Pesquisadores da Universidade de Nottingham,
na Inglaterra,
descobriram que o uso da pílula está associado
a um risco
até quatro vezes maior de formação de coágulo
sanguíneo grave
O aumento do risco de trombose já é conhecido por médicos,
pesquisadores e usuários de contraceptivos orais desde a década
de 1990. No entanto, até então acreditava-se que este risco era
pequeno o suficiente para justificar o uso do medicamento.
Agora, pesquisadores descobriram que o uso da pílula aumenta
em cerce de três vezes a probabilidade de desenvolver trombose,
em comparação às mulheres que não tomam a medicação.
É o que diz um estudo publicado no periódico científico The BMJ.
Maior risco nas pílulas "novas" - O estudo, realizado por
pesquisadores da Universidade de Nottingham, na Inglaterra,
também mostrou que o risco é ainda maior em usuários das
pílulas mais modernas (terceira e quarta geração),
introduzidas no mercado a partir de 1980, em comparação
às mais antigas (primeira e segunda gerações).
A equipe, liderada pela pesquisadora Yana Vinogradova,
descobriu que o aumento do risco está relacionado às pílulas
combinadas que utilizam novas formulações dos hormônios
estrogênio e progesterona como a drospirenona, o desogestrel,
o gestodeno e a ciproterona. As pílulas mais antigas, que utilizam
levonorgestrel, noretisterona e norgestimata mostraram-se
mais seguras em relação ao aumento do risco da formação de
coágulos sanguíneos.
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A pesquisa - Os pesquisadores da Universidade de Nottingham
trabalharam sobre duas grandes bases de dados médicos e
traçaram uma relação entre o uso de contraceptivos orais e
as tromboses observadas em mulheres entre 15 e 49 anos.
Os resultados mostraram que aquelas que tomam
contraceptivos orais combinados de terceira e quarta
gerações têm um risco de trombose venosa quase
duplicado (1,5 a 1,8 vezes superior) em relação às mulheres que tomam contraceptivos orais de primeira e segunda gerações. Em relação às mulheres que não tomam pílula o risco é quatro vezes maior.
Os pesquisadores ressaltam que, apesar dos resultados,
o risco absoluto de trombose em usuárias de pílula
permanece baixo, com um risco três vezes maior para
as pílulas combinadas. De acordo com eles, uma mulher
grávida tem um risco dez vezes maior de sofrer o problema.
Por isso, eles ainda consideram os contraceptivos orais
como extremamente seguros.
Problema grave - Os pesquisadores alertam que,
embora o problema seja relativamente raro, ele pode
ser muito grave. Em geral, os coágulos se formam nas
pernas, mas podem se alojar nos pulmões, formando um
bloqueio potencialmente fatal ou se mover para o cérebro,
onde podem provocar um acidente vascular cerebral (AVC).
Os coordenadores do estudo recomendam que os médicos
considerem o risco da paciente antes de receitar uma pílula
e opte sempre pela opção mais segura.
De acordo com o estudo, cerca de 9% das mulheres em
idade reprodutiva ao redor do mundo usam contraceptivos
orais. Em países desenvolvidos esse número sobe para
18% e na Grã Bretanha, onde o estudo foi realizado, para 28%.
A pedido da França, a Agência Europeia de Medicamentos
(EMA, na sigla em inglês) já havia feito uma reavaliação
dos riscos dos anticoncepcionais de terceira e quarta
gerações. Os resultados indicaram que os benefícios
continuavam superiores aos riscos.
(Da redação)
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