Londres - O abuso regular de bebidas alcoólicas, fenômeno cada vez mais freqüente entre os adolescentes britânicos, favorece o vício em drogas, o alcoolismo e a delinqüência quando eles chegam à idade adulta.
Essa é a conclusão de um estudo que examinou os hábitos em matéria de consumo de álcool de 11 mil adolescentes de 16 anos em 1986 e viu depois o que tinha acontecido com eles ao completarem 30 anos.
Segundo o estudo, publicado na revista britânica de medicina "Journal of Epidemiology and Community Health", os jovens que abusaram do uso do álcool durante a adolescência não só eram mais suscetíveis ao alcoolismo e à delinqüência, como também sofriam com outros problemas graves.
Desta forma, eles tinham 40% mais probabilidade de consumir drogas ilegais e sofrer problemas mentais que os que não tinham abusado da bebida quando eram adolescentes.
As probabilidades que tivessem se transformado em pessoas sem-teto eram 60% maiores e as de que tivessem sido expulsos da escola eram quatro vezes maiores.
Segundo o diretor do estudo, Russell Viner, "o abuso de álcool entre os adolescentes é um comportamento de risco que acarreta mais tarde a exclusão social e outros fatos adversos".
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9.22.2007
Ácido fólico pode reduzir risco de Alzheimer
Ácido fólico pode reduzir risco de Alzheimer, aponta estudo
21/09 - 10:29 - Agência Estado
ImprimirEnviarCorrigirFale ConoscoHoje, Dia Mundial de Combate ao Mal de Alzheimer, e pouco mais de um século após a publicação do primeiro caso da doença, ainda não se pode falar em prevenção para o problema, que atinge, aproximadamente, 1 milhão de idosos acima dos 60 anos no País, segundo a Associação Brasileira de Alzheimer (Abraz). Mas uma nova pesquisa, coordenada pela farmacêutica Tereza Cartaxo, da Universidade Estadual de Pernambuco (UPE), acaba de revelar que há uma a relação entre os níveis de homocisteína ( aminoácido relacionado à formação de placas ateroscleróticas) no sangue e a doença de Alzheimer em idosos brasileiros.
Como os níveis do aminoácido podem ser controlados com alimentação, há uma chance de reduzir o risco da doença.
Já existem trabalhos provando que o alto nível de homocisteína no organismo é também um fator de risco para a doença arterial coronariana. "Essa substância promove uma alteração na superfície dos vasos e induz à migração de células inflamatórias para o local", explica Tereza. "Partindo dessa hipótese, fizemos uma analogia entre o processo e a doença de Alzheimer."
De 93 pacientes com faixa etária dos 56 aos 86 anos de idade, 50 não apresentavam nenhum traço de demência. E os outros 43, que tinham Alzheimer, também demonstraram taxas significativamente mais altas de homocisteína quando comparados aos outros 50 pacientes da mesma idade.
A boa notícia é que há como baixar os níveis de homocisteína. O ácido fólico ou folato - uma vitamina hidrossolúvel pertencente ao complexo B encontrada em alimentos como verduras de folha verde-escuro, laranja, feijão, entre outros - tem o poder de reduzir os níveis do aminoácido no organismo.
21/09 - 10:29 - Agência Estado
ImprimirEnviarCorrigirFale ConoscoHoje, Dia Mundial de Combate ao Mal de Alzheimer, e pouco mais de um século após a publicação do primeiro caso da doença, ainda não se pode falar em prevenção para o problema, que atinge, aproximadamente, 1 milhão de idosos acima dos 60 anos no País, segundo a Associação Brasileira de Alzheimer (Abraz). Mas uma nova pesquisa, coordenada pela farmacêutica Tereza Cartaxo, da Universidade Estadual de Pernambuco (UPE), acaba de revelar que há uma a relação entre os níveis de homocisteína ( aminoácido relacionado à formação de placas ateroscleróticas) no sangue e a doença de Alzheimer em idosos brasileiros.
Como os níveis do aminoácido podem ser controlados com alimentação, há uma chance de reduzir o risco da doença.
Já existem trabalhos provando que o alto nível de homocisteína no organismo é também um fator de risco para a doença arterial coronariana. "Essa substância promove uma alteração na superfície dos vasos e induz à migração de células inflamatórias para o local", explica Tereza. "Partindo dessa hipótese, fizemos uma analogia entre o processo e a doença de Alzheimer."
De 93 pacientes com faixa etária dos 56 aos 86 anos de idade, 50 não apresentavam nenhum traço de demência. E os outros 43, que tinham Alzheimer, também demonstraram taxas significativamente mais altas de homocisteína quando comparados aos outros 50 pacientes da mesma idade.
A boa notícia é que há como baixar os níveis de homocisteína. O ácido fólico ou folato - uma vitamina hidrossolúvel pertencente ao complexo B encontrada em alimentos como verduras de folha verde-escuro, laranja, feijão, entre outros - tem o poder de reduzir os níveis do aminoácido no organismo.
9.20.2007
Fique de olho na sua pressão!
Fique de olho na sua pressão!
Siga as principais recomendações para cuidar do seu coração.
A prevalência estimada de hipertensão no Brasil atualmente é de 35% da população acima de 40 anos. Isso representa em números absolutos um total de 17 milhões de portadores da doença, segundo estimativa de 2004 do Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE). Cerca de 75% dessas pessoas recorrem ao Sistema Único de Saúde (SUS) para receber atendimento na Atenção Básica. Para atender os portadores de hipertensão, o Ministério da Saúde possui o Programa Nacional de Atenção a Hipertensão Arterial e Diabetes Mellitus.
O programa compreende um conjunto de ações de promoção de saúde, prevenção, diagnóstico e tratamento dos agravos da hipertensão. O objetivo é reduzir o número de internações, a procura por pronto-atendimento, os gastos com tratamentos de complicações, aposentadorias precoces e mortalidade cardiovascular, com a conseqüente melhoria da qualidade de vida dos portadores.
Hipertensão arterial o que é?
É quando a pressão que o sangue faz na parede das artérias para se movimentar é muito forte, ficando o valor igual ou maior que 140/90 mmHg ou 14 por 9.
Quem tem mais risco de ficar hipertenso?
•Quem consome mais bebida alcoólica;
•Quem tem hipertenso na família;
•Quem está com excesso de peso;
•Quem usa muito sal na alimentação;
•Quem é diabético;
•Quem não tem uma alimentação saudável;
•Pessoas da raça negra.
Como tratar a hipertensão?
•Evite ficar parado. Caminhe mais, suba escadas em vez de usar o elevador;
•Diminua ou abandone o consumo de bebidas alcoólicas;
•Tente levar os problemas do dia-a-dia de maneira mais tranqüila;
•Mantenha o peso saudável. Procure o profissional de saúde e peça orientação; quanto a sua alimentação. Compareça as consultas regularmente. Não abandone o tratamento. tome a medicação conforme a orientação médica;
•Tenha uma alimentação saudável;
•Diminua o sal da comida.
Por que é importante saber se você é hipertenso?
Porque a hipertensão arterial ou pressão alta, quando não é tratada, é o principal fator de risco para derrames, doenças do coração, paralisação dos rins, lesões nas artérias, podendo também causar alterações na visão.
Fonte: Ministério da Saúde
Siga as principais recomendações para cuidar do seu coração.
A prevalência estimada de hipertensão no Brasil atualmente é de 35% da população acima de 40 anos. Isso representa em números absolutos um total de 17 milhões de portadores da doença, segundo estimativa de 2004 do Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE). Cerca de 75% dessas pessoas recorrem ao Sistema Único de Saúde (SUS) para receber atendimento na Atenção Básica. Para atender os portadores de hipertensão, o Ministério da Saúde possui o Programa Nacional de Atenção a Hipertensão Arterial e Diabetes Mellitus.
O programa compreende um conjunto de ações de promoção de saúde, prevenção, diagnóstico e tratamento dos agravos da hipertensão. O objetivo é reduzir o número de internações, a procura por pronto-atendimento, os gastos com tratamentos de complicações, aposentadorias precoces e mortalidade cardiovascular, com a conseqüente melhoria da qualidade de vida dos portadores.
Hipertensão arterial o que é?
É quando a pressão que o sangue faz na parede das artérias para se movimentar é muito forte, ficando o valor igual ou maior que 140/90 mmHg ou 14 por 9.
Quem tem mais risco de ficar hipertenso?
•Quem consome mais bebida alcoólica;
•Quem tem hipertenso na família;
•Quem está com excesso de peso;
•Quem usa muito sal na alimentação;
•Quem é diabético;
•Quem não tem uma alimentação saudável;
•Pessoas da raça negra.
Como tratar a hipertensão?
•Evite ficar parado. Caminhe mais, suba escadas em vez de usar o elevador;
•Diminua ou abandone o consumo de bebidas alcoólicas;
•Tente levar os problemas do dia-a-dia de maneira mais tranqüila;
•Mantenha o peso saudável. Procure o profissional de saúde e peça orientação; quanto a sua alimentação. Compareça as consultas regularmente. Não abandone o tratamento. tome a medicação conforme a orientação médica;
•Tenha uma alimentação saudável;
•Diminua o sal da comida.
Por que é importante saber se você é hipertenso?
Porque a hipertensão arterial ou pressão alta, quando não é tratada, é o principal fator de risco para derrames, doenças do coração, paralisação dos rins, lesões nas artérias, podendo também causar alterações na visão.
Fonte: Ministério da Saúde
Doenças do coração como evitar uma das principais causas de morte entre os portadores de diabetes?
A importância de ensinar o paciente com diabetes a prevenir as doenças cardiovasculares vem do fato de que eles têm duas vezes mais chances de ter um infarto agudo do miocárdio do que as pessoas sem diabetes e de que 8, em cada 10 pacientes com diabetes não insulino dependentes, são acometidos por complicações cardiovasculares e muito provavelmente morrerão em decorrência delas.
A maior dificuldade que encontramos na prática clínica diária em conscientizá-los sobre os riscos que correm é a evolução silenciosa da doença cardíaca, que geralmente não se manifesta, até que seja tarde demais. Neste momento, só temos a possibilidade de socorrê-los em um evento final já manifesto, com poucas chances de evitar o comprometimento cardíaco que inviabiliza uma vida produtiva e saudável.
Não é exagero reforçar os alertas sobre os riscos que correm, a cada nova consulta médica. Muitos pacientes até pensam que estamos tentando “amendrontá-los” sem motivo evidente, pois não apresentam nenhum sintoma cardiológico: não têm dor no peito, nem palpitações, não se cansam facilmente e se sentem muito bem... Entretanto, um exame mais cuidadoso pode revelar uma pressão arterial limítrofe ou até elevada; níveis de colesterol já aumentados; peso normal, mas com circunferência abdominal aumentada; tabagismo ocasional e sedentarismo... Nenhuma dessas alterações denuncia o risco, pois todas elas também são assintomáticas.
Por isso, as orientações médicas para os pacientes diabéticos sobre as ameaças à sua saúde cardiovascular devem sempre ser reforçadas. É fundamental que todo paciente diabético seja informado das possibilidades de prevenir o aparecimento destas doenças, pois esta é a única maneira efetiva de impedir a progressão das temíveis lesões ateroscleróticas, que progressivamente comprometem todo o leito vascular, incluindo as artérias coronárias, inviabilizando a reversão do processo que leva ao infarto e à falência miocárdica.
Como principais medidas preventivas destacamos:
(1) Fazer o controle glicêmico – significa glicemias normais em jejum e antes das refeições (em torno de 100mg/dL) e pós prandiais de 2 horas após o início da refeição (até 140mg/dl). Isso deve ser aferido através de monitorização de glicemia diária, idealmente nos vários períodos do dia, tanto pré como pós refeições, buscando alcançar níveis de hemoglobina glicosilada em torno de 6,5%. Em muitos casos, principalmente, no diabetes tipo 2, não há a necessidade de várias medições diárias, desde que as medidas glicêmicas sejam realizadas uma vez ao dia, em horários diferentes, para se ter uma idéia, principalmente do perfil glicêmico após as refeições;
(2) Manter o peso corporal – não dá para falar em prevenção de doenças cardiovasculares, mesmo com controle glicêmico normal, sem buscar alcançar e manter o peso ideal. Sabemos da grande dificuldade de obtermos essa medida preventiva, principalmente entre os diabéticos tipo 2, que têm tendência à obesidade devido às suas altas taxas de insulina. Mesmo nesses casos, podemos utilizar medicamentos que auxiliam o controle da resistência insulínica, principal causadora dessa alteração. Além disso, muitos pacientes, apesar de terem peso normal ou pouco elevado, têm a chamada obesidade visceral, que nada mais é do que uma maior localização de gordura na região abdominal. Nesses casos, mesmo para os pacientes com peso normal, devemos instituir um tratamento para tentar reduzir esse acúmulo de gordura, que idealmente não deve ultrapassar 80cm nas mulheres e 94cm nos homens;
(3) Fim do tabagismo – todo paciente diabético deve ser estimulado a interromper o fumo e para isso podemos lançar mão de programas de aconselhamento, reposição de nicotina através de gomas de mascar e adesivos, e medicamentos comprovadamente eficazes e seguros como a bupropiona e a vareniclina;
(4) Prática da atividade física – além de melhorar o controle glicêmico, os exercícios físicos aeróbicos ajudam na busca do peso ideal e garantem um condicionamento físico e cardiológico que viabilizam um coração normal. Não se trata necessariamente de se ver forçado a freqüentar academias, bastam 3 vezes por semana, de 30 a 60 minutos de atividade física de intensidade moderada, ou seja, aquela que permite a conversação durante a sua prática;
(5) Controle de colesterol e triglicérides – as metas de colesterol para os pacientes com diabetes são mais rigorosas do que para a população em geral. Isso porque para eles, que já têm o dobro de risco para o infarto, a elevação do colesterol, mesmo que muito pequena, já aumenta muito suas chances de infarto. Por isso, as metas para LDL colesterol são de mantê-lo abaixo de 100mg/dL e triglicérides abaixo de 150mg/dL. O HDL colesterol ou colesterol bom deveria ficar acima de 50mg/dL, meta muito difícil de alcançar nos diabéticos tipo 2. Eles, caracteristicamente, têm essa fração abaixo dos níveis normais, o que agrava o risco cardiológico. Já avançamos muito em relação aos medicamentos que asseguram colesterol e triglicérides dentro da faixa de normalidade. Entretanto, o HDL colesterol ainda representa um desafio, uma vez que não contamos com ajuda medicamentosa eficiente que cause elevação dos seus valores acima dos 50mg/dL desejados. Algumas atitudes, entretanto, podem influenciar positivamente esses índices, como a perda de peso, a atividade física e a melhor distribuição de gorduras na dieta;
(6) Controle da pressão arterial – a pressão arterial deve ser mantida abaixo de 130x80mmHg, mesmo que para isso tenhamos que recorrer a dois ou três tipos de medicamentos que abaixam a pressão. Entretanto, pacientes que conseguem reduzir o sal, moderar o consumo de álcool e gorduras, alcançar o peso ideal, aumentar o consumo de frutas e vegetais e praticar atividade física conseguirão essa meta utilizando de uma menor participação medicamentosa;
(7) Dieta adequada – a terapia nutricional adequada ajuda na proteção cardiovascular, uma vez que interfere favoravelmente nos vários fatores de risco cardiovascular. Vamos a algumas considerações:
- As gorduras, por exemplo, apesar da crença tão difundida de que as gorduras fazem mal ao coração, os trabalhos científicos recentes têm mostrado, com consistência, que esta regra tem exceções. Todas as vezes que reduzimos as gorduras da dieta, reduzimos não só o colesterol ruim (LDL), mas também o bom colesterol (HDL), importante para a saúde. A quantidade adequada de gorduras das dietas deve ser fixada em torno de 30% do total das calorias ingeridas diariamente. O que determina a saúde cardiovascular é o tipo de gordura que colocamos no prato. Neste sentido, o grande vilão são as gorduras saturadas, aquelas encontradas nas carnes vermelhas, principalmente nos cortes da picanha, contrafilé, filé mignon, costelas, cupim, nas peles do frango, no torresmo, nos embutidos, no leite integral, nos queijos amarelos, no óleo de dendê e até no coco. Outro tipo de gordura potencialmente lesiva ao coração é a famosa gordura hidrogenada (Trans). Essa é produzida industrialmente, e mostrou-se ainda pior que a gordura saturada, pois além de aumentar o LDL, ela reduz o HDL colesterol. Como estamos falando da prevenção de doenças, é importante reforçar que nem todas as gorduras são deletérias. Vale lembrar do potencial beneficio das gorduras insaturadas, aquelas encontradas nos óleos vegetais, azeite de oliva, nozes, castanhas, sementes oleaginosas (linhaça) e peixes de água fria (salmão, atum, truta, arenque, cavala e sardinha). O consumo dessas gorduras, incluindo o azeite, não aumenta o HDL colesterol, como muitos pensam. Seu maior benefício refere-se ao papel de proteção cardiovascular que elas exercem, pela redução do LDL colesterol. Logo, reduzir simplesmente as gorduras da dieta, de uma maneira geral, não exerce efeito protetor ao coração, isso se consegue através do consumo preferencial das gorduras insaturadas, em detrimento das saturadas;
- Sobre frutas e vegetais: recomenda-se um consumo diário de 3-4 porções desses alimentos por dia. Esses alimentos exercem seu poder protetor, muito provavelmente, pela sua riqueza em fibras, minerais e vitaminas antioxidantes e carotenóides;
- O consumo de grãos integrais, ao contrário dos refinados, estão associados a um menor risco de doenças cardiovasculares e estão indicados em toda dieta saudável para o coração. Essa orientação não significa ter uma dieta somente com alimentos integrais, pois a substituição de pelo menos um dos alimentos diários pela sua versão integral já causa um grande impacto à saúde cardiovascular.
