10.01.2009

Corticóides

Corticóides

Corticóide ou corticosteróide (popularmente chamado de cortisona) é um medicamento usado no tratamento das doenças alérgicas e qué é sintetizado a partir de um hormônio produzido por uma pequena glândula chamada supra-renal, pois se localiza logo acima do rim.
Este hormônio – chamado de cortisol - é essencial para a vida, contribuindo
para manter o equilíbrio no organismo humano. Atua como um potente antinflamatório natural, além de influir em diversas funções do organismo como no metabolismo ósseo, de açucares, sais minerais, gorduras, proteínas, exercendo também ação estimuladora no cérebro. Estas ações são muito importantes para gerar energia necessária para manutenção das atividades diárias e em especial nas situações de estresse tanto físico como emocional. Por exemplo, no momento de uma infecção o organismo precisa de reservas de energia para se defender e o cortisol atua provendo condições para a recuperação.

A produção de cortisol obedece a um ritmo diário (“ritmo circadiano”), com um nível máximo do hormônio pela manhã, ao acordar. O nível de cortisol vai caindo lentamente até que à noite há um nível mais baixo no sangue, coincidindo com a sensação de cansaço e necessidade de repouso. Durante o sono, a glândula volta a produzir o hormônio a fim de que o organismo esteja apto para suas atividades diárias ao acordar, pela manhã. Este ritmo de produção do cortisol pela supra-renal é regulado por uma outra glândula; a hipófise ou pineal, localizada no cérebro, sob a influência de outras estruturas reguladoras cerebrais.

Mas o corpo humano é harmonioso: para produzir o cortisol, a glândula supra-renal obedece às ordens da hipófise e do hipotálamo. A regulação do cortisol é portanto o resultado da participação harmoniosa do eixo hipotálamo – hipófise – adrenal. Assim, quando o nível sérico do cortisol, o eixo reduz sua atividade vice versa – se o nível está elevado, automaticamente o eixo estimula sua atividade.

Por isso, quando uma pessoa utiliza um medicamento contendo corticóide, poderá ocorrer uma interferência no eixo regulador/produtor e resultar em alteração de produção do cortisol pelo organismo. No uso curto por poucos dias, não há problema: uma vez suspenso o medicamento, a glândula supra-renal retoma a sua produção diária normal. Entretanto, se a terapia for prolongada (acima de 30 dias) a retomada da atividade da glândula pode ser lenta ou até mesmo permanente, acarretando sérios problemas de saúde.

Os corticóides são utilizados de forma sintética em medicamentos usados em muitas doenças e na Alergia, por sua estupenda ação antinflamatória. O uso deste medicamento acarreta melhora quase imediata de crises agudas de asma, rinite, urticária, eczemas, farmacodermias e da anafilaxia.

Conhecendo as ações dos hormônios corticosteróides, fica mais fácil compreender seus principais efeitos colaterais, em especial quando utilizados de forma sistêmica por via oral (comprimidos e xaropes) ou injetável.


Medicamentos contendo corticóides:
Os remédios contendo corticóides sintéticos (chamados popularmente de “cortisona”),
são utilizados no tratamento de diversas doenças alérgicas, como a asma, rinite,
alergias na pele e no choque anafilático.

• Via oral: xaropes e comprimidos;
• Para uso injetável;
• Para uso inalado: nebulizações, sprays ou inaladores de pó seco;
• Uso na pele: pomadas e cremes;
• Uso oftálmico –colírios.



CORTICÓIDES POR VIA ORAL

Usados sob forma de comprimidos ou como xaropes estão indicados nas crises de asma, rinite e em outras formas de alergia (urticária, angioedema, etc). O ideal é o uso por poucos dias, a fim de corrigir o problema sem que haja interferência na produção do cortisol pela glândula adrenal, sendo uma medicação valiosa e segura.
Os efeitos colaterais são variáveis de pessoa a pessoa, dependendo da dose e do tempo de uso. Os mais comuns são aumento do apetite e alterações do sistema nervoso: algumas pessoas sentem-se com mais energia, outros se queixam de tristeza, irritabilidade e insônia.
No caso da asma, é importante chamar a atenção sobre o medo do corticóide por causa dos efeitos colaterais, mas o retardo no início do uso pode acarretar piora da doença e levar à internação hospitalar (às vezes até em CTI), sendo necessário o uso de doses muito mais altas da cortisona.

Ressalta-se que este medicamento só deve ser feito sob orientação do médico e em hipótese nenhuma por conta própria ou por conselhos de balconistas ou amigos pois o uso abusivo da cortisona pode provocar danos muitas vezes irreparáveis à saúde. Quem nunca ouviu dizer que a cortisona é faca de dois gumes? E é verdade. Mas, cabe ao médico utilizar o “gume certo” e usufruir o benefício do medicamento com o mínimo de efeitos colaterais indesejáveis.

CORTICÓIDES INJETÁVEIS:

Os corticóides podem ser utilizados por via venosa ou intramuscular nas crises agudas de asma e em situações de emergência, como no choque anafilático. Atuam promovendo a diminuição do processo inflamatório e do edema, diminuindo a chegada das células e de fatores chamados mediadores da inflamação.
Entretanto, existem no mercado algumas formas para uso intramuscular e que têm liberação lenta (formas de depósito), permanecendo na circulação por cerca de 20 a 30 dias após uma única aplicação. Esta liberação lenta tende a provocar efeitos colaterais mais graves e intensos e por isso não são recomendadas no tratamento de doenças alérgicas.

Os principais efeitos colaterais dos corticóides sistêmicos – em comprimidos, xaropes ou injetáveis são:
• Aumento de peso com deposição central de gordura (giba de búfalo).
• Tendência a aumentar a pressão arterial.
• Retenção de água (edema).
• Tendência ao aumento do açúcar no sangue (diabetes).
• Aumento da acidez estomacal (azia, gastrite).
• Perda de cálcio ósseo (Tendência à osteoporose).
• Insônia, agitação.
• Aparecimento de cãimbras.
• Acne, surgimento de pêlos na face.

CORTICÓIDES INALADOS

O uso inalado é considerado padrão ouro no tratamento de controle da asma e da rinite alérgica, atuando no processo inflamatório das vias respiratórias e resultando no controle da doença, devendo ser mantido de forma contínua e por tempo prolongado.
Resalta-se que os corticóides inalados não são indicados para uso nas crises, mas sim na prevenção e controle da asma.
Apesar de seguros, os corticóides inalados também podem causar efeitos colaterais, mas em geral de forma localizada, como a rouquidão (disfonia) e candidíase oral (“sapinho”). Os efeitos colaterais sistêmicos são raros e de pequena intensidade.
Os corticóides inalados podem ser usados sob forma se nebulização, como “sprays” ou aerossóis (popularmente conhecidos como "bombinhas”) ou ainda em forma de inaladores de pó. É imprescindível lavar a boca após o uso. No caso dos aerossóis ou sprays, recomenda-se também o uso de espaçadores, a fim de reduzir possíveis efeitos colaterais locais.

Vantagens do uso inalado:

- A medicação atua mais rápido;
- As doses são menores (microgramas);
- Os efeitos colaterais sistêmicos são mínimos;
- Pode-se utilizar por tempo prolongado sem alterar o equilíbrio do eixo hipófise - arenal.

CORTICÓIDES USADOS SOB FORMA DE CREMES E POMADAS
Usados no tratamento de doenças alérgicas da pele como a dermatite atópica e o eczema de contato.


Em resumo:

USO ADEQUADO:
• Para tratar crises fortes ou moderadas nas doenças alérgicas.
• Utilização deve ser de preferência por via oral (comprimido ou xarope), em doses adequadas e por período curto (5 a 7dias).
• Utilizar com orientação e supervisão do médico.

Quando foram desenvolvidos, em 1952, os medicamentos à base de corticóides ou corticosteróides - hormônios produzidos quimicamente - ganharam o status de grande descoberta, por causa de suas propriedades antiinflamatórias. Eficazes, eles são capazes de curar alergias e dermatites em questão de dias. Três anos após sua criação, os primeiros efeitos colaterais começaram a ser catalogados.

De acordo com um estudo publicado recentemente pelo "Journal American Academy of Dermatology", nos EUA, o mesmo mecanismo de ação dos remédios à base de corticóides responsável pela cura é também responsável pelos efeitos colaterais que surgem pelo uso indevido, dentre eles acne, osteoporose, glaucoma e hipertensão.

O pior da história é que estes remédios podem ser obtidos sem receita médica em muitas farmácias brasileiras. Com isso, fica fácil abusar deles. Uma vez indicado, a pessoa poderá recorrer a ele toda vez que o problema reincidir. As crianças, que respondem por 30% da população mundial vítima de alergias e dermatites, acabam sendo as maiores vítimas. "Como a pele delas é mais fina e delicada, estão mais sujeitas aos efeitos colaterais dos corticóides", explica a professora de Dermatologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) Zilda Najjar.

Existem vários tipos de corticosteróides e, com o tempo, novos são sintetizados. "O intuito é conseguir remédios mais potentes e com menos efeitos colaterais", explica Zilda. Eles são divididos em dois tipos: tópicos (de aplicação local, como pomadas, cremes e loções) e sistêmicos (como os inalatórios e orais). Outra classificação é quanto à eficiência: há os superpotentes, os potentes, os de média potência e os de baixa potência.

Quanto mais potentes, maior a penetração na pele do paciente e maior a possibilidade de efeitos colaterais. Para áreas afetadas cuja pele é fina ou crianças, por exemplo, o melhor são os de baixa potência.

Em caso de abuso (por automedicação) ou uso por tempo prolongado, os corticóides sistêmicos podem interferir no crescimento dos pequenos. Absorvidos em grandes quantidades pela pele, eles interferem na produção do corticóide natural pelas glândulas supra-renais.

Nos adultos, a mesma medicação pode causar osteoporose, aumento de glicose no sangue, hipertensão e Síndrome de Cushing. Caracterizada por excesso de pelos no corpo, pressão alta e estrias, a disfunção tem tratamento específico, mas nem sempre as complicações têm cura.

A dona de casa Maria Lúcia (sobrenome não revelado), de 59 anos, começou a desenvolver alguns dos sintomas da síndrome há dois anos, graças ao uso indiscriminado de um comprimido à base de corticóides. "Uma amiga me indicou para a minha dor de cabeça, mas eu tomava o tempo todo. Com o tempo, comecei a engordar, mas nem desconfiava que era por causa do remédio", diz ela, que comprava o medicamento de vendedores que se abasteciam no Paraguai. Hoje ela faz tratamento com um endocrinologista para controlar os sintomas da disfunção.

Graças à má fama dos corticosteróides, muita gente deixa de usá-los. Zilda, no entanto, acha que essa fama de vilão é injusta. "Bem utilizados, eles são seguros", diz a dermatologista. O ideal, quando os sintomas da doença retornam, é procurar orientação médica.

Colírios - O uso exagerado de colírios à base de corticóides constitui um capítulo extra nesta história. Indicados para casos graves de inflamação ocular - como a conjuntivite viral - eles podem provocar dependência física, intoxicação, infecções, glaucoma e, nos piores e não raros casos, perda parcial ou total da visão.

"São poucos os casos de inflamação que realmente necessitam de colírios à base de corticóides", explica o oftalmologista do Hospital Sírio-Libanês? de São Paulo Newton Kara Júnior. Eles dão conforto para os olhos irritados e agem inibindo a chegada de células de defesa até os olhos. Com as defesas naturais deprimidas, os olhos ficam muito mais suscetíveis a infecções. Na maioria dos casos, não têm seu uso prescrito pelos oftalmologistas por mais de duas semanas.

Segundo Kara, são três os grandes males que estes colírios podem provocar. O primeiro é a suscetibilidade às infecções. "Se a pessoa usou o colírio por causa de um desconforto, por exemplo, ela pode ficar com uma infecção", diz Kara.

O segundo é a dependência física. "Os colírios à base de corticóides produzem um bem-estar artificial porque se a pessoa pára de usá-lo, os sintomas voltam ainda piores. É o que chamamos de efeito rebote", diz Kara.

O terceiro, e mais grave, é o glaucoma, ou aumento da pressão intra-ocular. Ele acontece quando o colírio de corticóide é usado por muito tempo e também pode levar à perda da visão. Total ou parcial, a cegueira ocorre com mais freqüência em pessoas que já apresentavam alguma infecção por fungos ou herpes.

