Plano Real
Em fevereiro de
1994, o governo Itamar lançou o
Plano Real, a partir de idealização do economista
Edmar Bacha, que estabilizou a economia.
Com o seu plano real ajudou o presidente Lula a acabar com a crise
hiperinflacionária. e a desenvolver a nossa economia a patamares nunca vistos.
Deixou seu nome na história deste pais. Que Deus ilumine a sua alma.
Homenagem de "boaspraticasfarmaceuticas"
Itamar Augusto Cautiero Franco (
Salvador,
28 de junho de
1930 —
São Paulo,
2 de julho de
2011[1]) foi um
político brasileiro,
33º presidente da República (1992-1994),
vice-presidente (1990-1992),
senador por
Minas Gerais (1975-1978; 1983-1987; 1987-1991 e 2011) e
governador do estado de Minas Gerais (1999-2003).
Bacharelou-se em
engenharia civil na
Escola de Engenharia de Juiz de Fora da
Universidade Federal de Juiz de Fora em 1955. Ingressou na carreira política em 1958 quando, filiado ao
Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), foi candidato a vereador de
Juiz de Fora e mais posteriormente, em 1962, a vice-prefeito, não obtendo êxito em ambas as tentativas. Com o início do
Regime Militar, filiou-se ao
Movimento Democrático Brasileiro (MDB), sendo prefeito de Juiz de Fora de 1967 a 1971 e reeleito em 1972, quando dois anos depois, renunciou ao cargo para candidatar-se, com sucesso, ao
Senado Federal por
Minas Gerais, em 1975. Ganhou influência no MDB, assim sendo eleito vice-líder do partido em 1976 e 1977. No início da década de 1980, com o
pluripartidarismo restabelecido no país, filiou-se ao
Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), o sucessor do MDB. Em 1982, é eleito senador novamente,defendendo sempre as campanhas das
Diretas já, e votando no candidato oposicionista
Tancredo Neves para presidente na
eleição presidencial brasileira de 1985. Migrou para o
Partido Liberal (PL) em 1986, ano em que concorreu ao governo de Minas Gerais, mas foi derrotado, voltando ao Senado em 1987 pela terceira vez.
Em 1988, uniu-se ao
governador de
Alagoas Fernando Collor de Mello para lançar uma candidatura à Presidência e Vice-presidência do Brasil, pelo
Partido da Reconstrução Nacional (PRN). Itamar, como Vice-presidente, divergia em diversos aspectos da política econômico-financeira adotada por Collor, vindo a retirar-se do PRN e voltando ao PMDB em 1992. Seguindo o
impeachment do presidente, assumiu interinamente o papel de chefe de Estado e chefe de governo em
2 de outubro de
1992 e o papel de Presidente da República em
29 de dezembro de
1992. Foi em seu governo que foi realizado um
plebiscito sobre a forma de governo do Brasil, que deveria ter sido feita há 104 anos; o resultado foi a permanência da
república presidencialista no Brasil. Durante sua incumbência, foi idealizado o
Plano Real, elaborado pelo
Ministério da Fazenda. Foi sucedido pelo seu ministro da Fazenda
Fernando Henrique Cardoso.
Opondo-se fortemente a seu sucessor, Itamar cogitou candidatar-se a Presidente em 1998 e 2002, mas não prosseguiu com a ideia e elegeu-se facilmente
Governador de Minas Gerais em 1998. Em 2002, apoiou a candidatura de
Luís Inácio Lula da Silva e opôs à candidatura de
José Serra, candidato apoiado por Fernando Henrique. Não tentou reeleição no estado de Minas Gerais. Lançou-se pré-candidato à presidência pelo PMDB em 2006, mas perdeu para
Anthony Garotinho, tentando então para o Senado, perdendo a candidatura para
Newton Cardoso. Em maio de 2009, filiou-se ao
Partido Popular Socialista (PPS).
Origem e formação
Filho de Augusto César Stiebler Franco (falecido pouco antes do nascimento de Itamar Franco) e Itália Cautiero.
Itamar Franco nasceu a bordo de um
navio de
cabotagem, um "Ita" da
Companhia Nacional de Navegação Costeira, no
Oceano Atlântico entre o
Rio de Janeiro e
Salvador. O
registro civil de seu nascimento foi feito na capital baiana, onde sua mãe viúva encontraria abrigo na casa de seu tio.
Sua família era de
Juiz de Fora, onde cresceu e se formou
engenheiro civil em
1955, graduado na
Escola de Engenharia de Juiz de Fora. É oficial da Reserva R/2 do
Exército Brasileiro pelo NPOR de Juiz de Fora. Ingressou na carreira política em 1955, quando filiado ao partido trabalhista brasileiro (PTB).