Se pudéssemos resumir em três estratégias as orientações nutricionais para a prevenção do aparecimento de doenças cardiovasculares estas seriam: substituir as gorduras saturadas e hidrogenadas pelas gorduras insaturadas, através da ingestão de óleos vegetais e peixes; aumentar o consumo de frutas, vegetais, nozes e grãos integrais e alcançar e manter o peso ideal.
Ellen Simone Paiva
Médica Especializada em Endocrinologia e Nutrologia e diretora clínica do CITEN - Centro Integrado de Terapia Nutricional.
A maior dificuldade que encontramos na prática clínica diária em conscientizá-los sobre os riscos que correm é a evolução silenciosa da doença cardíaca, que geralmente não se manifesta, até que seja tarde demais. Neste momento, só temos a possibilidade de socorrê-los em um evento final já manifesto, com poucas chances de evitar o comprometimento cardíaco que inviabiliza uma vida produtiva e saudável.
Não é exagero reforçar os alertas sobre os riscos que correm, a cada nova consulta médica. Muitos pacientes até pensam que estamos tentando “amendrontá-los” sem motivo evidente, pois não apresentam nenhum sintoma cardiológico: não têm dor no peito, nem palpitações, não se cansam facilmente e se sentem muito bem... Entretanto, um exame mais cuidadoso pode revelar uma pressão arterial limítrofe ou até elevada; níveis de colesterol já aumentados; peso normal, mas com circunferência abdominal aumentada; tabagismo ocasional e sedentarismo... Nenhuma dessas alterações denuncia o risco, pois todas elas também são assintomáticas.
Por isso, as orientações médicas para os pacientes diabéticos sobre as ameaças à sua saúde cardiovascular devem sempre ser reforçadas. É fundamental que todo paciente diabético seja informado das possibilidades de prevenir o aparecimento destas doenças, pois esta é a única maneira efetiva de impedir a progressão das temíveis lesões ateroscleróticas, que progressivamente comprometem todo o leito vascular, incluindo as artérias coronárias, inviabilizando a reversão do processo que leva ao infarto e à falência miocárdica.
Como principais medidas preventivas destacamos:
(1) Fazer o controle glicêmico – significa glicemias normais em jejum e antes das refeições (em torno de 100mg/dL) e pós prandiais de 2 horas após o início da refeição (até 140mg/dl). Isso deve ser aferido através de monitorização de glicemia diária, idealmente nos vários períodos do dia, tanto pré como pós refeições, buscando alcançar níveis de hemoglobina glicosilada em torno de 6,5%. Em muitos casos, principalmente, no diabetes tipo 2, não há a necessidade de várias medições diárias, desde que as medidas glicêmicas sejam realizadas uma vez ao dia, em horários diferentes, para se ter uma idéia, principalmente do perfil glicêmico após as refeições;
(2) Manter o peso corporal – não dá para falar em prevenção de doenças cardiovasculares, mesmo com controle glicêmico normal, sem buscar alcançar e manter o peso ideal. Sabemos da grande dificuldade de obtermos essa medida preventiva, principalmente entre os diabéticos tipo 2, que têm tendência à obesidade devido às suas altas taxas de insulina. Mesmo nesses casos, podemos utilizar medicamentos que auxiliam o controle da resistência insulínica, principal causadora dessa alteração. Além disso, muitos pacientes, apesar de terem peso normal ou pouco elevado, têm a chamada obesidade visceral, que nada mais é do que uma maior localização de gordura na região abdominal. Nesses casos, mesmo para os pacientes com peso normal, devemos instituir um tratamento para tentar reduzir esse acúmulo de gordura, que idealmente não deve ultrapassar 80cm nas mulheres e 94cm nos homens;
(3) Fim do tabagismo – todo paciente diabético deve ser estimulado a interromper o fumo e para isso podemos lançar mão de programas de aconselhamento, reposição de nicotina através de gomas de mascar e adesivos, e medicamentos comprovadamente eficazes e seguros como a bupropiona e a vareniclina;
(4) Prática da atividade física – além de melhorar o controle glicêmico, os exercícios físicos aeróbicos ajudam na busca do peso ideal e garantem um condicionamento físico e cardiológico que viabilizam um coração normal. Não se trata necessariamente de se ver forçado a freqüentar academias, bastam 3 vezes por semana, de 30 a 60 minutos de atividade física de intensidade moderada, ou seja, aquela que permite a conversação durante a sua prática;
(5) Controle de colesterol e triglicérides – as metas de colesterol para os pacientes com diabetes são mais rigorosas do que para a população em geral. Isso porque para eles, que já têm o dobro de risco para o infarto, a elevação do colesterol, mesmo que muito pequena, já aumenta muito suas chances de infarto. Por isso, as metas para LDL colesterol são de mantê-lo abaixo de 100mg/dL e triglicérides abaixo de 150mg/dL. O HDL colesterol ou colesterol bom deveria ficar acima de 50mg/dL, meta muito difícil de alcançar nos diabéticos tipo 2. Eles, caracteristicamente, têm essa fração abaixo dos níveis normais, o que agrava o risco cardiológico. Já avançamos muito em relação aos medicamentos que asseguram colesterol e triglicérides dentro da faixa de normalidade. Entretanto, o HDL colesterol ainda representa um desafio, uma vez que não contamos com ajuda medicamentosa eficiente que cause elevação dos seus valores acima dos 50mg/dL desejados. Algumas atitudes, entretanto, podem influenciar positivamente esses índices, como a perda de peso, a atividade física e a melhor distribuição de gorduras na dieta;
(6) Controle da pressão arterial – a pressão arterial deve ser mantida abaixo de 130x80mmHg, mesmo que para isso tenhamos que recorrer a dois ou três tipos de medicamentos que abaixam a pressão. Entretanto, pacientes que conseguem reduzir o sal, moderar o consumo de álcool e gorduras, alcançar o peso ideal, aumentar o consumo de frutas e vegetais e praticar atividade física conseguirão essa meta utilizando de uma menor participação medicamentosa;
(7) Dieta adequada – a terapia nutricional adequada ajuda na proteção cardiovascular, uma vez que interfere favoravelmente nos vários fatores de risco cardiovascular. Vamos a algumas considerações:
- As gorduras, por exemplo, apesar da crença tão difundida de que as gorduras fazem mal ao coração, os trabalhos científicos recentes têm mostrado, com consistência, que esta regra tem exceções. Todas as vezes que reduzimos as gorduras da dieta, reduzimos não só o colesterol ruim (LDL), mas também o bom colesterol (HDL), importante para a saúde. A quantidade adequada de gorduras das dietas deve ser fixada em torno de 30% do total das calorias ingeridas diariamente. O que determina a saúde cardiovascular é o tipo de gordura que colocamos no prato. Neste sentido, o grande vilão são as gorduras saturadas, aquelas encontradas nas carnes vermelhas, principalmente nos cortes da picanha, contrafilé, filé mignon, costelas, cupim, nas peles do frango, no torresmo, nos embutidos, no leite integral, nos queijos amarelos, no óleo de dendê e até no coco. Outro tipo de gordura potencialmente lesiva ao coração é a famosa gordura hidrogenada (Trans). Essa é produzida industrialmente, e mostrou-se ainda pior que a gordura saturada, pois além de aumentar o LDL, ela reduz o HDL colesterol. Como estamos falando da prevenção de doenças, é importante reforçar que nem todas as gorduras são deletérias. Vale lembrar do potencial beneficio das gorduras insaturadas, aquelas encontradas nos óleos vegetais, azeite de oliva, nozes, castanhas, sementes oleaginosas (linhaça) e peixes de água fria (salmão, atum, truta, arenque, cavala e sardinha). O consumo dessas gorduras, incluindo o azeite, não aumenta o HDL colesterol, como muitos pensam. Seu maior benefício refere-se ao papel de proteção cardiovascular que elas exercem, pela redução do LDL colesterol. Logo, reduzir simplesmente as gorduras da dieta, de uma maneira geral, não exerce efeito protetor ao coração, isso se consegue através do consumo preferencial das gorduras insaturadas, em detrimento das saturadas;
- Sobre frutas e vegetais: recomenda-se um consumo diário de 3-4 porções desses alimentos por dia. Esses alimentos exercem seu poder protetor, muito provavelmente, pela sua riqueza em fibras, minerais e vitaminas antioxidantes e carotenóides;
- O consumo de grãos integrais, ao contrário dos refinados, estão associados a um menor risco de doenças cardiovasculares e estão indicados em toda dieta saudável para o coração. Essa orientação não significa ter uma dieta somente com alimentos integrais, pois a substituição de pelo menos um dos alimentos diários pela sua versão integral já causa um grande impacto à saúde cardiovascular.
Se pudéssemos resumir em três estratégias as orientações nutricionais para a prevenção do aparecimento de doenças cardiovasculares estas seriam: substituir as gorduras saturadas e hidrogenadas pelas gorduras insaturadas, através da ingestão de óleos vegetais e peixes; aumentar o consumo de frutas, vegetais, nozes e grãos integrais e alcançar e manter o peso ideal.
Ellen Simone Paiva
Médica Especializada em Endocrinologia e Nutrologia e diretora clínica do CITEN - Centro Integrado de Terapia Nutricional.
Substâncias anorexígenas RDC 58/Anvisa
Mais rigor na prescrição de substâncias anorexígenas
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou, nesta quinta-feira (6), a Resolução de Diretoria Colegiada 58 (RDC 58) que torna mais rígida e criteriosa a prescrição de anorexígenos, medicamentos comumente usados no tratamento da obesidade.
Entre as medidas adotadas está a mudança do tipo de notificação de receita que deverá ser usada na prescrição destes medicamentos. Até então, os anorexígenos eram prescritos com notificação de receita “Tipo B” (cor azul); a partir das novas regras, as prescrições deverão ser feitas com receita “Tipo B2”, também de cor azul, mas específica para este novo modelo de controle elaborado pela Agência.
“Este novo receituário permitirá aprimorarmos, acompanhar e aferir outros pontos importantes no controle do consumo de anorexígenos no país”, destaca Cejana Passos, responsável pela Unidade de Produtos Controlados da Anvisa. “As receitas serão encaminhadas pelas farmácias às Vigilâncias Sanitárias locais, que poderão verificar a dose, a substância e o tempo de tratamento que foram prescritos pelo profissional de saúde. Com isso, a realidade de uso destes medicamentos será aferida com mais precisão, o que poderá resultar em uma queda nas estatísticas de consumo de anorexígenos no país”, completa Passos.
A nova receita terá validade de 30 dias, contados a partir de sua emissão, e o medicamento só poderá ser adquirido no estado da Federação em que o receituário foi emitido. O médico continua responsável pela impressão gráfica da receita e também por solicitar à Vigilância Sanitária local a permissão para imprimi-la na quantidade previamente informada.
A lista com as substâncias psicotrópicas anorexígenas que estão sujeitas à resolução está disponível na RDC 44/07 que atualiza o anexo I da Portaria SVS/MS nº 344, de 12 de maio de 1998.
Dosagem – A RDC 58, que entrará em vigor dentro de 120 dias, proíbe ainda a prescrição de medicamentos ou fórmulas manipuladas – no mesmo comprimido ou em drágeas diferentes – que associem anorexígenos a diuréticos, antidepressivos, hormônios ou outras substâncias com ação medicamentosa. Também ficam proibidos a prescrição, a dispensação (venda assistida pelo profissional farmacêutico) e o aviamento de fórmulas com anorexígenos em quantidades acima das Doses Diárias Recomendadas (DDR), listadas abaixo.
