5.24.2014

Enxaqueca Dor de cabeça afeta 25 milhões de brasileiros

Conheça alimentos que podem desencadear o problema

Flávia Milhorance

Alérgica a leite e soja, Carolina Carpintero mudou radicalmente sua alimentação para evitar enxaquecas Foto: Daniela Dacorso / Daniela Dacorso
Alérgica a leite e soja, Carolina Carpintero mudou radicalmente sua alimentação para evitar enxaquecas Daniela Dacorso / Daniela Dacorso
RIO - Quem nunca ouviu que para evitar aquela enxaqueca persistente basta cortar o café, o chocolate ou os queijos? Pois especialistas explicam: essa relação não é tão simples. Se é fato que alguns alimentos podem realmente desencadear crises, a ciência hoje sabe que suas frequência e intensidade variam segundo cada indivíduo. E são muitos deles: 25 milhões de pessoas no Brasil, segundo o Ministério da Saúde, ou 47% da população adulta mundial, para a Organização Mundial de Saúde (OMS).
- Não vamos ter uma epidemia de dor de cabeça no mundo, neste domingo de Páscoa, por causa do chocolate - tranquiliza, bem-humorado, o neurologista Maurice Vincent, chefe do Serviço de Neurologia do Hospital Universitário da UFRJ e um dos palestrantes do evento, realizado na última quarta-feira na Casa do Saber O GLOBO.
Ele explica: a enxaqueca não é uma simples dor de cabeça. É uma doença genética que afetará suas vítimas algumas (ou muitas) vezes ao longo da vida. Fatores externos, como a alimentação, não a fazem surgir. Apenas pioram as dores.
- Causar uma doença é diferente de desencadear uma crise. Não é que não melhore (cortar o chocolate). Até melhora, em alguns casos. Mas não cura - afirma Vincent.
Cuidado com lista de alimentos
Há alguns anos, o paciente chegava ao consultório médico e, não raro, recebia uma lista de alimentos a serem evitados. Existem, de fato, opções que mais frequentemente provocam as crises. O “NHS Choices”, site do Departamento de Saúde do Reino Unido, cita alguns: trigo, chá preto, álcool e ovo, além dos já comentados queijo, café e chocolate. Segundo o órgão, é apenas um levantamento estatístico, o que significa que esses alimentos afetam alguns, e não todos os que sofrem de enxaqueca. Atualmente, há vários testes — entre eles, genéticos e alérgico e exame de intolerância alimentar (IGG específica) e à lactose - que dão um panorama mais individualizado.
A sensibilidade a certos alimentos é mais comum do que se imagina. Estima-se que mais de 20% da população de países industrializados sofram de intolerância ou alergia alimentar, segundo a revista “Deutsches Ärzteblatt International”, da Associação Médica Alemã.
Estudos de fato fortalecem a relação entre dieta e crises de enxaqueca. Um deles, da Universidade de York, no Reino Unido, mostrou que pacientes que abriram mão de alguns ingredientes melhoraram após um mês.
- Selecionamos pessoas que sofriam de enxaqueca para fazer duas dietas: a verdadeira, em que evitavam alimentos aos quais tinham sensibilidade, e a genérica. Os resultados foram positivos, mas precisamos de mais estudos - afirmou ao GLOBO David Torgerson, pesquisador da universidade.
Além da alimentação, o estresse, o cansaço, a má qualidade do sono, o uso de drogas e eventuais disfunções temporomandibulares (DTM) estão entre os fatores que provocam crises.
- A melhor forma de cuidar da enxaqueca é evitar os fatores de gatilho. Quanto aos alimentos, não são os mesmos para todas as pessoas. É necessário identificar o que agride cada um - defende o acupunturista Carlos Frederico Vieiralves, que costuma pedir testes de sensibilidade alimentar a seus pacientes. - O tratamento exige uma mudança de hábitos, e não só o uso de medicamentos.
O uso excessivo de remédios, aliás, pode agravar as crises.
- As pessoas se automedicam e usam de forma abusiva analgésicos. Isto pode criar dependência. Em vez de ajudar, perpetua as crises - alertou o cardiologista Cláudio Domênico, curador da série Encontros O GLOBO Saúde e Bem-Estar.
Mudança de dieta reduziu crises
Com constantes de dores de cabeça e outros sintomas desagradáveis, há um ano e meio Carolina Carpinteiro, de 27 anos, procurou especialistas que acabaram lhe diagnosticaram com alergia a leite e soja, além de intolerância ao glúten, proteína presente em trigo, centeio e cevada.
Ela mudou radicalmente sua alimentação. Mas não foi fácil. Basta olhar para as prateleiras do supermercado e notar que o trigo é parte fundamental da culinária brasileira. Por isso, Carolina decidiu ir para a cozinha. Estudou, testou e, hoje, tem a confeitaria Da Dinda, voltada para os alérgicos.
- Eu me senti muito melhor depois que mudei a dieta.
Os sintomas de Carolina apareceram já quando adulta. Não é a mesma história de Álvaro Luiz Pinaud, hoje com 64 anos e com enxaqueca desde os 12 anos. Ele procurou uma quantidade incontável de especialistas, e há apenas um ano descobriu a intolerância a uma série de alimentos que dificilmente seriam vistos como deflagradores da crise: arroz, batata, trigo, cola (ingrediente da Coca Cola), cevada e laranja, entre outros:
- Sempre achei que café poderia piorar a dor de cabeça, mas no meu caso ele não afeta em nada. Enquanto isso, costumava ir para a pizzaria, tomava cerveja, e a enxaqueca começava. Tomava um caminhão de remédios, que acabavam piorando a dor.
Alguns cientistas acreditam que a relação alimento-enxaqueca tem uma razão evolutiva. Cerca de 60% da população, por exemplo, não deveriam consumir leite na fase adulta, segundo a Universidade de Cornell, nos EUA. Essas pessoas, diz o estudo, não evoluíram para produzir a lactase, enzima que digere o leite. Provavelmente porque seus ancestrais não viveram em regiões onde as vacas foram domesticadas há milhares de anos.
Além da intolerância, a avaliação genética é outra ferramenta contra a doença.
- Cada um tem sua individualidade bioquímica, e o teste nutrigenômico aponta, por exemplo, a dificuldade de algumas pessoas em metabolizar a cafeína e o álcool, o que pode provocar crises de enxaqueca - afirmou a farmacêutica Lia Back, diretora clínica do laboratório Biogenetika.
Mulheres e jovens são os que mais sofrem com o problema
Mulheres e adultos jovens são os mais afetados pela enxaqueca, doença classificada pela OMS como uma das “dez piores”. Mesmo assim, o mal é ignorado pela maioria das vítimas, que não chegarão a ter um diagnóstico durante a vida. O alerta é do neurologista Maurice Vincent, citando estatísticas internacionais, durante os Encontros O GLOBO Saúde e Bem-Estar.
- As mulheres são três vezes mais afetadas do que os homens. Além disso, a enxaqueca geralmente aparece já na fase adulta, mas em jovens. A boa notícia é que ela melhora com o envelhecimento. Há menos relatos da doença em idosos - explicou Vincent.
Entrando em seu terceiro ano, o evento - que recebe especialistas para debater avanços da medicina em diversos temas - contou com a mediação da editora assistente de Sociedade, Viviane Nogueira, além da curadoria do médico Cláudio Domênico, membro do Colégio Europeu e Americano de Cardiologia.
- A dor de cabeça é um sintoma que pode estar relacionado a uma série de doenças - comentou Domênico. - Pode ser algo simples, mas também pode apontar para uma condição muito grave, por isso devemos ter atenção.
No caso da enxaqueca, além do óbvio sintoma da dor de cabeça, outros também costumam acometer suas vítimas: náusea, vômito, sensibilidade à luz e ao barulho estão entre eles.
Já uma dor de cabeça não associada à enxaqueca pode ser provocada por uma imensidade de fatores, de uma simples ressaca a tumores no cérebro. Um dos mais comuns é a disfunção temporomandibular (DTM).
- Há uma forte associação entre dores de cabeça e DTM. Isso é visto na clínica há bastante tempo - afirmou o cirurgião-dentista Francisco José Pereira Júnior, membro da Associação Internacional para o Estudo da Dor, que também participou do evento. - O DTM é um dos fatores de gatilho das crises. Não é a causa, mas pode desencadear os sintomas. Por isso, hoje o dentista tem que aprender a reconhecer a enxaqueca.
Também são as mulheres as mais afetadas pela DTM, mais comum da puberdade até os 50 anos. Pereira Júnior ainda alerta para outros sintomas da disfunção: dores de ouvido, estalidos, dores ao mastigar, bruxismo e zumbido.
Depois de temas como diabetes, câncer, sexo e beleza, a próxima edição do evento, prevista para 21 de maio, terá como tema depressão.

