3.15.2014

Feng Shui: é preciso superar obstáculos para vencer na vida





Mocidade festeja título de campeã do Carnaval 2014 em São Paulo Foto: Marcos Bezerra / Futura Press
Mocidade festeja título de campeã do Carnaval 2014 em São Paulo
Foto: Marcos Bezerra / Futura Press


Quem nunca passou por fases de turbulência vida pessoal ou profissional? Há momentos em que a situação fica tão ruim que tudo começa a dar errado, a sorte foge da gente e dá vontade de sumir daqui para uma ilha vazia ou para um planeta em outra galáxia. Como provavelmente a NASA não irá vender uma passagem para que você conheça outro planeta, o melhor é ficar por aqui e decidir se enfrenta os obstáculos e vence ou desiste.


Desistir vai acarretar uma série de consequências bem piores, como frustração, medo de mudanças, raiva de perder tempo por nada, raiva de não arriscar mais, perda de oportunidades, autoestima baixa, falta de coragem e um futuro incerto.


Como uma situação negativa pode fazer tanto estrago se não a enfrentamos? Acredite, isso deixa muitas marcar. Em cada obstáculo que surge em nossa vida que nos faz parar, perdemos muitas vezes a realização de uma meta ou sonho.



Quem nunca perdeu um emprego num momento que estava planejando trocar de carro ou fazer aquele curso tão importante para a carreira? Ou aquela moça que sonhava e planejava o casamento e o namorado pediu um tempo na relação. Exemplos de obstáculos que vão afetar uma meta maior.


Num primeiro momento é inevitável sofrer com o impacto do fato, chorar ou frustrar-se por alguns minutos. Em seguida, o ideal é começar a procurar saídas e soluções, até superar o problema e vencê-lo. É como sempre digo: “olhe o problema de frente. Ele é feio, mas dá para vencê-lo”.


Você tem que acreditar que há saída e vai superar os problemas e obstáculos. Se acreditar e tiver muita fé, pode conquistar o que quiser.


Um bom exemplo é a escola de samba Mocidade Alegre. Com o enredo "Andar Com Fé Eu Vou, Que a Fé Não Costuma Falhar!", a escola venceu pela terceira vez consecutiva o Grupo Especial de São Paulo no Carnaval 2014. Foi um desfile perfeito, mas poucos lembram ou sabem que esta mesma escola passou por grandes problemas nas vésperas do Carnaval.


Em novembro de 2013, a sede administrativa foi destruída por um incêndio, que além de queimar documentos, destruiu os troféus e premiações da escola de samba. Na época, a presidente da escola, Solange Bechara, uma mulher de muita garra e fé, pediu ajuda à comunidade e foi campeã quatro meses depois.


A história de superação é uma marca registrada da Mocidade. No ano de 2012, a escola enfrentou outro incêndio que destruiu o barracão da agremiação e muito do material do desfile. A escola provou que é capaz de superar os problemas, fez bonito na avenida e levou o título de campeã naquele ano.


E por que superou? Há muitas respostas, mas uma das mais prováveis é que é mais fácil trabalhar para ser feliz e vencer na vida do que ficar o ouvindo a lamuriados derrotados.






Especial para Terra

Artigo: Você já ouviu falar da manteiga ghee?


Alimento auxilia em inflamações e úlceras, promove a sensação de saciedade e colabora com a longevidade - por conter vitamina A que é antioxidante

Você já ouviu falar da manteiga ghee? Bom, a manteiga ghee nada mais é do que o óleo purificado da manteiga, onde há remoção de qualquer toxina da gordura, bem como da lactose.
A preparação vai resultar em um óleo dourado, límpido e transparente. Um produto que pode ser utilizado para elaborar qualquer prato do dia-a-dia, principalmente para preparação de legumes e verduras, uma vez que possui grande resistência ao calor.
O processo de preparação é bem simples: basta colocar a manteiga sem sal para derreter em uma panela de fundo grosso, de forma lenta, em fogo baixo. A superfície ficará com uma camada espessa de espuma (gordura saturada) que deverá ser retirada quantas vezes forem necessárias até que toda a água evapore e reste apenas o óleo.
Getty Images
Livre de gordura, manteiga ghee pode ser utilizada no preparo de pratos do dia-a-dia
Este óleo deve ser coado em um tecido fino (voil, algodão, ou mesmo o coador de pano que é usado para preparação do café são exemplos de tecidos úteis para esse fim). Depois de coado, o óleo deve ser guardado em um recipiente fechado, em um local fresco, para melhor conservação.
Se for preparada de forma adequada, a manteiga ghee não possuirá sal e lactose. Também não produzirá fumaça em altas temperaturas, devido a isenção de toxinas que provocam a reação. O alimento também dispensa refrigeração, não contém corante ou conservante, auxilia em inflamações e úlceras, promove a sensação de saciedade e a longevidade - por conter vitamina A que é antioxidante. 
Algumas sugestões de uso são na preparação de arroz, legumes, verduras, sopas, saladas e para refogar temperos.
No entanto, é importante lembrar que, mesmo sendo mais saudável, a manteiga ghee ainda é uma gordura. Logo, preconiza-se seu uso moderado. Além disso, por ser mais saborosa que os outros óleos, uma pequena quantidade já é suficiente para ser utilizada em receitas culinárias.

Por Lorena Araújo de Freitas  
    nutricionista 

Ghee – Manteiga Clarificada

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Ghee – Manteiga Clarificada
É o óleo purificado da manteiga, onde toda a água e os elementos sólidos e toxinas da gordura do leite e lactose são completamente removidos.  Embora seja inteiramente preparado a partir da manteiga, suas propriedades, de acordo com a ayurveda, diferem muito da manteiga em si.   Quando o ghee é preparado através do método tradicional de aquecimento e coação, toda a água é evaporada e os elementos sólidos da gordura do leite são completamente removidos. O resultado é um óleo dourado e brilhantemente transparente que não fica rançoso. Este é o ouro líquido que aparece nas antigas escrituras indianas. E este é o ghee que encontrará um lugar em todos os alimentos que você preparar.
O ghee preparado adequadamente apresenta as seguintes qualidades: não contém sal, não contém lactose, não produz fumaça em temperaturas altas, não necessita de refrigeração.  É utilizado por naturopatas em diversas culturas, que extraem seus poderes curativos e rejuvenescedores. E para aqueles com alergias graves a laticínios, é uma parte integral da dieta com alto grau de restrição.
Durante este processo, a manteiga sem sal é derretida, devagar, e as gorduras saturadas vêm para a superfície em blocos, formando uma camada de espuma densa. Esta espuma é retirada várias vezes, até que se eliminem todos os resíduos da manteiga, até que toda a água evapore e reste apenas o óleo, que é então coado em um tecido fino. O processo de clarificação da manteiga dura em torno de 1 a 2 horas, dependendo da quantidade usada.
Embora isso não esteja mostrado nesta imagem, é melhor que seja preparado em panela de vidro ou inox, em banho Maria.  Coloque água numa panela, com um pano no fundo, e o recipiente com a manteiga dentro.  Desta forma, a manteiga não queimará.
Na Ayurveda, o Ghee é considerado Rasayana, ou seja, um alimento rejuvenescedor e regenerador, um tonificante que aumenta a força e a expectativa de vida, de propriedades emolientes, que serve de base para diversas preparações medicinais – é considerado um ótimo “portador” para todas as ervas que são tomadas com ele. Além disso é utilizado em técnicas de massagens, pois nutre tecidos profundos, sendo muito bom para peles secas e para prevenir rugas. Ele é bom para todo o tipo de pessoas.
Também é extremamente benéfico para o fígado, útil para inflamações gastrointestinais e no combate a úlceras, ajuda a equilibrar o fogo digestivo no organismo, fortalece o sistema imunológico, ajuda no tratamento dos pulmões, a melhorar a memória e é utilizado em algumas técnicas para refrescar e nutrir os olhos. É um ótimo purificador dos canais e condutos do organismo, não apenas os físicos, mas também os energéticos e sutis. É um tônico que fortalece e regenera os fluidos, e é lubrificante, aumentando a flexibilidade.
Tem um sabor maravilhoso e é um ótimo óleo para cozinhar. Além de seu aroma refinado e sabor delicado, tem alto nível de resistência ao calor, e não queima facilmente.   Legumes, verduras, tortas e outros alimentos preparados com Ghee são muito saborosos e nutritivos.