A iniciativa da Anvisa tem o objetivo de reduzir os danos causados pelo uso abusivo de medicamentos anorexígenos. “A população deve ficar atenta à utilização de medicamentos controlados, que somente podem ser consumidos com rigoroso acompanhamento médico”, alerta Cejana Passos.
Médicos e estabelecimentos que desrespeitarem as disposições da RDC nº 58 estarão sujeitos às penalidades previstas na Lei 6.437/77, que prevê de notificação a multas que variam de R$ 2 mil a R$ 1,5 milhão, além de responsabilização civil e penal.
Consulta – A RDC 58 é resultado de processo democrático de discussão da proposta, com a sociedade e os setores envolvidos, por meio da Consulta Pública 89/2006. Durante o período em que o texto ficou a disposição para o recebimento de manifestações, a Anvisa colheu 182 contribuições, principalmente entre médicos especialistas, como endocrinologistas, psiquiatras, psicólogos e nutricionistas.
Doses diárias recomendadas conforme a RDC 58:
Substância Dose Diária Recomendada
Femproporex 50 mg/dia
Fentermina 60 mg/dia
Anfepramona 120 mg/dia
Mazindol 3 mg/dia
Informação: Ascom/Assessoria de Imprensa da Anvisa
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou, nesta quinta-feira (6), a Resolução de Diretoria Colegiada 58 (RDC 58) que torna mais rígida e criteriosa a prescrição de anorexígenos, medicamentos comumente usados no tratamento da obesidade.
Entre as medidas adotadas está a mudança do tipo de notificação de receita que deverá ser usada na prescrição destes medicamentos. Até então, os anorexígenos eram prescritos com notificação de receita “Tipo B” (cor azul); a partir das novas regras, as prescrições deverão ser feitas com receita “Tipo B2”, também de cor azul, mas específica para este novo modelo de controle elaborado pela Agência.
“Este novo receituário permitirá aprimorarmos, acompanhar e aferir outros pontos importantes no controle do consumo de anorexígenos no país”, destaca Cejana Passos, responsável pela Unidade de Produtos Controlados da Anvisa. “As receitas serão encaminhadas pelas farmácias às Vigilâncias Sanitárias locais, que poderão verificar a dose, a substância e o tempo de tratamento que foram prescritos pelo profissional de saúde. Com isso, a realidade de uso destes medicamentos será aferida com mais precisão, o que poderá resultar em uma queda nas estatísticas de consumo de anorexígenos no país”, completa Passos.
A nova receita terá validade de 30 dias, contados a partir de sua emissão, e o medicamento só poderá ser adquirido no estado da Federação em que o receituário foi emitido. O médico continua responsável pela impressão gráfica da receita e também por solicitar à Vigilância Sanitária local a permissão para imprimi-la na quantidade previamente informada.
A lista com as substâncias psicotrópicas anorexígenas que estão sujeitas à resolução está disponível na RDC 44/07 que atualiza o anexo I da Portaria SVS/MS nº 344, de 12 de maio de 1998.
Dosagem – A RDC 58, que entrará em vigor dentro de 120 dias, proíbe ainda a prescrição de medicamentos ou fórmulas manipuladas – no mesmo comprimido ou em drágeas diferentes – que associem anorexígenos a diuréticos, antidepressivos, hormônios ou outras substâncias com ação medicamentosa. Também ficam proibidos a prescrição, a dispensação (venda assistida pelo profissional farmacêutico) e o aviamento de fórmulas com anorexígenos em quantidades acima das Doses Diárias Recomendadas (DDR), listadas abaixo.
A iniciativa da Anvisa tem o objetivo de reduzir os danos causados pelo uso abusivo de medicamentos anorexígenos. “A população deve ficar atenta à utilização de medicamentos controlados, que somente podem ser consumidos com rigoroso acompanhamento médico”, alerta Cejana Passos.
Médicos e estabelecimentos que desrespeitarem as disposições da RDC nº 58 estarão sujeitos às penalidades previstas na Lei 6.437/77, que prevê de notificação a multas que variam de R$ 2 mil a R$ 1,5 milhão, além de responsabilização civil e penal.
Consulta – A RDC 58 é resultado de processo democrático de discussão da proposta, com a sociedade e os setores envolvidos, por meio da Consulta Pública 89/2006. Durante o período em que o texto ficou a disposição para o recebimento de manifestações, a Anvisa colheu 182 contribuições, principalmente entre médicos especialistas, como endocrinologistas, psiquiatras, psicólogos e nutricionistas.
Doses diárias recomendadas conforme a RDC 58:
Substância Dose Diária Recomendada
Femproporex 50 mg/dia
Fentermina 60 mg/dia
Anfepramona 120 mg/dia
Mazindol 3 mg/dia
Informação: Ascom/Assessoria de Imprensa da Anvisa
ESTABILIDADE E INCOMPATIBILIDADE
ESTABILIDADE
Tipo de Recipientes
Os materiais de plástico mais usados na constituição dos recipientes de soluções injectáveis de grande volume são estruturas moleculares, de natureza orgânica e de alto peso molecular obtidos por polimerização. Existem 4 tipos: polietileno (PE), polipropileno (PP), cloreto de polivinilo (PVC), etilenvinilacetato (EVA). Não sendo produtos inertes, podem interactuar com os medicamentos com que são postos em contacto, dando origem a processos relacionados com a permeabilidade, remoção, absorção e/ou adsorção e reacções químicas.
A passagem dos constituintes voláteis de determinadas moléculas de fármaco para o exterior, faz com que ocorram perdas de fármaco. Também pode suceder o inverso, com o oxigénio e outras moléculas que podem passar para o interior do recipiente e causar degradação oxidativa ou de outros tipos com os constituintes susceptíveis. O PVC permite a passagem de moléculas sob a forma de vapor de N2, O2, CO2 e H2O, sendo recomendado os recipientes Viaflex® comercializados com bolsas protectoras de PE, impermeáveis à água, a fim de evitar a concentração dos componentes durante o processo de armazenamento.
Alguns fármacos removem o Dietilhexilftalato e outras partículas materiais dos plásticos podendo posteriormente precipitar. É o que acontece com o Cremophor EL, surfactante usado no Paclitaxel, na Ciclosporina e no Tacrolimus. A quantidade de plastificante extraído, aumenta com o tempo de contacto e com a concentração do medicamento.
Do ponto de vista de reactividade química os actuais produtos plásticos podem, em geral, considerar-se inertes.
________________________________________
Efeito da temperatura
A temperatura é outra variável primária que afecta a velocidade de degradação. De uma maneira geral, podemos dizer que a cada incremento de 10ºC, corresponde um aumento na velocidade da reacção de 2 a 5 vezes. Embora esta relação seja passível de ser aplicada para muitos fármacos, não deve ser aplicada de forma indiscriminada. A Tabela 2 mostra a percentagem de degradação de Ampicilina Sódica a várias temperaturas, decorridas 4 horas e em solventes distintos.
Tabela 2 - Percentagem de degradação da Ampicilina sódica a várias temperaturas após 4 horas.
Diluente
Temperatura
ºC Glicose a 5% Cloreto de sódio a 0,9%
-20 13,6 1,2
0 6,2 0,4
5 10,1 1,0
27 21,3 1,8
________________________________________
Exposição à luz
A fotólise ou fotodegradação é uma reacção catalisada pela luz. Uma variedade de mecanismos de decomposição podem ocorrer desde a absorção da radiação energética, sendo mais prejudicial quando a energia concentrada nas ligações químicas é suficiente para decompor ou re-arranjar uma entidade química nova. Entre os fármacos mais susceptíveis de sofrerem fotodegradação incluem-se a Anfotericina B, a Furosemida, a Dacarbazina, o Cloridrato de Doxorrubicina, o Nitroprussiato de Sódio, a Vitamina A, a Vitamina K, as Vitaminas do Complexo B, a Adriamicina, a Cisplatina ou a Daunomicina. A radiação de maior comprimento de onda é a mais deletéria, consequentemente a luz ultravioleta é mais deletéria que a visível e a luz directa é mais prejudicial que a luz fluorescente. O melhor método para evitar este problema, será o uso de papel de alumínio, plástico âmbar ou outro invólucro opaco, revestindo o contentor por forma a impedir a penetração de luz.
Incompatibilidades Físico-Químicas
As incompatibilidades fisico-químicas são reacções que ocorrem, aquando da mistura de dois ou mais medicamentos, ou de um medicamento com um veículo, durante o período de conservação e/ou administração, dando origem a alteração de cor, escurecimento, turbação, precipitação, libertação de gás e formação de espuma.
Em geral, estas reacções são fáceis de detectar e em muitos casos podem ser previstas a partir das características fisico-químicas dos fármacos envolvidos.
A precipitação é sem dúvida, a incompatibilidade mais frequente e, possivelmente a mais perigosa. Para além de ocorrer no recipiente da mistura pode ainda ter lugar no sistema de perfusão. A solubilidade intrínseca e o pH são os factores mais influentes na precipitação. Já o efeito do sal, a complexação, e as características dos excipientes são menos importantes. Exemplos deste tipo de reacções são: a precipitação dos ácidos livres resultante da adição de sais de sódio a ácidos fracos de soluções injectáveis de grande volume com pH ácido, a precipitação de sais de cálcio na presença de bicarbonato de sódio, ou a precipitação de sais ácidos (cloridratos, sulfatos, etc.) quando adicionados a um meio alcalino.
A solubilidade é um factor importante especialmente para fármacos pouco solúveis em água, sendo necessário recorrer muitas vezes ao uso de co-solventes solúveis como o etanol, propilenoglicol, ou o polietilenoglicol para os poder incluir na formulação. Como exemplo temos a digoxina, a fenitoina, o trimetoprim-sulfametoxazol, o etoposido, o teniposido e o diazepam. Contudo, quando são diluídos com água, o fármaco pode "sair" da solução.r>
A alteração de cor numa MIV não implica necessariamente incompatibilidade entre o fármaco e o solvente. Assim a aminofilina ou a dopamina entre outros, adquirem diferentes colorações em glicose a 5%, as quais não implicam degradação química do medicamento. Em outros casos porém a alteração de cor, expressa perda de actividade terapêutica.
A formação de espuma é um processo físico pouco frequente durante a preparação. A sua importância relativa à perda de segurança das MIV não tem sido discutida, já que em geral, o fenómeno desaparece após um curto período de repouso.
A libertação de gás resulta da reacção química entre os carbonatos ou os bicarbonatos e fármacos acídicos. Algumas cefalosporinas como a cefradina ou a ceftazidima, contêm carbonato de sódio ou bicarbonato nas suas formulações e durante a reconstituição forma-se dióxido de carbono podendo originar reacções explosivas na seringa.
Os fenómenos de turbação, passageiros mas pouco perceptíveis para o preparador das MIV, podem ser indicativos de condições inadequadas de misturas. O seu maior inconveniente é a possibilidade de estarem na origem de processos de precipitação mediados pelo tempo e ser fonte de partículas invisíveis (inferiores a 40 mícrones de diâmetro).
Os fenómenos de absorção/adsorção são classificados como incompatibilidades físicas. Os fármacos podem ser adsorvidos à superfície ou absorvidos pela matriz dos recipientes e dos sistemas de perfusão, o que faz com que uma quantidade significativa seja removida da solução. É o caso da nitroglicerina, do diazepam, da varfarina, da vitamina A, da dactinomicina ou da insulina.
Os recipientes de plástico e os sistemas de perfusão, especialmente os constituídos por cloreto de polivinilo (PVC), representam uma fonte de diminuição de fármaco dissolvido, especialmente para moléculas lipossolúveis. Nestes casos dever-se-á recorrer ao uso de plastificantes à base de polietileno ou polipropileno, uma vez que não absorvem este tipo de fármacos.
A complexação é outro fenómeno físico, cujos exemplos representativos são os complexos insolúveis resultantes da mistura das tetraciclinas com iões Al3+, Ca2+, Fe2+, Fe3+ e Mg2+ sob determinadas condições de concentração e pH. A anfotericina B e a eritromicina (gluceptato) formam complexos pouco solúveis com conservantes bacterianos, como por exemplo o álcool benzílico utilizado como bacteriostático na água para preparação de injectáveis.
Tipo de Recipientes
Os materiais de plástico mais usados na constituição dos recipientes de soluções injectáveis de grande volume são estruturas moleculares, de natureza orgânica e de alto peso molecular obtidos por polimerização. Existem 4 tipos: polietileno (PE), polipropileno (PP), cloreto de polivinilo (PVC), etilenvinilacetato (EVA). Não sendo produtos inertes, podem interactuar com os medicamentos com que são postos em contacto, dando origem a processos relacionados com a permeabilidade, remoção, absorção e/ou adsorção e reacções químicas.
A passagem dos constituintes voláteis de determinadas moléculas de fármaco para o exterior, faz com que ocorram perdas de fármaco. Também pode suceder o inverso, com o oxigénio e outras moléculas que podem passar para o interior do recipiente e causar degradação oxidativa ou de outros tipos com os constituintes susceptíveis. O PVC permite a passagem de moléculas sob a forma de vapor de N2, O2, CO2 e H2O, sendo recomendado os recipientes Viaflex® comercializados com bolsas protectoras de PE, impermeáveis à água, a fim de evitar a concentração dos componentes durante o processo de armazenamento.
Alguns fármacos removem o Dietilhexilftalato e outras partículas materiais dos plásticos podendo posteriormente precipitar. É o que acontece com o Cremophor EL, surfactante usado no Paclitaxel, na Ciclosporina e no Tacrolimus. A quantidade de plastificante extraído, aumenta com o tempo de contacto e com a concentração do medicamento.
Do ponto de vista de reactividade química os actuais produtos plásticos podem, em geral, considerar-se inertes.
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Efeito da temperatura
A temperatura é outra variável primária que afecta a velocidade de degradação. De uma maneira geral, podemos dizer que a cada incremento de 10ºC, corresponde um aumento na velocidade da reacção de 2 a 5 vezes. Embora esta relação seja passível de ser aplicada para muitos fármacos, não deve ser aplicada de forma indiscriminada. A Tabela 2 mostra a percentagem de degradação de Ampicilina Sódica a várias temperaturas, decorridas 4 horas e em solventes distintos.
Tabela 2 - Percentagem de degradação da Ampicilina sódica a várias temperaturas após 4 horas.
