O
DDA ocorre como resultado de uma disfunção neurológica no córtex
pré-frontal. Quando pessoas que têm DDA tentam se concentrar, a
atividade do córtex pré-frontal diminui, ao invés de aumentar (como nos
sujeitos do grupo de controle de cérebros normais). Assim sendo, pessoas
que sofrem de DDA mostram muitos dos sintomas discutidos nesse
capítulo, como fraca supervisão interna, pequeno âmbito de atenção,
distração, desorganização, hiperatividade (apesar de que só metade das
pessoas com DDA sejam hiperativas), problemas de controle de impulso,
dificuldade de aprender com erros passados, falta de previsão e
adiamento.
O DDA tem sido de particular interesse
para mim nos últimos 15 anos. A propósito, dois dos meus três filhos têm
essa síndrome. Eu digo às pessoas que entendo mais de DDA do que
gostaria. Através de uma pesquisa feita com SPECT na minha clínica, com
imagens cerebrais e trabalho genético feito por outras, descobrimos que o
DDA é basicamente uma disfunção geneticamente herdada do córtex
pré-frontal, devido, em parte, a uma deficiência do neurotransmissor
dopamina.
Aqui estão algumas das características comuns do DDA, que claramente ligam essa doença ao córtex pré-frontal.
Quanto mais você tenta, pior fica
A pesquisa mostrou que quanto mais as
pessoas que têm DDA tentam se concentrar, pior para elas. A atividade no
córtex pré-frontal, na verdade, desliga, ao invés de ligar. Quando um
pai, professor, supervisor ou gerente põe mais pressão na pessoa que tem
DDA, para que ela melhore seu desempenho, ela se torna menos eficiente.
Muitas vezes, quando isso acontece, o pai, o professor ou chefe
interpretam o ocorrido como um decréscimo de performance, ou má conduta
proposital, e daí surgem problemas sérios. Um homem com DDA de quem eu
tratei disse-me que sempre que seu chefe o pressionava para que fizesse
um trabalho melhor, seu desempenho piorava muito, ainda que estivesse
tentando melhorar. A verdade é que quase todos nós nos saímos melhor com
elogios. Eu descobri que isso é essencial para pessoas com DDA. Quando o
chefe as estimula a fazer melhor de modo positivo, elas se tornam mais
produtiva. Quando se é pai, professor ou supervisor de alguém com DDA,
funciona muito mais usar elogio e estímulo do que pressão. Pessoas com
DDA saem-se melhor em ambientes que sejam altamente interessantes ou
estimulantes e relativamente tranquilos.
Pequeno âmbito de atenção
Um âmbito de atenção pequeno é a
identificação desse distúrbio. Pessoas que sofrem de DDA têm dificuldade
de manter a atenção e o esforço durante períodos de tempo prolongados.
Sua atenção tende a vagar e frequentemente se desligam da tarefa,
pensando ou fazendo coisas diferentes da tarefa a ser realizada. Ainda
assim, uma das coisas que muitas vezes enganam clínicos inexperientes ao
tratar desse distúrbio é que as pessoas com DDA não têm um âmbito
pequeno de atenção para tudo. Frequentemente, pessoas que sofrem de DDA
conseguem prestar muita atenção em coisas que são bonitas, novas,
novidades, coisas altamente estimulantes, interessantes ou assustadoras.
Essas coisas oferecem uma estimulação intrínseca suficiente a ponto de
ativarem o córtex pré-frontal, de modo que a pessoa consiga focalizar e
se concentrar. Uma criança com DDA pode se sair muito bem em uma
situação interpessoal e desmoronar completamente em uma sala de aula com
30 crianças. Meu filho que tem DDA, por exemplo, costumava levar quatro
horas para fazer um dever de casa que levaria meia hora, muitas vezes
se desligando da tarefa. Mas se você lhe der uma revista sobre estéreo
de carros, ele a lê rapidamente de cabo a rabo e se lembra de cada
detalhe. Pessoas com DDA têm dificuldade em prestar atenção por muito
tempo em assuntos longos, comuns, rotineiros e cotidianos, como lição de
casa, trabalho de casa, tarefas simples ou papelada. O terreno é
terrível e uma opção nada desejável para elas. Elas precisam de
excitação e interesse para acionar suas funções do córtex pré-frontal.