Apesar de causarem sensação de bem-estar em olhos irritados, os colírios à base de corticóides não são insubstituíveis. O ideal, diz Kara, é tentar descobrir a causa do incômodo. Após feito o diagnóstico, o oftalmologista indicará um tipo específico de colírio.

http://blogdalergia.blogspot.com



USO INADEQUADO:
• Uso por conta própria e sem orientação médica.
• Utilização repetida de injeções de depósito (ação prolongada).
• Evitar corticóides a todo o custo e só usar quando a crise já for muito grave.
• Usar baixas doses por tempo longo ou modificar a prescrição do médico por medo de efeitos colaterais.

Alguém tem medo de beber água?

Certamente não... Mas água também pode afogar e matar!

Corticóides usados de maneira adequada
são medicamentos seguros, úteis e confortadores, preciosos como a água.
Fonte(s):
http://blogdalergia.blogspot.com

Radicais livres e antioxidantes?

O que são os radicais livres e antioxidantes?

Radicais livres são moléculas instáveis, pelo fato de seus átomos possuírem um número ímpar de elétrons. Para atingir a estabilidade, estas moléculas reagem com o que encontram pela frente para roubar um elétron.

Uma parte do oxigênio que respiramos se transforma em radicais livres, que estão ligados a processos degenerativos como o câncer e o envelhecimento. Deve ser lembrado os radicais livres também tem um papel importante atuando no combate a inflamações, matando bactérias, e controlando o tônus dos "músculos lisos".

Os antioxidantes protegem o organismo da ação danosa dos radicais livres. Alguns antioxidantes são produzidos por nosso próprio corpo e outros - como as vitaminas C, E e o beta-caroteno - são ingeridos.




Que alimentos tem maior poder antioxidante?:

Pesquisadores da USDA nutrition center na Tufts University, em Boston, estão testando quais alimentos tem maior poder antioxidante. Para isto, Dr. Ronald Prior e seus colegas, mediram a capacidade de absorção de radicais livres dos alimentos. O problema é que os testes foram feitos com os alimentos comprimidos em tubos. Eles ainda não descobriram como testar o poder antioxidante no corpo humano.

Os pesquisadores descobriram que os vegetais e frutas com maior poder antioxidante são os listados na tabela abaixo:

Repolho / Morango / Beterraba / Ameixa / Pimenta vermelha
Laranja / Brócolis / Uva / Espinafre
Maçã Batata / Tomate / Milho / Banana / Pêra / Melão

Exercícios físicos produzem radicais livres?

Dr. Kenneth Cooper, em seu livro "Revolução Antioxidante" (Editora Record, 1994), descreve duas maneiras pelas quais os radicais livres são produzidos durante exercícios físicos.

A primeira está ligada aos exercícios exaustivos nos quais há um aumento de 10 a 20 vezes no consumo de oxigênio no corpo. O enorme bombeamento de oxigênio através dos tecidos desencadearia a liberação de radicais livres. Para se evitar isto, Cooper recomenda praticar os exercícios entre 65-80% da sua freqüência cardíaca máxima.

A outra forma de produção de radicais livres durante os exercícios está ligada ao processo que é conhecido como isquemia-reperfusão. Quando os exercícios físicos intensos são praticados, o fluxo sangüíneo é desviado dos órgãos não diretamente envolvidos para os músculos em atividade. Assim, uma parte do corpo irá passar por uma deficiência de oxigênio. Ao término do exercício há reperfusão, quando o sangue retorna aos órgãos que estiveram privados. Este processo foi associado à liberação de grandes quantidades de radicais livres. Verificamos então a importância do desaquecimento, ou volta à calma

Então atletas sofrem mais a ação dos radicais livres?

Não necessariamente! É verdade que pesquisas detectaram que seções de exercícios provocam um aumento na ação dos radicais livres. Mas Edmund Burke, Ph.D., salienta, em sua coluna para o site da Endurox, alguns pontos importantes a se considerar nestas pesquisas.

Primeiro é que a ação dos radicais livres aumenta apenas temporariamente voltando depois ao nível normal. Outro ponto importante, geralmente despercebido, é que em pessoas bem treinadas o aumento da ação dos radicais livres devido ao exercício é bem menor. Isto se deve ao fato de que atividade física regular aumenta os níveis de enzimas que destroem os radicais livres.

Uma demonstração disto é o estudo realizado pela Universidade de Tubingen na Alemanha. Homens treinados e não treinados realizaram um teste de intensidade progressiva em esteira ergometrica até a exaustão. O dano ao DNA nas células brancas no sangue foi significativamente menor nos homens treinados. Deve-se lembrar que os treinados correram por mais tempo e por isso consumiram mais oxigênio (International Journal of Sport Medicine, 1996, 17 : 397-403).

Os exercícios de baixa/moderada intensidade combatem os radicais livres?

Sim. Segundo o Dr. Kenneth Cooper os exercícios entre 65-80% da sua freqüência cardíaca máxima tem importância fundamental no combate aos radicais livres. Sem eles as defesas internas de seu organismo contra os radicais livres ficam fragilizadas.

Que quantidade de vitaminas devemos ingerir para combater os radicais livre?

A maior parte dos médicos e nutricionistas segue as recomendações de quantidades diárias de vitaminas (RDA) do departamento de agricultura do governo americano (USDA).

Entretanto as superdoses de algumas vitaminas têm o aval de pesquisadores de renome como o cientista americano Linus Pauling, Prêmio Nobel de Química em 1954 (e da Paz oito anos mais tarde). Pauling se auto prescreveu 10 gramas diários de vitamina C, equivalentes a duzentos copos de suco de laranja. Já o Dr. Kenneth Cooper recomenda um coquetel antioxidante diário a base de vitaminas para combater a ação danosa dos radicais livres.

O beta-caroteno é uma espécie de vitamina A desmontada que o corpo só monta quando tem necessidade. Senão, elimina suas sobras, o que não faz com a vitamina A que é altamente tóxica. Por isso, cuidado para não adquirir suplementos de vitamina A, mas sim de beta-caroteno.

Na verdade, é nebulosa a área entre o necessário à saúde e os excessos nocivos. Os adversários das megadoses argumentam que o corpo humano não precisava mais do que poucos miligramas de vitamina C por dia, sendo o excesso eliminado pela urina.

O médico americano Stephen Lawson, diretor do Instituto Linus Pauling de Pesquisas, rebate dizendo que a vitamina C leva seis horas até ser eliminada, de modo que durante esse período ela fica ativa, circulando pelo sangue. Sendo assim a melhor estratégia ao se tomar suplemento de vitamina C é fracionar a ingestão em doses menores ao longo do dia.

O Instituto Nacional do Saúde, nos Estados Unidos, revelou que o hábito de comer vegetais ricos em vitamina C diminui 13% o risco de enfartes. Se esse bom hábito for somado a comprimidos da mesma vitamina, a incidência despenca 37%. Não se sabe a dose extra exata para se obter esse efeito preventivo. Mas a dúvida não apaga o fato: 37% menos chance de se morrer do coração.

Com relação à vitamina E, Liz Applegate , nutricionista consultora da Runner's World, lembra que vários estudos já demonstraram que a ingestão diária de 400 UI protege os atletas dos danos oxidativos provocados pelo treinamento de longa distância. Como nutricionista ela adoraria afirmar que é possível obter 400 UI pela alimentação mas reconhece que isto é muito difícil.

Fonte: Corpo & Saúde

Chocolate Amargo e o Chocolate na saúde

Chocolate amargo
Veja porque ele é um doce amigo do sangue.
O chocolate há muito faz a festa dos apreciadores. Tem até aqueles que são tão fanáticos que autodenominam “chocólatras”.Só que agora, pesquisadores da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, afirmaram ter descoberto que o chocolate meio amargo melhora o funcionamento dos vasos sangüíneos. O artigo foi publicado na imprensa americana.

Segundo os cientistas, o chocolate meio amargo tem altas concentrações de flavonóides, substâncias antioxidantes e que são encontradas em larga escala neste alimento.

Pessoas que fizeram uso deste tipo de chocolate apresentaram uma capacidade maior de dilatar as artérias, o que representa melhora da saúde vascular, proporcionando menor risco de doenças cardíacas.

O bom funcionamento de veias e artérias ajuda a prevenir infartos, derrames e outras doenças ligadas à má circulação. Na experiência realizada na Califórnia, 11 pessoas ingeriram 46 gramas de chocolate amargo, rico em flavonóides por dia, enquanto outras dez comeram a mesma quantidade de chocolate com poucos flavonóides.

No fim do estudo, no grupo que ingeriu o chocolate rico em flavonóides, a dilatação dos vasos aumentou em 10%, enquanto no outro grupo houve uma queda de 10%.

Apesar dos resultados da pesquisa, cardiologistas alertam que estudos anteriores mostraram que os componentes do cacau podem melhorar a dilatação dos vasos sangüíneos a curto prazo, mas ainda não foi realizado um estudo dos efeitos a longo prazo. Estes médicos lembram que o chocolate é um alimento muito calórico e tem grande quantidade de gorduras, que se ingeridas em grande quantidade podem trazer problemas de saúde.
Fonte: BemStar

Chocolate na saúde

O Chocolate é um produto de sabor muito agradável, rico em gordura, carboidratos e muitas calorias. Com a aproximação da Páscoa é natural o aumento do seu consumo, principalmente pela enorme variedade que enchem os olhos. Um vilão para quem deseja emagrecer e um amigo para agilizar o raciocínio, melhorar o humor, combater o estresse, ansiedade, hipertensão e depressão, além de ser afrodisíaco. Quem faz as observações é a nutricionista Sheila Silva Castro, do Hospital e Maternidade Beneficência Portuguesa de Santo André, esclarecendo que o chocolate é um alimento benéfico à saúde, porém, principalmente nesta época deve-se ficar atento ao consumo para não exagerar.

O chocolate é produzido a partir do cacau, é composto de massa de cacau, sacarose, manteiga de cacau e outros ingredientes adicionais. Contém gordura, carboidratos, cálcio, ferro, potássio, cobre, manganês, magnésio, vitaminas E, B1, B2, B3, B6, B12, cafeína, feniletiamina e teobromina, que agilizam e estimulam o raciocínio.


Os ansiosos, apaixonados e tensos sempre encontram alívio em uma barra de chocolate, que tem a capacidade de elevar os níveis de serotonina e endorfina causando sensação de bem estar, além de promover a disposição, evitar o mau-humor e a depressão.

O chocolate também possui flavonóides - antioxidantes - que impedem que o colesterol (LDL) se acumule nas artérias e combatem os radicais livres que provocam o envelhecimento precoce.

Existem pessoas que possuem sensibilidade aos componentes do chocolate. Esta sensibilidade pode se manifestar na forma de eczemas, insônia e enxaquecas, além de diarréia provocada pelo alto teor de gordura e açúcar. Para os que apresentam estes sintomas a solução é limitar o consumo ou eliminá-lo da dieta.

Os portadores de doença celíaca - intolerância permanente ao glúten - devem redobrar a atenção aos rótulos, pois muitos chocolates podem conter adição de cereais e consequentemente de glúten. O alerta também é válido para quem possui intolerância à lactose - açúcar do leite - uma boa opção para ambos os casos são os chocolates feitos à base de pó de soja. Já os diabéticos não devem abusar do chocolate dietético, pois são ricos em gorduras e calorias.


Segundo a nutricionista os pais devem ficar atentos com as crianças, já que elas são as mais presenteadas na época da Páscoa. "O consumo exagerado pode gerar complicações com a saúde, como alergias, diarréias, dores de cabeça, ganho de peso, além de agitação devido à presença de cafeína. O ideal é ingerir quantidades pequenas ao longo dos dias, para não haver alteração no apetite, pois as crianças precisam de outros alimentos e não devem deixar de fazer as principais refeições. Para os adultos a recomendação é a mesma, muita cautela", orienta a especialista.
"Hoje em dia o chocolate está presente em muitos alimentos, ocupando o segundo lugar no crescimento de consumo, perdendo apenas para a cafeína", explica Sheila.