Diluente
Temperatura
ºC Glicose a 5% Cloreto de sódio a 0,9%
-20 13,6 1,2
0 6,2 0,4
5 10,1 1,0
27 21,3 1,8
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Exposição à luz
A fotólise ou fotodegradação é uma reacção catalisada pela luz. Uma variedade de mecanismos de decomposição podem ocorrer desde a absorção da radiação energética, sendo mais prejudicial quando a energia concentrada nas ligações químicas é suficiente para decompor ou re-arranjar uma entidade química nova. Entre os fármacos mais susceptíveis de sofrerem fotodegradação incluem-se a Anfotericina B, a Furosemida, a Dacarbazina, o Cloridrato de Doxorrubicina, o Nitroprussiato de Sódio, a Vitamina A, a Vitamina K, as Vitaminas do Complexo B, a Adriamicina, a Cisplatina ou a Daunomicina. A radiação de maior comprimento de onda é a mais deletéria, consequentemente a luz ultravioleta é mais deletéria que a visível e a luz directa é mais prejudicial que a luz fluorescente. O melhor método para evitar este problema, será o uso de papel de alumínio, plástico âmbar ou outro invólucro opaco, revestindo o contentor por forma a impedir a penetração de luz.
Incompatibilidades Físico-Químicas
As incompatibilidades fisico-químicas são reacções que ocorrem, aquando da mistura de dois ou mais medicamentos, ou de um medicamento com um veículo, durante o período de conservação e/ou administração, dando origem a alteração de cor, escurecimento, turbação, precipitação, libertação de gás e formação de espuma.
Em geral, estas reacções são fáceis de detectar e em muitos casos podem ser previstas a partir das características fisico-químicas dos fármacos envolvidos.
A precipitação é sem dúvida, a incompatibilidade mais frequente e, possivelmente a mais perigosa. Para além de ocorrer no recipiente da mistura pode ainda ter lugar no sistema de perfusão. A solubilidade intrínseca e o pH são os factores mais influentes na precipitação. Já o efeito do sal, a complexação, e as características dos excipientes são menos importantes. Exemplos deste tipo de reacções são: a precipitação dos ácidos livres resultante da adição de sais de sódio a ácidos fracos de soluções injectáveis de grande volume com pH ácido, a precipitação de sais de cálcio na presença de bicarbonato de sódio, ou a precipitação de sais ácidos (cloridratos, sulfatos, etc.) quando adicionados a um meio alcalino.
A solubilidade é um factor importante especialmente para fármacos pouco solúveis em água, sendo necessário recorrer muitas vezes ao uso de co-solventes solúveis como o etanol, propilenoglicol, ou o polietilenoglicol para os poder incluir na formulação. Como exemplo temos a digoxina, a fenitoina, o trimetoprim-sulfametoxazol, o etoposido, o teniposido e o diazepam. Contudo, quando são diluídos com água, o fármaco pode "sair" da solução.r>
A alteração de cor numa MIV não implica necessariamente incompatibilidade entre o fármaco e o solvente. Assim a aminofilina ou a dopamina entre outros, adquirem diferentes colorações em glicose a 5%, as quais não implicam degradação química do medicamento. Em outros casos porém a alteração de cor, expressa perda de actividade terapêutica.
A formação de espuma é um processo físico pouco frequente durante a preparação. A sua importância relativa à perda de segurança das MIV não tem sido discutida, já que em geral, o fenómeno desaparece após um curto período de repouso.
A libertação de gás resulta da reacção química entre os carbonatos ou os bicarbonatos e fármacos acídicos. Algumas cefalosporinas como a cefradina ou a ceftazidima, contêm carbonato de sódio ou bicarbonato nas suas formulações e durante a reconstituição forma-se dióxido de carbono podendo originar reacções explosivas na seringa.
Os fenómenos de turbação, passageiros mas pouco perceptíveis para o preparador das MIV, podem ser indicativos de condições inadequadas de misturas. O seu maior inconveniente é a possibilidade de estarem na origem de processos de precipitação mediados pelo tempo e ser fonte de partículas invisíveis (inferiores a 40 mícrones de diâmetro).
Os fenómenos de absorção/adsorção são classificados como incompatibilidades físicas. Os fármacos podem ser adsorvidos à superfície ou absorvidos pela matriz dos recipientes e dos sistemas de perfusão, o que faz com que uma quantidade significativa seja removida da solução. É o caso da nitroglicerina, do diazepam, da varfarina, da vitamina A, da dactinomicina ou da insulina.
Os recipientes de plástico e os sistemas de perfusão, especialmente os constituídos por cloreto de polivinilo (PVC), representam uma fonte de diminuição de fármaco dissolvido, especialmente para moléculas lipossolúveis. Nestes casos dever-se-á recorrer ao uso de plastificantes à base de polietileno ou polipropileno, uma vez que não absorvem este tipo de fármacos.
A complexação é outro fenómeno físico, cujos exemplos representativos são os complexos insolúveis resultantes da mistura das tetraciclinas com iões Al3+, Ca2+, Fe2+, Fe3+ e Mg2+ sob determinadas condições de concentração e pH. A anfotericina B e a eritromicina (gluceptato) formam complexos pouco solúveis com conservantes bacterianos, como por exemplo o álcool benzílico utilizado como bacteriostático na água para preparação de injectáveis.
Leite faz bem?
Atenção ao excesso de leite
Se você faz parte do grupo que não abre mão de um copo de leite à noite antes de dormir, mesmo depois de ter ingerido outros derivados desse alimento durante o dia, é melhor rever seus hábitos. Tido como um dos itens mais importantes na dieta, ele agora está sob suspeita. Pelo menos é o que garantem especialistas que participaram do Congresso Internacional de Nutrição Clínica, realizado na última semana de julho, em São Paulo.
Um de seus críticos mais vorazes é o português Pedro Bastos, mestrando em Nutrição e Dietética pela Fundação Universitária Iberoamericana (Funiber). Em seu trabalho Efeitos do Leite na Individualidade Bioquímica, apresentado no congresso, o pesquisador afirmou que essa não é a melhor opção de alimento para o ser humano. Ele citou países em que o consumo de laticínios é alto e nos quais são alarmantes as taxas de obesidade, osteoporose e câncer. E lembrou que em nações como China e Japão, onde ocorre o inverso, essas doenças estão entre as menos freqüentes.
Bastos questionou, inclusive, a recomendação universal de que tomar a bebida, por conta da presença do cálcio, é fundamental para prevenir a osteoporose. A partir da análise de registros fósseis, ele prova que os antepassados do homem — que abandonavam esse alimento tão logodesmamavam (vale lembrar que o ser humano é o único mamífero que continua consumindo leite ao longo da vida) – possuíam densidade mineral óssea comparável a dos adultos atuais, saudáveis e ativos.
PREVENÇÃO DA OSTEOPOROSE: É POSSÍVEL SEM ELE
A recomendação para evitar o enfraquecimento dos ossos ao longo dos anos sempre foi beber leite (bastante conhecido como uma fonte de cálcio). Mas os médicos, inclusive os defensores desse alimento, concordam que esse mineral é apenas um dos nutrientes necessários para a prevenção da osteoporose. Vitaminas e minerais atuam com ele para a manutenção da saúde. Além disso, existem outras fontes tão ricas em cálcio quanto o leite, como seus derivados, brócolis, couve-flor, nozes, castanhas, pistache, cereais e farinha de peixes. Para que o organismo absorva corretamente esses nutrientes e mantenha o equilíbrio orgânico necessário para se proteger, é recomendável manter uma alimentação balanceada, exercitar-se e evitar o consumo excessivo de cafeína, álcool, sal, açúcar, proteínas e gorduras. Esses alimentos diminuem a absorção do cálcio e aumentam sua eliminação.
O pesquisador atribui isso a três fatores: exposição ao sol (estimula a produção de vitamina D, que ajuda o organismo a absorver o cálcio), ao trabalho físico intenso (o exercício mantém a saúde óssea) e ao consumo elevado de vegetais (alimentos ricos em cálcio). “A bebida é considerada a melhor arma contra essa doença, mas não é. O cálcio é apenas um dos vários nutrientes, entre outros fatores, necessários para preveni-la”, alerta.
As opiniões dele fazem eco entre alguns especialistas brasileiros, como a nutricionista Denise Carreiro, da clínica paulistana Gastromed. Segundo ela, existem pesquisas científicas que comprovam que o consumo excessivo pode prejudicar a saúde. “O leite de vaca tem mais de 25 frações proteicas, que o organismo não consegue digerir. E uma proteína mal digerida causa várias inflamações. O corpo se defende porque não reconhece esses nutrientes”, explica. Entre os processos inflamatórios deflagrados estão enxaqueca, bronquite e dermatites.
Na composição do leite de vaca entram
ÁGUA ........................87%
GORDURA................ 3,9%
PROTEÍNAS.............. 3,4%
LACTOSE ................. 4,8%
MINERAIS ................ 0,8%
A jornalista Sonia Hirsch, estudiosa de alimentação e medicina natural, em seu livro Só para mulheres (Ed. Corre Cotia, 1995) já falava dessas proteínas e de sua ação no corpo humano: “... difícil de digerir, a proteína do leite sobrecarrega o sistema imunológico e na melhor hipótese inflama amígdalas ou adenóides, dá sinusite, catarro, resfriados constantes, gases e prisão de ventre”. No texto, ela cita ainda outro problema: os hormônios e antibióticos que a vaca tomou e, por tabela, são ingeridos também pelo homem. “...Por se destinar à formação de um animal de 800 quilos, quadrúpede com chifres, pêlo e rabo, a proteína do leite de vaca tem uma composição bem diferente da que nós precisamos para ser humanas”, cita a jornalista.
É bom para as crianças
Sim, porque é importante para o desenvolvimento ósseo. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda o leite materno até o sexto mês de vida como alimento único. O médico Hamilton Henrique Robledo, pediatra do Hospital e Maternidade São Camilo, em São Paulo, diz que, a partir desse período, o bebê pode consumir sucos, frutas e as primeiras refeições com sal. Dos dois aos três anos de idade, os pais devem oferecer leite de quatro a cinco vezes ao dia. A partir dos três anos, dois ou três. Aos sete, um copo apenas.
Antonio Carlos Ruffolo, geriatra e especialista em terapia ortomolecular, da clínica Belmonte, em São Paulo, também não é a favor do alimento, mas faz propaganda de seus derivados. “O líquido é o vilão, mas os produtos que vêm dele são fantásticos. O iogurte e o queijo branco têm grande quantidade de cálcio e não fazem mal à saúde”, diz.
Foi somente após a revolução agrícola e a domesticação dos animais que e o consumo de laticínios se tornou possível e virou hábito entre nós. Para o pesquisador português Pedro Bastos, esses derivados também deveriam estar no banco dos réus. Apesar de possuírem um baixo índice glicêmico (não provocam um aumento pronunciado da glicemia — as taxas de açúcar no sangue), eles turbinam a liberação de insulina pelo pâncreas, o que pode desencadear o diabetes tipo 2. “Pelo menos cinco estudos demonstram isso”, afirma.
O outro lado
A afirmação de Bastos é polêmica. Estudo recente da Universidade de Tufts, nos Estados Unidos, sugere justamente o contrário. Ou seja, que o consumo de leite conseguiria reduzir em 15% os riscos de uma pessoa desenvolver o diabetes tipo 2. Os pesquisadores americanos acreditam que os nutrientes desse alimento podem afetar a capacidade do corpo de produzir ou utilizar insulina. E não é só. Uma outra pesquisa do Centro Federal de Pesquisa em Nutrição de Kiel, na Alemanha, afirma que uma proteína do soro do leite auxiliaria a ação da insulina.
Na verdade, as opiniões e estudos divergem muito. Profissionais como Ari Stiel Radu, professor assistente do Departamento de Reumatologia do Hospital das Clínicas, eleva a bebida à categoria dos alimentos indispensáveis. Além das razões nutricionais, ele aponta uma financeira: o custo cabe no bolso de qualquer um. “Esse alimento é uma importante fonte de cálcio e, às vezes, a única na dieta da população”.
Um copo tem 246mg – praticamente 25% da quantidade que deve ser ingerida diariamente. “O mineral é importante para auxiliar a contração e o relaxamento muscular e também para o fortalecimento dos dentes e dos ossos”, confirma a nutróloga Daniela Hueb, de Bauru (SP).
O cálcio também auxilia na coagulação sangüínea, o que é fundamental para o processo de cicatrização. “Esse mineral ativa enzimas como a ATPase, que ajuda a queimar calorias, por isso também pode colaborar com o emagrecimento”, diz a nutróloga. Pesquisa realizada nos Estados Unidos mostrou que um grupo de mulheres emagreceu até sete quilos ao fim de dois anos, depois de ingerir 1900 calorias e a média de três copos de leite por dia.
Em pelo menos uma questão a maioria dos especialistas concorda: o que faz mal não é exatamente o leite, mas a quantidade desse alimento que é consumida. Até porque hoje há uma grande oferta de produtos industrializados desenvolvidos a partir dele e o consumo tem sido excessivo. Além disso, há pessoas que apresentam intolerância à lactose, o açúcar da bebida, ou alergia à sua proteína (veja boxe na página ao lado). Nesses casos, o ideal seria evitá-lo.
Fonte: Viva Saúde
Se você faz parte do grupo que não abre mão de um copo de leite à noite antes de dormir, mesmo depois de ter ingerido outros derivados desse alimento durante o dia, é melhor rever seus hábitos. Tido como um dos itens mais importantes na dieta, ele agora está sob suspeita. Pelo menos é o que garantem especialistas que participaram do Congresso Internacional de Nutrição Clínica, realizado na última semana de julho, em São Paulo.
Um de seus críticos mais vorazes é o português Pedro Bastos, mestrando em Nutrição e Dietética pela Fundação Universitária Iberoamericana (Funiber). Em seu trabalho Efeitos do Leite na Individualidade Bioquímica, apresentado no congresso, o pesquisador afirmou que essa não é a melhor opção de alimento para o ser humano. Ele citou países em que o consumo de laticínios é alto e nos quais são alarmantes as taxas de obesidade, osteoporose e câncer. E lembrou que em nações como China e Japão, onde ocorre o inverso, essas doenças estão entre as menos freqüentes.
Bastos questionou, inclusive, a recomendação universal de que tomar a bebida, por conta da presença do cálcio, é fundamental para prevenir a osteoporose. A partir da análise de registros fósseis, ele prova que os antepassados do homem — que abandonavam esse alimento tão logodesmamavam (vale lembrar que o ser humano é o único mamífero que continua consumindo leite ao longo da vida) – possuíam densidade mineral óssea comparável a dos adultos atuais, saudáveis e ativos.