Muitos casais adultos me dizem que, no
começo de seu relacionamento, o parceiro com DDA adulto conseguia
prestar atenção à outra pessoa durante horas. O estímulo de um novo amor
ajudava-o a se concentrar. Mas quando a "novidade" e a excitação do
relacionamento começavam a diminuir (como acontece com quase todos os
relacionamentos), a pessoa com DDA tinha muito mais dificuldade em
prestar atenção e sua capacidade de escutar falhava.
Distração
Como já mencionei acima, o córtex
pré-frontal manda sinais inibitórios para outras áreas do cérebro,
sossegando os dados advindos do meio, de modo que você possa se
concentrar. Quando o córtex pré-frontal está com hipoatividade, ele não
desencoraja adequadamente as partes sensoriais do cérebro e, como
resultado, estímulos em demasia bombardeiam o cérebro. A distração fica
evidente em muitos locais diferentes para uma pessoa com DDA. Na classe,
durante reuniões, ou enquanto ouve um parceiro, a pessoa com DDA tende a
perceber outras coisas que estão acontecendo e tem dificuldade em se
concentrar na questão que está sendo tratada. As pessoas que têm DDA
tendem a olhar pelo quarto, desligar-se, parecer aborrecidas,
esquecer-se de para onde vai a conversa e interrompê-la com uma
informação totalmente fora do assunto. A distração e o pequeno âmbito de
atenção podem também fazer com que elas levem muito mais tempo para
completar seu trabalho.
Impulsividade
A falta de controle do impulso faz com
que muitas pessoas que têm DDA se metam em enrascadas. Elas podem dizer
coisas inadequadas para os pais, amigos, professores, outros empregados,
ou clientes. Uma vez eu tive um paciente que foi despedido de 13
empregos, porque tinha dificuldade em controlar o que dizia. Ainda que
realmente quisesse manter vários dos empregos, de repente punha para
fora o que estava pensando, antes de ter a oportunidade de processar o
pensamento. Decisões mal pensadas são ligados à impulsividade. Em vez de
pensar bem no problema, muitas pessoas que sofrem de DDA querem uma
solução imediata e acabam agindo sem pensar. De modo similar, a
impulsividade faz com que essas pessoas tenham dificuldade de passar
pelos canais estabelecidos do trabalho. Elas frequentemente vão direto
ao topo para resolver os problemas, em vez de seguir o sistema. Isso
pode causar ressentimento dos colegas e supervisores imediatos. A
impulsividade pode também levar a condutas problemáticas como mentir
(diz a primeira coisa que vem a cabeça), roubar, Ter casos e gastar em
excesso. Eu tratei de muitas pessoas com DDA que sofriam da vergonha e
da culpa oriundas desses comportamentos.
Nas minhas palestras costumo
frequentemente perguntar ao público: "Quantas pessoas aqui são
casadas?". Uma grande porcentagem da platéia levanta as mãos. Depois eu
pergunto: "É útil dizer tudo o que pensa em seu casamento?". O público
ri, porque todos sabem a resposta. "Claro que não", eu continuo. "Os
relacionamentos requerem tato." Mesmo assim, devido à impulsividade e à
falta de pensar antes de agir, muitas pessoas que têm DDA dizem a
primeira coisa que vem à mente. E, em vez de pedir desculpas por terem
dito uma coisa que magoou, muitas tentam justificar por que fizeram a
observação que magoou, só piorando as coisas. Um comentário impulsivo
pode estragar uma noite agradável, um fim de semana, ou mesmo um
casamento inteiro."