Correspondência em 100g de chocolate
30g de chocolate = dois bombons (contém aproximadamente 170 Kcal)

170 Kcal podem ser aproximadamente comparados à:
4 laranjas pêra (uma = 43 Kcal)
2,5 pêras (cada 68,3 Kcal)
6 pêssegos médios (cada um tem 28,8 Kcal)
2 maçãs (uma tem 84,5 Kcal)
1 mamão papaya e ½ (cada metade tem 55,8 Kcal)
7 fatias de melão (cada fatia tem 25,2 Kcal)
35 morangos (cada tem 4,8 Kcal)
4 fatias médias de abacaxi ( cada tem 43,5 Kcal )
4,5 colheres de sopa de salada de frutas cheia (cada 38 gr = 37,62 Kcal)
3 picolés de limão (cada tem 55,68 Kcal)
1 copo de leite com achocolatado em pó (cada copo contém 165 Kcal)
4 colheres de sopa cheia de arroz cozido (cada contém 41 Kcal)
2 pães de queijo médios (86,8 Kcal cada)
1 peito de frango pequeno = 169,40 Kcal
3 colheres de sopa cheia de purê de batata ( cada 45g = 55,8 Kcal)
1 copo de leite de vaca (100 ml = 63 Kcal)

Meningite: saiba reconhecer os sintomas

O tratamento tem que ser rápido para minimizar o desconforto e evitar seqüelas mais graves.
Febre alta, vômitos e prostração. Sintomas como estes, comuns a várias doenças, já provocaram muito susto e medo em pais e autoridades médicas por estarem associados à meningite. A má fama da doença corre o planeta, não poupando nem países desenvolvidos como os Estados Unidos. Mas, em território nacional, ela ganhou notoriedade devido a maior epidemia de meningite meningocócica de que se tem notícia no mundo, que aconteceu no estado de São Paulo, entre os anos de 1972 e 1974. Por isso, o temor frente a esses sinais não existe à toa. Embora atualmente os recursos para combater a doença sejam mais eficazes do que há 30 anos, quando não é diagnosticada e tratada rapidamente, a meningite pode deixar seqüelas graves.

“Meningite é uma inflamação na meninge, membrana que recobre o cérebro. A doença, em geral, é causada por infecciosos que após atravessarem essa barreira de proteção cerebral provocam uma reação inflamatória local”, explica Jean Carlo Gorinchteyn, infectologista do Hospital e Maternidade São Camilo, de São Paulo. Ela pode atacar pessoas em todas as faixas etárias, de ambos os sexos e de variadas etnias, porém as crianças e os adolescentes parecem estar mais sujeitos a contrair o tipo provocado por bactérias.

A transmissão da enfermidade é feita pelo contato direto com secreções da garganta ou do nariz de pessoas portadoras ou convalescentes. Um espirro de um paciente infectado, por exemplo, libera microrganismos que podem infectar, pelo ar, quem está por perto. Mas, felizmente, esses agentes infecciosos não sobrevivem muito tempo na atmosfera. “Embora, a princípio, a inflamação da meninge possa ser causada principalmente por um agente infeccioso (bactéria, vírus, fungo, protozoário), a meningite pode ocorrer também devido a um trauma, tumor ou substância tóxica. Porém, esses casos são bem raros”.
E apesar do universo de microrganismos capazes de provocar a infecção seja muito grande, os maiores responsáveis pela doença são mesmo as bactérias e os vírus.

EM CASO DE DÚVIDA

• Se você desconfiar que alguém de sua família está com meningite, procure imediatamente um médico para um diagnóstico seguro e tratamento eficiente.
• Os especialistas pedem que não se mande a criança à escola, caso tenha febre muito alta. Procure descobrir, com a ajuda de um especialista, a causa do mal-estar.
• Uma vez confirmada a meningite, avise a direção da escola.
• Após a alta do paciente não existe mais perigo de contaminação. Portanto, não há motivos para a criança não voltar às aulas, muito menos razão para descriminações.
• Também não há necessidade de fechar escolas nas quais sejam registrados casos de meningite porque o agente causador, o meningococo, não vive no ar ou nos objetos. Além disso, nem todos que entram em contato com a bactéria ficam doentes.


DIAGNÓSTICO PRECISO

Exames auxiliares
A retirada do líquido cefalorraquidiano (por meio de uma punção com agulha na região lombar ou na nuca) é necessário não somente para a precisão do diagnóstico, mas também para se definir qual microrganismo está causando a infecção e estipular o melhor tratamento.

As meninges
São três camadas de tecido que recobrem o cérebro (chamadas de pia-máter, aracnóide e dura-máter). O líquido cefalorraquidiano circula entre as meninges, preenchendo os espaços internos do cérebro e oferecendo proteção adicional contra lesões

Exame clínico
Se houver desconfiança de meningite, o médico verifica no próprio consultório se há rigidez na nuca da criança, fazendo-a encostar o queixo no peito. A dor provocada pelo movimento é um forte sinal da existência da doença.

A diferença entre a meningite viral e a bacteriana, além do agente causador, está na evolução de cada tipo. As virais são mais leves. Os sintomas se assemelham aos de uma gripe ou de um resfriado. A doença atinge principalmente as crianças, que fi- cam moles, irritadas, apresentam febre e se queixam de dores de cabeça. No exame clínico, relatam dor quando o médico tenta analisar a quantas anda a flexibilidade da nuca. Depois de fechado o diagnóstico como meningite viral, a conduta recomendada é aguardar que o caso se resolva sozinho e passe em alguns dias, como acontece com os resfriados.

Afinidades indesejadas

Por isso, a meningite viral é considerada benigna e evolui bem, mesmo sem contar com medicamentos específicos destinados para destruir o vírus responsável pelo problema. “A exceção, no entanto, fica por conta da meningite causada pelo vírus Herpes simplex. Este tipo pode deixar seqüelas graves quando não tratada adequadamente”.

A história muda de figura quando a meningite é causada por bactérias. Em geral, o quadro é muito mais sério e requer tratamento rápido. O microrganismo primeiro se instala nas vias aéreas superiores, como mu cosa nasal, amídalas e faringe. Na maioria das vezes, a bactéria provoca uma infecção na região, que pode ser curada sem maiores problemas. Porém, em alguns casos, uma das três principais bactérias que causam a meningite — meningococo, pneumococo e hemófilo —, depois de se alojar no aparelho respiratório, cai na corrente sangüínea e, por essa via, alcança o sistema nervoso. Daí, infiltra-se na meninge, iniciando assim a infecção.

Segundo pesquisas, parece haver uma afinidade entre o meningococo, o pneumococo ou o hemófilo com o sistema nervoso, o que facilita uma migração desses microrganismos para a meninge. A boa notícia é que são poucos os agentes que apresentam essa afinidade, já que todos os dias entramos em contato com inúmeras bactérias sem, entretanto, corrermos o risco de apanhar uma meningite cada vez que inspiramos.

A maioria das meningites meningocócicas apresenta uma evolução mais lenta, o que permite identificar a doença e iniciar seu tratamento rapidamente. “As meningites bacterianas são mais graves, pois promovem inflamações mais intensas. Há, inclusive, a possibilidade de reações inflamatórias em alguns vasos cerebrais, denominadas vasculites. Nesse caso, os vasos podem ficar obstruídos, o que pode acarretar sérios danos e morte das células nervosas. As conseqüências podem ocasionar grandes seqüelas e até mesmo levar à morte”.

O risco de seqüelas é tanto maior quanto mais tempo demorar para ser feito o diagnóstico e iniciar o tratamento. Essas lesões neurológicas, quase sempre irreversíveis, podem provocar surdez (por atingir o nervo auditivo) e alterações na percepção e movimento ou outras ainda muito mais graves, como déficits no aprendizado ou paralisias cerebrais.

A meningite é uma infecção tratável. Uma verdade é válida: quanto mais precoce for o diagnóstico, maiores são as chances de cura e menores os riscos de seqüelas.

PARA BARRAR A DOENÇA

A prevenção de meningite causada por bactérias do tipo haemophilus (hemófilos) é feita com a vacina Haemophilus influenzae tipo b que já faz parte do calendário de imunizações obrigatórias. É administrada em três doses: aos dois, quatro e seis meses. Depois são realizadas outras doses de reforço. A vacina contra a meningite por pneumococo também existe, mas como o lançamento aconteceu na Europa e nos Estados Unidos, ela foi feita para o tipo de bactéria que habita naquelas regiões, um pouco diferente do pneumococo ‘brasileiro”. Mesmo com algumas adaptações, sua proteção é eficaz. A vacina contra o meningococo também propicia uma imunidade satisfatória. “Em casos de epidemia, ela é fundamental para bloquear e controlar o surto. Já as meningites virais não apresentam vacinas específicas, até mesmo por mostrarem características benignas. Há exceções como a vacina contra a meningite provocada pelo arbovírus, que é transmitida por picada de insetos, mais comum em zonas de mata, e as meningo encefalites herpéticas, causadas pelo herpes vírus e que podem evoluir para quadros graves e deixar grandes seqüelas neurológicas”.

Pescoço rígido

A meningite, seja ela bacteriana ou viral, apresenta sinais que antecedem sua instalação. Estes são conhecidos pelos médicos pelo nome de pródromos. São sintomas gripais como febre entre 38°C e 39°C, tosse seca, nariz entupido e dores pelo corpo, que podem permanecer estáveis entre 24 e 48 horas. “Depois, o quadro pode evoluir para dor de cabeça intensa e piora do estado geral. Surgem vômitos em jato, sonolência, prostração e alterações da pressão arterial”.
Um recente estudo realizado pela Universidade de Oxford, na Inglaterra, alerta ainda que sintomas como mãos frias, fortes dores nas pernas e palidez acentuada podem estar relacionados com o mal. Segundo os pesquisadores, de 448 crianças com meningite 72% apresentaram esses três sinais cerca de oito horas após a infecção. “Esperamos que esse trabalho mude a maneira como o diagnóstico inicial é feito e salve vidas”,
Um sinal característico de meningite, porém, é a rigidez na nuca. O paciente apresenta dificuldade em aproximar o queixo do peito. “O movimento de flexão do pescoço estira as meninges inflamadas, provocando dores”.

Pode ocorrer, principalmente nos casos de meningite meningocócica, o aparecimento na pele de pequenas manchas vermelhas, conhecidas como petéquias. Elas dão importantes indícios ao médico de que há grande quantidade de bactérias circulando pelo sangue que podem vir a causar uma infecção generalizada, antes mesmo de se instalar nas meninges. Em medicina, esse quadro é conhecido como septicemia, que ocasiona a queda brusca da pressão arterial, o que pode levar ao choque. Nesse caso, o índice de mortalidade se aproxima de 30%, mesmo em hospitais bem equipados. Já nos casos em que a criança não apresente essas manchas a mortalidade é bem menor.

Rapidez é fundamental

O diagnóstico de meningite é feito a partir do histórico do paciente, mais o exame clínico efetuado pelo médico com a realização do teste para verifi- car se há rigidez na nuca. Além disso, existe um exame de laboratório fundamental para fechar o diagnóstico. “Trata-se da retirada do líquido da espinha (líquido cefalorraquidiano) por meio de uma punção com agulha na região lombar ou suboccipital (nuca) que irá confirmar ou não o diagnóstico de meningite”,

A análise do aspecto do líquor, normalmente límpido e incolor, também ajuda a diferenciar o agente causador da doença. E aqui vale um aviso: muitos pais se assustam quando são orientados sobre a necessidade do teste. Porém, é bom que se diga que ele é fundamental para o profissional fechar o diagnóstico com precisão.

Cada tipo de meningite tem um tratamento, dependendo do agente causador. “O da meningite bacteriana é feito com antibióticos por via venosa por, pelo menos, 10 dias. Já a do tipo viral é realizado apenas com repouso e uso de medicação para aliviar os sintomas”. A internação hospitalar é necessária para ambas.

Nos casos de meningite meningocócica em crianças, os médicos costumam prescrever, igualmente, medicamentos para as pessoas que morem na mesma casa, com a finalidade de prevenir a doença nos adultos que, eventualmente, possam ter sido contaminados pela bactéria. Porém, todos os médicos são unânimes em afirmar: “nos casos de meningites bacterianas quanto mais rápido começar o tratamento, melhor”.


Fonte: Viva Saúde

CALVÍCIE FEMININA

CALVÍCIE FEMININA - Mulheres também podem sofrer de calvície? Como tratar?
A alopecia (calvície) afeta entre 50 e 80% dos homens, pois o hormônio sexual masculino (testosterona) é o maior responsável pela queda dos cabelos. Embora as mulheres também o produzam, nelas, a quantidade é muito menor. Os hormônios masculinos atuam não só diminuindo a produção das hastes capilares, como também na glândula sebácea anexa àquelas, acentuando a oleosidade. Por isso, quase 90% dos calvos têm pele e couro cabeludo oleosos.

Os casos de alopecia feminina estão mais frequentes, devido a fatores como a maior tensão emocional e o padrão estético que praticamente obriga as mulheres a serem muito magras, resultando em deficiência nutricional e anemia. Alisamento, tração e uso de substâncias químicas também enfraquecem os fios, assim como tinturas, fixadores, laquês e condicionadores.