PREVENÇÃO DA OSTEOPOROSE: É POSSÍVEL SEM ELE
A recomendação para evitar o enfraquecimento dos ossos ao longo dos anos sempre foi beber leite (bastante conhecido como uma fonte de cálcio). Mas os médicos, inclusive os defensores desse alimento, concordam que esse mineral é apenas um dos nutrientes necessários para a prevenção da osteoporose. Vitaminas e minerais atuam com ele para a manutenção da saúde. Além disso, existem outras fontes tão ricas em cálcio quanto o leite, como seus derivados, brócolis, couve-flor, nozes, castanhas, pistache, cereais e farinha de peixes. Para que o organismo absorva corretamente esses nutrientes e mantenha o equilíbrio orgânico necessário para se proteger, é recomendável manter uma alimentação balanceada, exercitar-se e evitar o consumo excessivo de cafeína, álcool, sal, açúcar, proteínas e gorduras. Esses alimentos diminuem a absorção do cálcio e aumentam sua eliminação.
O pesquisador atribui isso a três fatores: exposição ao sol (estimula a produção de vitamina D, que ajuda o organismo a absorver o cálcio), ao trabalho físico intenso (o exercício mantém a saúde óssea) e ao consumo elevado de vegetais (alimentos ricos em cálcio). “A bebida é considerada a melhor arma contra essa doença, mas não é. O cálcio é apenas um dos vários nutrientes, entre outros fatores, necessários para preveni-la”, alerta.
As opiniões dele fazem eco entre alguns especialistas brasileiros, como a nutricionista Denise Carreiro, da clínica paulistana Gastromed. Segundo ela, existem pesquisas científicas que comprovam que o consumo excessivo pode prejudicar a saúde. “O leite de vaca tem mais de 25 frações proteicas, que o organismo não consegue digerir. E uma proteína mal digerida causa várias inflamações. O corpo se defende porque não reconhece esses nutrientes”, explica. Entre os processos inflamatórios deflagrados estão enxaqueca, bronquite e dermatites.
Na composição do leite de vaca entram
ÁGUA ........................87%
GORDURA................ 3,9%
PROTEÍNAS.............. 3,4%
LACTOSE ................. 4,8%
MINERAIS ................ 0,8%
A jornalista Sonia Hirsch, estudiosa de alimentação e medicina natural, em seu livro Só para mulheres (Ed. Corre Cotia, 1995) já falava dessas proteínas e de sua ação no corpo humano: “... difícil de digerir, a proteína do leite sobrecarrega o sistema imunológico e na melhor hipótese inflama amígdalas ou adenóides, dá sinusite, catarro, resfriados constantes, gases e prisão de ventre”. No texto, ela cita ainda outro problema: os hormônios e antibióticos que a vaca tomou e, por tabela, são ingeridos também pelo homem. “...Por se destinar à formação de um animal de 800 quilos, quadrúpede com chifres, pêlo e rabo, a proteína do leite de vaca tem uma composição bem diferente da que nós precisamos para ser humanas”, cita a jornalista.
É bom para as crianças
Sim, porque é importante para o desenvolvimento ósseo. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda o leite materno até o sexto mês de vida como alimento único. O médico Hamilton Henrique Robledo, pediatra do Hospital e Maternidade São Camilo, em São Paulo, diz que, a partir desse período, o bebê pode consumir sucos, frutas e as primeiras refeições com sal. Dos dois aos três anos de idade, os pais devem oferecer leite de quatro a cinco vezes ao dia. A partir dos três anos, dois ou três. Aos sete, um copo apenas.
Antonio Carlos Ruffolo, geriatra e especialista em terapia ortomolecular, da clínica Belmonte, em São Paulo, também não é a favor do alimento, mas faz propaganda de seus derivados. “O líquido é o vilão, mas os produtos que vêm dele são fantásticos. O iogurte e o queijo branco têm grande quantidade de cálcio e não fazem mal à saúde”, diz.
Foi somente após a revolução agrícola e a domesticação dos animais que e o consumo de laticínios se tornou possível e virou hábito entre nós. Para o pesquisador português Pedro Bastos, esses derivados também deveriam estar no banco dos réus. Apesar de possuírem um baixo índice glicêmico (não provocam um aumento pronunciado da glicemia — as taxas de açúcar no sangue), eles turbinam a liberação de insulina pelo pâncreas, o que pode desencadear o diabetes tipo 2. “Pelo menos cinco estudos demonstram isso”, afirma.
O outro lado
A afirmação de Bastos é polêmica. Estudo recente da Universidade de Tufts, nos Estados Unidos, sugere justamente o contrário. Ou seja, que o consumo de leite conseguiria reduzir em 15% os riscos de uma pessoa desenvolver o diabetes tipo 2. Os pesquisadores americanos acreditam que os nutrientes desse alimento podem afetar a capacidade do corpo de produzir ou utilizar insulina. E não é só. Uma outra pesquisa do Centro Federal de Pesquisa em Nutrição de Kiel, na Alemanha, afirma que uma proteína do soro do leite auxiliaria a ação da insulina.
Na verdade, as opiniões e estudos divergem muito. Profissionais como Ari Stiel Radu, professor assistente do Departamento de Reumatologia do Hospital das Clínicas, eleva a bebida à categoria dos alimentos indispensáveis. Além das razões nutricionais, ele aponta uma financeira: o custo cabe no bolso de qualquer um. “Esse alimento é uma importante fonte de cálcio e, às vezes, a única na dieta da população”.
Um copo tem 246mg – praticamente 25% da quantidade que deve ser ingerida diariamente. “O mineral é importante para auxiliar a contração e o relaxamento muscular e também para o fortalecimento dos dentes e dos ossos”, confirma a nutróloga Daniela Hueb, de Bauru (SP).
O cálcio também auxilia na coagulação sangüínea, o que é fundamental para o processo de cicatrização. “Esse mineral ativa enzimas como a ATPase, que ajuda a queimar calorias, por isso também pode colaborar com o emagrecimento”, diz a nutróloga. Pesquisa realizada nos Estados Unidos mostrou que um grupo de mulheres emagreceu até sete quilos ao fim de dois anos, depois de ingerir 1900 calorias e a média de três copos de leite por dia.
Em pelo menos uma questão a maioria dos especialistas concorda: o que faz mal não é exatamente o leite, mas a quantidade desse alimento que é consumida. Até porque hoje há uma grande oferta de produtos industrializados desenvolvidos a partir dele e o consumo tem sido excessivo. Além disso, há pessoas que apresentam intolerância à lactose, o açúcar da bebida, ou alergia à sua proteína (veja boxe na página ao lado). Nesses casos, o ideal seria evitá-lo.
Fonte: Viva Saúde
9.18.2007
Ministro da Saúde inaugura nova área de produção de medicamentos anti-retrovirais no Instituto de Tecnologia em Fármacos
Foto: Brandao, Ministro Temporão e Roberto Camilo
Ministro da Saúde visita Farmanguinhos
17 de setembro de 2007
O Ministro da Saúde, José Gomes Temporão,acompanhado pelo Presidente da Fiocruz, Paulo Buss inaugurou nesta segunda- feira, 17 de setembro, nova área de produção de medicamentos anti-retrovirais no Instituto de Tecnologia em Fármacos – Farmanguinhos, a fábrica de medicamentos da Fiocruz. O evento aconteceu às das 10h, no Complexo Tecnológico de Medicamentos (CTM), em Jacarepaguá, no Rio de Janeiro e encerrou a Semana de Farmanguinhos,em comemoração aos três anos da fábrica no CTM.
A expansão do parque industrial do CTM inclui nova área de 12 mil metros quadrados, com três novos pavimentos readequados para a fabricação de medicamentos antiretrovirais,de semi-sólidos (cremes e pomadas) e comprimidos fabricados por granulação úmida. O projeto faz parte do processo de transição da planta de produção do campus de Manguinhos para Jacarepaguá, que está previsto para conclusão até o final de 2007.
De acordo com o Ministro José Gomes Temporão as novas instalações apresentam planta moderna e segura, possibilitando o aumento da capacidade de produção de medicamentos destinados a saúde pública, suprindo o mercado interno e externo. Para Temporão a ampliação das áreas produtivas de Farmanguinhos representa a redução das importações além de possibilitar ao país enfrentar com independência suas doenças ,sem depender da tecnologia de outros países, elevando as condições de saúde da população brasileira.
Segundo o diretor da instituição, Eduardo Costa, o projeto compreende a penúltima parte do investimento de R$ 50 milhões que será feito no CTM. A expansão garantirá maior flexibilização na demanda do Ministério da Saúde para a fabricação dos medicamentos que abastecem o SUS – Sistema Único de Saúde e melhora nas condições de processo atendendo às boas práticas de fabricação. A iniciativa permitirá aumento de 1,5 bilhão ao ano na capacidade de produção da instituição, indo de 4,5 bilhões para 6 bilhões ao ano. A nova produção possibilitará o abastecimento do mercado interno de medicamentos e a exportação para a Àficae América Latina.
Farmanguinhos é o único produtor de medicamentos ligado diretamente ao Ministério da Saúde exercendo papel de destaque na pesquisa e no desenvolvimento tecnológico de produtos distribuídos gratuitamente à população pelo Sistema Único de Saúde (SUS), além de atender demandas emergenciais em todo o país. O laboratório é referência mundial na regulação de pereços no mercado de anti-retrovirais e transfere tecnologia a países em desenvovimento.
Ainda durante o evento, o Instituto de Tecnologia em Fármacos – Farmanguinhos , recebeu a Medalha Tiradentes,a mais importante comenda do Estado do Rio de Janeiro. A entrega foi feita pelo deputado estadual Domingos Brazão ao diretor da Instituição, Dr. Eduardo Costa. Criada há 12 anos, a Medalha Tiradentes representa o reconhecimento a iniciativas que servem de exemplo à sociedade.
9.17.2007
Boas Práticas Farmacêuticas descreve sobre o funcionamento do Fígado.
O que é o Fígado ?
O fígado é o maior órgão do corpo humano. Ele pesa cerca de 1,5 quilo e se localiza no lado direito, no quadrante superior da cavidade abdominal , protegido pelas costelas.
O fígado se divide em dois lobos (partes). O lobo direito é seis vezes maior que o esquerdo. O órgão é totalmente recoberto pelo peritônio e é irrigado pela artéria hepática, recebendo sangue venoso do baço e intestinos pela veia porta. Abaixo do lobo direito situa-se a vesícula biliar, uma bolsa de 9 cm, aproximadamente, que tem a capacidade de coletar cerca de 50 ml de bile produzida pelo fígado.
O fígado, junto com o baço e a medula óssea são os órgãos responsáveis pela hematopoese, formação e desenvolvimento das células sanguíneas. São também denominados órgãos hematopoiéticos.
As funções do fígado são as seguintes:
- Integração entre os vários mecanismos energéticos do organismo.
- Armazenar e metabolizar as vitaminas.
- Fazer a síntese das proteínas plasmáticas.
- Desintoxicação de toxinas químicas produzidas pelo organismo.
- Desintoxicação de toxinas químicas externas ao organismo.
- Filtragem mecânica de bactérias.
- Controlar o equilibrio hidro-salínico normal.
- Secreção da bile.
As múltiplas funções do fígado
Ele executa mais de 500 funções no organismo humano - mesmo
quando é cortado pela metade
Por Suzel Tunes
Ele participa do processo de digestão, armazena vitaminas, anula o efeito de drogas, estoca energia, produz compostos necessários à coagulação do sangue - apenas para citar alguns de seus trabalhos mais conhecidos. É de se imaginar que um órgão assim tão importante deva ser extremamente complexo, de difícil tratamento. E ele é, de fato. O fígado ainda representa um intrincado desafio para a medicina. Tanto que ainda não existe remédio capaz de reavivar as funções de um fígado que já entrou em falência. Uma vez mortas, as células hepáticas (de hepar, palavra grega para fígado) não se recuperam. Contudo, se é difícil curar um fígado doente, a incrível versatilidade de um fígado saudável tem dado esperança de vida a milhares de pessoas em todo o mundo.
Ele é um dos órgãos mais propícios ao transplante, causando menos rejeição do que outros já rotineiramente transplantados, como coração ou rins. Outra característica peculiar desse órgão é sua capacidade de continuar funcionando mesmo quando é cortado ao meio: o fígado é capaz de se regenerar, voltando ao tamanho normal. Assim, um mesmo órgão pode ser usado para salvar a vida de duas pessoas. Ou um simples pedaço do fígado de uma pessoa saudável pode salvar a vida de outra. Por isso, é na área dos transplantes que os hepatologistas têm obtido as maiores conquistas.
No Brasil, façanhas desse tipo já fazem parte da rotina dos grandes hospitais. Os médicos Eduardo Carone e Paulo Chap Chap, hepatologistas do Hospital Sírio Libanês, de São Paulo, pioneiros nessa área, dominam a técnica do split liver, em que um fígado é cortado em duas partes e transplantado em duas pessoas, geralmente um adulto e uma criança.
Sem seqüelas
Em 1995, eles já haviam realizado o primeiro transplante intervivos do Brasil, técnica em que uma pessoa saudável doa um pedaço de seu fígado para outra. Como o órgão se regenera, o doador não sofre seqüelas: "O fígado funciona mesmo se lhe forem extirpados 80% de seu volume e volta ao normal em dois ou três meses", tranqüiliza Carone. Foi o que ocorreu recentemente em um transplante realizado pelo médico Hoel Sette Jr., da clínica Pró-Fígado, de São Paulo: "Um rapaz doou um de seus rins e 70% de seu fígado ao pai doente. Após 15 dias de internação, ambos já estavam em casa", comemora ele.
Contudo, nem todas essas técnicas estão sendo capazes de eliminar a angustiante fila de espera dos transplantes, que chega a durar até dois anos, enquanto uma hepatite fulminante pode matar no prazo de três a quatro semanas. A urgência é tanta que, cada vez mais, os médicos estão sendo forçados a transplantar órgãos que, em condições normais, seriam rejeitados: são fígados pertencentes a pacientes que sofreram parada cardíaca, ou permaneceram por muito tempo na UTI, ou, ainda, contaminados por vírus de hepatite. Eles estão sendo usados nos casos em que o receptor não pode esperar mais, geralmente em pacientes de câncer, cirrose avançada ou hepatite fulminante (veja quadro).