Vida pública antes da presidência
Itamar entrou na política em meados dos
anos 50 nas fileiras do
PTB. Foi candidato a
vereador de Juiz de Fora em
1958 e a
vice-prefeito dessa cidade em
1962, não obtendo sucesso em ambas as ocasiões.
Com o advento do regime ditatorial no país em 1964, e a subsequente instalação no país do bipartidarismo, Itamar se filia ao
MDB, e se candidatando a prefeitura de sua cidade nas eleições seguintes, obtendo sucesso. Foi
prefeito de Juiz de Fora de
1967 a
1971. Em novembro de
1972, Itamar é eleito
prefeito de Juiz de Fora pela segunda vez. Em 1974, ele renunciou ao cargo de prefeito para concorrer, com sucesso, ao
Senado Federal como representante de
Minas Gerais.
Eleito senador, rapidamente, ele ganhou influência no
MDB, o partido de oposição ao
regime militar que governou o Brasil de
1964 a
1985, sendo eleito vice-líder do MDB e, portanto, da oposição, por duas vezes, em 1976 e em 1977.
No início da
década de 1980, o pluripartidarismo é restabelecido no país, e Itamar se filia então ao
PMDB (sucessor do MDB). Em
1982 Itamar é reeleito
senador na chapa de
Tancredo Neves, eleito governador de Minas Gerais.
Durante seu mandato, Itamar foi um ativo defensor da campanha das
Diretas já!. Com a não aprovação da
Emenda Dante de Oliveira, uma eleição presidencial indireta teve que ser feita. No
Colégio Eleitoral reunido para a eleição presidencial, Itamar votou no candidato oposicionista
Tancredo Neves.
Querendo ser candidato ao governo do estado de Minas Gerais, e encontrando resistências ao seu nome dentro do
PMDB, Itamar deixa a legenda e se filia ao
PL sendo então candidato, em
1986, ao governo estadual mineiro por essa legenda, porém não obtém sucesso e é derrotado justamente pelo candidato do
PMDB,
Newton Cardoso por uma diferença de 1% dos votos. Com a derrota, Itamar volta ao Senado para terminar o seu mandato que iria até 1990.
Atuação na Assembleia Constituinte
Voltando à atividade parlamentar, Itamar participou dos trabalhos da
Assembleia Nacional Constituinte, iniciados em
1º de fevereiro de
1987.
Líder do PL no Senado, nas principais votações da Constituinte, foi a favor: do rompimento das relações do Brasil com países que desenvolvessem uma política de discriminação racial; do estabelecimento do Mandado de Segurança Coletivo; da remuneração de 50% superior para o
trabalho extra; da jornada semanal de 40 horas; do turno ininterrupto de seis horas; do aviso prévio proporcional ao tempo de serviço; da unicidade sindical; da soberania popular; da nacionalização do subsolo; da estatização do sistema financeiro; de uma limitação do pagamento dos encargos da dívida externa; e da criação de um fundo de apoio à reforma agrária.
Foi contra: a
pena de morte; o
presidencialismo; e da prorrogação do mandato do presidente
José Sarney.
Eleições presidenciais de 1989
Em
1989, o então governador de
Alagoas,
Fernando Collor resolve se candidatar a Presidência da República, nas primeiras eleições diretas para esse cargo no país desde 1960 e querendo compor uma chapa com um político do Sudeste, convida Itamar para ser vice. Aceitando o convite, Itamar deixa o PL, trocando-o pelo pequeno
Partido da Reconstrução Nacional (PRN), para ser então candidato a vice-presidente na chapa de
Fernando Collor à presidência da república.
Apresentando-se como opositor radical ao presidente
José Sarney e defendendo um programa econômico modernizador e liberal, Collor é eleito Presidente e Itamar Franco
Vice-Presidente da República, tomando posse em
15 de março de
1990.
Na Vice-presidência da República
Empossado o novo governo, Itamar logo foi se afastando de Collor, divergindo de importantes aspectos da política econômico-financeira adotada pelo novo governo. Criticou publicamente o processo de privatizações e a aplicação dos fundos resultantes da venda das companhias estatais, que para ele, deveriam ser usados na área social.
Após a reforma ministerial de abril de 1992 em que ex-colaboradores do regime militar, como
Célio Borja,
Pratini de Moraes e
Ângelo Calmon de Sá entraram no governo, Itamar desligou-se do
PRN em
5 de maio de
1992.
O desencadeamento de uma sucessão de denúncias de corrupção contra o governo Collor e do início de uma campanha pelo seu
impeachment, levou Itamar a acentuar publicamente suas diferenças em relação ao presidente.
Em
29 de setembro de
1992 a
Câmara dos Deputados decidiu por ampla maioria autorizar a abertura de um processo de
impeachment do presidente. Neste mesmo dia, Itamar assume interinamente a presidência até que o titular fosse julgado pelo
Senado Federal.