Há três tipos mais frequentes de calvície. A alopecia androgenética, de origem hereditária, produz a perda lenta e gradual dos fios. Pelo menos 30% das mulheres enfrentarão esse quadro após os 30 anos.

Outra situação é o eflúvio telógeno, um quadro com queda rápida, mas temporária. Geralmente, a perda do cabelo ocorre três meses após o evento desencadeador, que pode ser trauma emocional, depressão, estresse, infecções, cirurgias, parto, amamentação, interrupção do uso da pílula anticoncepcional, doenças da tireóide e tumores.

O terceiro tipo é a alopecia areata, cuja queda é localizada, podendo, em quadros mais intensos, manifestar-se em múltiplas regiões do couro cabeludo, sendo habitualmente secundária a trauma emocional.

O primeiro passo após o diagnóstico deve ser uma ampla abordagem da paciente, com a realização de exames clínicos e laboratoriais para descobrir a origem do problema. Anemia, infecções, tumores, carência de ferro, alterações hormonais, lupus eritematoso e dietas rígidas devem ser investigados, assim como o uso de medicações que induzem à queda. Se essas alterações forem detectadas e corrigidas, a queda pode ser amenizada ou mesmo eliminada, nos casos de eflúvio telógeno.

Geralmente, o tratamento da alopecia androgenética combina o uso de remédios tópicos, como xampus à base de jaborandi e cisteína, minoxidil e alfaestradiol (Avicis), e orais, como suplementos vitamínicos com biotina, piridoxina e aminoácidos.

No caso da alopecia areata, uma boa opção terapêutica são as infiltrações de corticóides. A psicoterapia também é indicada, dependendo da severidade do quadro. É importante salientar que o desenvolvimento de um novo fio é demorado, crescendo cerca de um centímetro ao mês. Por isso, a recuperação dos cabelos ocorre de forma lenta e gradativa, e é preciso ter paciência e persistência.

Leandro Neme,

Formas de contágio e de tratamento da hepatite A, B e C

VÍRUS - Quais as formas de contágio e de tratamento da hepatite A, B e C?
As hepatites virais são importante problema de saúde pública no mundo. No Brasil, pelo menos 70% da população já teve contato com o vírus da hepatite A e 15% com o vírus da hepatite B. Os casos crônicos de hepatite B e C devem corresponder a cerca de 1% e 1,5% da população brasileira, respectivamente. A maioria dessas pessoas desconhece seu estado de portador e continua transmitindo a doença.

A principal via de contágio hepatite A é a fecal-oral; por contato inter-humano ou através de água e alimentos contaminados. O prognóstico é muito bom e a evolução resulta em recuperação completa.

A transmissão do vírus da hepatite B se faz principalmente pela via sexual. A transmissão vertical (de mãe para filho) também é causa frequente de disseminação do HBV. Metade dos casos crônicos desse tipo de hepatite evolui para doença hepática avançada (cirrose e câncer de fígado).

Não é possível identificar a via de infecção da hepatite C. São consideradas populações de risco indivíduos que receberam transfusão de sangue e/ou hemoderivados antes de 1993, usuários de drogas intravenosas, usuários de cocaína inalada, pessoas com tatuagem, piercing ou que apresentem outras formas de exposição percutânea. A transmissão sexual é menos frequente e ocorre em pessoas com múltiplos parceiros e com prática sexual de risco (sem uso de preservativo). A transmissão vertical é rara, quando comparada à hepatite B.

Não existe tratamento específico para as formas agudas das hepatites virais. O tratamento tem pouca influência no curso natural da doença. Como norma geral, recomenda-se repouso até praticamente a normalização dos exames, liberando-se progressivamente o paciente para atividades físicas.

Dieta pobre em gordura e rica em carboidratos é de uso popular, porém seu maior benefício é ser mais agradável para o paciente sem apetite. De forma prática, deve ser recomendado que o próprio paciente defina sua dieta de acordo com seu apetite e aceitação alimentar. A única restrição está relacionada à ingestão de álcool, que deve ser suspensa por seis meses no mínimo e, preferencialmente, por um ano.

Estima-se que um terço dos casos de hepatite crônica necessitará de tratamento. Sua indicação baseia-se no grau de acometimento do fígado. O principal marcador de lesão hepática são os exames laboratoriais. Pacientes assintomáticos e com exames normais devem ser avaliados clinicamente e laboratorialmente a cada seis meses. Dados reproduzidos sob permissão do Programa Nacional de Hepatites Virais (Ministério da Saúde).


Fonte: Folha de Londrina PR

Hormônio do crescimento (GH) e o envelhecimento

A população mundial está envelhecendo progressivamente. Na Roma antiga, a expectativa de vida não passava dos 22 anos; na Idade Média, dos 33 anos. Em 1950, a expectativa de vida nos Estados Unidos passou a ser de 66,7 anos e, ao final do século 20, de 72,1 anos para os homens e de 78,9 anos para as mulheres. Em conseqüência dessa tendência, a porcentagem de indivíduos com mais de 65 anos no mundo, que era de 4% em 1900, passou a ser de 12,7% em 1990, com uma projeção de 21,2% para o ano 2030.
O envelhecimento pode ser visto como um processo dinâmico e progressivo, marcado por modificações morfológicas, funcionais, psicológicas e bioquímicas que culminam na perda da reserva funcional e da capacidade de adaptação do indivíduo ao meio ambiente. Essas alterações proporcionam uma maior incidência de processos patológicos que terminam por levá-lo à morte.

A REPOSIÇÃO HORMONAL DEVE SER DIRECIONADA APENAS A QUEM APRESENTA ALGUMA ALTERAÇÃO ANATÔMICA NA GLÂNDULA HIPÓFISE OU NA PRODUÇÃO DO GH

Entre essas perdas está a diminuição da secreção do hormônio do crescimento, o GH ( growth hormone, em inglês). O GH está presente em todas as fases do desenvolvimento humano e não há falência total desta substância em nenhum momento da vida. O que ocorre na realidade é um declínio fisiológico que faz parte do processo normal de envelhecimento.

Este hormônio, apesar do nome, não está relacionado apenas ao crescimento. Ele determina também alterações na composição corpórea (gordura e músculo) e na integridade do tecido ósseo, além de afetar o sistema cardiovascular e a manutenção da qualidade de vida. Por isso, se fala hoje em reposição deste hormônio.

Este tratamento foi proposto, pela primeira vez, em 1950, quando este hormônio era extraído da hipófise de cadáveres humanos. A hipófise é uma glândula endócrina, situada na base do cérebro e responsável pela produção de vários hormônios e por funções como o crescimento.

Depois, este tipo de procedimento foi abandonado e, após 1985, o hormônio passou a ser sintetizado por técnicas derivadas do DNA. Em 1996, o órgão regulador dos Estados Unidos, Food and Drug Administration (FDA), aprovou o uso do GH em situações clínicas, em que comprovadamente havia uma deficiência na secreção do hormônio.

Antes de recorrer à reposição, porém, algumas perguntas devem ser respondidas: quem são os candidatos para repor o hormônio? Quais os sinais da deficiência de GH? Que exames existem para comprovar a deficiência hormonal? Quais os riscos e benefícios da reposição? Por quanto tempo ela deve ser mantida?

Os candidatos à reposição são os indivíduos que apresentam alguma alteração anatômica na glândula hipófise ou na secreção hormonal. Para isso, existe uma série de exames que podem avaliar os sintomas de carência deste hormônio e que também definem se o indivíduo apresenta falha na glândula e, conseqüentemente, na produção de GH.

Vale lembrar, porém, que a terapia de reposição causa efeitos colaterais, como o descontrole do diabetes, da hipertensão, a retenção de líquidos e até a síndrome do túnel do carpo, que é uma doença caracterizada pela compressão do nervo localizado entre a mão e o antebraço. Portanto, a indicação deste tratamento deve sempre ser avaliada com cautela e levar em conta os benefícios e riscos.


Fonte: Viva Saúde

Estômago maltratado.

Cerca de 40% da população mundial sofre do distúrbio que causa náuseas, azia, dores, estufamento e está ligado ao aspecto emocional.

Desconforto após as refeições, náuseas, sensação de estufamento ou de queimação e, principalmente, uma dor na parte de cima do estômago, que às vezes chega a ser confundida com uma dor cardíaca. Esses são os sintomas da dispepsia funcional, que é responsável por levar ao consultório seis de cada 10 pessoas que procuram um gastroenterologista no país (60%). No entanto, apesar das características, a dispepsia não é considerada uma doença.

O professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Flavio Antonio Quilici, explica que a dispepsia funcional é um distúrbio que ocorre no aparelho digestivo e que cria dificuldade para a pessoa digerir os alimentos. E, mesmo não sendo uma doença, altera significativamente a qualidade de vida das pessoas.

O fato de os sintomas não ocorrerem sempre, em média uma ou duas vezes por semana, faz com que quem sofre do distúrbio acabe se acomodando com as dores e o desconforto.

E como a dispepsia não evolui para problemas mais graves, como gastrite, úlcera ou câncer, não é tratada no estágio inicial e acaba se tornando parte do dia-a-dia do paciente até que os sintomas comecem a se tornar mais intensos. De acordo com Quilici, estudos feitos nos Estados Unidos e Europa, estimam que 40% da população mundial sofra desse mal. No Brasil, os dados ainda não são muito criteriosos, mas ele acredita que o percentual seja semelhante.

- Na dispepsia não existe uma alteração estrutural ou bioquímica no paciente. Por isso, as causas ainda são desconhecidas. Mas existem fatores que podem estar relacionados e desencadear os sintomas - diz Quilici.

Estresse e ansiedade estão por trás do desconforto

Segundo o gastroenterologista Idilio Zamin Júnior, a dispepsia tem uma associação com o aspecto emocional. Ele explica que principalmente o estresse e a ansiedade resultam nesse quadro de desconforto e dor na região do estômago.

- O aparelho digestivo é o ponto fraco da maioria das pessoas que estão sob situação de estresse. Por isso é extremamente importante saber fazer o diagnóstico correto, pois como não é doença, o tratamento também é diferenciado - diz Zamin.

Como não é comum em crianças, normalmente o distúrbio acaba atacando adolescentes e, principalmente, adultos acima dos 20 anos que têm preocupações com a vida profissional e não costumam ter regras para fazer suas refeições.

Dicas para ajudar na boa digestão

Faça refeições em ambiente tranqüilo

Ingira os alimentos devagar

Corte os alimentos em pedaços pequenos e mastigue bem

Não coma muito a cada refeição, tente se alimentar em menores quantidades

Evite comer enquanto estiver realizando tarefas no trabalho

Evite as frituras e alimentos gordurosos

Evite tomar muito líquido durante e após as refeições

Não deite logo após terminar de comer

Fique atento aos seus hábitos alimentares

Hoje seis de cada 10 pessoas que consultam um gastroenterologista no país sofrem com a difunção. Um dos principais fatores associados à dispepsia funcional é a forma como as pessoas fazem suas refeições diariamente.

O gastroenterologista Idilio Zamin Júnior diz que comer com pressa, em grande quantidade ou mastigar pouco os alimentos pode ser fundamental para desenvolver o distúrbio.

Além disso, ao fazer as refeições de forma equivocada, a digestão fica mais lenta, o que contribuiu para desencadear o problema. A ingestão de gorduras e frituras também contribuiu para a sensação de desconforto e dor.

Principal tratamento é a mudança de costumes

- Ao comer muito rápido, não cortar os alimentos em pedaços pequenos e não mastigar bem, a pessoa ingere muito ar. Dessa forma, pode ocorrer até problemas de gases - diz o médico.

Para aliviar a dor e o desconforto, medicamentos podem auxiliar a digestão. Mas, de acordo com especialistas, o principal tratamento ainda é a mudança dos hábitos alimentares.

Fonte: Diário Catarinense

Gastrite

Gastrite é uma inflamação da mucosa gástrica, podendo ou não ocorrer hemorragia. Existem duas formas de gastrite: a aguda e a crônica. A aguda pode ocorrer sem nenhuma causa aparente, ou pode estar associada a medicamentos, hábitos alimentares ou em decorrência de alguma patologia. Em relação à alimentação, pode estar associada a erros alimentares, excesso e/ou temperatura dos alimentos, ingestão frequente de álcool ou alimentos deteriorados.

A gastrite crônica pode ser consequência da aguda, abuso da alimentação ou do álcool, ou de medicamentos utilizados anteriormente. A conduta nutricional para ambas deve ser a de reduzir a acidez gástrica, evitando os alimentos que possam irritar a parede do estômago, assim como alimentos com temperaturas extremas (muito quentes ou muito gelados), bebidas alcoólicas, refrigerantes e tabaco.