Troca rápida
Por enquanto, substituir o mais rápido possível o órgão falido é o máximo que a medicina pode fazer para salvar a vida desses pacientes. Mas, segundo Paulo Chap Chap, já existem linhas de pesquisa que apontam para a produção do chamado fígado bioartificial, um equipamento semelhante à máquina de diálise, usada pelos pacientes de insuficiência renal. Dotada de membranas com células hepáticas, ela é capaz de exercer temporariamente as funções do fígado, enquanto o paciente aguarda um transplante. Também tenta-se construir células do fígado em laboratório e estuda-se até o uso do órgão de animais, especialmente porcos. É claro que nada disso ocorrerá a curto prazo, devido à própria complexidade do órgão. "O fígado tem múltiplas funções metabólicas", explica Chap Chap. "Como um grande laboratório, ele produz uma imensa quantidade de substâncias químicas envolvidas em atividades vitais do organismo." Os especialistas enumeram em cerca de 500 as funções do fígado, das quais se destacam:
Estocagem da energia
O fígado ajuda a regular as taxas de glicose (açúcar) no sangue, estocando-a na forma de glicogênio. Quando o nível de glicose no sangue está baixo - horas após uma refeição, por exemplo -, ele converte o glicogênio em glicose e devolve-o ao sangue para que atinja partes do corpo que dele necessitem. O cérebro é um desses órgãos que requer um abastecimento regular de glicose.
Armazenagem de vitaminas e sais minerais
Ele estoca vitaminas lipossolúveis, como A, D, E e K, a hidrossolúvel B12 (fator antianêmico) e minerais como ferro e cobre, que são adquiridos pela alimentação.
Limpeza do sangue
Tem ação reguladora da composição do sangue. Juntamente com o baço, elimina os glóbulos vermelhos envelhecidos, sendo capaz de filtrar cerca de 1,2 litros de sangue por minuto. Quando o organismo precisa de sangue, recorre às reservas do fígado, pois a quantidade de sangue que aflui a este órgão é um quarto do total que circula no corpo.
Síntese de gorduras
O fígado sintetiza lipoproteínas, colesterol e fosfolipídios, que são os componentes essenciais das membranas plasmáticas. As células do fígado também usam colesterol para a produção da bile, substância química com capacidades digestivas.
Síntese da bile
Uma das principais funções do fígado é a secreção da bile, um líquido alcalino e amargo contendo água, bicarbonato de sódio, sais biliares, pigmentos, colesterol e bilirrubina, entre outros elementos. Cerca de um litro de bile é secretado pelo fígado todos os dias. Ela é estocada na vesícula biliar, em uma forma altamente concentrada até que seja exigido para quebrar gorduras. Os sais biliares atuam como detergentes, emulsionando as gorduras e fragmentando as suas gotículas, para aumentar sua superfície de exposição às enzimas e, assim, facilitar a transformação química necessária à perfeita absorção pelo organismo.
Não por acaso, o fígado é o maior órgão interno do corpo humano, perdendo em extensão apenas para a pele, que é um órgão externo. Pesa cerca de um quilo e meio na idade adulta. Crianças têm geralmente um abdômen grande por causa do tamanho do fígado, desproporcionalmente volumoso. Na maioria das crianças, ele ocupa cerca de 40% da cavidade abdominal e é responsável por aproximadamente 4% do total do peso corporal. Em um adulto, representa cerca de 2,5% do peso total.
Aparentemente lisa, na realidade a superfície desse órgão é composta por 50 mil a 100 mil pequenos lóbulos, cada um dos quais com uma veia central no seu interior. De cada veia irradiam-se centenas de células, entretecidas numa rede de microscópicos canalículos biliares e vasos sangüíneos chamados de sinusóides, que transportam às células hepáticas o sangue carregado de oxigênio e nutrientes.
Sexo seguro
A manutenção da saúde desse complexo órgão independe, ao contrário do que muita gente pensa, da dieta adotada. Não é, por exemplo, uma dieta rica em gorduras que irá provocar distúrbios do fígado, embora moderação na ingestão de alimentos gordurosos seja uma medida sábia para a saúde em geral. Mas, especificamente no caso do fígado, o que se deve evitar é, em primeiro lugar, o abuso do álcool, responsável por grande parte dos casos de cirrose diagnosticados no Brasil (leia quadro). Combater a hepatite é outra medida preventiva fundamental. Os vírus que causam as hepatites dos tipos B e C eventualmente evoluem para uma cirrose ou um câncer de fígado. E seu portador pode viver anos contaminado - e contaminando outras pessoas - até que apareçam os primeiros sintomas. Segundo Paulo Chap Chap, estima-se que 1,5% da população seja portadora do vírus da hepatite C. Esse dado foi aferido com base na porcentagem de contaminação encontrada nas doações aos bancos de sangue. A hepatite B pode ser evitada com vacinação. Contra o vírus C ainda não há uma vacina eficaz. Contudo, como sua contaminação é semelhante à da aids (pelo sangue e esperma), sua prevenção também é a mesma: sexo seguro, sempre. "A prevenção da aids, com a melhora da qualidade dos bancos de sangue e o uso dos preservativos, também está nos ajudando a evitar doenças do fígado", comemora o hepatologista Eduardo Carone.
Pedra na vesícula
A vesícula biliar e a digestão
A vesícula biliar assemelha-se a uma pequena pêra e fica debaixo do fígado. Trata-se de um reservatório para o armazenamento da bile, líquido fundamental à digestão das gorduras, produzido pelo fígado. A vesícula é capaz de armazenar toda a bile produzida durante 12 horas pelas células hepáticas e levada até ela pelo canal cístico. Nesse reservatório, a bile perde parte da água que contém e fica concentrada. Quando os alimentos, especialmente os gordurosos, passam pelo duodeno (primeira porção do intestino delgado), quimioreceptores são estimulados, provocando a formação do hormônio colecistoquinina. Esse hormônio promove a contração da vesícula biliar. Ao contrair-se, ela lança a bile sobre o quimo (comida misturada com suco gástrico) que está passando pelo duodeno.
As chamadas pedras, ou cálculos, da vesícula, são formadas pela cristalização de substâncias que compõem a bile, como colesterol e
bilirrubina. As pedras freqüentemente obstruem a passagem da bile para o duodeno, causando fortes dores e interferindo na absorção das
gorduras.
Quando isso acontece, a remoção da vesícula (colecistectomia) costuma ser o procedimento mais indicado. A retirada da pedras por raio laser tem um caráter meramente paliativo, pois não impedem a formação de outras.
Viver sem a vesícula biliar é perfeitamente possível, pois a bile, nesse caso, passa a fluir diretamente do fígado para o intestino delgado. Só que o tempo de digestão, principalmente dos alimentos mais gordurosos, tende a aumentar. A bile vinda diretamente do fígado não está na concentração ideal, nem é liberada nos momentos e em quantidades certas. Por isso, a digestão de certos alimentos tende a se tornar mais difícil e lenta.
Os males e a prevenção
As doenças que podem destruir o fígado
Cirrose - Doença crônica caracterizada pela destruição das células hepáticas e sua substituição por tecido cicatricial. Esses danos são irreversíveis e, se a causa da doença não for tratada a tempo, o processo leva à falência total do fígado e à morte. A cirrose ocorre mais freqüentemente em alcoólatras, especialmente se sua dieta é pobre. O álcool lesa diretamente a célula hepática, alterando seu metabolismo e provocando sua morte. A cirrose pode ser também decorrente de uma insuficiência cardíaca ou uma hepatite.
Hepatite - É uma infecção do fígado, que pode ser viral ou não viral (geralmente provocada por drogas). Existem três formas conhecidas de hepatite viral: tipo A, B ou C. Recentemente, foi descoberto um novo vírus, o G, mas ainda não se sabe se ele também causa a doença. A hepatite tipo A é chamada de infecciosa e é transmitida por alimentos contaminados (principalmente frutos do mar), água, leite, sêmen, lágrimas e fezes. É uma doença geralmente benigna, mas que, em alguns casos mais raros, pode vir na forma de uma infecção fulminante, que mata em duas a três semanas. Uma pessoa que contraia hepatite tipo A não se torna um portador, mas um paciente afetado com tipo B carrega a doença por um período indefinido. A hepatite B é transmitida pelo sangue, saliva ou sêmen, e usualmente tem uma evolução lenta e prolongada (de 40 a 100 dias). Alguns portadores do vírus B (VHB), no entanto, desenvolvem hepatite crônica, que pode evoluir para cirrose ou câncer de fígado.
Embora hepatite B e aids tenham as mesmas formas de transmissão (contato sexual, sangue contaminado), o VHB é aproximadamente 100 vezes mais contagioso que o vírus da aids. A terceira forma conhecida de hepatite é a tipo C, que geralmente resulta de transfusões de sangue contaminado e também pode evoluir para uma cirrose. O tratamento é feito com drogas que melhoram o sistema imunológico, como o interferon. Mas o medicamento tem fortes efeitos colaterais e nem todos os pacientes respondem positivamente. Por isso, o melhor meio de evitar o problema é o aprimoramento na qualidade dos bancos de sangue, o uso de preservativo nas relações sexuais e a vacinação, já existente para os vírus A e B. As hepatites não virais são geralmente causadas pela exposição a substâncias químicas ou drogas como o álcool, agrotóxicos, fósforo, mercúrio, tetracloreto de carbono e alguns medicamentos antidepressivos e anticancerígenos.
Icterícia - É o aumento da quantidade de bile em circulação no sangue, tornando a pele e a esclera (branco do olho) amarelados, devido ao pigmento da bile, a bilirrubina.
Ela pode ter três diferentes causas:
1 - Icterícia hemolítica: ocorre quando as células vermelhas do sangue são destruídas em um número maior do que o fígado é capaz de suportar. Ela pode ser provocada por distúrbios sangüíneos, como anemia falciforme, talassemia e malária.
2 - Icterícia hepática: a habilidade do fígado em absorver bilirrubina fica prejudicada, geralmente devido a uma hepatite viral ou ação de drogas, como álcool e medicamentos. Situação semelhante ocorre na icterícia neonatal: o fígado, imaturo, é incapaz de excretar grandes quantidades de bilirrubina, devido à deficiência na produção de enzimas. Nesse caso, raios ultravioleta são utilizados para estimular as enzimas na pele, evitando que a bilirrubina exceda os níveis aceitáveis no sangue e se deposite no cérebro, provocando deficiência mental.
3 - Icterícia obstrutiva: é produzida quando obstruções no ducto do fígado, provocadas principalmente por cálculos ou tumores, fazem a bilirrubina voltar das células do fígado para dentro dos sinusóides, os vasos capilares sangüíneos que transportam sangue às células hepáticas.
Verdades e mentiras
Problemas de fígado causam enxaqueca?
Não existe nenhuma relação comprovada entre dores de cabeça e problemas renais.
Depois de beber, é bom tomar remédios hepatoprotetores como Epocler e Metiocolin?
Tais medicamentos, vendidos sem receita médica e compostos de sais minerais, aminoácidos e vitaminas, não têm qualquer efeito protetor sobre o fígado. Para quem não quer sofrer danos advindos do álcool, só existe um conselho: beber com moderação.
Alimentos gordurosos "atacam" o fígado?
Não. Vítimas de insuficiência renal podem ter dificuldades em digerir gorduras por distúrbios no metabolismo da bile. Da mesma forma, pedras na vesícula podem impedir a passagem da bile, que é uma substância essencial na digestão das gorduras. Mas quem possui um fígado saudável pode ingerir gorduras sem problema.
Alcachofra é bom para o fígado?
Puro folclore. Alcachofra é apenas um saboroso alimento.
Fonte: dr. Hoel Sette Jr., Clínica Pró-Fígado
O inimigo número1
Como o álcool destrói o fígado
Em todo o mundo, o alcoolismo é uma das principais causas das doenças hepáticas. O etanol exerce ação tóxica direta no fígado, uma vez que seu metabolismo se processa principalmente nesse órgão. Quanto mais a pessoa bebe, mais o fígado vai aumentando sua capacidade de metabolismo, o que se traduz num aumento da tolerância ao álcool. Mas o organismo paga um preço alto por esse excesso de trabalho: com o tempo, surgem alterações nas células hepáticas. Inicialmente, ocorre uma esteatose, ou seja, o acúmulo de gordura no órgão, tornando-o amarelo e aumentado. Essa lesão ainda é reversível, mas, se o paciente não abandonar a bebida, pode evoluir para necrose (morte) das células e formação de fibroses (cicatrizes), caracterizando o que os médicos chamam de hepatite alcoólica. Mais grave ainda é a cirrose: em sua fase avançada, o fígado encolhe e tem suas funções comprometidas de forma irreversível.
Embora normalmente sejam necessárias doses elevadas de etanol para provocar uma hepatite alcoólica ou cirrose, alguns homens podem desenvolver uma doença hepática com apenas 40 gramas de álcool puro por dia, o equivalente a duas doses de bebida destilada (pinga, por exemplo). Nas mulheres, a metade disso já pode causar os mesmos efeitos nocivos. Isso se explica porque a mulher absorve 30% mais de álcool que o homem. O organismo feminino tem mais dificuldade para metabolizar o álcool, provavelmente por ter mais gordura e menos água que o masculino, o que leva a um aumento da concentração alcoólica no sangue. E o pior é que o número de mulheres viciadas em álcool está aumentando. Segundo a Organização Mundial da Saúde, enquanto na década de 70 havia no país uma mulher alcoólatra para cada 20 homens, hoje a relação é de 1 para 7. Vale lembrar, no entanto, que o alcoolismo não apenas causa doenças, mas é também, em si, uma doença, que requer tratamento e pode ser curada.
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ATENÇÃO - Todo artigo aqui apresentado deve ser utilizado apenas para fins de informação e pesquisa.
Consulte sempre seu médico a respeito de qualquer dúvida relacionada à doenças, sintomas,diagnósticos e efeitos colaterais. Certo e combinado?
O fígado é o maior órgão do corpo humano. Ele pesa cerca de 1,5 quilo e se localiza no lado direito, no quadrante superior da cavidade abdominal , protegido pelas costelas.
O fígado se divide em dois lobos (partes). O lobo direito é seis vezes maior que o esquerdo. O órgão é totalmente recoberto pelo peritônio e é irrigado pela artéria hepática, recebendo sangue venoso do baço e intestinos pela veia porta. Abaixo do lobo direito situa-se a vesícula biliar, uma bolsa de 9 cm, aproximadamente, que tem a capacidade de coletar cerca de 50 ml de bile produzida pelo fígado.
O fígado, junto com o baço e a medula óssea são os órgãos responsáveis pela hematopoese, formação e desenvolvimento das células sanguíneas. São também denominados órgãos hematopoiéticos.
As funções do fígado são as seguintes:
- Integração entre os vários mecanismos energéticos do organismo.
- Armazenar e metabolizar as vitaminas.
- Fazer a síntese das proteínas plasmáticas.
- Desintoxicação de toxinas químicas produzidas pelo organismo.
- Desintoxicação de toxinas químicas externas ao organismo.
- Filtragem mecânica de bactérias.
- Controlar o equilibrio hidro-salínico normal.
- Secreção da bile.