Não houve solenidade de posse, que foi bem recebido pela população. Ao assumir, propôs uma política de entendimento nacional.
Na presidência da república
Presidente Itamar Franco,
1993.
Em
1992,
Collor foi acusado de
corrupção e sofreu um processo de
impeachment pelo Congresso Nacional e se afasta do governo.
Itamar assume interinamente a presidência em
2 de outubro de
1992, sendo formalmente aclamado presidente em
29 de dezembro de 1992, quando Collor renuncia ao cargo.
O Brasil estava no meio de uma grave crise econômica, com a
inflação chegando a 1100% em
1992, e alcançado quase 2500% no ano seguinte. Itamar trocou de ministros da economia várias vezes, até que
Fernando Henrique Cardoso assumisse o
Ministério da Fazenda.
Plebiscito de 1993
Em Abril de 1993, cumprindo com o previsto na
Constituição de 1988, o governo realiza um
plebiscito para a escolha da forma e do sistema de governo no Brasil. Quase 30% dos votantes não compareceram ao plebiscito ou anularam o voto. Dos que comparecem às urnas, 66% votaram a favor da
república, contra 10% favoráveis à
monarquia. O
presidencialismo recebeu cerca de 55% dos votos, ao passo que o
parlamentarismo obteve 25% dos votos. Em função dos resultados, foi mantido o regime republicano e presidencialista.
Outras realizações
O Presidente Itamar Franco fez os primeiros projetos,de combate à miséria ao Lado do sociólogo Betinho. Um homem sério e correto em tomar decisões, o Governo de Itamar Franco talvez seja o único da historia republicana livre de escândalos de corrupção. Em 1995 apoia o então candidato Fernando Henrique Cardoso que sai vitorioso nas urnas,além de garantir a democracia Itamar Franco terminou o seu governo com 84% de aprovação popular.
Depois da presidência
Itamar foi o primeiro presidente da República desde
Artur Bernardes a eleger o seu sucessor, sendo o segundo presidente a conseguir esse feito
Luiz Inácio Lula da Silva, ao eleger
Dilma Roussef em
2010. Com a vitória de seu candidato,
Fernando Henrique Cardoso, Itamar foi nomeado
embaixador brasileiro em
Portugal, e, posteriormente, embaixador brasileiro junto à
Organização dos Estados Americanos (OEA) em
Washington,
Estados Unidos.
No entanto, Itamar logo se tornou um crítico do governo
Fernando Henrique Cardoso por discordar de sua
política econômica. Além disso, Itamar pretendia se candidatar à Presidência novamente nas eleições de 1998, porém viu seus planos serem desfeitos quando o então presidente mudou a Constituição para tentar se reeleger para um 2° mandato consecutivo. Mesmo com essa nova mudança nas normas eleitorais, Itamar tenta se candidatar a presidência, mas não consegue obter a indicação do PMDB em uma ação creditada à enorme pressão exercida pelo então presidente que não gostaria de ter Itamar como adversário. Esse foi mais um dos motivos apontados para o rompimento de Itamar com Fernando Henrique Cardoso.
Sem a indicação para a presidência, Itamar se candidata então ao governo de
Minas Gerais obtendo a vitória contra o então governador
Eduardo Azeredo (PSDB), apoiado por Fernando Henrique.
Governo de Minas Gerais
Itamar Franco foi eleito governador de Minas Gerais em
1998 pelo PMDB. Governou Minas Gerais de
1999 a
2003, e não conseguiu a indicação do PMDB para se candidatar à presidência da República em
2002. Naquela oportunidade, a convenção nacional do PMDB optou por uma coligação com o PSDB, lançando a então deputada federal
Rita Camata (
Espírito Santo) a vice-presidente na chapa encabeçada por
José Serra.
Assim que tomou posse, Itamar Franco decretou a moratória do estado de Minas Gerais. Entre outros aspectos, o governador alegava a necessidade de se empreender uma auditoria na dívida estadual que, entre outros pontos, era atrelada a uma taxa de juros de 7,5% ao ano, enquanto estados como São Paulo negociaram suas dívidas a uma taxa de 6%. Tentou, com um conjunto de ações na área financeira, reverter uma situação herdada do governo anterior, na qual "as despesas apresentavam crescimento mais acelerado que as receitas tributárias e encontravam-se concentradas em funções de baixa capacidade distributiva, comprometendo a promoção de um processo de desenvolvimento socialmente justo".
[2]
Esta atitude polêmica levou Itamar a ser acusado pelo Presidente do Banco Central
Armínio Fraga de agir contra a estabilidade de regras necessária à atração de investimentos estrangeiros.