Muitas vezes, a gastrite também pode estar relacionada a fatores emocionais, como sentimentos de insegurança, preocupação, medo, raiva ou frustração. Isso ocorre devido à tensão que o corpo registra no seu dia-a-dia e que extravasa por meio da irritação da mucosa do trato digestivo. Portanto, não só devemos ter cuidado com os fatores acima citados, mas também com nossas emoções e sentimentos.

Ao sinal de gastrite, recomenda-se evitar: alho, pimenta, gengibre, cebola crua, catchup, maionese, molho de tomate, mostarda, canela, cravo, shoyo, tomate, pepino, rabanete, chocolate, bebidas alcoólicas, refrigerantes, frituras, alimentos defumados, enlatados, saladas verdes ou legumes crus, ardidos, azedos e picantes.

Entre os alimentos recomendados estão: frutas cozidas ou assadas (banana, maça, pêra), caldo de feijão, ervilha ou lentilha, arroz cozido com folhas de hortelã (para refrescar o organismo), carnes cozidas, assadas ou grelhadas, raízes, legumes ou folhas verdes cozidas, sucos não ácidos (couve, maça, pêra, melão, mamão) e chás (camomila, erva-doce e cidreira).


Fonte: FOLHA DE LONDRINA – PR

Hemorróida

A doença hemorroidária representa uma das mais conhecidas afecções que afligem o ser humano.
Trata-se de doença comum, de diagnóstico fácil e na maioria das vezes de fácil tratamento.
Estima-se que mais da metade da população venha a sofrer da doença a partir da quarta década de vida.
Ainda que a causa exata da doença não seja conhecida, o tratamento da afecção evolui a passos largos com especial destaque para a técnica da hemorroidectomia por grampeamento.

O que são

Hemorróidas resultam da dilatação e ingurgitamento dos vasos normalmente presentes na porção distal do reto e no ânus o que leva ao aparecimento dos mamilos hemorroidários que podem ser internos ou externos.

Hemorróidas internas representam os mamilos hemorroidários que têm origem no interior do reto e podem ou não se exteriorizar através do ânus.
Os principais sintomas das hemorróidas internas são dor e prolapso (exteriorização dos mamilos ao esforço evacuatório).

Hemorróidas externas são os mamilos recobertos por pele do ânus e são visíveis à simples inspeção do ânus.
A trombose hemorroidária é mais freqüentemente uma complicação da doença hemorroidária externa e se manifesta por intensa dor e inchaço dos mamilos trombosados.

Causas

Não há conhecimento médico preciso acerca da origem das hemorróidas uma vez que existem jovens com hemorróidas e pessoas que evacuam diariamente que também sofrem da doença e, ao contrário, muitas das pessoas mais velhas ou constipadas nunca conhecerão os sintomas da doença.

No entanto, parecem contribuir para a doença:

- Idade
- Necessidade de esforço evacuatório
- Gravidez
- Herança genética.

As hemorróidas resultam de um maior ou menor grau de degeneração (ou desgaste) da parede do reto inferior o que leva a um deslocamento dos vasos normais do reto no sentido distal e seu ingurgitamento.
Não se conhece as causas exatas para esse processo. Os fatores predisponentes estão listados acima.

Diagnóstico (sinais e sintomas)

Os sintomas mais freqüentes são:

- Sangramento indolor às evacuações
- Prolapso (sensação dos mamilos hemorroidários exteriorizados após a evacuação ou após qualquer esforço evacuatório)
- Coceira e secreção nas vestes resultantes de mamilos volumosos exteriorizados

A suspeita levantada a partir desses sintomas deve ser comprovada pelo exame proctológico a ser realizado pelo médico especialista.
As hemorróidas são identificadas ao simples exame da região anal e à anuscopia.
Em tempo: o exame proctológico pode ser um pouco constrangedor mas é INDOLOR!!

Diagnóstico diferencial: o câncer do cólon e do reto

Hemorróidas nada tem a ver com câncer, não predispõem a câncer e não evoluem para câncer do intestino grosso (ou colorretal) e a doença hemorroidária é muito mais comum do que o câncer colorretal.

No entanto, alguns sintomas de hemorróidas são semelhantes aos do câncer do intestino grosso de forma que em algumas situações o diagnóstico diferencial com o câncer do intestino grosso deve ser realizado.
A avaliação do coloproctologista é fundamental para excluir o diagnóstico de câncer ou mesmo o diagnóstico de colite.
O diagnóstico diferencial é feito através da colonoscopia.

Como tratar

Sintomas pouco intensos podem ser eficazmente atenuados por modificações dietéticas (aumento da ingesta de líquidos e de fibras tais como as presentes nos legumes, verduras, cereais e frutas) sobretudo para as hemorróidas internas e para os pacientes que são constipados ou realizam esforço acentuado durante a evacuação.

Para os pacientes que experimentam pequeno alívio após a correção do hábito intestinal ou para aqueles portadores de sintomas recorrentes, os tratamentos ditos conservadores (intervenções realizadas mais freqüentemente em consultório) ou mesmo o tratamento cirúrgico se impõem.

Tratamento conservador

Só podem ser utilizados em hemorróidas internas.

São dois:

- Lligadura elástica: através do anuscópio, uma pequena banda elástica é aplicada sobre o mamilo hemorroidário de forma a estrangula-lo. O elástico e o mamilo caem após alguns dias. Só pode ser utilizado em hemorróidas internas

- Fotocoagulação por infravermelho: com o emprego de uma pistola que conduz luz infra-vermelha, a energia é disparada sobre os mamilos hemorroidários selando os vasos que constituem as hemorróidas e levando a necrose e regressão do mamilo

Ambos os tratamentos são realizados mediante algum desconforto mas podem ser aplicados em consultório dispensando a necessidade de anestesia.

A trombose hemorroidária

A trombose hemorroidária resulta da agressão de um mamilo hemorroidário externo pela evacuação de fezes endurecidas (constipação) ou irritantes (diarréia).

Manifesta-se por dor anal de média ou forte intensidade de rápida progressão associada a inchaço localizado na região anal que envolve o mamilo trombosado.

É uma complicação bastante incapacitante da doença hemorroidária.

Na maioria das vezes o tratamento por banhos de assento e antiinflamatórios permite postergar o tratamento cirúrgico para uma situação não-urgente. No entanto, este se faz necessário quando a resposta ao tratamento clínico é fraca e o paciente persiste com sintomas.

Tratamento cirúrgico

A operação é o tratamento mais eficaz das hemorróidas pois produz abolição duradoura dos sintomas.
Trata-se de operação facilmente realizável por especialista na maioria dos casos e que beneficia o paciente.
Quase a totalidade dos pacientes operados testemunha a favor da operação e a teriam realizado mais cedo se conhecessem o resultado.
Um paciente deve se submeter a tratamento cirúrgico quando:

- obteve pobre resposta com o tratamento clínico
- possui outras doenças anais associadas
- possui mamilos hemorroidários permanentemente prolapsados através do ânus
- houve pouca ou nenhuma resposta à ligadura elástica ou fotocoagulação
- está com trombose e persiste com dor
- teve vários episódios de trombose

A hemorroidectomia é realizada em nosso serviço sob anestesia regional (raqui ou peridural) e pode ser realizada sem necessidade de pernoite hospitalar em casos selecionados.

A dor no período pós-operatório assusta muitos candidatos a cirurgia mas pode ser manejada satisfatoriamente com o emprego de analgésicos e antiinflamatórios modernos.
Não há necessidade de se retirar pontos após a operação.
A operação convencional envolve remover os mamilos hemorroidários cirurgicamente através de técnica delicada.

Hemorroidectomia por grampeamento

O grampeador cirúrgico (ou aparelho de sutura mecânica) é um instrumento utilizado em cirurgia digestiva há muitos anos.
A realização da hemorroidectomia reresenta uma nova e atrativa opção para o tratamento cirúrgico das hemorróidas.
A principal vantagem dessa técnica é a reduzida dor pós-operatória.
Alguns pacientes podem não sentir dor alguma, apenas leve desconforto.
No entanto, o método não serve para todos aqueles que sofrem da doença mas sobretudo para aqueles cujos sintomas decorrem de componente interno.
Cabe ao seu médico decidir se você é ou não candidato(a) à operação.
A operação é realizável de forma segura e a rápida recuperação pós-operatória é a marca dos pacientes submetidos à operação por essa técnica.

DICAS

- NUNCA ATRASE A INVESTIGAÇÃO DO SANGRAMENTO PELO ÂNUS
- INCLUA FRUTAS, VERDURAS E CEREAIS NA SUA DIETA
- SE VOCÊ SOFRE DE CONSTIPAÇÃO, PROCURE UM COLOPROCTOLOGISTA DE SUA CONFIANÇA, PRISÃO DE VENTRE SE TRATA
- NÃO PASSE MUITO TEMPO LENDO NO VASO SANITÁRIO

SERGIO EDUARDO ALONSO ARAUJO
Médico coloproctologista

O perigo da desidratação

Uma das maiores preocupações trazidas pelo clima quente do verão é a desidratação. O distúrbio atinge todas as idades, mas são as crianças que mais sofrem nesse período. As causas mais comuns que levam à doença são a diarréia e os vômitos. As diarréias, que são evacuações líquidas ou pastosas em grande quantidade, são causadas por vírus ou bactérias presentes nos intestinos ou por algum tipo de intolerância alimentar. Esse perigo é maior no verão, pelo aumento da quantidade de vírus causadores de diarréia, como, também, pela contaminação dos alimentos por bactérias. Segundo o pediatra Luís Ernesto Pujol, o que acontece é que nem sempre as pessoas se preocupam em colocar os alimentos bem acondicionados na geladeira ou não lavam as mãos antes de prepará-los. “Assim, as bactérias encontram um ambiente ideal para se multiplicar”, explica o médico.

Outra causa importante de desidratação são os vômitos. Para Pujol, piores ainda do que as diarréias, já que, ao vomitar, as crianças perdem muito mais nutrientes, ficando, por isso, muito mais debilitadas e sujeitas à doença. O médico explica que as crianças com até seis meses de idade, amamentadas somente no seio materno, não correm nenhum risco de sofrer tais infecções. “Nessa idade, o leite materno é o único alimento que a mãe deve dar ao bebê”, salienta, enfatizando que nem mesmo chás e a própria água necessitam ser oferecidos à criança.

A boca é a porta de entrada

O distúrbio também pode ser causado pela exposição excessiva ao sol ou outra fonte de calor, sudorese excessiva ou outras doenças associadas. Quando uma criança está desidratada, ela apresenta sede, fica muito tempo sem urinar, com a boca seca, olhos ressecados e fundos. “Além disso, ela pode apresentar sonolência, palidez, tontura e recusar alimentos”, ressalta o clínico-geral Thadeu Rogas. Conforme o médico, uma pessoa perde, em média, 2 litros de água por dia, seja pela urina, fezes, suor ou, até mesmo, pela respiração. “Quem pratica atividade física mais exigente chega a perder até quatro litros de água”, completa.

Rogas aconselha que as pessoas evitem refeições pesadas, que utilizam muito mais líquido para sua perfeita digestão, salientando que o ideal é abusar de frutas, verduras, legumes e carboidratos. Luis Pujol esclarece que a única porta de entrada dessas doenças gastrointestinais é a boca. Após engolir um alimento sujo, mal-lavado ou manipulado, a criança corre o risco de contrair a doença. Além disso, o médico recomenda que as mães procurem locais arejados e com sombra para ficar com seus bebês. Também é importante usar roupas leves e oferecer constantemente líquidos (no mínimo um copo a cada hora).

Assim que os primeiros sintomas da desidratação forem constatados, Luís Pujol indica que o auxílio médico deva ser procurado imediatamente. “Além disso, sob a menor suspeita da doença, o soro caseiro deve ser utilizado”, recomenda. Para cada litro de água, deve ser misturada uma colher de sobremesa de sal e quatro colheres de sopa de açúcar. Segundo a orientação do pediatra, o soro deve ser dado em pouca quantidade, porém de 15 em 15 minutos. “Esse deve ser o único alimento ingerido pelo bebê, antes que um médico verifique a causa que originou a doença”, explica.

Não é difícil evitar a doença

* Ingerir líquidos freqüentemente durante todo o dia;

* Lave bem as mãos antes de preparar as refeições;

* Conserve os alimentos perecíveis no refrigerador;

* Lave bem as frutas e vegetais que vão ser consumidos crus;

* Vestir roupas leves, de fibras naturais, que facilitam a transpiração;

* Sempre que possível se manter em ambientes ventilados;

* Evite exposição ao sol entre as 10h da manhã e 4h da tarde.