As múltiplas funções do fígado
Ele executa mais de 500 funções no organismo humano - mesmo
quando é cortado pela metade
Por Suzel Tunes
Ele participa do processo de digestão, armazena vitaminas, anula o efeito de drogas, estoca energia, produz compostos necessários à coagulação do sangue - apenas para citar alguns de seus trabalhos mais conhecidos. É de se imaginar que um órgão assim tão importante deva ser extremamente complexo, de difícil tratamento. E ele é, de fato. O fígado ainda representa um intrincado desafio para a medicina. Tanto que ainda não existe remédio capaz de reavivar as funções de um fígado que já entrou em falência. Uma vez mortas, as células hepáticas (de hepar, palavra grega para fígado) não se recuperam. Contudo, se é difícil curar um fígado doente, a incrível versatilidade de um fígado saudável tem dado esperança de vida a milhares de pessoas em todo o mundo.
Ele é um dos órgãos mais propícios ao transplante, causando menos rejeição do que outros já rotineiramente transplantados, como coração ou rins. Outra característica peculiar desse órgão é sua capacidade de continuar funcionando mesmo quando é cortado ao meio: o fígado é capaz de se regenerar, voltando ao tamanho normal. Assim, um mesmo órgão pode ser usado para salvar a vida de duas pessoas. Ou um simples pedaço do fígado de uma pessoa saudável pode salvar a vida de outra. Por isso, é na área dos transplantes que os hepatologistas têm obtido as maiores conquistas.
No Brasil, façanhas desse tipo já fazem parte da rotina dos grandes hospitais. Os médicos Eduardo Carone e Paulo Chap Chap, hepatologistas do Hospital Sírio Libanês, de São Paulo, pioneiros nessa área, dominam a técnica do split liver, em que um fígado é cortado em duas partes e transplantado em duas pessoas, geralmente um adulto e uma criança.
Sem seqüelas
Em 1995, eles já haviam realizado o primeiro transplante intervivos do Brasil, técnica em que uma pessoa saudável doa um pedaço de seu fígado para outra. Como o órgão se regenera, o doador não sofre seqüelas: "O fígado funciona mesmo se lhe forem extirpados 80% de seu volume e volta ao normal em dois ou três meses", tranqüiliza Carone. Foi o que ocorreu recentemente em um transplante realizado pelo médico Hoel Sette Jr., da clínica Pró-Fígado, de São Paulo: "Um rapaz doou um de seus rins e 70% de seu fígado ao pai doente. Após 15 dias de internação, ambos já estavam em casa", comemora ele.
Contudo, nem todas essas técnicas estão sendo capazes de eliminar a angustiante fila de espera dos transplantes, que chega a durar até dois anos, enquanto uma hepatite fulminante pode matar no prazo de três a quatro semanas. A urgência é tanta que, cada vez mais, os médicos estão sendo forçados a transplantar órgãos que, em condições normais, seriam rejeitados: são fígados pertencentes a pacientes que sofreram parada cardíaca, ou permaneceram por muito tempo na UTI, ou, ainda, contaminados por vírus de hepatite. Eles estão sendo usados nos casos em que o receptor não pode esperar mais, geralmente em pacientes de câncer, cirrose avançada ou hepatite fulminante (veja quadro).
Troca rápida
Por enquanto, substituir o mais rápido possível o órgão falido é o máximo que a medicina pode fazer para salvar a vida desses pacientes. Mas, segundo Paulo Chap Chap, já existem linhas de pesquisa que apontam para a produção do chamado fígado bioartificial, um equipamento semelhante à máquina de diálise, usada pelos pacientes de insuficiência renal. Dotada de membranas com células hepáticas, ela é capaz de exercer temporariamente as funções do fígado, enquanto o paciente aguarda um transplante. Também tenta-se construir células do fígado em laboratório e estuda-se até o uso do órgão de animais, especialmente porcos. É claro que nada disso ocorrerá a curto prazo, devido à própria complexidade do órgão. "O fígado tem múltiplas funções metabólicas", explica Chap Chap. "Como um grande laboratório, ele produz uma imensa quantidade de substâncias químicas envolvidas em atividades vitais do organismo." Os especialistas enumeram em cerca de 500 as funções do fígado, das quais se destacam:
Estocagem da energia
O fígado ajuda a regular as taxas de glicose (açúcar) no sangue, estocando-a na forma de glicogênio. Quando o nível de glicose no sangue está baixo - horas após uma refeição, por exemplo -, ele converte o glicogênio em glicose e devolve-o ao sangue para que atinja partes do corpo que dele necessitem. O cérebro é um desses órgãos que requer um abastecimento regular de glicose.
Armazenagem de vitaminas e sais minerais
Ele estoca vitaminas lipossolúveis, como A, D, E e K, a hidrossolúvel B12 (fator antianêmico) e minerais como ferro e cobre, que são adquiridos pela alimentação.
Limpeza do sangue
Tem ação reguladora da composição do sangue. Juntamente com o baço, elimina os glóbulos vermelhos envelhecidos, sendo capaz de filtrar cerca de 1,2 litros de sangue por minuto. Quando o organismo precisa de sangue, recorre às reservas do fígado, pois a quantidade de sangue que aflui a este órgão é um quarto do total que circula no corpo.
Síntese de gorduras
O fígado sintetiza lipoproteínas, colesterol e fosfolipídios, que são os componentes essenciais das membranas plasmáticas. As células do fígado também usam colesterol para a produção da bile, substância química com capacidades digestivas.
Síntese da bile
Uma das principais funções do fígado é a secreção da bile, um líquido alcalino e amargo contendo água, bicarbonato de sódio, sais biliares, pigmentos, colesterol e bilirrubina, entre outros elementos. Cerca de um litro de bile é secretado pelo fígado todos os dias. Ela é estocada na vesícula biliar, em uma forma altamente concentrada até que seja exigido para quebrar gorduras. Os sais biliares atuam como detergentes, emulsionando as gorduras e fragmentando as suas gotículas, para aumentar sua superfície de exposição às enzimas e, assim, facilitar a transformação química necessária à perfeita absorção pelo organismo.
Não por acaso, o fígado é o maior órgão interno do corpo humano, perdendo em extensão apenas para a pele, que é um órgão externo. Pesa cerca de um quilo e meio na idade adulta. Crianças têm geralmente um abdômen grande por causa do tamanho do fígado, desproporcionalmente volumoso. Na maioria das crianças, ele ocupa cerca de 40% da cavidade abdominal e é responsável por aproximadamente 4% do total do peso corporal. Em um adulto, representa cerca de 2,5% do peso total.
Aparentemente lisa, na realidade a superfície desse órgão é composta por 50 mil a 100 mil pequenos lóbulos, cada um dos quais com uma veia central no seu interior. De cada veia irradiam-se centenas de células, entretecidas numa rede de microscópicos canalículos biliares e vasos sangüíneos chamados de sinusóides, que transportam às células hepáticas o sangue carregado de oxigênio e nutrientes.
Sexo seguro
A manutenção da saúde desse complexo órgão independe, ao contrário do que muita gente pensa, da dieta adotada. Não é, por exemplo, uma dieta rica em gorduras que irá provocar distúrbios do fígado, embora moderação na ingestão de alimentos gordurosos seja uma medida sábia para a saúde em geral. Mas, especificamente no caso do fígado, o que se deve evitar é, em primeiro lugar, o abuso do álcool, responsável por grande parte dos casos de cirrose diagnosticados no Brasil (leia quadro). Combater a hepatite é outra medida preventiva fundamental. Os vírus que causam as hepatites dos tipos B e C eventualmente evoluem para uma cirrose ou um câncer de fígado. E seu portador pode viver anos contaminado - e contaminando outras pessoas - até que apareçam os primeiros sintomas. Segundo Paulo Chap Chap, estima-se que 1,5% da população seja portadora do vírus da hepatite C. Esse dado foi aferido com base na porcentagem de contaminação encontrada nas doações aos bancos de sangue. A hepatite B pode ser evitada com vacinação. Contra o vírus C ainda não há uma vacina eficaz. Contudo, como sua contaminação é semelhante à da aids (pelo sangue e esperma), sua prevenção também é a mesma: sexo seguro, sempre. "A prevenção da aids, com a melhora da qualidade dos bancos de sangue e o uso dos preservativos, também está nos ajudando a evitar doenças do fígado", comemora o hepatologista Eduardo Carone.
Pedra na vesícula
A vesícula biliar e a digestão
A vesícula biliar assemelha-se a uma pequena pêra e fica debaixo do fígado. Trata-se de um reservatório para o armazenamento da bile, líquido fundamental à digestão das gorduras, produzido pelo fígado. A vesícula é capaz de armazenar toda a bile produzida durante 12 horas pelas células hepáticas e levada até ela pelo canal cístico. Nesse reservatório, a bile perde parte da água que contém e fica concentrada. Quando os alimentos, especialmente os gordurosos, passam pelo duodeno (primeira porção do intestino delgado), quimioreceptores são estimulados, provocando a formação do hormônio colecistoquinina. Esse hormônio promove a contração da vesícula biliar. Ao contrair-se, ela lança a bile sobre o quimo (comida misturada com suco gástrico) que está passando pelo duodeno.
As chamadas pedras, ou cálculos, da vesícula, são formadas pela cristalização de substâncias que compõem a bile, como colesterol e
bilirrubina. As pedras freqüentemente obstruem a passagem da bile para o duodeno, causando fortes dores e interferindo na absorção das
gorduras.
Quando isso acontece, a remoção da vesícula (colecistectomia) costuma ser o procedimento mais indicado. A retirada da pedras por raio laser tem um caráter meramente paliativo, pois não impedem a formação de outras.
Viver sem a vesícula biliar é perfeitamente possível, pois a bile, nesse caso, passa a fluir diretamente do fígado para o intestino delgado. Só que o tempo de digestão, principalmente dos alimentos mais gordurosos, tende a aumentar. A bile vinda diretamente do fígado não está na concentração ideal, nem é liberada nos momentos e em quantidades certas. Por isso, a digestão de certos alimentos tende a se tornar mais difícil e lenta.
Os males e a prevenção
As doenças que podem destruir o fígado
Cirrose - Doença crônica caracterizada pela destruição das células hepáticas e sua substituição por tecido cicatricial. Esses danos são irreversíveis e, se a causa da doença não for tratada a tempo, o processo leva à falência total do fígado e à morte. A cirrose ocorre mais freqüentemente em alcoólatras, especialmente se sua dieta é pobre. O álcool lesa diretamente a célula hepática, alterando seu metabolismo e provocando sua morte. A cirrose pode ser também decorrente de uma insuficiência cardíaca ou uma hepatite.
Hepatite - É uma infecção do fígado, que pode ser viral ou não viral (geralmente provocada por drogas). Existem três formas conhecidas de hepatite viral: tipo A, B ou C. Recentemente, foi descoberto um novo vírus, o G, mas ainda não se sabe se ele também causa a doença. A hepatite tipo A é chamada de infecciosa e é transmitida por alimentos contaminados (principalmente frutos do mar), água, leite, sêmen, lágrimas e fezes. É uma doença geralmente benigna, mas que, em alguns casos mais raros, pode vir na forma de uma infecção fulminante, que mata em duas a três semanas. Uma pessoa que contraia hepatite tipo A não se torna um portador, mas um paciente afetado com tipo B carrega a doença por um período indefinido. A hepatite B é transmitida pelo sangue, saliva ou sêmen, e usualmente tem uma evolução lenta e prolongada (de 40 a 100 dias). Alguns portadores do vírus B (VHB), no entanto, desenvolvem hepatite crônica, que pode evoluir para cirrose ou câncer de fígado.
Embora hepatite B e aids tenham as mesmas formas de transmissão (contato sexual, sangue contaminado), o VHB é aproximadamente 100 vezes mais contagioso que o vírus da aids. A terceira forma conhecida de hepatite é a tipo C, que geralmente resulta de transfusões de sangue contaminado e também pode evoluir para uma cirrose. O tratamento é feito com drogas que melhoram o sistema imunológico, como o interferon. Mas o medicamento tem fortes efeitos colaterais e nem todos os pacientes respondem positivamente. Por isso, o melhor meio de evitar o problema é o aprimoramento na qualidade dos bancos de sangue, o uso de preservativo nas relações sexuais e a vacinação, já existente para os vírus A e B. As hepatites não virais são geralmente causadas pela exposição a substâncias químicas ou drogas como o álcool, agrotóxicos, fósforo, mercúrio, tetracloreto de carbono e alguns medicamentos antidepressivos e anticancerígenos.
Icterícia - É o aumento da quantidade de bile em circulação no sangue, tornando a pele e a esclera (branco do olho) amarelados, devido ao pigmento da bile, a bilirrubina.
Ela pode ter três diferentes causas:
1 - Icterícia hemolítica: ocorre quando as células vermelhas do sangue são destruídas em um número maior do que o fígado é capaz de suportar. Ela pode ser provocada por distúrbios sangüíneos, como anemia falciforme, talassemia e malária.
2 - Icterícia hepática: a habilidade do fígado em absorver bilirrubina fica prejudicada, geralmente devido a uma hepatite viral ou ação de drogas, como álcool e medicamentos. Situação semelhante ocorre na icterícia neonatal: o fígado, imaturo, é incapaz de excretar grandes quantidades de bilirrubina, devido à deficiência na produção de enzimas. Nesse caso, raios ultravioleta são utilizados para estimular as enzimas na pele, evitando que a bilirrubina exceda os níveis aceitáveis no sangue e se deposite no cérebro, provocando deficiência mental.
3 - Icterícia obstrutiva: é produzida quando obstruções no ducto do fígado, provocadas principalmente por cálculos ou tumores, fazem a bilirrubina voltar das células do fígado para dentro dos sinusóides, os vasos capilares sangüíneos que transportam sangue às células hepáticas.
Verdades e mentiras
Problemas de fígado causam enxaqueca?
Não existe nenhuma relação comprovada entre dores de cabeça e problemas renais.
Depois de beber, é bom tomar remédios hepatoprotetores como Epocler e Metiocolin?
Tais medicamentos, vendidos sem receita médica e compostos de sais minerais, aminoácidos e vitaminas, não têm qualquer efeito protetor sobre o fígado. Para quem não quer sofrer danos advindos do álcool, só existe um conselho: beber com moderação.
Alimentos gordurosos "atacam" o fígado?
Não. Vítimas de insuficiência renal podem ter dificuldades em digerir gorduras por distúrbios no metabolismo da bile. Da mesma forma, pedras na vesícula podem impedir a passagem da bile, que é uma substância essencial na digestão das gorduras. Mas quem possui um fígado saudável pode ingerir gorduras sem problema.
Alcachofra é bom para o fígado?