Dica de receita da confeitaria Da Dinda
Biscoito tipo amanteigado
300g farinha sem glúten
200g açúcar
100g gordura de coco ou creme vegetal
1 colher de chá de bicarbonato de sódio
Preparo:
Misturar tudo com as mãos até a massa ficar homogênea. Deixar 5 minutos na geladeira e abrir a massa com um rolo e cortar com um cortador de biscoitos. Assar em forno pré aquecido a 230 graus por 15 minutos ou até começar a dourar.
Dica: saborizar com baunilha, canela, raspas de laranja ou essência de preferência.
O mix de farinha sem glúten já é vendido pronto por algumas marcas, mas pode ser feito manualmente: são 600g de farinha de arroz, 200g fécula de batata e 100g fécula de araruta.


Benefícios do vinho: um brinde

  Sete benefícios que o vinho oferece à saúde Bebida oferece benefícios variados ao nosso organismo Foto: StockPhoto  
As vantagens da clássica bebida vão muito além do "faz bem ao coração

Não temos do que nos envergonhar', diz a presidenta Dilma sobre Copa

Ex-jogador Ronaldo disse se sentir envergonhado com preparação do país.

Dilma não citou diretamente Ronaldo, mas defendeu ações do governo.

Priscilla Mendes Do G1, em Brasília
A presidente Dilma Rousseff defendeu neste sábado (24) os preparativos realizados pelo governo brasileiro para realização da Copa do Mundo, que terá início no próximo dia 12. Para ela, o evento é motivo de "orgulho" e nós, brasileiros, "não temos do que nos envergonhar".
Tenho orgulho das nossas realizações, não temos do que nos envergonhar e não temos o complexo de vira-latas, tão bem caracterizado por Nelson Rodrigues se referindo aos eternos pessimistas de sempre"
Dilma Rousseff, durante discurso em evento em Brasília
Em discurso no 17º Congresso da União da Juventude Socialista (UJS), em Brasília, Dilma não citou diretamente o ex-jogador Ronaldo, que em entrevista à agência "Reuters" na sexta-feira (23) disse que se sentiu envergonhado pelo modo como o Brasil se preparou para receber o torneio.
Após citar em sua fala dados positivos sobre o governo nos últimos anos, a presidente afirmou: "A Copa do Mundo se aproxima, tenho certeza que nosso país fará a Copa das Copas. Tenho certeza da nossa capacidade, do que fizemos. Tenho orgulho das nossas realizações, não temos do que nos envergonhar e não temos o complexo de vira-latas, tão bem caracterizado por Nelson Rodrigues se referindo aos eternos pessimistas de sempre”, declarou a presidente.
À "Reuters", Ronaldo, que é membro do Comitê Organizador Local (COL) da Copa do Mundo, defendeu a realização do torneio, mas criticou a burocracia e os atrasos nas obras.
"E de repente chega aqui é essa burocracia toda, uma confusão, um disse me disse, são os atrasos. É uma pena. Eu me sinto envergonhado, porque é o meu país, o país que eu amo, e a gente não podia estar passando essa imagem para fora", afirmou o ex-jogador.
A presidente Dilma Rousseff compareceu neste sábado (24) ao congresso da União da Juventude Socialista (Foto: Priscilla Mendes / G1)A presidente Dilma Rousseff compareceu neste
sábado (24) ao congresso da União da Juventude
Socialista (Foto: Priscilla Mendes / G1)
Dilma falou a uma plateia de cerca de dois mil jovens vindos de vários estados. A organização apoia a reeleição da presidente, que foi recebida com gritos como “não tem Aécio, nem Eduardo, eu estou com Dilma e não mudo de lado” e “vai ter Copa, vai ter tudo, só não vai ter segundo turno”.
Um vídeo com uma mensagem do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi exibido na abertura do evento. Ele disse ter um “enorme carinho” pela UJS e parabenizou a organização pelos 30 anos de existência.
O presidente da UJS, André Tokarski, disse que Dilma “atende, respeita e valoriza a juventude” e lembrou que ela já foi uma “aguerrida militante do movimento estudantil” que enfrentou “prisão e tortura” da ditadura quando era jovem.
A entidade afirmou não ser contrária à Copa do Mundo, mas diz que o torneio é uma oportunidade para “colocar na mesa o que ainda precisa ser feito”. A entidade dos jovens defende que “não tem contradição, eu quero Copa, saúde e educação”.
Estou seguro de que não só o Ronaldo, mas todos os brasileiros e turistas estrangeiros que vierem nos visitar terão orgulho, e não vergonha"
Ministro do Esporte, Aldo Rebelo, ao rebater a declaração do ex-jogador
'Chute contra o próprio gol'
Mais cedo neste sábado (24), o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, rebateu as declarações de Ronaldo em entrevista ao Portal da Copa, do governo federal. Para Rebelo, o ex-jogador deu "um chute contra o próprio gol".
"A frase dita pelo Ronaldo, tomada de forma isolada, é um chute contra o próprio gol, já que ele foi parte do grande esforço para construir a Copa do Mundo. Esse grande evento não será motivo de constrangimento para o país que construiu a sétima economia do mundo e é o maior vencedor de todos os Mundiais. Estou seguro de que não só o Ronaldo, mas todos os brasileiros e turistas estrangeiros que vierem nos visitar terão orgulho, e não vergonha.
O ministro afirmou ainda que o país tem aproveitado a Copa como "esforço de construção e desenvolvimento do Brasil".
"Foi a Copa, com o esforço dos governos, que permitiu que muitas obras de infraestrutura, mobilidade urbana, aeroportos, fossem adiantadas. Que permitiu que milhares de empresários viessem ao Brasil para gerar negócios, tributos e empregos para o país. Que permitiu que milhares de brasileiros recebessem formação profissional. Portanto, apontar nossas deficiências e procurar resolvê-las é dever de todos os brasileiros, e principalmente daqueles que tenham espírito público. Mas sentir vergonha do país não faz parte da solução", completou o ministro.