Santo remédio

O soro caseiro é uma solução prática e econômica para se evitar a desidratação, veja como é fácil fazer:

Em um copo de água fervida e fria diluir uma medida rasa de sal e duas medidas rasas de açúcar. Mexer bem e dar à criança em pequenas colheradas, de 15 em 15 minutos ou após cada evacuação líquida se houver diarréia. Se os sintomas não cederem procure orientação médica.


Fonte: O Estado do Paraná - PR

Própolis contra queimaduras

A própolis é conhecida por ser um antibiótico natural e ter diversos efeitos terapêuticos. A novidade é que o material coletado pelas abelhas para a defesa da colméia também é eficaz no tratamento de queimaduras. A descoberta foi de pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), que desenvolveram um medicamento à base de própolis capaz de auxiliar na cicatrização desses ferimentos.

Coletada por abelhas em plantas e usada na proteção da colméia, a própolis é composta basicamente de ceras e resinas. A substância já é usada em diversos produtos terapêuticos para fins bactericidas, anestésicos, antiinflamatórios e cicatrizantes.

“Após uma revisão da literatura científica, descobrimos que um médico em Cuba aplicava própolis de forma artesanal em queimaduras e ferimentos que surgem em pacientes que ficam muito tempo deitados”, afirma a farmacêutica Andresa Berretta, que desenvolveu o estudo em sua tese de doutorado na Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP, sob orientação da professora Juliana Marchetti. “Mas ainda não havia um medicamento farmacêutico à base de própolis.”

Segundo Berretta, o produto, um líquido frio que se transforma em gel no contato com a pele, tem uma série de vantagens em relação ao tratamento usual de queimaduras nos hospitais, geralmente feito com pomadas à base de sulfadiazina de prata e nitrofurazona. “Além do fato de ser um produto natural, ele é um líquido mantido frio, o que já proporciona sensação de analgesia ao paciente na aplicação”, destaca.

A pesquisadora explica que o líquido se transforma em gel ao entrar em contato com a pele porque ela tem temperatura mais alta. “A composição em gel faz com que o produto permaneça mais tempo no local afetado, o que reduz o número de aplicações necessárias para completar o tratamento, além de tornar fácil a sua remoção”, acrescenta.

Resultados promissores
Em uma primeira etapa, o produto foi aplicado com sucesso em lesões de ratos. Depois, foi testado em pacientes da Unidade de Queimados do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP, sob a co-orientação do cirurgião plástico Werther G. Marchesan. “Nosso medicamento apresentou resultado semelhante ao de produtos sintéticos usados no tratamento de queimaduras”, conta Berretta.

A pesquisadora optou por testar o medicamento no local da pele de onde é retirado o enxerto para a queimadura, área chamada de doadora. “Em casos mais graves, quando é necessário fazer enxertos, essa é uma região da pele que simula uma queimadura de segundo grau e também tem que se regenerar”, explica. “Além disso, essa área apresenta a mesma profundidade em toda a sua extensão, o que facilita o acompanhamento dos resultados.”

Berretta conta que foi necessário padronizar a composição química do produto para garantir que fosse usada a mesma quantidade de princípios ativos em todos os testes. “As concentrações das substâncias presentes na própolis mudam de região para região”, justifica.

A próxima etapa da pesquisa será disponibilizar a formulação do medicamento para uso doméstico em pequenas queimaduras. “O nosso extrato de própolis já foi patenteado. Em breve, o veremos no mercado”, prevê.

Fonte: Ciência Hoje On-line

Quer ter dentes brancos?

Desvende os mitos que rondam o clareamento dental.
A busca por um sorriso branco tem levado cada vez mais pacientes aos consultórios dos dentistas. Há diversas técnicas e produtos para aplicação no consultório ou em casa. Mas ainda há muitas dúvidas e mitos em torno do clareamento dental. O tratamento acaba com o esmalte dos dentes? A sensibilidade aumenta? Mulheres grávidas e crianças podem fazer?

Entre as técnicas disponíveis, a mais popular é a caseira, supervisionada pelo dentista, com a aplicação do gel clareador por meio de uma moldeira plástica. O resultado aparece após três a quatro semanas de uso diário do produto - normalmente, durante a noite. Segundo os dentistas, as concentrações dos géis clareadores variam de paciente para paciente.

- Quanto mais concentrado o gel, mais rápido o clareamento. Mas, como a sensibilidade varia de pessoa para pessoa, começamos com uma concentração menor e, dependendo da resposta, aumentamos, garantindo velocidade e conforto ao mesmo tempo - explica o odontologista Rodrigo Reis, diretor clínico da Dentsply, fabricante mundial de materiais odontológicos.

Apesar de ser um pouco mais demorado, o clareamento doméstico é o mais vantajoso financeiramente. O tratamento completo sai por R$ 350 a R$ 700. Além disso, é menos agressivo, provocando uma sensibilidade menor no dente.

- O clareamento caseiro é mais demorado. Mas possibilita um clareamento mais estável, pois atinge camadas mais profundas de pigmentação. Agora, depende da cooperação do paciente - diz a dentista Deise Amaral, da Sociedade Brasileira de Odontologia.

Já o clareamento feito no consultório do dentista pode ser feito com auxílio do laser ou apenas com aplicação do gel clareador - em concentração maior que o caseiro. O resultado aparece após duas ou quatro sessões, e o custo médio é de R$ 1.200.

- O clareamento em consultório é mais rápido e tem um custo maior, o que não quer dizer que tenha um resultado melhor. Nestes casos, a responsabilidade é exclusiva do dentista. O paciente não precisa se preocupar com nada - explica Deise Amaral.

Uso do laser divide opinião de odontologistas

O uso do laser, no entanto, ainda é controverso e divide a opinião de especialistas.

- Acreditava-se que o laser potencializava a ação do produto. Mas estudos recentes mostram que não há ação do laser no clareamento. Acaba sendo mais um marketing do que terapia, porque o laser não tem efeito comprovado - afirma Rodrigo Reis.

Como escolher a melhor técnica então?

- Não existe técnica mais eficaz que a outra. Todas chegam lá. Só depende da velocidade e do perfil do paciente - diz o odontologista.

Durante o 26º Congresso Internacional de Odontologia de São Paulo (CIOSP), que acontece de 25 a 29 de janeiro, será lançado o Whitegold , um novo produto para clareamento dental. O gel tem a mesma concentração de peróxido de hidrogênio (35%), usado tradicionalmente. A diferença está na textura do produto usado na aplicação em consultório e na segurança de seu manuseio. A repórter Fadua Matuck testou a novidade e conta o que achou.

Os especialistas alertam ainda para as falsas promessas de pastas de dente e produtos para clareamento à venda nas prateleiras dos supermercados.

- Nada funciona. É a velha indústria da propaganda. Faz mal pro bolso, porque você compra e não funciona. Pasta de dente é cosmético, pode prometer e não cumprir. O produto clareador usado pelos dentistas é um medicamento - explica Deise Amaral.

O odontologista Rodrigo Reis explica que a origem do sorriso amarelo são os pigmentos existentes nos alimentos e em bebidas - como café, chá, vinho tinto e muitos outros que, com o passar dos anos, mancham e escurecem os dentes. A falta de uma higiene bucal adequada também é um dos fatores que colabora para a coloração amarelada.

Fonte:O Globo

Doenças reumáticas

Entenda os diferentes tipos de doenças reumáticas
Responsáveis por alterações e inflamações nas juntas, as doenças reumáticas que evoluem com artrite acometem homens e mulheres de todas as idades, comprometendo a realização de tarefas simples, como segurar um copo ou pentear o cabelo. Entre estas doenças destacam-se a artrite reumatóide, a osteoartrite e a gota.

Apesar de apresentarem alguns sintomas semelhantes, como a dor nas articulações, cada tipo de doença reumática tem características próprias. De acordo com a médica reumatologista Evelin Goldenberg, o diagnóstico correto e precoce é muito importante para o adequado controle dessas doenças. No entanto, muitas vezes, a demora para começar o tratamento está justamente associada à falta de conhecimento, até mesmo por médicos de outras especialidades que não estão habituados com a forma de apresentação dessas patologias. Acompanhe as dicas da especialista para detectar e tratar a doença:

Artrite Reumatóide

O que é?
A doença caracteriza-se por intensa inflamação nas juntas, principalmente das mãos, pés, provocada por uma reação auto-imune do próprio organismo contra as articulações. A inflamação persistente destrói progressivamente a cartilagem e os ossos, causando dor, deformidades e limitando os movimentos.

Atinge cerca de 1% da população mundial e a prevalência aumenta com a idade, podendo chegar até a 5% em mulheres com mais de 55 anos. Mulheres são mais freqüentemente afetadas do que os homens. No Brasil, estima-se que cerca de 1,5 milhão de pessoas seja acometida pela doença, na maioria mulheres em idade economicamente ativa - entre 30 e 50 anos. Especialistas alertam também que o número de pessoas atingidas pela artrite reumatóide deve aumentar expressivamente nos próximos anos com o envelhecimento da população.

Sintomas
Em geral, o paciente sente as juntas rígidas como se estivesse "enferrujado" ao acordar pela manhã e esta rigidez articular pode durar mais de uma hora. Fadiga inexplicável, inchaço e vermelhidão das articulações, principalmente das mãos, são outros sinais observados.

Prevenção
Como não se conhece as causas da doença, não existe uma forma específica para prevenir a artrite. No entanto, especialistas acreditam que o problema tenha origem genética. A artrite reumatóide não é hereditária nem contagiosa, mas estudos recentes mostram que a presença de alguns genes que regulam o sistema imunológico podem estar relacionados a maior suscetibilidade ao desenvolvimento da doença.

Tratamento
Apesar da artrite reumatóide não ter cura, a eficiência das novas terapias têm cooperado para uma melhor qualidade de vida dos pacientes. De acordo com a gravidade, a doença pode ser tratada com analgésicos, antiflamatórios hormonais e não-hormonais, drogas anti-reumáticas modificadoras da doença (DMARDs) e medicamentos biológicos - entre eles os recém lançados MabThera (rituximabe) e abatacepte. No ano passado, o laboratório Roche anunciou pesquisas com uma nova substância biológica - o tocilizumab. De acordo com os resultados dos estudos, 30% dos pacientes tratados com a substância conseguiram deter o avanço da doença, enquanto 65% apresentaram uma melhora de pelo menos 50% nos sintomas, como a diminuição das dores e da anemia e fadiga que acompanham o quadro. O tocilizumab deve ser aprovado no país entre 2008/2009. Além do novo medicamento, o laboratório já disponibiliza no país o MabThera, primeiro e único remédio para artrite reumatóide que age seletivamente nos linfócitos B - células responsáveis pela produção dos auto-anticorpos e uma das causas das inflamações.

Osteoartrite

O que é?
A osteoartrite ou osteoartrose, conhecida popularmente como "Bico de Papagaio", é uma doença crônica degenerativa que destrói a cartilagem das juntas, gerando dor e limitação dos movimentos. É a mais comum das doenças reumáticas e estima-se que cerca de 15% da população mundial seja afetada pelo problema, principalmente pessoas com mais de 50 anos. Diferentemente da artrite reumatóide, a osteoartrite pode ser causada por vários fatores, entre eles traumas, fraturas, excesso de peso, sedentarismo ou desarranjos da própria articulação.

Sintomas
Geralmente aparecem após os 50 anos de idade. Dor nas juntas durante ou após os movimentos é o primeiro sinal, podendo ser acompanhada de inchaço, rigidez no início do movimento, estalos, sensação de instabilidade ao andar e menor flexibilidade nas articulações afetadas, atrapalhando o portador a exercer as atividades do dia-a-dia.

Prevenção
Manter um peso ideal, praticar exercícios físicos de baixo impacto, diminuir, ou de preferência, suspender o tabagismo e o consumo de álcool pode ajudar a prevenir a doença.

Tratamento
O problema pode ser tratado com analgésicos e antiinflamatórios, mas só um médico pode dizer qual a melhor terapia. Fisioterapia e exercícios físicos também ajudam no controle da doença. Em alguns casos é necessário intervenção cirúrgica.

Gota

O que é?
A gota é caracterizada pelo depósito de ácido úrico nas articulações, causando episódios de artrite. A doença provoca dor intensa e, na maioria dos casos, afeta a articulação do dedão do pé. Estima-se que 2% da população mundial sofram de gota, que geralmente acomete pessoas com mais de 35 anos, especialmente os homens.