A busca do conflito
Muitas pessoas que sofrem de DDA
inconscientemente buscam o conflito como uma maneira de estimular seu
próprio córtex pré-frontal. Eles não sabem que fazem isso. Não
planejaram fazer isso. Negam que fazem isso. E ainda assim o fazem. A
relativa falta de atividade e estímulo do córtex pré-frontal anseia por
mais atividade. Entrar em hiperatividade, desassossego, e ficar
cantarolando são formas de auto estimulação. Outro modo de as pessoas
com DDA "tentarem ligar seus cérebros" é provocando confusão. Se elas
conseguem que seus pais ou cônjuges tornem-se agitados ou gritem com
elas, isso pode aumentar a atividade de seus lobos frontais e ajudá-las a
sentirem-se mais sintonizadas. Novamente este não é um fenômeno
consciente. Mas parece que muitas pessoas que têm DDA ficam viciadas em
confusão.
Uma vez tratei de um homem que ficava
quieto atrás de um canto de sua casa e pulava de repente para assustar
sua esposa na hora em que ela fosse entrar. Ele gostava da mudança que
obtinha com os gritos dela. Infelizmente para sua esposa, ela ficou com
arritmia, devido aos sustos repetidos. Tratei de muitos adultos e
crianças com DDA que pareciam sentir-se motivados fazendo seus animais
de estimação ficar bravos, fazendo brincadeiras irritantes ou
provocando-os.
Os pais de crianças com DDA comumente
relatam que seus filhos são peritos em deixá-los bravos. Uma mãe me
contou que, quando ela acorda de manhã, ela promete que não vai gritar
nem ficar brava com seu filho de oito anos. Ainda assim,
invariavelmente, na hora que ele vai para escola, já ouve pelo menos
três brigas e os dois se sentem péssimos. Quando expliquei à mãe sobre a
necessidade inconsciente que a criança tem de estimulação, ela parou de
gritar com ele. Quando os pais param de oferecer estimulação negativa
(gritos, surras, sermões, etc), diminui o comportamento negativo dessas
crianças. Sempre que você se sentir como esses pais, pare e fale o mais
suavemente que possa. Desse modo, você está ajudando seu filho a largar o
vício de arranjar confusão e ao mesmo tempo colaborando para baixar sua
própria pressão sanguínea.
Outra conduta de auto estimulação comum
em pessoas que têm DDA é se preocupar com ou se concentrar em problemas.
O tumulto emocional gerado pela preocupação ou por estar aborrecido
produz agentes químicos de estresse, que mantêm o cérebro ativo. Uma vez
tratei de uma mulher que tinha depressão e DDA. Ela começava cada
sessão me dizendo que iria se matar. Ela percebia que isso me deixava
ansioso e parecia gostar de me dar os detalhes mórbidos de como o faria.
Depois de conhecê-la bem, eu lhe disse: "Pare de falar em suicídio. Eu
não acredito que você vá se matar. Você ama seus quatro filhos e não
posso acreditar que os abandonaria. Acho que você usa essa conversa como
uma maneira de criar agitação. Sem que você saiba, seu DDA faz com que
você brinque de ‘Vamos criar um problema’. Isso estraga qualquer alegria
que você possa Ter em sua vida". No começo, ela ficou muito zangada
comigo (outra fonte de conflito, eu disse a ela), mas confiava em mim o
suficiente para, no mínimo, observar seu próprio comportamento. Diminuir
sua necessidade de criar caso tornou-se o foco maior da psicoterapia.
Um problema significativo do uso da
raiva, tumulto emocional e emoção negativa para auto estimulação é isso
que é danoso ao sistema imunológico. Os altos níveis de adrenalina
produzidos pelo comportamento direcionado ao conflito diminuem a
eficácia do sistema imunológico e aumentam a vulnerabilidade à doença.
Eu vi provas dessa deficiência muitas e muitas vezes, na conexão entre o
DDA e infecções crônicas e na maior incidência de fibromialgia, dor
muscular crônica que se considera associada à imunodeficiência.
Muitas pessoas que têm DDA tendem a se
meter em brigas constantes com uma ou mais pessoas, em casa, no trabalho
ou na escola. Elas parecem escolher inconscientemente pessoas que são
vulneráveis e travam batalhas verbais com elas. Muitas mães de filhos
com DDA me disseram que tinham vontade de fugir de casa. Elas não
aguentavam o tumulto constante de suas relações com as crianças com DDA.