Não aos refrigerantes

A GUERRA CONTRA A COPA


Depois de combater políticas de bem-estar, nossos dinossauros escondem números reais e usam fantasia social


Na medida em que dados concretos começam a ser divulgados, começa a ficar claro que a guerra contra a Copa é expressão de um delírio conservador que recebe, acessoriamente, o apoio ruidoso de uma retórica de ultra-esquerda – bastante comum em situações políticas como a atual.
 Alguns números.
A sugestão de que os estádios de futebol tiveram reajustes e sobrepreços excessivos não resiste a uma matemática contábil. A inflação acumulada do país, no período, chegou a 40%. A alta média dos estádios ficou em 36%. Num país que convive com metas inflacionárias como política oficial, reajustes desse tipo são parte natural da paisagem dos investimentos públicos e privados.
  Imaginar que o futebol retirou dinheiro da Educação é um acinte. Em 2007, quando o país foi confirmado como sede da Copa, o orçamento do Ministério da Educação consumia R$ 50,4 bilhões. Em 2014, a conta é de R$ 112,3 bilhões – mais que o dobro, em valores deflacionados.
   Os gastos totais com a Copa, somando empréstimos públicos, privados, investimentos estaduais e municipais, chegam a R$ 26,7 bilhões.
    Não é pouco dinheiro, convenhamos. Mas é menos, por exemplo, que metade do patrimonio da família Marinho, dona da TV Globo, segundo a revista Forbes. Em outra conta: num país com PIB de R$ 4,5 trilhões, os R$ 26 bi continuam  sendo um bom dinheiro mas não vamos perder a perspectiva dos números. 
Agora, algumas ideias.
É claro que toda pessoa tem direito de ser contra a realização da Copa no Brasil.
Em 2007  levantei críticas neste espaço – como qualquer pessoa, interessada na arqueologia da internet, poderá comprovar.
Sete anos depois, essa discussão está fora de lugar. Depois da crise de 2008, a maior do capitalismo mundial em 85 anos, não é possível ignorar o lugar da Copa no estimulo a investimentos realizados no país. Os trabalhos da Copa garantem um acréscimo anual de 0,4% no PIB brasileiro. Também ajudam a criar 3,6 milhões de empregos. Talvez não seja a melhor saída. Nem a mais duradoura. Mas cabe lembrar que, sem alternativas, que jamais foram apresentadas, as pessoas não tem o que comer nem o que vestir, não é mesmo? Do ponto de vista dessas pessoas, a Copa já é uma vitória, ainda que parcial, beneficiando a população mais pobre. Ou desemprego no orçamento dos outros não arde?
Além de sugerir medidas de austeridade, que afundaram a Europa, alguém apareceu com ideias mais adequadas, socialmente aceitáveis? 
A campanha contra a Copa é antiga. Se você fizer a arqueologia de seus críticos, irá encontrar declarações solenes de que o governo brasileiro deveria render-se definitivamente a supostas  mediocridades nacionais e devolver a Copa para a FIFA. O argumento, na época, é que nem os estádios ficariam prontos. Sem comentários, não é mesmo?
O debate seguinte foi outro. Nossos dinossauros se tornaram sociais – e foi para isso que a aliança com porta-vozes de uma retórica de ultra-esquerda se tornou necessária.
Repare: a mesma turma que em 2007 – o ano em que o Brasil foi escolhido como país-sede --derrubou a CPMF, aquele imposto semi-invisível que garantia verbas para a saúde pública, resolveu pedir dinheiro para postos de saúde como argumento para combater a Copa.
Sem ruborizar, teve a mesma reação diante do programa Mais Médicos.
   A tecnologia política é conhecida. Depois de negar recursos que poderiam, de forma consistente e duradoura, promover uma mudança real na saúde pública, vamos à rua pedir hospitais padrão-FIFA.
   Com todo respeito pela população que dá duro na fila dos hospitais públicos – e também pelos que são ludibriados regularmente pelos planos privados – cabe perguntar: quem queremos enganar com isso?
    Quem está falando de indignação real? Quem joga na hipocrisia total?

A resposta virá em outubro. Até lá, o que se quer é enganar o eleitor. 

'Encoxadas' são alvo de protesto na Marcha das Vadias

O ato quer alertar para as práticas de sexo não consensuais que são consideradas crime - entre as quais as recentes "encoxadas" no metrô paulistano

O tema este ano é "Quem Cala Não Consente"
Foto: Janaina Garcia / Terra
Com os seios de fora ou vestidas, um grupo de cerca de três mil mulheres realiza na tarde deste sábado, em São Paulo, a quarta edição da Marcha das Vadias. O ato quer alertar para as práticas de sexo não consensuais que são consideradas crime - entre as quais, destacam as manifestantes, as recentes "encoxadas" no metrô paulistano.
O tema este ano é "Quem Cala Não Consente”. O grupo deixou o vão do Museu de Arte de São Paulo (Masp) pouco depois das 14h, em direção à Praça Roosevelt, também na região central. A avenida Paulista, sentido centro, está bloqueada. 
A marcha seguiu pela rua Augusta. Ao passar em frente à casa de shows Comedians, que tem como proprietários os humoristas Rafinha Bastos e Danilo Gentilli, conhecidos por comentários polêmicos e por vezes machistas, um grupo de mulheres desferiu chutes contra a porta do estabelecimento. O fotógrafo do Terra Alan Morici chegou a ser ameaçado e chamado de "machista" por registrar o ato.
A marcha protesta ainda contra o Estatuto do Nascituro, contra o deputado e pastor Marco Feliciano (PSC-SP) e contra iniciativas como a "Cura Gay". Os manifestantes se colocam também a favor do parto humanizado e da luta feminina de modo amplo.
"A violência sexual não é só a prática sexual com penetração e sem consentimento, mas toda prática com natureza sexual e que não seja consentida - seja a encoxada ou o beijo roubado, por exemplo", definiu a jornalista Rebeca da Silva, 28 anos, uma das organizadoras da marcha. "Precisamos romper com o estereótipo de que, se a mulher não reclamou, é porque gostou. Isso é lei desde 2009, mas pouca gente tem conhecimento disso", completou.
Mulheres vítimas de violência, como a dona de casa Fabiane Maria de Jesus, linchada e morta este mês no Guarujá, litoral sul de São Paulo, também foram homenageadas no ato.

