fast food. Esses hábitos, somados ao uso de anticoncepcionais, podem alterar o fluxo sanguíneo, aumentando os riscos de um acidente vascular cerebral. Segundo o Ministério da Saúde, o número de internações de pessoas entre 15 e 34 anos que tiveram AVC aumentou 21% entre 2007 e 2011. Siga os conselhos do cardiologista João Vicente e fique mais tranquila!
1 - Adote hábitos alimentares mais saudáveis.
2 - Pratique um exercício físico de que você goste.
- Controle o peso e a gordura abdominal.
4 - Mantenha a pressão arterial dentro dos limites.
5 - Evite o cigarro a qualquer custo.
6 - Faça check-ups anuais.
7 - Consulte um especialista para detectar se você é paciente de risco.
8 - Trate doenças que favoreçam o AVC, como diabetes.
9 - Curta sua família e seja feliz!
Tipos e causas
Um acidente vascular cerebral pode ser hemorrágico ou isquêmico, dependendo da causa. No AVC hemorrágico, geralmente o mais grave, a pressão alta acaba estourando uma das artérias da cabeça e provocando o estrago. Já no isquêmico, a passagem do sangue fica bloqueada por um coágulo sanguíneo ou uma placa de colesterol formada ao longo da vida. Com isso, o oxigênio não chega ao cérebro.
Sinais de alerta!
Conforme a artéria lesada, a pessoa pode apresentar...
- Dor de cabeça intensa
- Confusão mental (não saber quem é ou onde está)
- Agitação psicomotora (ficar gesticulando)
- Dificuldade de falar
- Perda de força nas pernas ou nos braços
Como agir
Se você perceber um desses sintomas, vá imediatamente ao hospital, porque a recuperação depende da rapidez do tratamento. E peça ajuda a quem estiver mais perto, para não correr o risco de perder a consciência ou os movimentos no meio do caminho. Também vale discar para o 192, telefone do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), criado para socorrer o paciente na ambulância e agilizar o atendimento na instituição pública conveniada, evitando que o quadro se agrave.
Foi derrame mesmo?
Exame físico, tomografia e ressonância magnética ajudam a identificar o tipo de AVC e até mesmo se é de fato um, já que meningite, encefalite, tumor cerebral e paralisia facial por virose costumam provocar os mesmos sintomas.
Novidade no tratamento
A primeira coisa que o médico faz em caso de derrame é controlar a pressão do paciente e cuidar dos fatores que podem piorar o quadro, como glicose alterada ou falta de oxigênio. Alguns casos exigem cirurgia. Após a alta, sessões de fisioterapia diminuem os riscos de sequelas permanentes. O tratamento do AVC isquêmico, porém, conta com uma novidade: se a pessoa chegar ao hospital em até quatro horas após o início do processo, pode tomar uma injeção de um medicamento que dissolve o coágulo, logo no pronto-socorro, sem precisar esperar a entrada na UTI.
Complicações
Dependem do tamanho e da localização da lesão, da agilidade do socorro e da existência de outras doenças. Dificuldade para falar e perda de força nos membros são as mais comuns