Muitas crianças e adultos com DDA têm tendência de deixar os outros sem
graça por pouca ou nenhuma razão, o que consequentemente faz com que
suas "vítimas" se distanciem deles e isso pode resultar em isolamento
social. Elas podem ser os palhaços da classe na escola, ou os
espertinhos no trabalho. Witzelsucht é o termo que a
literatura da neuropsiquiatria usa para caracterizar "o vício em fazer
brincadeiras de mau gosto". Esse vício foi descrito inicialmente em
pacientes que tinham tumores no lobo frontal, especialmente do lado
direito.
Desorganização
Desorganização é outro marco importante
do DDA. A desorganização inclui tanto o espaço físico, como salas,
escrivaninhas, malas, gabinetes de arquivo e armários, quanto o tempo.
Frequentemente quando se olha para as áreas de trabalho de pessoas com
DDA, é admirar que possam trabalhar ali. Elas tendem a Ter muitas pilhas
de "coisas"; a papelada é algo que frequentemente elas têm muita
dificuldade de organizar; e parece que têm um sistema de arquivo que só
elas podem entender (e mesmo assim só nos dias bons). Muitas pessoas com
DDA têm atrasos crônicos ou adiam as coisas até o último momento. Eu
tive vários pacientes que compraram sirenes de companhias de segurança
para ajudá-los a acordar. Imagine o que deviam pensar os vizinhos! Essas
pessoas também tendem a perder a noção do tempo, o que contribui para
que se atrasem.
Começam muitos projetos, mas terminam poucos
A energia e o entusiasmo de pessoas com
DDA muitas vezes as leva a começar muitos projetos. Infelizmente, pelo
fato de serem distraídas e dado o seu pequeno âmbito de atenção,
prejudicam sua capacidade de completá-los. Um gerente de uma estação de
rádio me disse que ele começara cerca de 30 projetos especiais no ano
anterior, mas havia completado uns poucos apenas. Ele me disse: "Estou
sempre voltando para eles, mas tenho novas ideias que acabam
atrapalhando". Também tratei de um professor que me disse que, no ano
anterior ao que veio me consultar, ele começara 300 projetos diferentes.
Sua esposa terminou seu pensamento dizendo que ele completara somente
três.
Mau humor e pensamento negativo
Muitas pessoas com DDA tendem a ser
mal-humoradas, irritadiças e negativas. Como o córtex pré-frontal está
pouco ativo, ele não pode moderar totalmente o sistema límbico, que fica
hiperativo, levando a problemas no controle do humor. De outro modo
sutil, como já mencionado, muitas pessoas com DDA preocupam-se com ou
ficam super concentradas em pensamentos negativos, como uma forma de
auto estimulação. Se não conseguem arrumar confusão com os outros no
meio ambiente, buscam isso dentro de si mesmas. Elas frequentemente têm
uma atitude do tipo "o mundo está acabando", o que as distancia dos
outros.
Antes o DDA era considerado um distúrbio
de garotos hiperativos que o superariam antes da puberdade. Sabemos
agora que a maioria das pessoas que têm DDA não supera os sintomas do
distúrbio e que este, frequentemente, ocorre em meninas e mulheres.
Calcula-se que o DDA afete 17 milhões de norte-americanos.
LISTA DE CHECAGEM DO CÓRTEX PRÉ-FRONTAL
Aqui está uma lista de checagem do
córtex pré-frontal. Por favor, leia essa lista de comportamentos e
classifique-se (ou à pessoas que você estiver avaliando) em cada
comportamento catalogado. Use a escala e coloque o número apropriado ao
lado do item. Cinco ou mais sintomas com a nota 3 ou 4 indicam grande
probabilidade de problemas no córtex pré-frontal.