A bola está com a FIFA

A entidade máxima do futebol toma posse dos estádios e centros de treinamento em todo o País para adequá-los aos padrões internacionais e cria um mundo paralelo em torno das arenas esportivas

Fabíola Perez (fabiola.perez@istoe.com.br)

Se antes pairava entre os brasileiros a impressão de que a Federação Internacional de Futebol (Fifa) vinha ditando regras no País, agora o bastão foi passado, de fato, à entidade. Na terça-feira 20, a Fifa e o Comitê Organizador Local (COL) começaram a tomar posse dos 12 estádios e campos oficiais de treinamento. O objetivo da operação, respaldada pela Lei Geral da Copa, é adequar as arenas aos padrões internacionais, instalar equipamentos de segurança, montar salas de imprensa, trocar anúncios de patrocinadores e, claro, verificar as condições dos estádios às vésperas do Mundial. Enquanto isso, clubes nacionais terão de treinar fora do Brasil, ruas próximas às arenas serão isoladas e a circulação de pessoas nos locais será controlada até o dia 13 de julho, quando acaba o torneio. “É um novo poder que se estabelece, uma nova ordem sobre esses lugares”, afirma Andrea Benedetto Arantes, advogada especialista em direito internacional, que pesquisou os impactos dos comandos da Fifa sobre a soberania nacional.
ABRE.jpg PADRÃO FIFA
O secretário-geral da entidade, Jérôme Valcke, no Itaquerão,
em São Paulo, na semana passada, quando a entidade
tomou posse dos estádios brasileiros
Primeiro estádio a ficar sob o domínio da Fifa, a Arena Corinthians, recém-inaugurada em São Paulo, terá de passar por mais um teste por determinação da entidade. A arena sediará um jogo entre Corinthians e Botafogo no dia 1º de junho para avaliar as arquibancadas temporárias que elevarão a capacidade do espaço de 48 mil para 67,8 mil torcedores. Caberá à Fifa a instalação dos bancos reservas, traves, redes e até aparelhos de tecnologia para a transmissão dos jogos. Outra cidade que também já passou a bola adiante é Salvador. Inaugurada em abril do ano passado, a Arena Fonte Nova deverá disponibilizar a equipe de funcionários que cuidam da manutenção do estádio à entidade máxima do futebol. De acordo com o diretor comercial Cláudio Najar, algumas adaptações estão previstas. “O estádio ganhará cinco mil assentos temporários e o estacionamento será utilizado como espaço de convivência”, diz. Apesar dos transtornos que a limitação de acesso a uma das ruas próximas ao estádio pode causar, Najar acredita que a exposição será positiva. “A Bahia receberá jogos importantes e as áreas em torno do estádio estão passando por melhorias”, diz.
COPAFIFA-02-IE-2322.jpg AJUSTES
Funcionários dão os últimos retoques na Arena Corinthians, acima,
e membros da Fifa e do Comitê Organizador Local (COL)
fazem tour de inspeção no Mineirão
COPAFIFA-01-IE-2322.jpg
Um dos estádios elogiados pelo secretário-geral da entidade, Jérôme Valcke, em sua maratona pelo País foi o Mineirão. O espaço administrado pela empresa Minas Arena passou as chaves da casa para a Fifa depois de comandar uma reforma que levou três anos e meio e custou R$ 666,3 milhões. “Preparamos o estádio para a Copa do Mundo”, afirma Severiano Braga, gerente de operações da empresa. “Agora, a Fifa vai montar estruturas temporárias, como tendas para patrocinadores e equipamentos para transmissão de imagens.” Outro quesito que ficará a cargo da Fifa é a segurança. Além do equipamento das arenas – o Mineirão, por exemplo, possui 364 câmeras de vigilância –, a entidade terá efetivo próprio para policiar o entorno dos estádios. No Rio de Janeiro, cidade que sediará a final da Copa do Mundo, o Maracanã está sob controle da Fifa desde a quinta-feira 22. A entidade dispensou até a equipe de manutenção da arena e usará seus próprios técnicos.
Além dos estádios, estão sob uso exclusivo da Fifa os campos oficiais de treinamento (COTs). Estruturas como campos e academias de clubes serão usadas para o treino de seleções durante as 48 horas que antecedem cada jogo. Em São Paulo, foram escolhidos o Estádio do Pacaembu e o Centro de Treinamento do Palmeiras. Para os eleitos, pode ser um bom negócio. “Investimentos extras nos gramados e equipamentos para o vestiário ficarão por conta da Fifa”, explicou Francisco Carlos Dada, coordenador de equipamento do Pacaembu. O Centro de Treinamento do Palmeiras também será utilizado em treinos oficiais e sofreu adaptações. “Tivemos de fazer um realinhamento da equipe para esvaziar o espaço e retirar as placas de publicidade”, afirma José Carlos Brunoro, diretor-executivo do Palmeiras. “Não ganhamos financeiramente, mas o retorno institucional é grande: o clube será conhecido por mais jogadores e a marca será divulgada internacionalmente.”
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O mundo paralelo criado em torno das arenas, porém, pode gerar incômodo, na opinião de especialistas. “A população fica à parte, aqueles que não têm acesso aos jogos ficarão marginalizados”, acredita a advogada Andrea Arantes, para quem a Lei Geral da Copa fere direitos já consagrados. Mas essa tese não é consenso. Contrário à ideia de quarto poder exercido pela entidade, Pedro Trengrouse, professor da Fundação Getulio Vargas (FGV), observa que a autoridade da Fifa foi concedida pelo Congresso Nacional com a aprovação da lei da Copa posteriormente sancionada pela presidenta Dilma. “Se alugo um imóvel, o dono da casa não pode entrar no espaço a hora que quiser”, diz. “A Fifa alugou esses centros esportivos por um determinado período e ficará a cargo dela administrá-los.” Algumas iniciativas da entidade, contudo, são difíceis de explicar. Na semana passada, o substantivo “pagode” foi registrado como marca de alto renome pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi). A palavra virou marca exclusiva da Fifa, que batizou com o nome de um dos gêneros musicais mais conhecidos no Brasil a fonte da impressão do Mundial 2014. As fontes Times New Roman e Arial ganharam a companhia de Pagode.
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Depois de ser chamada de gorda em festa, mulher emagrece mais de 40 kg

Érwelley parou de se pesar quando chegou aos 107 kg; hoje ela pesa 67 kg.
'Só quem é obeso sabe como é sofrido as pessoas te apontando o dedo', diz.