RETENÇÃO URINÁRIA


CONHEÇA AS CAUSAS DA RETENÇÃO URINÁRIA
É importante ressaltar que é completamente normal irmos ao banheiro no mínimo quatro vezes por dia para urinar, assim a bexiga fica quase que totalmente esvaziada.
Quando há retenção urinária significa que há uma diminuição na frequência urinária, ou seja, a pessoa urina menos de quatro vezes ao dia ou quando após uma micção ainda restam na bexiga mais de 50 ml de urina, o que é chamado de resíduo miccional aumentado.
A retenção urinária possui diversas causas, mas é comum que apareça após qualquer tipo de cirurgia que se utilize anestesia raquimedular, ou seja, a paralisia temporária dos órgãos da cintura para baixo.
Mesmo após ter passado a anestesia, pode acontecer que a pessoa tenha dificuldade para começar o ato de urinar, por causa da ação da anestesia sobre a bexiga, mas esse tipo de retenção desaparece por completo logo nos primeiros dias.
Já nas mulheres a causa mais comum da retenção urinária é devido ao fato de normalmente evitarem urinar quando estão fora de casa por terem vergonha.
O ato de segurar a urina por um longo período faz com que o desejo miccional, ou seja, a vontade de urinar quando a bexiga está cheia fique inibido e o resultado é que a bexiga, com o passar do tempo, vai perdendo a sua sensibilidade e a frequência de micções diárias que vão diminuindo.
Outra causa comum da retenção urinária nas mulheres está ligada a factores psicossociais, ou seja, problemas relacionados ao comportamento, como por exemplo, urinar em pé para evitar sentar no vaso sanitário que não é de sua casa, esse ato não permite que aconteça o total relaxamento da musculatura do assoalho pélvico e também dos abdominais para que ocorra a micção normal. O resultado disso são restos que ficam dentro da bexiga, um volume maior do que o natural, aumentando assim o resíduo miccional.
Deixar a calcinha nos joelhos ou até mesmo nos tornozelos não permitem com que as pernas sejam abertas o suficientemente para que a urina possa sair com mais facilidade, por isso, não basta somente estar confortável e sentada no vaso sanitário, mas sim deixar as pernas bem afastadas, sendo no mínimo dois palmos de uma perna à outra e os cotovelos sempre apoiados nos joelhos, similar a uma posição de descanso.
O resultado disso é uma mudança no comportamento miccional, que se torna inadequado, causando a diminuição da sensibilidade da bexiga e o aumento do tónus de repouso da MAP (musculatura do assoalho pélvico).
Para evitar que ocorra a retenção urinária é fundamental que a mulher urine sentada e totalmente relaxada, para que isso seja possível até mesmo fora de casa, à mulher precisa se preparar psicologicamente, afinal nem sempre banheiro fora de casa significa banheiro sujo, também tente encontrar maneiras alternativas de protecção, como por exemplo, utilizar capas descartáveis para cobrir a tampa do vaso, por isso, carregue sempre algumas dentro da bolsa.
Como vimos à retenção pode ter suas causas por conta de comportamentos inadequados e para o tratamento da retenção urinária é preciso primeiramente tratar a parte psíquica do problema, praticando uma reeducação miccional, respeitando o desejo miccional, a vontade de urinar, conhecer maneiras e técnicas corretar para sentar no vaso sanitário, relaxando a musculatura para urinar.
Mas, além disso, é necessário também fazer exames com um médico ginecologista para mostrar com precisão se o resíduo miccional está aumentado, se as contrações da bexiga durante o ato de urinar estão certas, se o tónus da MPA estão correta e se a elasticidade da bexiga está diminuída.
Caso ocorra alterações em qualquer destes exames é porque está com retenção urinária e o tratamento será feito com a ajuda de um fisioterapeuta, mas o sucesso do tratamento depende do paciente.

O que é retenção urinária e como evolui?