OBSERVAÇÕES:
1- Quando dourar temperos no ghee, tenha-os à mão, pois, uma vez aquecido, ele atinge rapidamente temperaturas bem altas.
2- Evite deixar cair água no ghee quente, pois esta combinação pode respingar gordura quente de forma perigosa.
3- A temperatura do ghee para frituras deve ser médio baixo e estará no ponto quando dourar o alimento em 1 minuto.  Não coloque muitas porções de uma só vez, pois isto fará com que ele se esfrie e o resultado pode não sair satisfatório.
4- Pode-se utilizar o ghee para frituras várias vezes, sem saturar. Basta filtrá-lo após o uso.
5- Depois de pronto o ghee pode ser temperado, misturado a ervas, aromatizado a gosto ou simplesmente puro. É delicioso para passar no pão, adicionar a pratos frios, para o preparo de massas, refogados e frituras.
Por: Cláudio Azevedo
Fonte: http://blog.opovo.com.br/yoga/ghee-manteiga-clarificada/

Para driblar bafômetro, jovens mexicanos ingerem bebidas por via anal

Objetos de higiene íntima feminina são utilizados 

 

O Dia
Rio - Jovens do estado de Tamaulipas, no México, têm ingerido álcool pelas vias anal e vaginal para não serem pegos no bafômetro, segundo o portal mexicano Excelsior. Segundo informações da imprensa local, os jovens utilizam objetos de higiene íntima feminina para ingerir a bebida.
"Não temos dados oficiais reportados, mas é uma certeza que essa prática [ingestão de bebida pelas vias anal e vaginal] vem acontecendo entre os jovens da região", afirmou Soraya Sánchez, chefe do departamento de dependentes da Secretaria de Saúde local.
Médicos consideram que a prática é de altíssimo risco, pois os locais por onde as bebidas são ingeridas proporcionam fácil absorção causando efeito similar ao da ingestão por via oral. A prática, porém, pode levar a infecções nos locais por conta do álcool das bebidas. Por conta disso, podem ocorrer infecções generalizadas nos adeptos destas práticas.

PM é reconhecido por bandidos e assassinado em Cordovil


Leonardo do Nascimento Mendes saia de uma festa na Rua Tenente Palestrine e conversava com amigos na calçada


Luarlindo Ernesto



Rio - O soldado da UPP da Rocinha Leonardo do Nascimento Mendes, 27 anos, morreu após ser baleado por desconhecidos em Cordovil, na Zona Norte da cidade, na madrugada deste sábado. Ele saía de uma festa na Rua Tenente Palestrine, 433, e conversava com amigos na calçada.

O policial teria sido reconhecido por um dos desconhecidos que passavam em um carro. Um dos homens gritou para Leonardo "perdeu, ô políça". Muitos tiros foram disparados e o soldado caiu baleado. Uma segunda pessoa também foi baleada.

Leonardo do Nascimento Mendes foi morto quando saia de uma festa em Cordovil. Ele era lotado na UPP da Rocinha
Foto:  Reprodução

Leonardo foi levado para o Hospital Getúlio Vargas, na Penha, mas, de acordo com médicos, chegou morto. A identidade da segunda vítima ainda é desconhecida. Uma mulher, ferida quando caiu tentando se proteger dos tiros, também foi medicada no mesmo hospital.
Nota: Rio não pode importar a criminalidade sem freios e sem limites que ocorre em São Paulo
>>> LEIA MAIS: PM morre e dois suspeitos são baleados em assalto a caixa eletrônico

COMER PARA MALHAR : APRENDA A SE ALIMENTAR CORRETAMENTE ANTES E DEPOIS DOS TREINOS

Comer para malhar

Aprenda a se alimentar corretamente antes dos treinos

 Uma alimentação inadequada pode reduzir a qualidade do seu rendimento na hora da malhação. Comer demais, além de causar sensação de estufamento, aumenta o tempo da digestão. Isso não ajuda num bom resultado durante os treinos. “Antes de malhar, o músculo precisa ter energia suficiente disponível para poder trabalhar com eficiência”, explica o nutricionista funcional e esportivo Renato França.


O tipo de nutriente que não pode faltar na refeição pré-malhação é o carboidrato. “Ele vai fornecer energia para o músculo crescer e consumir a gordura corporal”, diz França. Alimentos ricos em fibra e gordura podem ser dispensados. “A digestão deles é muito demorada, pode acontecer de faltar força para manter o ritmo do treino”, completa.
Quem malha pela manhã, normalmente não tem uma ou duas horas disponíveis para esperar a absorção dos alimentos ingeridos. E é por isso que o nutricionista indica uma opção: “Existe um suplemento ideal para esse caso, à base de carboidratos extraídos do milho. Ele fornece energia ao corpo em apenas quize ou vinte minutos”, diz o nutricionista.
À tarde ou à noite, você pode combinar carboidratos com proteínas. “Os alimentos proteícos devem ser consumidos em menor quantidade, pois demoram mais para fornecer energia”, acrescenta o nutricionista. Caso você opte por um sanduíche de queijo branco para o lanche, por exemplo, precisa esperar um pouco mais para iniciar as atividades. “Indico uma espera de 60 a 90 minutos antes do treino. Se a agenda está muito corrida, uma opção mais rápida é consumir uma barra de granola com suco de frutas 40 minutos antes de malhar”, completa.
E nada de malhar de barriga cheia. “Durante o processo disgestivo, uma grande quantidade de sangue vai para o estômago. E ao treinar, braços e pernas também precisam ser irrigados. Esse desquilíbrio pode causar desconfortos como tontura e queda no rendimento”, ressalta o especialista. 

Comer carboidratos antes e depois da malhação potencializa efeitos

Beber muita água também é importante e ajuda a melhorar o desempenho; veja dicas de nutricionista 
Perder peso e deixar o corpo mais definido são os principais objetivos de quem investe na malhação. Mas sem uma alimentação adequada, os resultados podem ficar comprometidos. Saber o que comer antes e depois do treino faz toda a diferença. 

O que comer antes de malhar?

A nutricionista Gisele Dallazen, da Twit Academia, em Florianópolis (SC), diz que a primeira regra é nunca praticar exercícios em jejum. "A refeição que antecede o treino deve ser à base de carboidratos como pães, biscoitos integrais e frutas, já que esses nutrientes irão fornecer energia e oxigênio aos músculos, evitando a fadiga. Essa refeição é de extrema importância para o bom desempenho no exercício, e deve ser feita cerca de 40 minutos antes da atividade", recomenda.
Ela reforça também a importância de se consumir bastante água, pois um corpo bem hidratado ajuda a melhorar o desempenho nos treinamentos e diminui o risco de lesões.