Fabíola Glenia Do G1, em São Paulo
Érwelley Cardoso de Andrade emagreceu mais de 40 kg depois de ser chamada de 'gorda' em uma festa (Foto: Arquivo pessoal/Érwelley Andrade) 
Érwelley Cardoso de Andrade emagreceu mais de 40 kg depois de ser chamada de 'gorda' em uma festa (Foto: Arquivo pessoal/Érwelley Andrade)
Era para ser um dia de festa, mas bastou Érwelley botar o pé no buffet para o tio – o palhaço oficial da família – gritar lá de longe: "Escondam a comida que a gorda chegou". Todo mundo riu da "brincadeira", menos a “gorda” em questão. A escritora Érwelley Cardoso de Andrade tinha mais ou menos 25 anos na época, dois filhos, 1,68 m de altura e não sabe dizer ao certo quanto estava pesando.
Na última vez em que subiu numa balança antes deste episódio, o ponteiro chegou aos 107 kg. Ela parou de se pesar, mas levou quase um ano para começar a mudar seus hábitos – o que ocorreu depois da fatídica festa. "Ele falou em tom de brincadeira, mas aquilo acabou comigo. Eu falei para mim mesma: 'cansei de ouvir isso, não quero me sentir tão mal'. Depois deste episódio horrível, eu montei um programa de caminhada e exercícios e comecei a seguir bem direitinho. Comecei a fazer todos os dias, de segunda a sábado", conta.
Durante cinco anos, a escritora tentou emagrecer, sem sucesso (Foto: Arquivo pessoal/Érwelley Andrade) 
Durante cinco anos, ela tentou emagrecer, sem sucesso
(Foto: Arquivo pessoal/Érwelley Andrade)
Ela também mudou "100% a alimentação": reduziu as quantidades, passou a controlar os horários, incluiu fibras, eliminou doces e refrigerante e aumentou a quantidade de verdura. "Mudei completamente. Eu comia descontroladamente de madrugada, comia a qualquer hora, não tinha noção de quantidade. Minha ansiedade me controlava de maneira tremenda."
Érwelley não foi uma criança gorda, nem tem histórico de obesidade na família. Ela começou a ganhar peso gradativamente e não conseguia emagrecer. "Passei quase cinco anos num quadro de obesidade. Eu não cuidava mais de mim. Tentava todo tipo de dieta, vivi o efeito sanfona diversas vezes. Fiquei tão depressiva que desisti de tentar emagrecer. Tudo dava errado, me decepcionei muito. Parei de estudar, de trabalhar, fiquei só em casa, e isso me levou a uma depressão maior. Eu só comia", relata. Neste processo, ela conta que passou por vários nutricionistas, foi a dois endocrinologistas e fez até uso de sibutramina. "Quase morri, tive vários efeitos colaterais."
Com as mudanças na alimentação e a atividade física regular, a escritora emagreceu 17 kg em três meses, 30 kg em um ano e meio e 45 kg no total. Agora ela está no caminho inverso – o de ganhar peso, mas sob a forma de massa magra, já que treina musculação pesado. "Agora estou pesando 67 kg, mas meu percentual de gordura baixou bastante. Meu objetivo é definir cada vez mais e ganhar mais massa magra. (...) Em julho, faz quatro anos que estou na academia. Nunca passei mais que dois dias sem malhar. A cada dia mais me apaixono mais pela musculação, pelo meu estilo de vida", diz.
O tio gaiato convive diariamente com Érwelley e diz que foi ele que a salvou. "Eu fiquei chateada, mas serviu para eu acordar, serviu como estalo. Tinha 25 anos e estava praticamente morta. Só quem é obeso sabe como é sofrido as pessoas te apontando o dedo, te culpando pelo excesso de peso, mas há outros fatores por trás da obesidade. A sociedade nos obriga a lutar pela aparência. Mas se a gente está infeliz, é possível mudar. Eu não acreditava, mas fechei o olho e segui em frente. As pessoas têm que acreditar."
A escritora, mãe de dois filhos, hoje treina musculação pesado e quer aumentar massa magra (Foto: Arquivo pessoal/Érwelley Andrade) 
A escritora, mãe de dois filhos, hoje treina musculação pesado e quer aumentar massa magra (Foto: Arquivo pessoal/Érwelley Andrade)

Vacina: Malária


Nova vacina em teste aprisiona parasita da malária em glóbulos vermelhos

Doença mata cerca de 627 mil pessoas por ano, a maioria crianças na África subsaariana

Reuters
Estados Unidos - Cientistas que pesquisam uma vacina contra a malária, que mata uma criança por minuto na África, desenvolveram uma nova e promissora abordagem que pretende aprisionar os parasitas que causam a doença nos glóbulos vermelhos que infectam.
Os pesquisadores disseram nesta quinta-feira que uma vacina experimental baseada nesta ideia protegeu ratos em cinco testes e será testada em macacos de laboratório nas próximas quatro a seis semanas.
O diretor do Centro para Pesquisas Internacionais de Saúde do Hospital de Rhode Island, doutor Jonathan Kurtis, afirmou que se os testes com os macacos correrem bem, o chamado teste clínico Fase I que testará a vacina em um pequeno grupo de pessoas poderá começar em um ano e meio.
Médico trata criança com malária em hospital em Bor, na África
Foto:  Reuters
Usando amostras de sangue e dados epidemiológicos coletados de centenas de crianças na Tanzânia, onde a malária é endêmica, os pesquisadores isolaram uma proteína, chamada PfSEA-1, que os parasitas precisam para escapar de dentro dos glóbulos vermelhos que infectam quando causam malária.
Em seguida, os pesquisadores descobriram que os anticorpos enviados pelo sistema imunológico do corpo para agir contra a proteína conseguiram aprisionar os parasitas dentro dos glóbulos vermelhos, impedindo a progressão da doença.
Os cientistas vêm lutando há anos para criar uma vacina eficiente contra a malária, uma doença transportada por mosquitos que a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima matar 627 mil pessoas por ano, a maioria crianças na África subsaariana.
“É profundamente importante desenvolver uma vacina eficiente contra a malária”, disse o doutor Anthony Fauci, diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas dos Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos, classificando o estudo como “um tipo novo e diferente de abordagem para obter uma vacina”.
“Como o parasita da malária tem um ciclo de replicação tão complexo, há múltiplos pontos nesse ciclo que são vulneráveis à interferência de um anticorpo ou a alguma reação que pode ser induzida por uma vacina”, disse Fauci à Reuters.
Duas abordagens existentes para o desenvolvimento de uma vacina tentaram bloquear a entrada dos parasitas no fígado ou nos glóbulos vermelhos. A nova abordagem tenta contê-los nos glóbulos vermelhos – ou, como disse Kurtis, “prendê-las em uma casa em chamas”.
Se os parasitas ficarem presos, podem ser absorvidos inofensivamente pelo baço por células do sistema imunológico chamadas macrófagos, disse Kurtis.