Sintomas
A primeira manifestação da doença dura de 3 a 4 dias e desaparece em seguida. É caracterizada pelo início súbito e agudo de dor localizada, começando normalmente pelo dedão do pé e depois subindo pela perna. Outra característica da doença é a formação de tofos e deposito de ácido úrico embaixo da pele.

Prevenção
A melhor medida é evitar o aumento de ácido úrico no organismo, regulando a prática de exercícios físicos e a obesidade, assim como consumo de álcool e controle da dieta.

Tratamento
Além dos medicamentos que eliminam o ácido úrico, o tratamento é feito com medidas preventivas como a alta ingestão de líquidos, além de dieta rica em carboidrato e com pouca proteína e gordura.

Fonte: Maxpress

TRISTEZA OU DEPRESSÂO

Quando foi lançado nos Estados Unidos, em 1987, o mais famoso medicamento antidepressivo do mundo chegou a ser apontado, pela revista Scientific American, como um “anjo que ilumina as trevas da alma”.
O Prozac foi o primeiro de uma série de remédios que visam alterar o nível de serotonina, uma substância química do cérebro relacionada à sensação de prazer. Com as mudanças das últimas duas décadas no modo como a ciência médica encara a depressão, esses medicamentos se tornaram campeões de venda.

O número de pílulas consumidas no mundo inteiro pulou de 4 bilhões, em 1995, para 10 bilhões, em 2004, um aumento de 150%. No Brasil, também se registrou um salto. Há três anos, 20,6 milhões de comprimidos foram vendidos no país. No ano passado, foram 24,4 milhões (um aumento de 18,5%).

Por isso, um estudo lançado na semana passada na Public Library of Science Medicine (Biblioteca Pública da Ciência Médica) causou grande impacto. O pesquisador Irving Kirsch, da Universidade de Hull, no Reino Unido, e seus colegas revisaram os estudos clínicos de vários antidepressivos e concluíram que, nos casos de depressão leve, seus efeitos não são melhores que os de placebos. (Os placebos, pílulas sem substância ativa, são usados em um grupo separado de pacientes para avaliar quanto da melhora se deve ao remédio e quanto apenas ao efeito psicológico de ser atendido e medicado.)

Kirsch utilizou estudos que a indústria não havia divulgado. Os laboratórios foram obrigados a liberá-los pela Food And Drug Administration, o órgão regulador de medicamentos dos Estados Unidos. A indústria rebateu a conclusão, dizendo que Kirsch analisou poucos estudos. Além disso, outro estudo, lançado também na semana passada pelo Escritório Nacional de Pesquisas Econômicas dos Estados Unidos, afirma que o uso de antidepressivos ajuda a diminuir a taxa de suicídios.

Essa discussão provavelmente terá vida longa. E dá força a uma questão de fundo: s por que buscamos com tamanha avidez a felicidade? Boa parte do sucesso dos remédios está não numa epidemia de depressão, como apontou o psiquiatra Derek Summerfield em um recente artigo no Journal of the Royal Society of Medicine, mas numa “epidemia de receitas de antidepressivos”.

Os antidepressivos são um avanço extraordinário, diz o psiquiatra paulista Renato Del Sant, diretor do Hospital Dia do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas. “Mas, para receitá-los, é preciso uma avaliação longa e precisa. Hoje, os psiquiatras estão mais preocupados em acompanhar os avanços da neurociência do que em se debruçar no histórico do paciente, muitas vezes até por falta de tempo. Por isso, o diagnóstico está cada vez mais superficial.”

Nessas horas, confunde-se tristeza com depressão. E dá-lhe remédio. É como se quiséssemos abolir de nossa vida toda e qualquer contrariedade. “Eu não tenho problemas de depressão, apenas de mau humor e timidez”, diz um internauta da comunidade Confissões de um Prozaquiano, que tem 160 membros no site de relacionamento Orkut. “Uso pelo estresse do dia-a-dia mesmo. É um santo remédio.” O próprio Del Sant é um exemplo contra o abuso. No ano passado, uma de suas filhas, Carlota, sofreu um acidente de trânsito e está em coma até agora. Já passou por 16 cirurgias. “Eu, minha mulher, Solange, e minha outra filha, Lorena, estamos profundamente tristes. Muitas vezes, choramos. Sentimos falta da nossa Carlota. Mas não estamos depressivos.”

Assustado com a enorme indústria que se formou em torno de nossa necessidade de ser felizes acima de tudo, um dos pioneiros do estudo da felicidade, o psicólogo americano Edward Diener – por muito tempo alcunhado de Doutor Felicidade – voltou atrás. Não à toa, seu próximo livro, em parceria com o filho, Robert Biswas-Diener, terá o título de Rethinking Happiness (Repensando a Felicidade). Diener não renega sua tese central, de que as pessoas felizes vivem mais (por ter sistemas imunes mais fortes) e são mais bem-sucedidas. Mas ele aprofundou suas pesquisas. Em geral, os estudos sobre o tema comparam pessoas felizes com pessoas infelizes. Desta vez, Diener comparou pessoas felizes e pessoas extremamente felizes. Aí, o resultado é outro. Os extremamente felizes vivem menos que os moderadamente felizes, e são menos bem-sucedidos.

Sua conclusão: há um nível de felicidade ótimo, além do qual ela se torna mais prejudicial que benéfica. Segundo ele, numa escala de 0 a 10, sendo 0 o sujeito miserável e 10 a pessoa inabalavelmente contente, o melhor é uma nota 8, nível médio de felicidade. Ele garante uma existência aprazível e traz uma margem de insatisfação que evita a letargia.

Como diz Diener, há uma lista enorme de pessoas que querem que você seja mais feliz – não importa quanto você já seja. Essa lista inclui os ativistas da psicologia positiva, uma corrente que se tornou preponderante nos Estados Unidos no fim da década de 90 e afirma que, em vez de apenas curar doenças, a medicina da mente deve tratar de elevar nosso bem-estar. Também inclui os autores de livros com receitas para sermos mais contentes, os políticos em quem você votou (porque a probabilidade é que os reeleja), os profissionais de auto-ajuda, os técnicos de laboratórios que buscam drogas cada vez mais eficazes para combater a tristeza. Até sua mãe, “porque ela o ama e provavelmente se sentirá um fracasso se você for uma pessoa infeliz”. Há, no entanto, uma corrente cada vez mais vigorosa contra essa indústria da felicidade. Ela inclui quatro vertentes de combate:

1. Felicidade tem limite
Nesse campo estão os argumentos apresentados por Diener: ser feliz demais não é bom. O contentamento em excesso torna as pessoas menos capazes, menos saudáveis, menos atentas a riscos. Além do pragmatismo de Diener, há uma questão de essência. “Cedo ou tarde na vida, cada um de nós se dá conta de que a felicidade completa é irrealizável”, escreveu o escritor italiano Primo Levi, um sobrevivente de um campo de extermínio nazista durante a Segunda Guerra Mundial. “Poucos, porém, atentam para a reflexão oposta: que também é irrealizável a infelicidade completa. Os motivos que se opõem à realização de ambos os estados-limite são da mesma natureza, eles vêm de nossa condição humana, que é contra qualquer ‘infinito’.”

Há ainda uma terceira forma de entender os limites da felicidade. Só conseguimos ter a percepção de um sentimento em comparação com outros estados de ânimo. Como demonstram vários estudos, é a variação do humor que nos causa espasmos de alegria ou de tristeza. “Felicidade em excesso é indesejável, porque leva a uma capacidade menor de apreciá-la”, diz o historiador inglês Stuart Walton, autor de Uma História das Emoções, publicado no ano passado no Brasil. No livro, Walton examina as emoções que considera primordiais (como medo, raiva, tristeza e felicidade) e as relaciona à vida moderna. “Se você tem algo o tempo todo, não pode dizer se aquilo é bom ou ruim”, diz. “É preciso descartá-lo para saber se a tal coisa lhe oferece ganhos ou perdas.” Portanto, quem diz que é 100% feliz pode não estar falando a verdade. Felicidade, por definição, não é um estado de espírito permanente. Fosse assim, as pessoas seriam mais fortes na vida.

“A felicidade pode chegar com um amor, com uma conquista, com um fato que transformou de maneira positiva o indivíduo”, diz Walton. “Mas ela não fica para sempre. De uma hora para outra, pode e provavelmente vai partir.” Assim como a infelicidade.

2. Sem obstáculos, não há vitória
Uma segunda defesa da tristeza pode ser resumida pelo famoso ditado do filósofo alemão Friedrich Nietzsche: “O que não me mata me torna mais forte”. Ele aponta para o valor da adversidade. Como disse Paulo, em sua Carta aos Romanos: “O sofrimento produz resistência, a resistência produz caráter e o caráter produz a fé”.

Algumas pessoas que passam por grandes traumas, como a perda de um ente querido, relatam que se tornaram mais completas depois de passar pela experiência, afirma o psicólogo Jonathan Haidt, da Universidade de Virgínia, nos EUA, em seu livro The Happiness Hypothesis (A Hipótese da Felicidade). “Quem passa por episódios traumáticos aprende a se conhecer melhor e passa a valorizar as coisas que realmente têm importância”, escreveu Haidt. Elas dão mais valor à amizade, à família, ao tempo livre, apreciam o que têm e entendem melhor seus limites.

“Só quem vive emoções profundas e passa pela dor e pelo sofrimento é capaz de se realizar na plenitude. O homem é um ser ambíguo”, diz o filósofo brasileiro Franklin Leopoldo e Silva, que no ano passado publicou um livro chamado Felicidade – Dos Filósofos Pré-Socráticos aos Contemporâneos.

Não é por algum ingrediente precioso que o sofrimento molda o caráter. Para Haidt, isso acontece porque nós somos seres viciados em contar histórias. O que sabemos sobre nós mesmos é um relato que continuamente reescrevemos, escolhendo o que lembrar do passado e o que projetar para o futuro. As adversidades nos ajudam a criar histórias melhores. (Ou você acha que a Branca de Neve seria um bom conto se a bruxa nunca a tivesse envenenado? Hamlet teria feito sucesso se não vivesse atormentado pelo drama do assassinato de seu pai?)

É claro que os traumas, assim como podem “purificar”, podem matar. Ou estragar uma vida inteira. Crianças são especialmente suscetíveis. Algumas pesquisas mostram que a melhor época para enfrentar um grande desafio na vida é a que vai do início da adolescência até os 20 e poucos anos – quando é assim, a probabilidade de o episódio servir de estímulo, em vez de fator de paralisia, é maior.

Os estudos modernos estão de acordo com as teses levantadas há meio século por um dos maiores estudiosos de mitologia do mundo, o americano Joseph Campbell. No livro O Herói das Mil Faces, ele descreve um esquema comum a quase todos os grandes mitos da humanidade, incluindo as grandes religiões. Para se tornar um herói, a personagem recebe um “chamado”, tenta rejeitá-lo, é obrigada finalmente a aceitar a missão, viaja, passa por alguma provação, encontra alguém ou algum objeto mágico que lhe forneça uma revelação, volta mais forte, vence o obstáculo inicial e, com isso, liberta os demais, ou lidera-os no caminho da redenção. Pense em seu herói favorito, ou na história de Moisés, Jesus, Maomé, Buda, e compare com o roteiro de Campbell.

Por que é sempre assim? Para Campbell, essa trajetória faz parte de nossa psique. Em nossa formação individual, passamos também por um enredo parecido. Somos os heróis de nossa história. Quando o obstáculo é feroz demais, ou quando nos perdemos no deserto, estabelece-se o quadro neurótico. Nesses casos, o remédio é indicado. Mas tomá-lo antes de ter a oportunidade de confrontar nossos demônios é desperdiçar a oportunidade de crescer.

Marvin Minsky, um dos pais da inteligência artificial e pesquisador do MIT, nos EUA, uma das universidades mais renomadas do mundo, resumiu a questão de forma precisa. “Se pudéssemos deliberadamente controlar nossos sistemas de prazer, seríamos capazes de reproduzir o prazer do sucesso sem a necessidade de realizar coisa alguma – e isso seria o fim de tudo.”

3. A alegria ou a vida
Um terceiro ponto de defesa da tristeza vem da teoria evolucionista. Os sentimentos negativos, como angústia, tristeza e pessimismo, fazem parte de nossa natureza. A seleção natural os favoreceu porque, se não os tivéssemos, seríamos presas fáceis de adversidades. Imagine um homem pré-histórico extremamente feliz e despreocupado, saindo desarmado no meio da selva. Se esse ancestral existiu algum dia, ele morreu, provavelmente comido por um grande felino. O que sobreviveu, e deu origem à espécie humana, foi seu primo preocupado, atento – por vezes angustiado e rabugento. É assim com todos os animais. O estado de tensão é uma condição necessária à vida.