0 = nunca
1 = raramente
2 = ocasionalmente
3 = freqüentemente
4 = muito freqüentemente
___1. Incapacidade de prestar atenção a detalhes ou evitar erros por falta de cuidado
___2. Problema em manter a atenção em situações de rotina (dever de casa, tarefas, papelada, etc.)
___3. Dificuldade em ouvir
___4. Incapacidade de terminar coisas, seguimento insuficiente
___5. Falha na organização de tempo e espaço
___6. Distração
___7. Pouca habilidade de planejamento
___8. Falta de objetivos definidos ou de pensar no futuro
___9. Dificuldade em expressar os sentimentos
___10. Dificuldade em expressar solidariedade pelos outros
___11. Excessivo sonhar acordado
___12. Tédio
___13. Apatia ou falta de motivação
___14. Letargia
___15. Sentimento de vazio de estar "em uma neblina"
___16. Desassossego ou dificuldade de ficar parado
___17. Dificuldade de permanecer sentado em situações em que se espera que a pessoa fique sentada
___18. Busca de conflito
___19. Falar demais ou de menos
___20. Dar rápido a resposta, antes de as perguntas terem sido completadas
___21. Dificuldade em esperar sua vez
___22. Interrupção dos outros ou intromissão (por exemplo: meter-se em conversas ou jogos)
___23. Impulsividade (dizer ou fazer coisas sem pensar antes)
___24. Dificuldade de aprender pela experiência, tendência para cometer erros repetitivos
RECEITA CPF 8:
NÃO SEJA O ESTIMULANTE DE OUTRA PESSOA
Como eu já mencionei, muitas pessoas com
problemas no córtex pré-frontal tendem a procurar conflito para
estimular seu cérebro. É de máxima importância que você não alimente a
tormenta, mas, pelo contrário, deixe-a passar fome. Quanto mais alguém
com esse padrão inadvertidamente tenta deixá-lo aborrecido ou bravo,
mais você precisa ficar quieto, calmo e firme. Eu ensino os pais de
filhos com DDA a deixar de gritar. Quanto mais eles gritam e aumentam a
intensidade emocional na família, mais as crianças vão procurar
confusão. Eu também ensino irmãos e cônjuges a manter a voz baixa e uma
conduta calma. Quanto mais a pessoa com DDA tentar tumultuar a situação,
menos intensa deve ser a reação do outro.
É fascinante mostrar como essas receitas
funcionam. Em geral, as pessoas que buscam conflitos estão acostumadas a
conseguir que você se aborreça. Elas conhecem perfeitamente todos os
seus pontos emocionais frágeis, e os cutucam com regularidade. Quando
você começa a negar-lhes o drama e a adrenalina (reagindo menos e de
modo mais calmo em situações de estresse), essas pessoas inicialmente
reagem muito negativamente, quase como se estivessem com uma crise de
abstinência de droga. Na verdade, quando você fica mais calmo pela
primeira vez, elas podem até tentar piorar as coisas, a curto prazo.
Mantenha-se firme e elas vão melhorar a longo prazo.
- Não grite.
- Quanto mais a voz dela aumenta, mais sua voz deve diminuir.
- Se você sente a situação começar a sair do controle, dê um tempo. Dizer que você precisa ir ao banheiro pode ser uma boa receita. Provavelmente a pessoa não vai tentar impedi-lo. Pode ser uma boa ideia Ter um livro grosso em mãos, caso a pessoa esteja realmente transtornada e você precise se afastar por um longo período.
- Use de humor (mas não humor sarcástico ou bravo) para apaziguar a situação.
- Seja um bom ouvinte.
- Diga que você quer entender e trabalhar a situação, mas só pode fazer isso quando as coisas estiverem tranquilas.