Retenção urinária é a incapacidade total ou parcial de esvaziar abexiga com o esforço urinário fisiológico e pode acontecer porque o paciente não consegue começar a urinar ou mesmo se começa, não consegue esvaziar completamente a bexiga. Ela pode ser aguda ou crônica. Na retenção aguda a pessoa não consegue urinar, mesmo estando com a bexiga cheia; na retenção crônica as pessoas podem ser capazes de urinar, mas têm problemas para esvaziar completamente a bexiga. Isso resulta em resíduo de urina na bexiga, em decorrência da incapacidade de eliminar a urina, o que favorece em muito as infecções urinárias e a formação de cálculos.
Quais são as causas da retenção urinária?
retenção urinária pode acontecer em virtude de causas obstrutivas ou não obstrutivas. Se houver uma obstrução como, por exemplo, a causada por pedras nos rins, a urina não consegue fluir livremente através do trato urinário. As causas não obstrutivas da retenção urinária incluem enfraquecimento dos músculos da bexiga e/ou problemas na sua inervação. Se os nervos não estiverem funcionando adequadamente, o cérebro não consegue receber a mensagem de que a bexiga está cheia e não comanda, por isso, a vontade de urinar.
Então, a retenção urinária pode ser causada por obstrução do trato urinário ou por problemas nervosos que interferem nos sinais entre o cérebro e a bexiga e pode ser causada por doenças nos nervos ou lesões na medula espinhalaumento da próstatainfecções, cirurgias pélvicas, medicações, pedra na bexigacistocele(a bexiga tomba para dentro da vagina), retocele (o reto tomba para dentro da vagina), constipação,estenose uretral (estreitamento da uretra), etc. Existe também uma retenção urinária crônica idiopática. Este tipo de retenção urinária, mais comum em mulheres, se deve a uma atividade excessiva do esfíncter externo da uretra, que inibe a contração da bexiga.
Quais são os principais sinais e sintomas da retenção urinária?
Os sinais e sintomas mais comuns da retenção urinária são dificuldade em começar a urinar e em esvaziar a bexiga totalmente, fluxo de urina fraco, gotejamento ao final da micção, perda involuntária de pequenas quantidades de urina, incapacidade de sentir quando a bexiga está cheia, aumento da pressão abdominal, ausência de vontade de urinar, esforço para forçar a saída da urinada bexigamicção frequente e acordar mais de duas vezes à noite para urinar. Muito frequentemente a retenção urinária pode ser secundária a doenças ou condições como acidente vascular cerebral,parto vaginal, lesão ou trauma pélvico, medicações ou anestesias,lesões no cérebro ou na medulacateterismo vesical intermitente ou, em homens, à hiperplasia prostática benigna (aumento de volume da próstata). Na retenção urinária aguda ocorre uma dilatação muito dolorosa da bexiga. Na retenção crônica, ocorrem tanto sintomas obstrutivos quanto irritativos.
Como o médico diagnostica a retenção urinária?
A primeira suspeita do diagnóstico de retenção urinária deve vir de uma história clínica bem feita. Para comprovar a retenção urinária bem como para determinar suas causas o médico pode solicitar exames de imagens e de sangue.
Como o médico trata a retenção urinária?
O tratamento da retenção urinária depende de sua causa. Sintomaticamente, é feito com a introdução de uma sonda uretral para alívio rápido e momentâneo do acúmulo de urina. Em alguns casos impõe-se a utilização de medicações, como nas infecções, por exemplo, e, em outros, de outros meios mecânicos ou cirúrgicos. A retenção urinária crônica idiopática é tratada inicialmente pela passagem intermitente de uma sonda, quatro a seis vezes ao dia. Posteriormente pode instalar-se um “marcapasso” na bexiga que faz com que ocorram as contrações dos músculos da parede da bexiga e o relaxamento do esfíncter urinário, cujo sinergismo é imprescindível para que a micção ocorra de maneira normal.
Como evolui a retenção urinária?
As consequências da retenção urinária é que a bexiga retém certa quantidade de urina. Esta concentração favorece o desenvolvimento de infecções urinárias e a formação de cálculos renais. Além disso, ocorrem frequentes e incômodos transtornos urinários. Assim, a retenção urinária afeta negativamente a qualidade de vida do paciente por estar associada à dor forte e por causar problemas no funcionamento dos rins. Se a causa puder ser retirada, a retenção urinária pode ser reversível, de uma forma plena ou, às vezes, deixando sequelas.
Quais são as complicações possíveis da retenção urinária?
A complicação mais grave da retenção urinária é a danificação da estrutura renal. O acúmulo de urina favorece ainda as infecções urinárias e a formação de cálculos.