O que comer depois de malhar?

A alimentação após o treino deve incluir novamente os carboidratos, além de proteínas magras, como carnes brancas, clara de ovo, leite e derivados. “Os carboidratos irão repor o que foi perdido durante o treino e manter o atleta disposto ao longo do dia. Já as proteínas terão papel fundamental na recuperação e construção dos músculos”, explica.
Carboidratos ajudam a repor o que foi perdido durante o treino (Crédito: Thinkstock)
A quantidade e cada alimento irá variar de acordo com a intensidade do treino e com a composição corporal de cada pessoa. Por isso é importante buscar um acompanhamento nutricional, com um profissional que saberá indicar a melhor dieta.

O que comer antes e depois de malhar?

Nutricionista ensina o que ingerir para melhorar os resultados da academia 
Alimentar-se bem antes do treino aumenta o rendimento durante a malhação. E comer a coisa certa depois de ir à academia pode ajudar a atingir os objetivos com mais eficiência. Para saber quais são os alimentos ideais para esses dois períodos, fomos atrás de algumas dicas com a nutricionista Thatyana Freitas, da clínica Stesis.

Antes do treino, não abuse das quantidades. Além de aumentar o tempo da digestão, comer demais causa a sensação de estufamento, que acaba por diminuir o desempenho no treino. Independente do objetivo, o ideal antes de malhar é consumir carboidratos, que fornecem energia para o músculo crescer e ajudam a queimar a gordura corporal. É indicado também que essa alimentação seja feita duas horas antes para garantir a absorção dos alimentos ingeridos. Os alimentos proteicos demoram mais para fornecer energia e por isso não são indicados nesse momento.

Depois de chegar à academia, a dica dos nutricionistas é unanime: tome bastante água para se hidratar!
Após o exercício físico o corpo costuma entender que tem que repor o que foi perdido e é aí que mora o perigo. A principal dica para o pós-treino é não abusar! A nutricionista Thatyana Freitas faz um resumo de que tipo de nutrientes cada um deve ingerir para acertar na alimentação antes e depois do treino!
Para quem quer ganhar massa muscular:- Carboidrato, como fruta e mix de cereais, antes de dormir
- Carboidrato – como macarrão integral e suco de fruta – 30 minutos antes do exercício
- Carboidrato e proteína – como leite, queijo e peito de peru e omelete – 30 minutos após o exercício
Para quem quer emagrecer:- Carboidrato, como pão integral e barrinha de cereal, 30 minutos antes do exercício
- Carboidrato, como arroz, milho e mandioca, e proteína 1 hora após o exercício
Para quem quer perder medidas, como a indesejada barriguinha:- Carboidrato – como bolachas integrais – 30 minutos antes do exercício
- Carboidrato, como feijão e ervilha, e proteína 30 minutos após o exercício
Fonte:http://www.bolsademulher.com/corpo/comer-para-malhar/

NOZES DIMINUEM 33% DE RISCO DE UM DOS CÂNCERES MAIS LETAIS,O DO PÂNCREAS,DIZ ESTUDO




Nozes diminuem 33% de risco de um dos cânceres mais letais,o do pâncreas, diz estudo



Comer um punhado de nozes duas vezes por semana pode reduzir mais de um terço do risco de desenvolver câncer no pâncreas, uma das formas mais letais da doença, de acordo com pesquisa da Harvard School of Public Health, em Boston, nos EUA. As informações são do Daily Mail.

O estudo levou em consideração os diferentes tipos de nozes comestíveis e sugeriu que o alimento deve ser ingerido regularmente. Os resultados, publicados no British Journal of Cancer, oferecem esperança na prevenção de uma doença com alta taxa de mortalidade. Todos os anos, cerca de 8 mil pessoas no Reino Unido são diagnosticadas com câncer de pâncreas. A função do órgão é produzir enzimas que ajudam a “quebrar” a composição da comida e liberar insulina para controlar os níveis de açúcar no sangue.

A causa permanece em grande parte desconhecida, embora os fumantes possam ter risco ligeiramente maior, assim como aqueles que sofrem de pancreatite crônica - uma infecção persistente, muitas vezes provocada por pedras na vesícula.

O câncer no pâncreas mata cerca de 97% de suas vítimas dentro de cinco anos. Muitos vivem apenas meses com a doença. Para o estudo, foram usados dados de uma investigação longa nos EUA. Os pesquisadores avaliaram uma amostra de mais de 75 mil mulheres e estudaram a incidência da doença.

Fonte: Terra

A superação de Lais


 
por Antonio Carlos Prado e Elaine Ortiz

A ex-ginasta e esquiadora Lais Souza apareceu publicamente, pela primeira vez, na quinta-feira 13, desde que sofreu o acidente de esqui no qual lesionou uma vértebra cervical nos treinos para os Jogos Olímpicos de Inverno, na Rússia. Em tratamento no hospital da Universidade de Miami, Lais se deixou fotografar na cadeira de rodas que movimenta com o queixo e os braços e agradeceu aos que rezam por ela. “Estou me sentindo melhor e preparada para encarar o que vem pela frente”.

Como esse avião pode sumir?

Equipado com sistemas redundantes para evitar catástrofes, o Boeing 777 era uma das aeronaves mais modernas e seguras do mundo até o sumiço do voo 370 na Ásia