Massa de ar frio faz temperaturas despencarem no Rio

Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia, massa de ar polar que está no oceano influencia no tempo da capital. Temperaturas devem entrar em elevação na tarde de domingo

Tiago Frederico e Tássia di Carvalho
Rio - O sábado amanheceu chuvoso e frio. Isto porque a cidade está sob a influência de uma massa de ar polar. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia, a tendência é que o tempo continue frio até a manhã deste domingo.
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"As temperaturas entrarão em elevação na parte da tarde de domingo, quando a massa de ar frio que está no oceano não estiver mais influenciando as condições meteorológicas da capital fluminense", explicou Almerino Marinho, meteoroligsta do Inmet, que disse que o dia seguirá com céu encoberto. "Ventos úmidos que vem do mar causam essa nebulosidade e chuva na cidade", disse ele.
De acordo com o instituto, por volta do meio-dia, os termômetros giravam em torno dos 24h no Rio. Durante a madrugada, foi registrada temperatura de 17º na estação do Alto da Boa Vista. Segundo Marinho, as temperaturas estarão mais amenas na parte da tarde e noite de domingo e não irá chover.
Chegada de frente fria leva chuva ao Rio. Máxima não deve passar dos 25ºC neste sábado
Foto:  Foto: Alessandro Costa / Agência O Dia
De acordo com o Alerta Rio, os maiores acumulados de chuva na cidade, entre 0h e 7h, foram na Rocinha 30,0mm, Jardim Botânico 22,2mm e Vidigal 21,0mm, na Zona Sul; no Alto da Boa Vista 22,4mm, na Zona Norte; e na Barra/RioCentro 15,8mm, na Zona Oeste.
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Segundo a Defesa Civil, não houve deslizamento na cidade, mas uma árvore caiu na Rua Xavier da Silveira, em Copacabana. De acordo com o Centro de Operações da Prefeitura do Rio, a via ficou interditada por 30 minutos para a retirada da mesma. Não houve queda de postes.
Capotagem na Grajaú-Jacarepaguá
A chuva que atinge o Rio deixa as pistas molhadas e contribui para os acidentes de trânsito. Somente na Estrada Grajaú-Jacarepaguá, segundo O COR, foram sete acidentes, causados pela pista escorregadia. Num deles, Jairo S. Silva, 33 anos, ficou ferido, depois que o veículo em que estava capotou na altura do Complexo do Lins. Ele foi levado para o Hospital Municiapl Souza Aguiar, no Centro.
Houve congestionamentos em Vicente de Carvalho, na Avenida Pastor Martin Luther King e na Rodovia Presidente Dutra na altura da Pavuna até o Trevo das Margaridas. Na Avenida Brasil na altura de Ramos até Bonsucesso no sentido Centro.
Um motociclista sofreu uma batida na região e seu estado de saúde não foi divulgado. Uma batida entre um caminhão de lixo e um carro de passeio provocou congestionamento em Botafogo, perto da saída do túnel velho.

CNBB critica decisões de Joaquim Barbosa no Mensalão


Tribunal de exceção

Entre as decisões está a suspensão do trabalho externo de oito condenados, por entender que eles devem cumprir um sexto da pena de regime semiberto para ter direito ao benefício

O Dia
Rio - A Comissão Brasileira Justiça e Paz (CBJP), ligada à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), divulgou nota para criticar as decisões do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, na Ação Penal 470, o processo do mensalão. Na nota, a entidade repudia o conteúdo das decisões tomadas pelo presidente, que é responsável pelas execuções das penas dos condenados.
"A CBJP tem a firme convicção de que as instituições não podem ser dependentes de virtudes ou temperamentos individuais. Não é lícito que atos políticos, administrativos e jurídicos levem a insuflar na sociedade o espírito de vingança e de 'justiçamento'. Os fatos aqui examinados revelam a urgência de um diálogo transparente sobre a necessária reforma do Judiciário e o saneamento de todo o sistema prisional brasileiro”, diz a entidade.
Entre as decisãoes está a suspensão do trabalho externo de oito condenados, por entender que eles devem cumprir um sexto da pena de regime semiberto para ter direito ao benefício
Foto:  Divulgação

Entre as decisãoes de Barbosa está a suspensão do trabalho externo de oito condenados, por entender que eles devem cumprir um sexto da pena de regime semiberto para ter direito ao benefício. Tiveram o trabalho revogado os ex-deputados Valdemar Costa Neto, Bispo Rodrigues, Pedro Corrêa, Romeu Queiroz, o ex-tesoureiro do extinto PL Jacinto Lamas, o ex-advogado de Marcos Valério, Rogério Tolentino. Barbosa negou ainda autorização de trabalho para o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, que nem chegou a deixar o presídio para trabalhar.
De acordo com a Lei de Execução Penal, a concessão do trabalho externo deve seguir requisitos objetivos e subjetivos. A parte objetiva da lei diz que o condenado deve cumprir um sexto da pena para ter direito ao benefício. "A prestação de trabalho externo, a ser autorizada pela direção do estabelecimento, dependerá de aptidão, disciplina e responsabilidade, além do cumprimento mínimo de 1/6 [um sexto] da pena", informa o Artigo 37. Porém, a defesa dos condenados no processo do mensalão alega que o Artigo 35 do Código Penal não exige que o condenado a regime inicial semiaberto cumpra um sexto da pena para ter direito ao trabalho externo.
Desde 1999, após uma decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), os juízes das varas de Execução Penal passaram a autorizar o trabalho externo ainda que os presos não cumpram o tempo mínimo de um sexto da pena para ter direito ao benefício. De acordo com a decisão, presentes os requisitos subjetivos, como disciplina e responsabilidade, o pedido de trabalho externo não pode ser rejeitado.
No entanto, Joaquim Barbosa afirma que o entendimento do STJ não vale para condenações em regime inicial semiaberto. Para justificar a aplicação integral do Artigo 37, Barbosa cita decisões semelhantes aprovadas em 1995 e em 2006, no plenário da Corte.
A controvérsia será resolvida somente quando o plenário da Corte julgar o recurso impetrado pela defesa dos condenados. A data do julgamento depende da liberação do voto de Barbosa.

Anti-inflamatórios naturais, conte com eles!


anti-inflamatorio-natural
Durante a nossa vida passamos por muitos processos inflamatórios, alguns mais e outros menos, mas todo mundo sofre com isso.
Que tal conhecer o que a natureza nos oferece de alimentos e chás que podem nos ajudar nessas horas, como coadjuvantes no tratamento, ou melhor, como ação preventiva? Nós lhe contamos tudo!

Inflamação, sua chata!

A inflamação, na verdade, é uma reação do nosso organismo a uma lesão provocada por um corpo estranho, e que pode se tornar crônica, como é o caso das tendinites e até da celulite. Nossa alimentação interfere nesses processos, alguns alimentos favorecem e até “causam” a inflamação, já outros combatem.