Meninas que se uniram ao Estado Islâmico entram em contato com os pais

Amira Base (15 anos), Shamima (15) e Kadiza Sultana (16) disseram que estão bem e que não pretendem voltar para casa

ANSA
Inglaterra - As três meninas britânicas que se uniram ao grupo terrorista Estado Islâmico (EI) no começo deste ano entraram em contato com seus familiares. Amira Base, de 15 anos, Shamima Begum, 15, e Kadiza Sultana, 16, conversaram com seus pais, na última quarta-feira, pela primeira vez desde a fuga. Elas disseram que estão bem e que não pretendem voltar para casa. O contato se deu por meio de telefone e internet.
As adolescentes, estudantes do colégio Bethnal Green Academy, em Londres, capital da Inglaterra, foram flagradas minutos antes de embarcarem em um voo para Istambul, na Turquia, em um aeroporto da cidade britânica. Acredita-se que as meninas estejam em Raqqa (Síria), "capital" do Estado Islâmico.
Garotas que se uniram ao Estado Islâmico entram em contato com os pais
Foto:  Divulgação / Met Police

Recordar é viver: Dilma quer Marin fora da CBF



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Dilma se recusa a receber presidente da CBF acusado de ligação com a ditadura.
Via Brasil 247 em 30/3/2015
Alvo de críticas e protestos para que deixe o cargo de presidente da CBF, José Maria Marin recebeu uma nova forma de ataque. E agora da presidente Dilma Rousseff. O cartola, que finalmente esperava ser recebido pela presidente para uma audiência, a fim de discutir o projeto de lei do deputado Vicente Cândido (PT) – que anistia dívidas de clubes em troca de investimentos em esportes olímpicos – recebeu resposta negativa e terá de se contentar em encontrá-la apenas em eventos, como já vinha fazendo.
A informação, publicada na coluna Radar On-Line, de Veja, só atesta que a relação dos dois não é nada além de distante. Marin, que como deputado estadual por São Paulo na década de 70 foi um ferrenho defensor do regime militar, não é visto com bons olhos por Dilma, que foi presa e torturada durante a ditadura. Os dois nunca tiveram um encontro desde que ele assumiu o cargo, em março do ano passado, e desta vez, os áudios divulgados na internet que revelam críticas do dirigente contra o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, certamente foram o estopim para sua moral.
Novo inimigo
Como se já não bastassem os protestos que pedem sua saída da Confederação, Marin ganhou agora mais um inimigo de peso. O presidente da Comissão Estadual da Verdade do Rio de Janeiro, Wadih Damous, cobrou sua renúncia, fazendo coro à versão de que ele contribuiu para a prisão do jornalista Vladimir Herzog, que foi torturado e acabou sendo morto no período da ditadura.
“Marin foi um fiel servidor dos militares na ditadura e, pelo que se diz, também delator. Com essas credenciais, não pode continuar no cargo de presidente da CBF”, afirmou Damous, segundo o jornalista Felipe Patury, de Época. A acusação ganhou uma petição na internet do filho do jornalista, Ivo Herzog, pedindo para que a CBF não seja presidida por um apoiador do regime militar enquanto o Brasil sedia os maiores eventos de futebol mundiais, a Copa das Confederações e a Copa do Mundo, em 2013 e 2014.
O abaixo-assinado já reuniu quase 55 mil nomes, superando a meta proposta inicialmente, de 50 mil. Entre os assinantes estão artistas e parlamentares como Chico Buarque, Ana de Hollanda, Chico Alencar, Ivan Valente e Marcelo Freixo. Marin também pode passar ser convocado a prestar depoimento à Comissão Nacional da Verdade para esclarecer suas posições. Afinal, como escreveu Zuenir Ventura, seria irônico um admirador do torturador Sérgio Paranhos dirigir a CBF num país presidido por quem já foi torturada.
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Suspensão da menstruação

Emendar a cartela de pílulas anticoncepcionais e injeções hormonais estão entre os métodos

POR ANA PAULA DE ARAUJO -
Ao longo da história, as mulheres já conquistaram muitas coisas. O direito ao voto, ao estudo, ao prazer e, recentemente, algumas delas tem descoberto outro: o de não menstruar. Tida como difícil e dolorosa para uma parcela das mulheres, a suspensão deste período pode significar alívio e até mesmo o tratamento males da saúde feminina, como miomas e cistos de ovário. 