Mariana Queiroz Barboza (mariana.barboza@istoe.com.br) e Lucas Bessel (lucasbessel@istoe.com.br)
O desaparecimento de um avião comercial da Malaysia Airlines, que partiu de Kuala Lumpur, na Malásia, na madrugada do sábado 8 com destino a Pequim, na China, já é o maior mistério da história da aviação. Como uma aeronave dotada de tecnologia ultrassofisticada é capaz de sumir sem deixar vestígios? Num mundo coberto por radares e satélites, o caso é ainda mais intrigante. Segundo especialistas consultados por ISTOÉ, um Boeing 777 é equipado por diversos sistemas redundantes. Só para a comunicação, existem cinco rádios independentes em frequência VHF e HF. Se um deles falha, o outro continua funcionando. A aeronave também é equipada com sistemas de satélite, comunicação por texto e transponder, que responde a sinais automáticos de radares em solo sobre sua identificação, localização e altitude. No caso do voo MH370, relatos apontam que o transponder parou de funcionar 40 minutos depois da decolagem. Mas, numa situação adversa, comunicar-se com o mundo externo é apenas uma das prioridades do piloto. Antes disso, ele precisa estabilizar a aeronave, determinar sua localização para desviar de obstáculos ou procurar locais para pousar. “Isso me leva a crer num evento inesperado, de grandes proporções e tão rápido que os pilotos não tiveram tempo hábil de se comunicar”, afirma Dag Hammarskjoeld, piloto de Boeing 777 e diretor de assuntos técnicos da Associação Brasileira de Pilotos de Aviação Civil.
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Aeronaves modernas como o Boeing 777 só caem depois de uma sucessão improvável de acontecimentos (não à toa, pilotos gostam de repetir a frase “avião não cai, é derrubado”). Por isso mesmo, pouco tempo depois de a notícia do desaparecimento do MH370 se espalhar, começaram a surgir hipóteses que vão desde falhas catastróficas até sequestro e terrorismo. Informações dadas pelas autoridades malaias indicam que a aeronave perdeu contato com os controladores de tráfego aéreo uma hora depois da decolagem, quando entrava no espaço aéreo vietnamita. Naquele momento, o piloto disse “tudo bem, boa noite”. As condições climáticas eram boas. No caso de uma explosão repentina, as partes do avião teriam sido encontradas por lá, na região do Golfo da Tailândia. Na quinta-feira 13, uma reportagem publicada pelo jornal americano “Wall Street Journal” sugeriu que a aeronave voou por mais quatro horas ou cerca de quatro mil quilômetros, chegando ao Índico, à fronteira do Paquistão ou até o Mar Arábico. Isso descartaria as possibilidades de falhas mecânicas, erro do piloto e eventos catastróficos e reconduziria as investigações para terrorismo ou sabotagem.
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As buscas por vestígios do Boeing 777, que levava 239 pessoas a bordo, mobilizaram 12 países, entre eles China, Estados Unidos e Austrália, mas nem assim houve resultados promissores até a manhã da sexta-feira 14. Objetos flutuantes suspeitos encontrados por satélites chineses, um possível bote salva-vidas no Golfo da Tailândia, uma mancha de óleo em águas malaias, nenhuma dessas pistas provou ser real. Ampliada diversas vezes, a área vasculhada pelas equipes de resgate chegou ao tamanho do território de Portugal (cerca de 92 mil quilômetros quadrados). Por mais impressionante que seja seu tamanho, o avião responsável pelo voo MH370 é, afinal, um pequeno detalhe perto da imensidão das águas de uma região que começa no Mar do Sul da China e vai até o Oceano Índico. No início da semana passada, foi dito às famílias dos passageiros e tripulantes que esperassem pelo pior.
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As falhas de comunicação não foram exclusivas do avião da Malaysia Airlines. Representantes da companhia aérea, autoridades da aviação civil do país e policiais caíram em contradição em diversas situações e entraram numa crise global de desconfiança. Um dos iranianos que embarcaram com passaportes falsificados, por exemplo, foi inicialmente descrito como parecido com Mario Balotelli, jogador de futebol italiano negro. As imagens divulgadas depois descartaram qualquer semelhança. Houve discordâncias sobre o número de pessoas que fizeram check-in e não embarcaram. Na China, berço de 153 passageiros, se popularizou a teoria de que o Exército malaio abateu o avião por engano depois da mudança de rota e por isso o país esconde informações. Para especialistas em segurança, o compartilhamento de dados entre nações vizinhas pode ter sido comprometido pelo temor de revelar fragilidades em sua cobertura de radar. Diante do desafio de solucionar tal enigma, mais de dois milhões de pessoas participaram de uma plataforma online colaborativa, organizada pela empresa americana Digital Globe, para buscar sinais do avião em imagens de satélite. Mais de 650 mil objetos suspeitos foram encontrados. Nenhum deles capaz de revelar o que realmente aconteceu com o voo MH370.
Foto: She Ling Xinhua/Eyevine/Glow Images, AFP Photo/Mark Ralston

Uma nova educação


 

Projeto do Ministério da Educação, em parceria com o Instituto Ayrton Senna, que prevê inclusão de habilidades sócio emocionais na grade curricular. Estudos mostram como elas melhoram o desempenho escolar

Camila Brandalise (camila@istoe.com.br)