Em que pese essa ação inicial, foi em seu governo que a dívida mineira foi equacionada e começou a ser quitada, conforme esclarece Fabrício Augusto de Oliveira.
[3]
Retomou judicialmente o controle acionário da estatal geradora de energia elétrica de Minas Gerais
CEMIG, parcialmente vendida pelo governador anterior Eduardo Azeredo, o qual conseguiu fechar as contas estaduais apenas em seus dois últimos anos de governo desfazendo-se de parte do patrimônio público mineiro, que foi privatizado em um processo de reorganização das estatais mineiras que estaria na gênese do chamado "esquema Marcos Valério",
[4] cuja "origem dos recursos" seriam "as empresas públicas de Minas Gerais".
[5]
Itamar também se insurgiu contra a privatização empresa energética Furnas, mobilizando a
Polícia Militar de Minas Gerais para "intervir em caso de necessidade".
[6]
A recomposição do setor público em bases burocráticas, passando essencialmente pela valorização do servidor público, pelo reaparelhamento das principais agências de ação estatal e pelo ajuste fiscal, marcou a gestão Itamar Franco, conforme analisam Wladimir Rodrigues Dias e Roberto Sorbilli Filho, segundo os quais não houve grandes inovações em seu governo, mas uma importante organização da administração pública, desmantelada por seu antecessor.
[7]
No âmbito político, Itamar Franco se destacou pela realização de uma política centrada nos grandes temas. A composição política de seu governo, de feição centro-esquerdista, chegou a ter participação de PMDB,
PT,
PDT,
PSB,
PCdoB,
PTB,
PPB e
PL, dentre outros partidos. Ainda assim, pode-se dizer que governou sem os partidos e sem os políticos
[carece de fontes].
Itamar se opôs a atividades típicas da política tradicional, como as vinculadas ao
clientelismo político. Extinguiu as subvenções sociais distribuídas por deputados e não negociou emendas parlamentares, deixando de exercer a habitual dominação que o Executivo exerce sobre o Legislativo. Em décadas, foi o governador com o maior número de projetos rejeitados na
ALMG, retaliado pelo rompimento com o pacto clientelista.
[8]
Terminando seu mandato no governo de Minas Gerais ao fim de
2002, Itamar resolve não se candidatar a reeleição e apoia as campanhas de
Aécio Neves (PSDB) para o governo do Estado e de
Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Itamar ajuda a eleger Aécio, e com a vitória de Lula no plano nacional é nomeado embaixador brasileiro na
Itália até deixar voluntariamente o cargo em
2005.
Embora na memória da maioria permaneça um governador mais atento aos problemas nacionais e a uma eventual candidatura à presidência da República, foi em seu governo que se reorganizaram as finanças e a administração estadual, possibilitando ao governador seguinte, Aécio Neves, eleito com seu apoio, implantar o chamado "
choque de gestão".
Últimos anos
Em
2006, tentou se candidatar a presidente da República pelo
PMDB, competindo pela indicação do partido com
Anthony Garotinho, o ex-governador do
Rio de Janeiro. Porém, no dia
22 de maio, anunciou a sua desistência e a sua intenção de disputar uma vaga no
Senado Federal.
Acabou perdendo a indicação do PMDB de Minas Gerais para o Senado para
Newton Cardoso (líder das pesquisas no início, mas que sofreu uma derrota às vésperas das eleições). Itamar anunciou, em
2006, o seu apoio à candidatura de
Geraldo Alckmin à
Presidência da República.
Aliado de
Aécio Neves desde
2002, foi conselheiro do
Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais. Em maio de
2009, anunciou sua filiação ao
Partido Popular Socialista (PPS), o que alimentou especulações sobre uma possível candidatura à Presidência da República ou ao
Senado Federal. Em
27 de janeiro de
2007, anunciou sua pré-candidatura a
senador, disputando uma das duas vagas nas eleições deste ano, apoiando
Aécio Neves como candidato à outra vaga. O candidato a primeiro suplente será o atual presidente do
Cruzeiro Zezé Perrella, do
PDT, e a segunda suplente,
Elaine Matozinhos, do
PTB.
[9]
Nas eleições de
3 de outubro de
2010, foi eleito
senador pelo estado de
Minas Gerais, derrotando
Fernando Pimentel do
PT.
Morte
Em
21 de maio de
2011, foi diagnosticado com leucemia. Alguns dias depois, se licenciou do Senado a fim de tratar-se da doença no
Hospital Albert Einstein. No dia
27 de junho, um boletim médico do hospital divulgou que sua situação teria se agravado em virtude de uma pneumonia que o levou à UTI. Itamar faleceu na manhã do dia
2 de julho de
2011.
Valeu Itamar Franco............