A medida divide opiniões. Há mulheres se sentem mais femininas durante amenstruação. Também há profissionais que alegam que a menstruação pode ser um bom canal para saber como está a saúde feminina, já que o sangramento irregular pode significar problemas nas glândulas tireoide e suprarrenal. 

Hoje, segundo o ginecologista Rogério Bonassi Machado, a Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia) não vê prejuízos orgânicos em suspender a menstruação. No entanto, vale ressaltar que não existe a necessidade de bloqueá-la em todos os casos, cabendo à mulher e ao seu ginecologista de confiança a livre escolha, independente do critério utilizado para a decisão. 

Para esclarecer as muitas dúvidas que rondam o processo de suspensão da menstruação, chamamos os ginecologistas Ângela Maggio da Fonseca, do Hospital das Clínicas da USP, Antônio Júlio Sales Barbosa, do Hospital Santa Catarina, Carolina Abrogini, da Unifesp, e Rogério Bonassi Machado, ginecologista e presidente da comissão de anticoncepção da Febrasgo. 
Cólicas intensas - Getty Images
Cólicas intensas
1. Qualquer mulher pode suspender a menstruação? 

Qualquer mulher que se sente incomodada com a menstruação, de alguma forma, pode procurar o seu ginecologista e expor seu desejo. "Tem pacientes com menstruação muito desconfortável, que sangram muito, têm muita cólica [a chamada dismenorreia], TPM forte. Para elas, por que não? Minimiza muito esses desconfortos e sintomas", diz Antônio, entusiasta. 

Outras podem, ainda, ter anemias. Com o fluxo intenso, nem sempre elas conseguem repor o sangue perdido até o próximo ciclo. Nesses casos, a sugestão pode vir do próprio médico e, se não vier, a paciente tem o direito de conversar com o ele sobre o assunto, lembra Ângela. 

Até mesmo quem acabou de ter filhos pode dar tchau para os sangramentos. Por causa da grande quantidade de progesterona, mulheres que estão amamentando ficam, naturalmente, com o seu período suspenso. Antônio conta que esse pode ser um dos períodos mais propícios para suspender a menstruação, já que a mulher, naturalmente, não menstrua nessa época. Com uma pílula a base de progesterona, a mulher prolonga o período sem sangramento. 

No entanto, algumas devem tomar cuidado. Mulheres com problemas de coagulação, por exemplo, devem ter cuidado com a pílula, que pode agravar os problemas de circulação. Quem tem pouco fluxo de menstruação também deve repensar. "O hormônio já está inibindo demais o endométrio [membrana que reveste o útero], então o ideal é não interromper a menstruação", aconselha Ângela.

2. Há restrição de idade? 

A idade varia muito, mas, segundo Barbosa, a partir do momento em que a moça já faz uso de anticoncepcionais por via oral, já é possível parar a menstruação. Ângela acrescenta, dizendo que é aconselhado que apenas utilize os métodos aquelas que já estão com seu sistema reprodutor amadurecido, o que acontece, geralmente, após a puberdade. É importante frisar que, antes de iniciar qualquer método contraceptivo, o ginecologista deve ser procurado para indicar o mais adequado, caso o corpo da adolescente esteja pronto. 

3. Quem tem mioma, endometriose ou cisto no ovário pode se beneficiar com a suspensão? 

Não só pode, como o tratamento dessas doenças, muitas vezesm envolve a suspensão da menstruação. No caso do mioma, onde há problemas de sangramento intenso, pode-se utilizar a pílula anticoncepcional sem pausas. Atenção: para o tratamento dessa doença, a pílula não pode ser de hormônios combinados (estrogênio e progesterona), mas só de progesterona, já que o mioma é uma condição que depende de estrogênio para sobreviver. Quando ele é muito grande, também se usam injeções de análogos. 