A sala de aula é a mesma. Alunos em carteiras enfileiradas se esforçam para prestar atenção ao que diz a professora, estrategicamente posicionada em frente à lousa. Mas no lugar de questões envolvendo temas tradicionais, como raiz quadrada ou uso da crase, o debate entre os estudantes, adolescentes na faixa dos 13 anos, suscita outras discussões. “Como você se vê hoje?” e “O que espera da vida adulta?” são algumas das perguntas feitas durante uma aula de formação social do Colégio Pentágono, em São Paulo. Além de autoconhecimento, os jovens desenvolvem conceitos como respeito e responsabilidade. Apesar de esses não serem temas frequentes no cotidiano do ensino brasileiro, as chamadas competências não cognitivas ou socioemocionais estão no centro do debate de como melhorar a educação no País e devem transformar a forma como o ensino é ministrado nas instituições públicas e privadas do Brasil. Tanto que várias escolas as incluíram em seus projetos – seja com aulas específicas ou com propostas pedagógicas gerais. Em levantamento inédito, o Instituto Ayrton Senna (IAS) concluiu, por meio de uma avaliação aplicada a cerca de 25 mil estudantes da rede estadual de ensino do Rio de Janeiro em outubro de 2013, que o ensino dessas qualidades impacta direta e positivamente o aprendizado de língua portuguesa e de matemática. A intenção é que a ferramenta, elaborada em parceria com a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), seja usada para medir o desenvolvimento dessas competências nas escolas.
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Aula de formação social do colégio Pentágono, em São Paulo:
alunos trabalham respeito e responsabilidade
Os resultados parciais desse trabalho, ao qual ISTOÉ teve acesso com exclusividade, serão divulgados no Fórum Internacional de Políticas Públicas, realizado pelo Instituto Ayrton Senna, a OCDE e o MEC nos dias 24 e 25 de março, em São Paulo. A intenção do IAS ao elaborar um sistema de medição das chamadas habilidades socioemocionais foi fomentar o desenvolvimento dessa área, para que possam ser criadas políticas públicas específicas. A esse projeto somam-se ainda esforços do Ministério da Educação para desenvolver novas propostas sobre o tema. Uma delas, que também deve ser anunciada durante o encontro, diz respeito à formação de especialistas brasileiros com foco nessas habilidades sócio emocionais. “O governo já se posicionou a favor da criação de um programa em processo de formulação, e não será difícil implementá-lo rapidamente. Pode ser, por exemplo, um braço do Ciência sem Fronteiras”, afirma Mozart Neves Ramos, membro do Conselho Nacional de Educação (CNE), que faz parte do MEC, e diretor de articulação e inovação do Instituto Ayrton Senna, referindo-se ao programa de bolsa de estudos no Exterior para alunos da graduação. “Para nos aprofundarmos no tema, precisamos de profissionais com formação específica na área, o que exige conhecimentos multidisciplinares em educação, economia e psicologia.”
Outro projeto diz respeito à comissão especial do CNE voltada para discutir a importância das habilidades sócio emocionais no sucesso escolar. O conselheiro Francisco Cordão afirma que até meados deste ano haverá um parecer, a ser aprovado pelo conselho, com orientações de como trabalhar essas competências na escola. Essas diretrizes, ainda em fase de estudos, serão enviadas às instituições de ensino do País para que sejam formuladas maneiras de trabalhar as habilidades sócio emocionais na educação básica (ensino infantil, fundamental e médio). “Já discutimos, por exemplo, recomendações para a formação de professores, que precisam estar alinhados a uma perspectiva mais ampla, mobilizando não apenas o aprendizado de conteúdos das disciplinas, mas habilidades, atitudes e emoções que são importantes no processo de ensino”, diz Cordão.
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A ferramenta de avaliação criada pelo Instituto Ayrton Senna visa a orientar o trabalho dos gestores educacionais. A prova consiste em 62 questões para o quinto ano do ensino fundamental e 92 questões para o primeiro e terceiro ano do ensino médio e traz perguntas referentes à percepção do aluno sobre seu próprio comportamento e sobre quem ele é. Com os resultados em mãos, é feito um cruzamento relacionando desempenho escolar e situação socioeconômica. Os dados obtidos no projeto-piloto, aplicado em escolas públicas do Estado do Rio em 2013 e feito em parceria com a secretaria estadual de Educação, mostram que pelo menos três grupos de competências socioemocionais tem um impacto bastante relevante no desempenho dos estudantes em língua portuguesa e em matemática (leia quadro na pág. 54). Entre outros resultados, chama a atenção ainda o impacto negativo da extroversão no ensino de língua portuguesa. “O que notamos é que a escola não está preparada para canalizar a energia dos jovens extrovertidos para o aprendizado”, afirma Tatiana Filgueiras, coordenadora da área de avaliação e desenvolvimento do Instituto Ayrton Senna.
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Outro dado interessante foi o fato de que alunos de famílias de melhor condição socioeconômica apresentaram graus mais baixos na competência conscienciosidade, que engloba responsabilidade e tem relação com o aprendizado de matemática, segundo Tatiana. Presidente do Instituto Ayrton Senna, Viviane Senna ressalta esse caráter democrático das competências sócio emocionais. “Desenvolver foco, persistência, responsabilidade, curiosidade, criatividade e outras características depende mais das atitudes dos adultos que convivem com esses alunos, em casa ou na escola, do que de condições específicas e não replicáveis, como a condição socioeconômica da família”, diz. Essa é uma excelente notícia para uma estratégia de redução das desigualdades intoleráveis, por meio de ações educativas intencionais, segundo Viviane. “E o Brasil de hoje, com o desafio de dar um salto expressivo na qualidade da educação, não pode deixar passar despercebido um acelerador da qualidade tão importante quanto esse.”
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Vinicius Pereira e Juliana Gomes, ambos de 16 anos, alunos do colégio
Chico Anysio, no Rio, que passou pelo projeto-piloto do IAS
A ideia é que seja estabelecida uma agenda na área das não cognitivas. A partir desses esforços, tanto do terceiro setor quanto do governo, o objetivo é inserir essas questões no projeto pedagógico das escolas com delimitações específicas. Não é necessário criar uma disciplina para passar esses conceitos. As medidas podem ser trabalhadas de maneira transversal, em todas as aulas. Em língua portuguesa, por exemplo, em vez de pedir aos alunos que escrevam sobre as férias, o professor pode solicitar uma redação em que as crianças falem sobre um problema que conseguiram enfrentar. “Há várias possibilidades para o futuro. O primeiro grande desafio era aprender a medir. Agora o tema precisa ser desenvolvido”, afirma Daniel Santos, professor de economia da Universidade de São Paulo e especialista em desenvolvimento infantil e socioemocional na escola. No atual sistema de avaliação tradicional, diz o especialista, se uma escola não atinge bom desempenho, a conclusão é de que não há planejamento ou falta preparo dos professores. “Mas será que não é a parte não cognitiva que está influenciando esse resultado?”
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No Pentágono, tanto as aulas de formação social quanto as de tutoria, ambas dadas a partir do sexto ano, trabalham conceitos relacionados às habilidades não cognitivas há cerca de cinco anos. “Não abandonamos o rigor, temos todas as aulas tradicionais. Mas nos preocupamos com a formação do indivíduo, porque a escola é um espaço de socialização”, diz Américo Francisco dos Santos, coordenador-geral do ensino fundamental 2 da rede Pentágono. No Rio de Janeiro, uma das escolas que participaram do piloto do projeto do IAS foi o Colégio Estadual Chico Anysio. “Em nossa grade, temos um projeto chamado Núcleo. Os alunos têm oito encontros de 50 minutos por semana em que trabalham autogestão, projeto de vida, autoconhecimento, entre outros temas”, diz Willmann Costa, diretor da instituição. Colégio que ficou em terceiro lugar no último Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), o Elite Vale do Aço, em Ipatinga (MG), estuda incluir essas competências no projeto pedagógico. “O objetivo é acrescentar na grade curricular do ano que vem outras habilidades além das cognitivas”, afirma o diretor Átila Zanone.
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Alguns educadores, porém, ainda se mostram receosos em relação a essas medidas. “A escola não pode absorver tudo. Acredito que determinada formação é responsabilidade da família”, diz Rosângela Fonseca Napoleão do Rego, coordenadora geral pedagógica do colégio Lerote, de Teresina. “Se ensinamos conceitos no colégio e em casa a realidade é outra, não tem sentido.” Apesar de ser uma crítica comum, especialistas afirmam que não se trata de ensinar valores ou tomar o lugar dos pais. Essas competências e habilidades podem e devem ser trabalhadas no ambiente educacional. “A escola é a primeira chance de a criança se confrontar com a realidade social, é o lugar onde ela descobre outra maneira de viver com seus semelhantes. Por isso, precisamos incluir essas capacidades sócio emocionais”, afirma a psicóloga infantil Ana Olmos. “Ainda existe desconhecimento sobre o tema, e incorporar isso de maneira intencional no ambiente escolar vai exigir que a instituição aprenda a apresentar aos pais como determinados projetos podem contribuir para formar cidadãos”, diz Mozart Neves, do Conselho Nacional de Educação. Uma coisa é certa: se o mundo e os jovens mudaram, o caminho natural e necessário é que a escola também mude.

Sabotador da República: Eduardo Cunha

                 House of Cunha

 


Como o deputado Eduardo Cunha acumulou força política para esfacelar a base de apoio de Dilma e impor derrotas em sequência ao Planalto no congresso 

NOME PARA ESQUECER NA HORA DE VOTAR

Claudio Dantas Sequeira (claudiodantas@istoe.com.br) e Izabelle Torres (izabelle@istoe.com.br)

Francis J. Underwood, o protagonista da série “House of Cards” interpretado pelo ator Kevin Spacey, é um ambicioso senador que, sentindo-se traído pelo presidente dos EUA, inicia um ardiloso plano de vingança. O jogo bruto de Underwood, que se tornou o símbolo máximo de político inescrupuloso, parece ter se materializado em Brasília nas últimas semanas. Na versão nacional, o papel de vilão vem sendo desempenhado, sem o charme do ator Kevin Spacey, pelo líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha (RJ). Desde o início do ano, Cunha cumpre uma rotina parlamentar dedicada unicamente a esgarçar a aliança com o PT, engessar o governo de Dilma Rousseff e, quem sabe, inviabilizar sua reeleição. “Se ela não sabe o que é respeito, vai aprender da pior maneira”, repete Cunha a qualquer interlocutor que o aborda nos corredores do Congresso Nacional. Se a série americana virou mania entre líderes políticos, como Barack Obama e Fernando Henrique, a novela de Cunha promete manter em alta a audiência do noticiário político-eleitoral. Para suspender seu roteiro, Cunha cobra uma fatura alta: mais cargos, com mais poder e mais verbas.

abre.jpg PROTAGONISTA
Eduardo Cunha: sem o charme do ator Kevin Spacey, que interpreta
Francis Underwood, de House of Cards, mas com o mesmo jogo bruto, conseguiu
impor uma enorme derrota à presidenta Dilma no plenário da Câmara, na terça-feira 11

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Usando uma escala de valores nada republicanos, parecida com a de Underwood, o deputado carioca vem colecionando sucessos. Na última semana, depois de não ser atendido em mais um pedido por postos na máquina pública – o que foi encarado por Dilma e seus auxiliares como crua chantagem –, Cunha articulou um levante no Congresso. Emparedou a presidenta e jogou o governo petista numa crise política sem precedentes. Além de comandar os rebeldes da bancada do PMDB na Câmara, dona de 75 assentos, conseguiu atrair insurgentes de outras legendas aliadas do PT, que também acumulam queixas contra o estilo Dilma de governar. Cunha impôs sucessivas derrotas ao Planalto. Na principal delas, por 267 votos a 28, o chamado “blocão”, que reúne as siglas rebeldes, conseguiu instalar na Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara uma investigação sobre denúncias na Petrobras. Como não tem status de CPI, a apuração não irá muito longe, mas pode momentaneamente se refletir sobre o valor das ações da estatal, o que é ruim para o País.