O “inimigo”: a evitar em caso de inflamação

Como diz o senso comum, “tão importante quanto conhecer seus amigos é conhecer seus inimigos”, e os alimentos prejudiciais são nossos velhos e mal falados conhecidos: alimentos ricos em açúcar, gordura ruim, frituras, farinha refinada e produtos industrializados. Se não for possível viver sem eles, vamos considerar reduzir o consumo e, pelo menos durante uma crise, será de grande ajuda retirá-los do cardápio.

O “amigo”: os anti-inflamatórios naturais

Invista em uma dieta rica em vegetais folhosos verde-escuros (couve, brócolis, espinafre), alho (super agente), cebola, pimenta, repolho, feijão, lentilha, grão de bico, soja, aveia, azeite de oliva, castanhas e nozes.
Não se esqueça do poder das sementes de linhaça, gergelim e chia, ricos em ômega 3, assim como os peixes atum, salmão, sardinha, truta e tilápia, e também das sementes de abóbora e girassol, ricas em outros nutrientes, como ômega 9 e ácidos graxos que auxiliam na recuperação.
Podemos contar também com o chá verde, chá de camomila, cravo da índia e gengibre.
Para combater os radicais livres, que pioram a inflamação, lançamos mão das frutas vermelhas, do tomate, abacate, acerola, uva e mamão.

Compressas, um santo remédio

No caso de inflamações musculares, uma compressa com gelo por 20 minutos é extremamente valiosa. Colocando também a polpa de um mamão maduro, ou embebendo com chá de camomila, sua compressa vai ajudar a combater o problema.
Como podemos perceber, alimentos saudáveis não só nos ajudam a ter saúde, como podem ser até remédio. Isso sim é uma ótima notícia! Aproveite!

Você sabe gerenciar o estresse?





Vale respirar fundo ou cantar uma música para solucionar o problema sem demora


Por Manuela Pagan -
O estresse é um estímulo que surge com o objetivo de preparar o corpo para a luta ou para a fuga. Nossos antepassados certamente usaram essa descarga hormonal no sentido literal, mas, em meio à correria do século XXI, nós a usamos mesmo é para lutar contra o tempo e fugir das cobranças. Nessas ocasiões, as alterações agudas causadas por essa sensação ajudam a achar as melhores soluções, sempre no prazo certo.

Se as pendências se acumulam, entretanto, e você não consegue colocar a cabeça no travesseiro sem recordar de todos os compromissos não resolvidos, pode ser que o estresse tenha virado crônico. "A adrenalina, liberada em situações agudas, começa a dar lugar ao cortisol - hormônio que pode desencadear doenças, como a obesidade", explica a endocrinologista Alessandra Rascovski, da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia.

Ioga, meditação, terapia e exercício físico são práticas que ajudam muito no controle do estresse, mas elas são praticamente impossíveis no meio do expediente, do trânsito ou da bagunça das crianças. Por isso, o Minha Vida conversou com os especialistas e listou algumas dicas para controlar os hormônios em até cinco minutos. Que tal encaixá-las na sua rotina? 

Os níveis dos hormônios cortisol e adrenalina (relacionados ao estresse) diminuem muito quando você dá umas boas risadas. Isso foi o que encontrou um estudo realizado pela Loma Linda University, nos Estados Unidos, que analisou a resposta hormonal dos participantes ao assistir um vídeo engraçado e constatou que os efeitos podem durar de 12 a 24 horas.

A endocrinologista Alessandra Rascovski lembra ainda que as risadas podem aumentar os níveis de endorfina - hormônio que combate o estresse. Por isso, aproveite as ferramentas que tiver na mão para dar aquela gargalhada. Vale entrar no Youtube e assistir a um clássico da comédia ou um bate-papo com um amigo divertido.  
Chá preto - foto: Getty Images Tome um chá

Um estudo realizado pela University College London, na Inglaterra, descobriu que tomar chá preto pode ajudar a reduzir os níveis de cortisol em até 47%. Os pesquisadores dizem que os benefícios podem estar ligados a algumas substâncias, como os flavonoides, os polifenóis e os aminoácidos, presentes na bebida. Mas é bom não exagerar, já que cada 50 ml desse chá contêm 10 mg de cafeína. Segundo a IFIC (International Food Information Council), o ideal é consumir, no máximo, 300mg de cafeína por dia. Mas esse limite pode variar, já que cada pessoa tem um grau diferente de sensibilidade à cafeína.
Mulher cantando  - foto: Getty Images Cante uma música ou recite um poema

Sabe aquela música que você gosta e dá aquela sensação de bem-estar? Ela também pode te ajudar nas horas de estresse. Alessandra explica que o cortisol está muito relacionado à resposta de cognição, ou seja, com o pensamento. Manter o foco longe das preocupações ajuda a reestabelecer os níveis normais de hormônio. Funciona como um mantra: acalma a mente e relaxa os músculos.
Mulher comendo maçã - foto: Getty Images Coma um alimento doce e saudável

Você come chocolate na hora que o estresse aumenta crente de que vai melhorar? Cuidado! O chocolate realmente dá uma sensação de prazer, mas ela passa rapidinho. Isso porque os níveis de glicose que sobem ao comer esse alimento sofrem uma queda brusca logo depois. "A solução é comer um alimento que aumente a glicemia no sangue e a deixe constante, sem queda brusca, como uma fruta fresca ou desidratada", aconselha Alessandra Rascovski.
Acupressão - foto: Getty Images Pressione os pontos certos

O estresse agrega uma série de emoções que a acupuntura ajuda a reequilibrar (ansiedade, preocupação, melancolia e até tristeza). Para facilitar, um estudo realizado pela Hong Kong Polytechnic University indica que somente apertar certos pontos - técnica chamada de acupressão - também ajuda a diminuir o estresse em até 39%.

O médico acupunturista Alexandre Yoshizumi, coordenador do ambulatório de acupuntura do Hospital do Servidor Público Estadual, dá a dica:

1. Massageie o espaço entre o indicador e o polegar em sentido horário pelo menos 15 vezes. "Esse é um ponto que age diretamente na cabeça e alivia as tensões", explica.
2. Faça o mesmo com um ponto no tórax, exatamente entre os mamilos e sobre o esterno (ossinho que fica bem no meio do peito).Massagear esse ponto ajuda no fluxo de energia e acalma a respiração", conta o acupunturista.
Mulher respirando profundamente - foto: Getty Images Respiração

A respiração é um dos principais aliados para lidar com o estresse. Respirar profundamente pelo menos 15 vezes, enchendo a barriga e deixando todo o ar sair dos pulmões, desacelera o coração e faz com que a ansiedade diminua. "É importante tentar se desligar do mundo ao redor enquanto faz essa respiração profunda - como se fosse em uma meditação", explica Alexandre Yoshizumi.
Mulher falando em volume alto - foto: Getty Images Solte o verbo