Mulheres portadoras de endometriose podem usar pílulas que combinam os hormônios femininos, assim como injeção. A ginecologista Carolina Ambrogini, da Unifesp, explica que a endometriose é uma condição onde o endométrio da mulher se encontra fora de seu útero, podendo estar na tuba uterina e até no intestino. Quando o endométrio descama (ou seja, o processo da menstruação), a mulher sente dor. Por isso a interrupção representa uma alternativa para a portadora dessa doença. 

Para aquelas que têm cistos no ovário, diz Ângela, o cisto murcha e pode até sumir com o tratamento com base na suspensão da menstruação. Lembrando sempre que o processo deve ser acompanhado de perto pelo seu ginecologista de confiança. 
Pílula anticoncepcional - Getty Images
Pílula anticoncepcional
4. Quais são os métodos disponíveis para realizar a suspensão? 

Em geral, eles funcionam de maneira parecida. A administração contínua de hormônios - alguns apenas de progesterona, outros com a combinação dele com o estrogênio - interrompe a menstruação, que só virá caso haja pausa do método. Para decidir qual é o melhor para você, consulte o seu médico. Juntos, vocês decidirão qual melhor se encaixa em seu perfil. Conheça os métodos disponíveis: 

- Pílulas anticoncepcionais sem interrupção: é o método mais barato de todos, mas seu uso, assim como os demais, depende do acompanhamento médico. Para suspender a menstruação, você pode usar tanto pílulas comuns quanto especiais - a escolha dependerá de como o seu organismo reage a cada opção. Por isso, mais uma vez, a presença de um médico de sua confiança é fundamental. Esse método, como já dito, não pode ser utilizado por mulheres com problemas de coagulação, alerta a ginecologista do HC, já que as pílulas podem levar à trombose. 

"Há pessoas que acham que é preciso fazer a pausa a cada três meses. Isso não existe", defende Barbosa, que explica que, na verdade, o sangramento da pausa da pílula é meramente artificial. O sangramento só acontece porque, enquanto a mulher recebe a carga hormonal vinda da pílula, o endométrio vai se espessando. Quando há a retirada dos hormônios (estrogênio e progesterona), há o descamamento do endométrio e, logo, o sangramento. Mas isso é um processo artificial, já que o hormônio vem da pílula. 

Ao contrário do que pode se pensar, o endométrio não continuará se espessando com o tempo de uso do método hormonal. Segundo Carolina Ambrogini, a progesterona acabará atrofiando o endométrio, e a única consequência disso é a diminuição do fluxo menstrual. 

Assim, conclui Antônio Júlio Sales Barbosa, para uma mulher que já faz uso de anticoncepcionais por via oral, não há grandes alterações em simplesmente deixar a pausa de lado. 

- Injeção: esse método consiste em injeções mensais ou trimestrais de análogos dos hormônios liberadores de gonadotrofinas (que são hormônios que estimulam a produção de estrógeno, progesterona e testosterona). As aplicações inibem demais a produção de hormônios e, como efeito colateral, podem diminuir a massa óssea. Por isso, Ângela não aconselha que sejam utilizadas por muito tempo e lembra que não é o método mais indicado para mulheres jovens. No entanto, é frequentemente usado no tratamento de miomas, cistos de ovário e endometriose. Seu preço varia de 400 a 500 reais. 
- Implantes subcutâneos: é colocado um pequeno implante no antebraço, próximo ao cotovelo - região com pouca irrigação sanguínea. Ele libera quantidades de hormônio continuamente, durante três anos. Após esse período, lembra Barbosa, deve ser trocado. O procedimento é feito em consultório com anestesia local. Suas contraindicações são as mesmas de qualquer outro método contraceptivo hormonal, que incluem tabagismo e problemas de coagulação.