01.jpg ÁGUA NA FERVURA
Depois de se reunir com o vice Michel Temer, Dilma Rousseff
antecipou o anúncio de seis novos ministros
Outro revés forçado pela turna de Cunha tem um potencial maior para gerar dores de cabeça a Dilma. Nas comissões da Casa, os peemedebistas, com o apoio da oposição e aliados queixosos, conseguiram aprovar a convocação de quatro ministros e o convite a mais seis, a fim de prestar esclarecimentos sobre questões que, na melhor das hipóteses, podem constranger o governo. Entre eles a presidenta da Petrobras, Graça Foster, e o delegado Romeu Tuma Jr., que acusa o PT de implantar no País um estado policialesco. Foram convocados os ministros Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência), Aguinaldo Ribeiro (Cidades), Jorge Hage (CGU) e Manoel Dias (Trabalho), este denunciado por ISTOÉ por suspeita de envolvimento em esquema de cobrança de propinas por cartas sindicais e desvio de verba por meio de ONGs. Na sexta-feira 14, meditando sobre as feridas institucionais, um cacique petista definiu assim o atual cenário político: “Este é o pior momento dos três mandatos do PT.”

03.jpg O ARTICULADOR
Eduardo Cunha em ação na quarta-feira 12 na Câmara:
ele liderou os insurgentes contra Dilma
A metodologia de Cunha
Eduardo Cunha já demonstrou inúmeras vezes sua capacidade de articulação, ao apadrinhar indicações de ministros, dirigentes de estatais e funcionários do segundo ao quarto escalão. Quando é contrariado, tenta dar o troco lançando mão do que há de pior nas práticas políticas: a ameaça e a chantagem. No governo Lula, cansou de utilizar esse expediente. Mas, normalmente, era driblado por uma articulação política eficaz. Desta vez, Cunha se aproveitou da fragilidade dos operadores políticos do governo para obter sucesso em sua empreitada.


No Rio de Janeiro, Eduardo Cunha controla o PSC,
partido que, durante a semana, anunciou oficialmente
o desembarque do governo Dilma
O líder do PMDB não se move por instinto. Metódico, ele cultiva há anos o mesmo modo de operar. Diariamente, recebe líderes empresariais e autoridades no apartamento da SQS 311 ou no número 50 da avenida Nilo Peçanha, no Rio, onde funciona seu escritório político. Chega a gastar R$ 15 mil da conta parlamentar só em telefonia. Os pedidos que atende são ecléticos: vão desde os de empreiteiras e empresas de telefonia até os de companhias prestadoras de serviço no setor elétrico. Dependendo da negociação, e do desejo do freguês, Cunha providencia a anulação de normas, inclui nas Medidas Provisórias as emendas-submarino (como são chamados no Congresso os adendos oportunistas que nem sequer precisam tratar do mesmo assunto da MP) e agiliza a aprovação de leis. É o trabalho de uma espécie de despachante com mandato parlamentar. Em troca desses favores, Cunha obtém apoio financeiro para suas campanhas e também as de quem o apoia no Rio de Janeiro, seja do PMDB, seja de legendas aliadas. Assim, cria uma bancada própria. Na política carioca Cunha controla o PSC, partido que, durante a semana, anunciou oficialmente o desembarque da aliança governista, e outras legendas nanicas. Em Brasília, seu poder amplia-se como nunca.

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                                    Efeito dominó
Quando perdeu os cargos que controlava na diretoria internacional da Petrobras e em Furnas, no primeiro ano do governo Dilma, Cunha lançou ameaças públicas que não se concretizaram. Ele mesmo avaliou que as baixas dos apadrinhados poderiam ser recompensadas mais adiante, uma vez que vários setores do PMDB perderam indicações na primeira dança das cadeiras. Mas, para sua irritação, isso acabou não acontecendo. Com o aval do ex-presidente Lula e de Rui Falcão, presidente do PT, Dilma bloqueou dinheiro de emendas e impediu a aprovação de dispositivos legislativos que atendessem aos interesses do deputado carioca. No embalo, os articuladores políticos do governo, tendo o chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, à frente, também deixaram de atender a muitos pleitos de outros aliados, evitando reuniões e audiências solicitadas reiteradamente pelas legendas da base. Dessa forma, criou-se uma legião de insatisfeitos. “Por várias vezes a ministra Ideli Salvatti (de Relações Institucionais) reunia os líderes para dizer que não haveria acordo. Ora, então para que convocá-los?!”, lembra um deputado do PMDB. Depois da confusão armada na semana passada, Rui Falcão comentava com interlocutores que ia propor à presidenta a troca de toda a articulação política do governo. A ideia é buscar uma saída honrosa para Ideli, que poderá se lançar candidata a deputada federal. Também para tentar jogar água na fervura da crise, na quinta-feira 13 a presidenta Dilma antecipou o anúncio de seis ministros. Após conversar com o vice-presidente Michel Temer, indicou Vinícius Nobre Lages, ligado ao senador Renan Calheiros, para o Ministério do Turismo; Gilberto Occhi, do PP, para as Cidades; o petista Miguel Rossetto para o Desenvolvimento Agrário; Neri Geller, da cota do PMDB, para a Agricultura; Clélio Diniz (PT) para a Ciência e Tecnologia; e Eduardo Lopes, do PRB, para a Pesca.


CUNHA-X-IE-2312.jpg ARMISTÍCIO
No PMDB do Senado, o clima por ora é de paz com o governo,
depois das novas nomeações. Resta saber até quando
As mudanças podem servir de atenuante, mas não é certo que resolverão de vez os problemas, pois eles ultrapassam as fronteiras do Congresso. Uma das raízes da querela com o PMDB é a falta de acordo para a montagem dos palanques regionais. Desde o domingo 9, a presidenta Dilma iniciou gestões para reverter essa situação. Primeiro reuniu-se com o vice, Michel Temer, a quem expressou a vontade de chegar a um acordo. Na segunda-feira 10, recebeu os demais caciques da legenda, o presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), e os líderes no Senado, Eduardo Braga (AM) e Eunício Oliveira (CE). Também participaram do encontro Temer e o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante. Mais tarde, juntaram-se ao grupo o presidente do PMDB, senador Valdir Raupp (RR), e o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN). Nas conversas, Dilma sinalizou apoio do PT a candidatos do PMDB em seis Estados: Maranhão, Pará, Sergipe, Alagoas, Tocantins e Paraíba. Avisou, porém, que o cenário no Rio de Janeiro é inegociável e que entregaria o sexto ministério à legenda, caso Eunício Oliveira desistisse de lançar-se candidato ao governo do Ceará contra os irmãos Cid e Ciro Gomes, fechados com o PT e o Palácio.

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O problema é que as promessas eleitorais não chegaram a entusiasmar o PMDB. Para piorar, depois da reunião com os líderes, quando tentou isolar Eduardo Cunha, a presidenta declarou, no Chile, que “o PMDB só lhe traz alegrias”. A afirmação foi tida como provocativa e ajudou Cunha a reunir insatisfeitos. “Ela verá quantas alegrias o PMDB ainda lhe trará”, disse o deputado em tom ameaçador. Não há ânimo para um rompimento total, mas o clima de tensão não tem prazo para se dissipar. Ao justificar uma ruptura com o governo, Eduardo Cunha diz que o PMDB exige respeito.
Relação desgastada
O fato é que o governo tanto resistiu a se curvar aos desejos de aliados que quando o fez já era tarde. A dificuldade de relacionamento entre Legislativo e Executivo vinha se evidenciando ao longo dos últimos meses, mas atingiu seu ponto mais crítico no início deste ano, com o anúncio de que dos mais de R$ 19 bilhões prometidos para emendas parlamentares sobrarão pouco mais de R$ 6 bilhões. Os cortes atingem a alma da política eleitoral, pois as emendas são o cartão de visita de quem tem mandato. Ao tesourar as emendas, Dilma comprou uma briga com todos os partidos. Eduardo Cunha soube enxergar esse flanco e passou a trabalhar nos bastidores para ampliar o coro dos descontentes.