No livro Felicidade, o economista Eduardo Giannetti aponta outros riscos que o contentamento exagerado traria para a sobrevivência da civilização. Segundo Giannetti, a invenção de uma pílula que provesse todos os cidadãos de felicidade provocaria danos irreparáveis ao mundo. Na ausência de sentimentos negativos como culpa, vergonha, remorso e arrependimento, todos eles neutralizados pelo tal remédio, haveria um enfraquecimento do respeito às normas morais de convivência. As pessoas não se sentiriam psicologicamente inibidas para praticar atos terríveis porque, ao tomar a pílula, deixariam de sentir culpa ao prejudicar alguém. O resultado seria o caos completo, que muito provavelmente resultaria no aniquilamento do mundo tal qual o conhecemos.

4. A angústia dos gênios
O ponto mais polêmico dos novos defensores da tristeza é o vínculo entre realização criativa e a angústia. Não se trata, aqui, de defender um pouco menos de felicidade. É o próprio poder de um estado melancólico que está sendo reavaliado. Não faltam exemplos de pensadores, artistas e realizadores estimulados por estados de depressão, angústia ou tristeza – constante ou, ao menos, temporária. Do presidente americano Abraham Lincoln, que aboliu a escravidão e venceu a Guerra de Secessão, autor de alguns dos melhores discursos políticos da História, a Woody Allen, que diz ter dirigido dezenas de filmes sob o signo da melancolia, de John Lennon a Elis Regina, de Fernando Pessoa a Salvador Dalí, os casos se multiplicam.

Teriam eles produzido o que produziram se não fossem atormentados? Ludwig van Beethoven teria composto a Nona Sinfonia se, em vez de usar a música para aquietar o espírito, tomasse antidepressivos? Beethoven era uma espécie de infeliz crônico, mal que foi agravado por seu problema de surdez. O brasileiro Alberto Santos Dumont desenhava projetos de aeronaves quando estava triste. Segundo seus biógrafos, é provável que ele sofresse de depressão profunda.

“Há estudos que comprovam a relação entre as oscilações de humor e a criatividade”, afirma Luiz Alberto Hatem, vice-presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria. “Van Gogh e Wagner, quando deprimidos, produziam menos obras artísticas, mas de maior qualidade. É durante as fases de dor e depressão que surgem as produções mentais, os questionamentos que não povoam a vida mental habitual.”

Uma das idéias que Giannetti discute em seu livro é que a felicidade completa pode trazer paz e alívio, mas ao custo de aniquilar o que a humanidade tem de melhor – a capacidade de criar, ousar e experimentar. É uma reflexão derivada de um famoso dito do filósofo inglês John Stuart Mill: “É melhor ser um Sócrates insatisfeito que um porco satisfeito”.

A reflexão pode ser estendida até para países. Em seu ensaio A Democracia na América, publicado em 1835 e 1840, o pensador francês Aléxis de Tocqueville escreveu, numa comparação entre a agitação dos Estados Unidos e a letargia européia: “Chega-se a pensar que a sociedade (européia), tendo consolidado todas as benesses, não anseia por mais nada, exceto descansar e usufruir o que conquistou”. O direito à busca da felicidade está inscrito na Declaração da Independência dos Estados Unidos. É uma formulação sábia. Essa busca parece tornar as pessoas mais ativas. É um estado diferente do de quem já está contente.

Esta é, aliás, uma filosofia que impregna o mundo do trabalho. A frase mais célebre do fundador da empresa de chips Intel, Andrew Grove, é: “Só os paranóicos sobrevivem”. Refere-se a um mundo de tanta concorrência que, se você não está atento o tempo todo, é ultrapassado.

Desde os anos 90, isso se traduziu no mundo do trabalho em dois conceitos onipresentes. O primeiro é o combate à “zona de conforto”. Esta seria aquela situação em que o profissional está tão bem que não se sente desafiado a progredir. Daí, também, outro célebre jargão do mundo do trabalho: o de que as pessoas devem ser motivadas por desafios. O segundo é a idéia do “estresse positivo”. É um conceito que veio da medicina. Assim como descobriram que existe um colesterol bom e um colesterol ruim, os pesquisadores também identificam um estresse positivo – que leva à ação –, oposto do estresse negativo, que traz a apatia. Entre um e outro, em geral, a diferença é o tamanho do desafio, diante das condições para realizá-lo.

Na vida prática, portanto, já se sabe que um porcentual de tristeza, estresse, angústia é necessário para realizar um bom trabalho. E por que um bom trabalho é preferível a um trabalho medíocre, sem sofrimento? Para muita gente, não é. Mas é importante lembrar que felicidade não é nosso único ideal. Queremos todos ser felizes, claro, mas também queremos deixar um legado, educar bem os filhos, vencer uma competição ou outra. Cabe a cada um traçar seus objetivos, e entender quanto de sacrifício eles podem demandar.

Nessa equação, tornar-se refém da felicidade é um erro. Vivemos numa sociedade imediatista, que nos impõe uma urgência em resolver os problemas de forma rápida e prática, sem ter de suportar a dor e a tristeza. “As pessoas não têm paciência para a infelicidade”, diz o filósofo Renato Janine Ribeiro. “Num mundo altamente competitivo, estar triste pode ser interpretado como sinal de fraqueza, e isso ninguém quer.” A busca da felicidade tem o potencial de nos tornar infelizes.

O conselho de Diener para nos orientar é: “Seja um pouco como a Mona Lisa”. Ele diz que uma recente análise das expressões da mais famosa pintura de Leonardo da Vinci estabeleceu que seu sorriso enigmático revela 83% de felicidade e 17% de infelicidade. É justamente nesse espaço de tristeza, diz Diener, que reside seu poderoso encantamento.

A depressão impulsiona a criatividade
Ao longo da História, gênios realizaram suas grandes obras em estado extremo tormento. Descobriu-se recentemente a ligação entre a depressão e a criação. Os criadores, quando estão deprimidos, são capazes de grandes feitos. É nessa hora que eles produzem menos e com maior qualidade - e alcançam a maestria.

Ludwig Van Beethoven (1770-1827)
Um dos maiores gênios musicais da História, o compositor erudito alemão era atormentado pela depressão, agravada por seu problema de surdez e por amores impossíveis que colecionava.

Friedrich Nietzsche (1844-1900)
O filósofo alemão era depressivo e suicida. Aos 40 anos, teve crises de loucura, sendo internado em um sanatório. A doença não o abandonou até a morte.

Vincent Van Gogh (1853-1890)
O pintor holandês sofreu de depressão durante toda a vida. Expressava seu desequilíbrio nas pinceladas irregulares e cores sombrias que marcaram algumas de suas fases. Matou-se com um tiro no peito.

Edvard Munch (1863-1944)
Sofreu de depressão e foi internado em um sanatório. Chegou a dizer que sua saúde mental era a catalisadora de sua pintura. O quadro O Grito é um ícone do expressionismo.

Alberto Santos Dumont (1873-1932)
Suspeitou-se que o aviador tivesse esclerose múltipla ou depressão profunda. Mas ele sofria de bipolaridade. Os transtornos constantes o levaram a cometer suicídio.

Fernando Pessoa (1888-1935)
Triste e melancólico na vida e na obra, o escritor português multiplicou seu “eu” em diversas personalidades literárias. O Livro do Desassossego é o retrato dessa depressão. Entregou-se à bebida e morreu de complicações hepáticas.

Clarice Lispector (1920-1977)
No fim da década de 60, com o filho doente de esquizofrenia e em dificuldades financeiras, a escritora caiu em depressão. A melancolia se reflete em seus escritos.

João Cabral de Melo Neto (1920-1999)
O escritor pernambucano, autor de Morte e Vida Severina, sofria de uma doença degenerativa que lhe causava depressão. Era atormentado por uma constante dor de cabeça e sua segunda mulher, Marly, o ajudava a escrever.

Woody Allen (1935-)
Em 2005, o diretor americano deu entrevistas dizendo que fez mais de 30 filmes como uma forma de “distração” contra uma forte depressão que tem desde muito jovem.

Janis Joplin (1943-1970)
A cantora americana de blues sofria de depressão desde a adolescência, quando foi alvo de piadas dos colegas. Dizia que cantar era sua salvação. Bebia muito. Morreu por overdose de heroína.

Jim Morrison (1943-1971)
O vocalista do grupo The Doors vivia em depressão, o que se refletia em suas letras. Era fã de Nietzsche. Nos shows, bebia e xingava a platéia. Quando soube da morte de Janis Joplin, disse que seria o próximo. Foi encontrado morto numa banheira, em Paris.

Elis Regina (1945-1982)
Sofria de bipolaridade, alternando depressão e euforia. A maior intérprete da música brasileira morreu de overdose de cocaína com álcool.

Fonte: Época

Depressão: O Mal do Século
A depressão é um distúrbio que afeta pensamentos, humor, sentimentos, ‎comportamento e saúde física. As pessoas costumavam pensar que era "Tudo ‎coisa da cabeça delas", e que se elas realmente tentassem, poderiam "Sair ‎dessa". Agora, os médicos sabem que a depressão não é uma fraqueza e que não ‎é possível tratá-la sozinha – é um distúrbio médico com base biológica e química.

Às vezes, um acontecimento em uma vida estressante ativa a depressão. Outras ‎vezes, a depressão parece ocorrer espontaneamente, sem nenhuma causa ‎específica identificada. Independentemente de sua causa, a depressão é muito ‎mais que um sofrimento ou a volta de alguns sentimentos...

A depressão pode acontecer apenas uma vez na vida de uma pessoa; porém, ‎geralmente aparece várias vezes durante a vida, com intervalos de tempo ‎saudáveis. Ou pode ser uma condição crônica, que requer tratamento contínuo ‎durante toda a vida.

Os medicamentos disponíveis geralmente são seguros e eficazes, mesmo para os ‎casos de depressão mais séria. Com o tratamento adequado, a maioria das ‎pessoas com depressão séria melhora em semanas e pode voltar às suas ‎atividades diárias normais.

‎SINAIS E SINTOMAS

Os dois principais sintomas da depressão são:

. Perda do interesse nas atividades diárias normais - Você perde o interesse ou o prazer nas atividades das quais gostava ‎anteriormente. Isso se chama "anedonia".
‎. Humor depressivo - Você se sente triste, sem ajuda ou sem esperança, e pode ter crises de choro.

Além disso, para um médico ou outro profissional de saúde diagnosticar a ‎depressão, muitos dos seguintes sinais e sintomas também devem estar ‎presentes na maior parte do dia:

Distúrbios do sono
Dormir muito ou ter problemas durante o sono podem ser um sinal de que você ‎está com depressão. Levantar no meio da noite ou cedo demais e não conseguir ‎dormir de novo é um sintoma típico.

Pensamento ou concentração comprometidos
Você pode ter dificuldade para se concentrar ou tomar decisões e apresentar ‎problemas de memória.

Perda ou ganho significativo de peso
Um aumento ou redução do apetite com conseqüente ganho ou perda de peso ‎inexplicável podem ser um sinal de depressão.

Agitação ou diminuição dos movimentos corporais
Você pode parecer cansado, agitado, irritado e facilmente incomodado. Ou pode ‎parecer que você está fazendo tudo em câmera lenta e responde a perguntas ‎devagar, num tom monótono.

Fadiga
Você sente cansaço e falta de energia quase todos os dias. Você pode se sentir ‎tão cansado de manhã quanto estava à noite, antes de dormir.

Baixa auto-estima
Você se sente inútil ou sente culpa em excesso.

Menos interesse pelo sexo
Se você era sexualmente ativo antes de ter depressão, vai perceber uma ‎diminuição dramática no seu nível de interesse pelas relações sexuais.

Pensamentos de morte
Você tem uma constante visão negativa de si mesmo, de sua situação atual e do ‎futuro. Pode pensar em morte ou suicídio.

A depressão também pode causar vários problemas físicos, como coceira ‎generalizada, visão embaçada, suor excessivo, boca seca, problemas ‎gastrointestinais (indigestão, constipação e diarréia), dor de cabeça e dor nas ‎costas.

Crianças, adolescentes e idosos podem reagir à depressão de maneira diferente. ‎Nestes casos, os sintomas podem ter diferentes formas ou estar mascarados por ‎outras condições.

Em todos os casos, é fundamental a orientação de um médico e tratamento ‎psicoterápico. ‎