- DIU com progestógenos: 
o DIU, assim como o implante subcutâneo, libera doses contínuas de hormônios, mas durante cinco anos. Em geral, é colocado em consultório, mas, da mesma forma que o DIU de cobre (que tem apenas ação espermicida), o procedimento pode ser um pouco doloroso. "Em algumas pacientes mais sensíveis a dor, pode ser necessário colocar em hospital, com anestesia, mas a maioria suporta", explica o ginecologista do Hospital Santa Catarina. Depois dos cinco anos, completa Ângela, o DIU é retirado e, após a realização de alguns exames, colocado novamente, se a paciente desejar. No entanto, esse é um procedimento mais caro: em média, varia de 1500 a 2000 reais. 

ginecologista Rogério Bonassi Machado também lembra que esse método não é tão indicado para mulheres com mioma no útero e infecções uterinas, já que o DIU poderá agravar os casos de infecção e, no caso de algum mioma, é tecnicamente impossível colocá-lo. Mas, mais uma vez, a avaliação médica é necessária para determinar a viabilidade do método. 

- Ablação do endométrio: indicada para mulheres já próximas da menopausa e com prole constituída, que possuem hemorragias de causa indefinida. Essa técnica remove por completo o endométrio, o que elimina, de vez, a menstruação. Apenas o médico pode recomendar a ablação do endométrio, já que seus efeitos são irreversíveis: a mulher que é submetida a esse método não poderá mais engravidar.

5. Esses métodos são seguros? 

Embora não ofereçam riscos à saúde, a garantia de que a menstruação será suspensa não existe, independente do método escolhido. "Existe uma margem de 10 a 15% de mulheres que não conseguem se adaptar e, mesmo usando algum método, continuam menstruando", explica Barbosa, que lembra que existem os chamados "spots", menstruações ocasionais que podem acontecer. 
Espinhas - Getty Images
Espinhas
Além disso, no caso do uso da pílula, o sucesso depende da disciplina da paciente. "A paciente com problema é a que toma cada dia em um horário ou esquece de tomar. A pílula pode falhar quando não existe controle", comenta Ângela. 

6. Quais são os possíveis efeitos colaterais? 


O uso de alguns métodos implica em efeitos colaterais, como é o caso da pílula. Para quem já está acostumada com ela, são os mesmos possíveis incômodos: retenção de líquido, possibilidade de aumento de peso e da oleosidade da pele, espinhas, diminuição da libido etc. Esses três últimos efeitos, explica o ginecologista do Hospital Santa Catarina, estão relacionados aos efeitos androgênicos dos hormônios masculinos, que podem se manifestar com algumas pílulas. 

A boa notícia é que, hoje, há muitas pílulas disponíveis no mercado. A ginecologista do Hospital das Clínicas conta que, quando uma apresenta tais efeitos na paciente, o médico faz a mudança, trocando para alguma que, por exemplo, tenha efeitos antiandrogênio, para combate às espinhas, ou com progestógeno mais diurético, caso a paciente engorde muito. Mas tudo isso depende do acompanhamento profissional. 

Há especialistas que associam a inserção de hormônios femininos vindo destes métodos e o aumento da possibilidade de câncer. Barbosa garante que não há relação comprovada entre o uso de anticoncepcionais e câncer. No entanto, alguns estudos já mostram a relação do câncer de mama com o aumento de estrogênio. "Mas isso é um fator isolado, só para quem tem predisposição genética", afirma o profissional. 
 7. Quem resolve parar de menstruar pode, mais tarde, ser mãe?

Sim. O uso de métodos contraceptivos serve para, justamente, bloquear a ovulação. Isso acontece porque eles deixam o ovário em repouso, sem ovular, o que impede a gravidez. Assim, quando o método é suspenso, o ovário retorna a seu trabalho, que é ovular. 

Quando uma mulher usa algum método anticoncepcional por muito tempo, seu ovário fica um longo período em repouso. Para que ele volte ao normal, estima a dupla de especialistas, é necessário de dois a quatro meses. "Pode haver a dificuldade em alguns casos raros, mas com tratamento à base de hormônios ou indução de ovulação, se resolve", arremata Ângela, que lembra que, geralmente, as que não tiveram problemas na suspensão não terão problemas posteriores de ovulação.