Dilma sinalizou apoio do PT a candidatos do PMDB em
seis estados: Maranhão, Pará, Sergipe, Alagoas, Tocantins
e Paraíba. 
Mas as promessas não entusiasmaram
Para piorar, a tentativa do governo de se aproximar do PMDB do Senado, aquele que não age sob a orientação de Eduardo Cunha, fracassou. Foram dois os principais motivos. O primeiro é que os senadores, orientados por Temer, não toparam isolar a bancada da Câmara e ignorar o descontentamento generalizado dentro do partido. Além disso, os senadores demonstram insatisfação com o governo desde outubro, quando Dilma vetou, sem se preocupar com afagos, a indicação do senador Vital do Rego (PMDB-PB) para comandar o Ministério da Integração Nacional. A pasta é desejada por senadores do Nordeste pelo forte apelo político e por concentrar obras grandiosas e eleitoreiras, como o Canal do Sertão e a distribuição de recursos para obras emergenciais.

04.jpg DENÚNCIA
Entre os convocados para prestar explicações na Câmara está o ministro
do Trabalho, Manoel Dias, acusado de favorecer uma indústria de sindicatos no órgão
Como não conseguiu isolar o PMDB da Câmara, cujo porta-voz do descontentamento é Eduardo Cunha, o governo se enfraqueceu ainda mais. Com o aval dos colegas para seguir empatando a vida do governo no Congresso, Cunha se aproximou de integrantes de outros partidos dispostos a mandar recados de insatisfação ao Planalto. O blocão multipartidário que ele criou para reunir e ampliar o coro dos descontentes mostrou sua força ao longo da semana e, quem diria, transformou a oposição ao governo em coadjuvante nos ataques à atuação dos ministros. “Se os próprios aliados estão querendo convocar todo mundo do governo, nos poupa trabalho. Estamos assistindo a uma implosão e ao movimento de independência dos parlamentares. Até aliados dizem que há corrupção em ministérios”, disse o líder do DEM, Mendonça Filho (PE), ao perceber que todos os requerimentos da oposição recebiam apoio de partidos da base.
Cientes da existência de um artefato com potencial para explodir às vésperas das eleições, os oposicionistas comemoraram a convocação de quatro ministros e o envio de convites a outros seis, que terão de enfrentar a fúria dos insatisfeitos com o governo em sessões especiais de diferentes comissões da Casa. Na avaliação de parlamentares do próprio PT, é hora de promover uma mudança de cultura. “Acho que precisamos rever os erros e procurar saídas”, teoriza o líder do governo, Arlindo Chinaglia (PT-SP), desgastado com o Planalto e prestes a jogar a toalha da liderança do governo Dilma na Câmara. Não se sabe ao certo como e quando a crise política terá um desfecho. No ano eleitoral, ainda há cartas a serem baixadas em tempos de House of Cunha.  
Fotos: montagem sobre fotos: Roberto Castro/AG. ISTOÉ; Pedro Ladeira/Folhapress, Beto Barata/Folhapress, Sergio Lima/Folhapress; Givaldo Barbosa/ag. O Globo

Sistúrbios do sono e depressão

Sintomas e diferenças

Mau humor, desânimo e falta de memória são sintomas comuns a ambos.

Do G1, em São Paulo
Você fica irritado, desanimado e tem sinais de falta de memória? Esses sintomas indicam que há algo errado com o corpo, mas como eles são comuns a vários problemas, pode ser difícil identificar o que é. Geralmente, esses sinais são comuns, por exemplo, em pacientes que têm distúrbios do sono ou depressão. Como explicou o ginecologista José Bento no Bem Estar desta sexta-feira (14), esses problemas são mais comuns nas mulheres, por causa do estresse e jornada dupla de trabalho e também por causa das variações hormonais, inclusive na menopausa.
A neurologista Andrea Bacelar alerta, no entanto, que é fundamental fazer um diagnóstico correto para que o paciente inicie o tratamento adequado. Para isso, é importante procurar um médico e explicar as queixas – segundo a médica, cerca de 30% dos adultos, por exemplo, têm apneia do sono, mas nem todos buscam ajuda.
A falta do tratamento pode piorar até mesmo a depressão, se o paciente tiver - mesmo que ele cure a depressão, se não tratar o problema do sono, há três vezes mais chances de a doença voltar.
O mesmo pode acontecer do outro lado – quem tem depressão tem 70% mais chances de perder o sono. Por isso, é importante prestar atenção aos sinais que o corpo dá, que podem ajudar muito a detectar o problema exato.
De acordo com a médica, quem tem algum distúrbio do sono geralmente tem, além dos sintomas descritos inicialmente, indisposição física, indecisão, falta de energia e cansaço ao longo do dia. Já quem tem depressão pode ter associados sinais como desinteresse, isolamento social, choro fácil e pessimismo.
Apesar das diferenças, não é fácil detectar esses problemas – para o aposentado Lazaro Gilberto Guimarães, de 62 anos, por exemplo, o cansaço e irritação no meio do dia foram causados por um distúrbio bastante comum em homens obesos e com mais de 40 anos: a apneia do sono.
Por causa disso, ele acordava várias vezes durante a noite e passava o dia cansado e desanimado. Porém, após o diagnóstico, ele iniciou um tratamento no Instituto do Sono e passou a dormir embalado por um aparelho que auxilia a entrada de ar pelo nariz durante a noite, como explicou a reportagem da Natália Ariede (veja no vídeo acima).
Já para o Floriano Rodrigues Marinho, de 47 anos, a história foi contrária – o cansaço, a insônia e o afastamento do trabalho por causa de um acidente começaram a desanimá-lo e o alívio só veio quando ele descobriu que o principal problema não era a falta de sono, mas sim a depressão.
Depois do diagnóstico, ele passou a tomar remédios, a dormir melhor e a ter mais energia, como mostrou a reportagem (confira no vídeo).
Bem Estar - Infográfico sobre cansaço e falta de sono (Foto: Arte/G1)

O BICHO VAI PEGAR NO ALEMÃO

Bope ocupa Conjunto de Favelas do Alemão e da Penha, no Rio

Ação é permanente e por período indeterminado, diz comandante-geral.
Coronel Frederico Caldas disse que 20 pontos dos complexos terão PMs.