Um estudo realizado pela University of East Anglia (Inglaterra) e publicado pelo Leadership & Organization Development Journal observou que funcionários que falam mais palavrão têm menores níveis de estresse em comparação com quem evita essas expressões. Além disso, esses trabalhadores são mais solidários com seus colegas e trabalham mais em equipe. Os pesquisadores recomendam: o ideal é achar o meio termo, já que xingamentos muito feios podem ser ofensivos e acabar com o clima do trabalho. Vá ao banheiro ou, então, espere até entrar no carro para proferir poucas e boas.
O estresse é algo que todos nós temos, sobre o qual todos nós conversamos e, muitas vezes, até procuramos de certo modo combatê-lo. As alterações emocionais são responsáveis em muitas situações pelo estresse elevado e causam danos à qualidade de vida, mas controlar as emoções negativas não é uma tarefa simples.
“Infelizmente, há uma grande tendência a banalizar o grau de seriedade ou importância do manejo adequado do estresse. É comum encontrarmos pessoas que acreditem que, para reduzi-lo, basta não ficar nervoso ou ansioso”, diz Cinthia Alves, psicóloga e Wellness Coach, que desenvolve o trabalho de Gerenciamento do Estresse no Centro de Atenção à Saúde do Colaborador do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

O estresse elevado ou crônico é responsável pela manifestação de sintomas desconfortáveis e pelo desencadeamento de doenças gástricas, intestinais, cutâneas, respiratórias, cardiovasculares e psiquiátricas. Além disso, influencia vínculos e relacionamentos afetivos, profissionais e familiares, interação social, autoconfiança e autoestima.

Então, o que precisamos fazer para lidar com o estresse? Cinthia explica que não há uma receita pronta e que sirva para todos, mas dá algumas dicas:

·  Reconheça seus sintomas e avalie os possíveis prejuízos acarretados em sua vida.

·  Devemos compreender e nos responsabilizar pelas nossas próprias escolhas e buscar a satisfação das reais necessidades que temos. A rotina atribulada, o excesso de compromissos e responsabilidades e a administração inadequada do tempo acabam nos colocando em condições vulneráveis ao desencadeamento do estresse crônico.

· O auto-cuidado também tem influência positiva neste processo: praticar atividades físicas, manter uma alimentação saudável, meditar, fazer psicoterapia, desenvolver a espiritualidade, autoestima, autoconfiança e ter clareza de valores e objetivos de vida.

Ao lidar com o estresse, devemos considerar que ele ocorre a partir da fisiologia natural do organismo frente a contextos em que se entende ser necessária uma adaptação. E para modificar as reações frente a determinados eventos, é necessário adquirir novas formas de pensar e agir, conhecendo melhor a si mesmo, identificando limites, fraquezas, qualidades e, acima de tudo, valores, ou seja, o que realmente traz satisfação.

“Nossas crenças e valores são a mola propulsora de nossas opções e decisões diárias. É essa a razão do trabalho do Coach: despertar nas pessoas o que de melhor elas possuam, para que identifiquem e busquem seus sonhos e idéias, afinal ‘sonhos são metas com prazos’”, afirma Cinthia.

Lidar com isso está ao alcance de todos. Ao fazer uma escolha, pense no quão coerente ela é com seus valores e reais necessidades. Deste modo, a satisfação e a segurança nos deixam mais preparados diante dos eventos vulneráveis da vida.
Existe algum medicamento prescrito pelo psiquiatra que pode ajudar a combater estresse sem ter ataques de nervosismo?
  • Respondido por Raquel Baldo Vidigal -
    Psicóloga


    Olá,
    Primeiramente vamos partir do ponto que todo e qualquer medicamento deve ser indicado pelo seu médico. Cuidado com essas procuras de medicamentos via internet ou por outras pessoas, ou mesmo outros profissionais. Uma medicação errada ou equivocada pode gerar sérios danos a sua saúde. Fique atento.
    Pelo que sugere na pergunta, imagino que faça tratamento com psiquiatra ou algum medico e tome medicamentos. Algumas medicações provocam reações colaterais incômodas e difíceis de lidar ou suportar. Mas hoje em dia há muitas opções de medicamentos e tratamentos e por isso nem sempre é preciso sofrer com os efeitos colaterais. Não há ninguém melhor que seu medico para fazer esta troca de medicação ou testes com outras opções de medicamentos. Não pare e não comece a tomar nada sem consulta-lo.
    Fale com seu medico, mostre o quanto está incomodado com os sintomas e peça ajuda para mudar este quadro.
    Os tratamentos para Estresse não costumam gerar crises de nervosismo, se isto está acontecendo, pode ser que seja sintoma de algum outro quadro que não estresse. Talvez até mesmo de um quadro emocional (profissional, familiar ou social).
    Já pensou em realizar acompanhamento psicológico em conjunto? As sessões terapêuticas, separadas do atendimento psiquiátrico, costumam colaborar muito da estabilidade de quadros estressantes e crises. Ajudam a melhor entender sobre si, o meio, o quadro e até mesmo o tratamento medico, facilitando compreender as reações, crises e assim quem sabe até mesmo poder controlar. Vale pensar nesta opção.
    Em todo caso se não estiver satisfeito com seu atendimento médico, ou tenha dúvidas sobre como está sendo atendido, busque outra opinião médica (da mesma área) para poder comparar e decidir em conjunto ao medico um bom tratamento para você.

    O estresse é um sentimento normal. Em pequenas doses, o estresse pode ajudá-lo a ser mais produtivo. O estresse não afeta todas as pessoas da mesma maneira.


    Muitas pessoas sentem os sintomas do estresse em seu corpo. Você pode sentir dores no abdome, cefaleias e tensão muscular ou dor. 





    Quando você está muito estressado, pode notar:


    • Um ritmo cardíaco acelerado
    • Batimento fora do ritmo
    • Respiração acelerada
    • Sudorese
    • Tremores
    • Tontura


    Outros sintomas de estresse incluem:


    • Fezes soltas
    • Necessidade frequente de urinar
    • Boca seca
    • Problemas para engolir




    Você pode apresentar dificuldade de concentração, sensação de cansaço a maior parte do tempo ou perda de controle mais frequente. O estresse também pode provocar problemas sexuais. O estresse também pode provocar problemas para adormecer ou permanecer dormindo e pesadelos.


    Causas



    Muitas pessoas têm estresse quando precisam se adaptar ou fazer uma mudança.




    Exemplos:


    • Começar em um emprego novo ou escola nova
    • Mudar-se para uma casa nova
    • Casar-se
    • Ter um filho
    • Terminar um relacionamento


    Uma doença ou lesão própria, de um amigo ou de um ente querido é uma causa comum de estresse. Sentimentos de estresse e ansiedade são comuns em pessoas que se sentem deprimidas e tristes.


    Alguns medicamentos podem provocar ou piorar os sintomas de estresse.


    Estes podem incluir:


    • Alguns medicamentos inalados usados para tratar asma
    • Medicamentos para tireoide
    • Algumas pílulas dietéticas
    • Alguns remédios para resfriado


    Produtos com cafeína, cocaína, álcool e tabaco também podem provocar ou piorar os sintomas de estresse e ansiedade.