RECEITA CPF 10:
OBSERVE A NUTRIÇÃO DO CÓRTEX PRÉ-FRONTAL
A intervenção nutritiva pode ser
especialmente útil nessa parte do cérebro. Durante anos recomendei uma
dieta alta em proteínas e baixa em carboidratos, relativamente de pouca
gordura para meus pacientes com DDA. Essa dieta tem um efeito
estabilizador nos níveis de açúcar no sangue e ajuda tanto no nível de
energia quanto na concentração. Infelizmente, a grande dieta
norte-americana é cheia de carboidratos refinados, que tem um efeito
negativo nos níveis de dopamina no cérebro e na concentração. Com ambos
os pais trabalhando fora de casa, há menos tempo para preparar refeições
saudáveis e refeições fast-food tornaram-se mais comuns. O café da manhã de hoje consiste tipicamente de alimentos que têm muitos carboidratos simples, como waffles congelados
ou panquecas. Tortas, bolinhos, doces e cereais. A salsicha e os ovos
foram deixados de lado em muitas casas, devido à falta de tempo e à
ideia de que a gordura faz mal. Ainda que seja importante ser cuidadoso
na ingestão de gordura, o café da manhã antigo não é uma ideia tão má
para as pessoas que têm DDA ou outros estados onde a dopamina seja
insuficiente.
As melhores fontes de proteína que eu
recomendo são as carnes magras, ovos, queijos magros, nozes e legumes,
que ficam mais equilibradas com uma porção saudável de vegetais. Um café
da manhã ideal consiste de uma omelete com queijo magro e carne magra,
como a de frango. Um almoço ideal consiste de atum, frango ou salada de
peixe fresco, com legumes mistos. Um jantar ideal contém mais
carboidratos, para equilibrar a refeição com carne magra e legumes.
Eliminar açucares simples (como nos bolos, doces, sorvetes e guloseimas)
e carboidratos simples, que são prontamente quebrados em açúcar (como
pão, massa, arroz e batatas), terá um impacto positivo no nível de
energia e aquisição de conhecimento. Essa dieta ajuda a elevar os níveis
de dopamina no cérebro. É importante observar, no entanto, que essa
dieta não é ideal para pessoas com problemas no cíngulo ou de
concentração excessiva, que geralmente se originam de uma relativa
deficiência de serotonina. Os níveis de serotonina aumenta, a dopamina
tende a decrescer e vice-versa.
Suplementos nutritivos podem também
surtir efeito positivo nos níveis de dopamina do cérebro e melhoram o
foco e a energia. Eu frequentemente faço meus pacientes tomar uma
combinação de tirosina (500 a 1.500 miligramas duas ou três vezes ao
dia); sementes de uva OPC (oligomeric procyanidius) ou casca de pinho, encontradas em lojas de produtos naturais (meio miligrama por quilo do peso do corpo); e gingko biloba (60
a120 miligramas duas vezes ao dia). Esses suplementos ajudam a aumentar
o fluxo de dopamina e o fluxo sanguíneo no cérebro e muitos dos meus
pacientes relatam que eles ajudam na energia, na concentração e no
controle de impulso. Se quiser tentar esses suplementos, fale com seu
médico.
RECEITA CPF 11:
TENTE O FOCO MOZART
Um estudo controlado descobriu que ouvir
Mozart ajudava crianças com DDA. Rosalie Rebollo Pratt e colegas
estudaram 19 crianças com DDA, entre os sete e dezessete anos. Eles
tocavam discos de Mozart para as crianças, três vezes por semana,
durante sessões de biofeedback de ondas cerebrais. Eles colocavam o 100 Masterpieces , volume 3, que incluía o Concerto para Piano n.º 21 em dó, O Casamento de Fígaro , o Concerto para Flauta n.º 2 em lá, Don Giovanni e
outros concertos e sonatas. O grupo que ouvia Mozart reduzia sua
atividade de ondas cerebrais teta (ondas lentas que são frequentemente
excessivas no DDA) ao ritmo exato do compasso subjacente da música; e
exibia melhora de concentração e controle de humor, diminuindo a
impulsividade e aumentando a habilidade social. Entre os sujeitos que
melhoraram, 70 por cento mantiveram essa melhora seis meses depois do
fim do estudo e sem treinamento posterior. (Estas descobertas foram
publicadas no International Journal of Arts Medicine, 1995.)
Do livro: Transforme seu cérebro, transforme sua vida .Daniel G. Amen, M.D. - Editora Mercuryo