Do G1 Rio

Agentes da Polícia Militar do Rio de Janeiro passam por treinamento com o Bope para aperfeiçoar o trabalho no Conjunto de Favelas do Alemão (Foto: Guito Moreto/Agência O Globo)Agentes da Polícia Militar do Rio de Janeiro passam por treinamento com o Bope para aperfeiçoar o trabalho no Conjunto de Favelas do Alemão (Foto: Guito Moreto/Agência O Globo)
O Batalhão de Operações Especiais (Bope) ocupou os Conjuntos de Favelas do Alemão e da Penha, na Zona Norte do Rio, no início da tarde deste sábado (15), e não tem data para sair das comunidades. A ação acontece após os ataques de criminosos às regiões, embora ambas já tivessem instaladas Unidades de Polícia Pacificadora (UPP) há anos.
Vinte pontos críticos dos dois complexos estão ocupados por policiais de UPPs, segundo a Polícia Militar. Na sexta, o comandante-geral da PM antecipou a chegada e disse que a tropa de elite vai ficar nos locais até "quando for necessário". Um dia depois, o coordenador das UPPs, coronel Frederico Caldas, deu mais detalhes da operação.
"Foi formado um cinturão de segurança nas duas comunidades", disse o coronel, que acrescentou ainda que diariamente recebe informações sobre ataques às UPPs. "A presença do Bope dá apoio operacional e psicológico. Qualquer que seja o recurso que nós precisamos, todas as forças de segurança darão uma resposta dura e imediata. É um momento de alteração da escala de alguns policiais . É um momento de sacrifício", acrescentou.
A previsão inicial era que o Batalhão de Operações Especiais (Bope) entrasse no Alemão às 10h, mas a tropa de elite só chegou à comunidade por volta de 12h10.
Ainda de acordo com Caldas, a presença do Bope será permanente na região. Ele informou que recebeu R$ 50 mil do comando da PM pra recuperar os carros da Polícia Militar. De acordo com ele, 300 policiais de outras unidades de policia pacificadora vão reforçar, a partir da tarde deste sábado, as áreas da Penha e do Alemão.
Bope chega ao Conjunto de Favelas do Alemão, no Rio (Foto: Reprodução / TV Globo)Bope chega ao Conjunto de Favelas do Alemão,
no Rio (Foto: Reprodução / TV Globo)
Bope ficará 24h no Alemão', diz coronel da PM
O comandante-geral da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, coronel José Luís Castro Menezes, disse nesta sexta-feira (14), em entrevista ao RJTV, que o Bope ficará no Alemão por período indeterminado. A operação se estende ao Conjunto de Favelas da Penha, que também teve ataques de traficantes à UPP, e onde o subcomandante da Unidade de Polícia Pacificadora da Vila Cruzeiro, Leidson Acácio, foi morto na quinta-feira (13) por criminosos.

"Nos reunimos hoje [sexta, 14] e decidimos, a partir de amanhã [sábado, 15], deslocar uma companhia de instrução do Batalhão de Operações Especiais para o Alemão, reforçar o efetivo com mais 100 policiais militares que vão passar diariamente por estes treinamentos com o Bope, aperfeiçoando seu treinamento."
Frederico Caldas falou com a imprensa em frente à sede da Coordenadoria de Polícia Pacificadora no Alemão. (Foto: Mariucha Machado / G1) 
Frederico Caldas falou com a imprensa em frente à
sede da Coordenadoria de Polícia Pacificadora no
Alemão. (Foto: Mariucha Machado / G1)
Treinamento
Caldas informou também que policiais mais experientes e com mais tempo na corporação foram os escolhidos para serem treinados pela equipe do Bope. "A tropa de intervenção será preparada para intervir em casos de situações extremas. Eles terão uma qualificação maior, mas a ideia é que eles não sejam uma tropa especial. Os policias de pacificação não perderão sua concepção", garantiu Caldas.

"O treinamento dos 100 policiais pelo Bope é para dar uma capacidade de reação maior, um reflexo maior durante o patrulhamento nas comunidades. Na medida que o processo de pacificação vai avançando, há um prejuízo para o tráfico, há uma perda de poder. A gente persiste nestes desafios, mas esses ataques é uma reação a perda nos negócios", afirmou.
Falha na formação
O coronel declarou ainda que não é possível afirmar se houve falha na formação dos policiais. "Não da para dizer que houve falha na formação dos policiais e por isso esses policiais morreram. Nós estamos vivendo um momento diferente". A companhia de instrução do Bope será instalada no Alemão neste sábado.

Leidson Acácio Alves Silva, de 27 anos, morto em tiroteio na Vila Cruzeiro (Foto: Reprodução/TV Globo) 
Subcomandante da UPP Vila Cruzeiro foi morto na
quinta-feira (13) (Foto: Reprodução/TV Globo)
Menezes pediu à população que aposte no trabalho da polícia militar e faça denúncias sobre o crime organizado. "O risco [que corremos] é pela sociedade. É importante que [as pessoas] confiem no nosso trabalho, fornecendo informações e ligando para o disque-denúncia", afirmou.
A permanência do Bope no Alemão foi confirmada também pelo secretário de segurança pública, José Mariano Beltrame, em cerimônia de formatura de novos soldados da polícia militar. De acordo com Beltrame, os policiais ficarão no local por 24h até que seja necessário.
Na ocasião, ele disse também que alguns dos ataques às UPPs foram ordenados de dentro de presídios. No entanto, descartou que a morte do subcomandante da UPP DA Vila Cruzeiro tenha partido de dentro de alguma cadeia.
"Nós estamos levando a Companhia de Instrução do Bope para o Alemão e uma série de operações em lugares que têm ligação direta e indireta com o Complexo do alemão e [Vila] Cruzeiro", afirmou.

O comandante geral das Unidades de Polícia Pacificadora, Coronel Frederico Caldas, afirmou que o Conjunto de Favelas do Alemão, no Subúrbio, e a Rocinha, na Zona Sul, receberão reforço no policiamento. Ele revelou que a polícia vai realizar operações na comunidade.

"Teremos reforço de 100 policiais no Alemão e 20 na Rocinha. Vamos antecipar essas medidas para amanhã. Serão treinados para fazer intervenções nas áreas da UPP. Mesmo os cursos de ações táticas serão feitas no Alemão. Serão desencadeadas várias operações previstas para semana que vem, nós estávamos aguardando informações. As operações serão desencadeadas com o apoio Bope e Choque. A resposta será extremamente dura", disse o comandante. Segundo Caldas, a Rocinha também terá operações.

Subcomandante é morto na Vila Cruzeiro
A declaração foi dada no dia seguinte à morte do tenente Leidson Acácio Alves Silva, subcomandante da UPP Vila Cruzeiro em um confronto com traficantes. O policial e colegas faziam buscas na região pelos responsáveis quando aconteceu a troca de tiros durante a qual Leidson foi atingido com um tiro na testa.

Segundo a assessoria de imprensa das UPPs, o ataque aconteceu por volta das 20h40 de quinta (13). Tiros foram disparados na direção do container que serve como base da UPP Vila Cruzeiro na Rua José Rucas.
Ainda de acordo com a assessoria das unidades, os policiais fizeram buscas na região e o patrulhamento foi intensificado em todo o Complexo da Penha à procura dos criminosos. Por volta das 22h40, policiais da UPP Vila Cruzeiro patrulhavam a Rua 10, divisa entre as comunidades do Parque Proletário e Vila Cruzeiro, quando tiros foram disparados na direção dos agentes.
Os militares revidaram e durante o confronto o subcomandante da unidade, o tenente Leidson Acácio Alves Silva, de 27 anos, foi atingido por um disparo na cabeça. Ele foi socorrido e encaminhado ao Hospital Getúlio Vargas e não resistiu ao ferimento. O Batalhão de Operações Especiais (BOPE) foi acionado e esteve na comunidade fazendo ações de varredura durante toda a madrugada. O tenente Acácio estava na corporação há pouco mais de 3 anos e estava na UPP Vila Cruzeiro há cerca de 3 meses.
Mapa morte PM UPP Vila Cruzeiro (Foto: Arte G1)