Puro folclore. Alcachofra é apenas um saboroso alimento.
Fonte: dr. Hoel Sette Jr., Clínica Pró-Fígado
O inimigo número1
Como o álcool destrói o fígado
Em todo o mundo, o alcoolismo é uma das principais causas das doenças hepáticas. O etanol exerce ação tóxica direta no fígado, uma vez que seu metabolismo se processa principalmente nesse órgão. Quanto mais a pessoa bebe, mais o fígado vai aumentando sua capacidade de metabolismo, o que se traduz num aumento da tolerância ao álcool. Mas o organismo paga um preço alto por esse excesso de trabalho: com o tempo, surgem alterações nas células hepáticas. Inicialmente, ocorre uma esteatose, ou seja, o acúmulo de gordura no órgão, tornando-o amarelo e aumentado. Essa lesão ainda é reversível, mas, se o paciente não abandonar a bebida, pode evoluir para necrose (morte) das células e formação de fibroses (cicatrizes), caracterizando o que os médicos chamam de hepatite alcoólica. Mais grave ainda é a cirrose: em sua fase avançada, o fígado encolhe e tem suas funções comprometidas de forma irreversível.
Embora normalmente sejam necessárias doses elevadas de etanol para provocar uma hepatite alcoólica ou cirrose, alguns homens podem desenvolver uma doença hepática com apenas 40 gramas de álcool puro por dia, o equivalente a duas doses de bebida destilada (pinga, por exemplo). Nas mulheres, a metade disso já pode causar os mesmos efeitos nocivos. Isso se explica porque a mulher absorve 30% mais de álcool que o homem. O organismo feminino tem mais dificuldade para metabolizar o álcool, provavelmente por ter mais gordura e menos água que o masculino, o que leva a um aumento da concentração alcoólica no sangue. E o pior é que o número de mulheres viciadas em álcool está aumentando. Segundo a Organização Mundial da Saúde, enquanto na década de 70 havia no país uma mulher alcoólatra para cada 20 homens, hoje a relação é de 1 para 7. Vale lembrar, no entanto, que o alcoolismo não apenas causa doenças, mas é também, em si, uma doença, que requer tratamento e pode ser curada.
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ATENÇÃO - Todo artigo aqui apresentado deve ser utilizado apenas para fins de informação e pesquisa.
Consulte sempre seu médico a respeito de qualquer dúvida relacionada à doenças, sintomas,diagnósticos e efeitos colaterais. Certo e combinado?
9.16.2007
QUALIDADE como filosofia de trabalho
Qualidade e Produção
Não se pode querer estudar produção, ou tecnologias de produção, sem ter em mente os princípios e valores que norteiam a filosofia da qualidade total, e neste capítulo vamos nos interar desta metodologia.
-
Várias são as definições, até porque a qualidade total é dinâmica e tende a evoluir de acordo com a cultura empresarial e as transformações que ocorrem na sociedade e nas empresas.
--
Foco Convencional(errado) da Qualidade:
--Qualidade é um conceito vago, subjetivo, não dá para definir. Você só conhece quando vê.
-Qualidade é atender as necessidades e superar expectativas dos clientes
-É um luxo que custa mais caro Economiza tempo e dinheiro com a redução dos desperdícios.
-Melhora-se a qualidade com uma inspeção mais rigorosa,
-Melhora-se com a prevenção de erros e desvios.
-Trabalho é realizado pelas funções – divisão vertical. Trabalho é um processo integrado - horizontal.
-Rejeição de 10% é aceitável.
-O objetivo é zero defeito.
-Quantidade compensa a menor qualidade Sem qualidade não importa a quantidade
-Fornecedores são adversários dos quais devemos sempre tirar vantagem Fornecedores são parceiros para reduzir custos e aumentar a produtividade
-Clientes estão fora do sistema.
-Qualidade só se alcança com mais recursos.
-Qualidade pode ser alcançada com os recursos disponíveis.
-É assunto para especialistas.
-É para grandes empresas.
Por que Implantar a Qualidade:
Segurança no mercado
Novos mercados
Redução de custos – racionalização de processos, redução de desperdícios, eliminação do retrabalho, fim da burocracia e controles desnecessários.
Criação de novos negócios
Clima de incentivo e participação
Direcionamento
Retorno – ampliação da rentabilidade
Busca de efetividade:
Eficiência Eficácia
Fazer acerto as coisas Fazer as coisas certas
Resolver problemas Produzir soluções criativas
Economizar recursos Maximiza recursos
Cumprir o dever Obter resultados
Reduzir custos Aumentar lucros
Aplicar tempo e esforço em todas Aplicar em pontos prioritários
as áreas
Eficiência = resultado atingido / esforço aplicado
Eficácia = resultados atingidos / resultados esperados
Não existe nada mais inútil do que fazer com grande eficiência as coisas que não precisam ser feitas.
Definições de Qualidade Total:
Definição transcendental - Nessa definição entende-se qualidade como sendo constituída de padrões elevadíssimos, universalmente reconhecidos.
Definição focada no produto - A qualidade é constituída de variáveis e atributos que podem ser medidos e controlados.
Definição focada no usuário - O conceito corrente de que produto é o que o cliente compra faz entender que essa definição de qualidade é muito importante para a manutenção da competitividade da empresa.
Definição focada na fabricação - Essa definição nos leva a buscar melhorias nas técnicas de projeto de produto e de projeto de processos e no estabelecimento de sistemas de normas.
Definição focada no valor - A qualidade está diretamente ligada a relação que o cliente dá ao uso e o preço do produto.
Conceitos abordados por diversos autores:
JOSEPH M. JURAN (1980): A qualidade é a adequação ao uso. Características: enfatiza a necessidade de deixar de lado a euforia exagerada e os slogans de qualidade, destaca o papel do consumidor e do consumidor interno e destaca o envolvimento e o comprometimento da administração. Por sua vez, não se relaciona a outros trabalhos sobre liderança e motivação e é visto como sendo mais forte em sistemas de controle do que nas dimensões humanas das organizações, isto é, chega a desconsiderar a contribuição do trabalhador ao rejeitar as iniciativas participativas.
PHILIP B. CROSBY (1979): Qualidade é a adequação das normas e as especificações. Características: fornece métodos claros e fáceis de seguir, a participação do trabalhador é reconhecida como importante e é forte para explicar a verdadeira qualidade e motivar as pessoas a iniciar o processo de qualidade. Mas também é visto por alguns culpando os trabalhadores pelos problemas de qualidade e enfatizar slogans e lugares comuns ao invés de reconhecer dificuldade genuínas e dá insuficiente ênfase em métodos estatísticos. Máximas da administração da qualidade: Qualidade de conformidade das exigências. Prevenção, não inspeção. O padrão de desempenho deve ser zero defeito. Mensure o preço da não conformidade. Não existe esta figura chamado problema de qualidade. As 14 fases da qualidade:
Cria um envolvimento da administração.
Forme grupos interdepartamentais de qualidade.
Estabeleça mensuração da qualidade. Avalie o custo da qualidade. Estabeleça consciência de qualidade.
Mantenha ação corretiva.
Organize comitê específico para o programa de zero defeito.
Supervisione o treinamento de funcionários.
Estabeleça o dia do zero defeito.
Estabelecimento de metas para os funcionários. Eliminação das causas dos erros. Reconhecimento por cumprimento e superação de metas.
Estabeleça conceitos de qualidade. Faça repetidamente.
ORG. EUROPÉIA DE CONTROLE DA QUALIDADE (1972): Qualidade é condição necessária de aptidão para o fim a que se destina.
JENKINS (1971): Qualidade é o grau de ajuste e de um produto à demanda que pretende satisfazer.
ARMAND FEIGENBAUM (1986): A qualidade é uma questão de o produto ser adequado com relação ao uso e ao preço. Um sistema eficaz para integrar esforços de desenvolvimento, manutenção e melhoria da qualidade dos vários grupos de uma organização, permitindo levar a produção e o serviço aos níveis mais econômicos da operação e que atendam plenamente a satisfação do consumidor.
Características: fornece abordagem total ao controle de qualidade, enfatiza a importância da administração, inclui idéias de sistemas sócio técnicos e promove a participação de todos funcionários. Por outro lado não faz discriminação entre diferentes contextos de qualidade e não reúne diferentes teorias da administração em um todo coerente.
W. EDWARD DEMING (1986): Qualidade começa com alta administração, é uma atividade estratégica. Qualidade e produtividade aumentam à medida que a variabilidade do processo diminui. Características: fornece lógica sistemática e funcional que identifica estágios da melhoria da qualidade, enfatiza que a administração antecede a tecnologia, liderança e motivação são reconhecidas como importantes, enfatiza o papel dos métodos estatísticos e quantitativos. Mas, seu plano de ação e os princípios metodológicos são muitas vezes vagos e não trata de situações políticas ou coercitivas.
Os 14 pontos para a melhoria da qualidade:
Constância de propósito.
Adote nova filosofia.
Cesse da dependência da inspeção.
Evite ganhar negócio baseando-se em preço.
Melhore constantemente o sistema de produção e serviço.
Institui o treinamento no trabalho.
Institui a liderança.
Elimine o medo.
Rompa barreiras interdepartamentais.
Elimine slogans e exortações.
Elimine cotas ou padrões de trabalho.
Faça com que as pessoas sintam orgulho pelo trabalho.
Institua programas de educação e de auto melhoria.
Coloque todos para trabalhar pelo atingimento das metas.
KAORU ISHIKAWA (1972): Criou o conceito de circulo da qualidade. Características: Oferece ênfase forte na importância da participação das pessoas no processo de solução de problemas, oferece técnicas estatísticas e de orientação para pessoas. Entretanto uma boa parte de seu método de solução de problemas é visto como simplista e não lida adequadamente com a passagem das idéias para ação nos círculos de qualidade.
GENICHI TEGUCHI (1990): Preocupava-se com a qualidade da engenharia, através da utilização do designer do produto, combinado com métodos estatísticos de controle da qualidade. Características: Reconhece a qualidade como assunto da sociedade além da organização, os métodos são desenvolvidos para engenheiros práticos ao invés de estatísticos teóricos e é forte em controle do processo. Sua abordagem negativa está em que a qualidade é controlada principalmente por especialistas ao invés de gerentes e operários e é considerado geralmente fraco para motivar e administrar pessoas.
VICENTE FALCONI CAMPOS(1992): Um produto ou serviço de qualidade é aquele que atende perfeitamente, de forma confiável, de forma acessível, de forma segura e no tempo certo as necessidades do cliente. Principais premissas: Qualidade é uma questão de vida ou morte de sua empresa e só sobreviverá se for a melhor no seu negócio. Qualidade é mudança cultural. É preciso tempo para conduzir as mudanças e se você não dispuser desse tempo não inicie esta longa caminhada. Todos devem estar envolvidos e para isto é necessário emoção, então, reveja suas políticas de recursos humanos e proponha uma visão de futuro compartilhada para todos.
SEBRAE (1997): Qualidade total é a filosofia de gestão que procura alcançar o pleno atendimento das necessidades e a máxima satisfação das expectativas dos clientes ou usuários em todos processos de uma organização.
Para que se entenda melhor o conceito de gerenciamento da qualidade total - TQM, vamos lembrar outros programas e sistemas relativos à qualidade:
CQ - controle da qualidade (desde 1900): consiste no desenvolvimento de sistemas que monitora um projeto, o processo de fabricação, a essência da técnica de um produto ou um serviço.
CEP - controle estatístico de processos (1945): é o controle da qualidade realizado utilizando-se técnicas estatísticas.
ZERO DEFEITO 1960: sistema de gestão da qualidade desenvolvida por CROSBY.
CCQ - Circulo de Controle de Qualidade (1962): reunião de pessoas que investiram problemas de qualidade e existentes ou potenciais.
Sistema de qualidade empresarial (1980): sistema de gestão empresarial baseado na qualidade e desenvolvimento. Desenvolvido por Ishikawa e Deming.
Qualidade garantida (1980): consiste em oferecer uma garantia ao cliente assegurando que o produto ou serviço é confiável.
Qualidade assegurada (1980): a qualidade assegurada está relacionada com aspectos de segurança e de responsabilidade civil quanto o produto ou serviço vendido.
Sistema ISSO 9000 (década 80): sistema para garantia da qualidade de produtos e serviços.
Excelência empresarial (1987): sistema de avaliação de empresa envolvendo múltiplos aspectos.
TQM - TOTAL QUALITY MANAGEMENT: o conceito de gerenciamento da qualidade total é um conceito abrangente que envolve não somente aspectos de qualidade, mas também atividades de benchmarketing, projeto de produtos e de processos, suprimentos, logística, solução de problemas, e está fortemente apoiado nas pessoas da empresa.
Definir qualidade de forma erronia pode levar a gestão da qualidade a ações cuja conseqüência podem ser extremamente sérias para empresa:
1- Qualidade é algo abstrato, sem vida própria, indefinida.
2 - Qualidade é sinônimo de perfeição.
3 - A qualidade nunca muda.
4 - Qualidade é um aspecto subjetivo das pessoas.
5 - Qualidade é a capacidade de um produto ou um serviço tem de sair conforme seu projeto.
6 – Na realidade um requisito mínimo de funcionamento
7 - Qualidade significa classes, estilos ou categorias de produtos ou serviços.
8 - Qualidade é da área que se envolve com essa questão
Princípios da Qualidade Total:
1º - Total satisfação dos clientes.
2º - Gerência Participativa
3º - Desenvolvimento de Recursos Humanos
4º - Constância de Propósitos
5º - Aperfeiçoamento contínuo
6º - Gerência de Processos
7º - Delegação
8º - Disseminação de informações
9º - garantia da qualidade
10º - Não aceitação de erros.
Não se pode querer estudar produção, ou tecnologias de produção, sem ter em mente os princípios e valores que norteiam a filosofia da qualidade total, e neste capítulo vamos nos interar desta metodologia.
-
Várias são as definições, até porque a qualidade total é dinâmica e tende a evoluir de acordo com a cultura empresarial e as transformações que ocorrem na sociedade e nas empresas.
--
Foco Convencional(errado) da Qualidade:
--Qualidade é um conceito vago, subjetivo, não dá para definir. Você só conhece quando vê.
-Qualidade é atender as necessidades e superar expectativas dos clientes
-É um luxo que custa mais caro Economiza tempo e dinheiro com a redução dos desperdícios.
-Melhora-se a qualidade com uma inspeção mais rigorosa,
-Melhora-se com a prevenção de erros e desvios.
-Trabalho é realizado pelas funções – divisão vertical. Trabalho é um processo integrado - horizontal.
-Rejeição de 10% é aceitável.
-O objetivo é zero defeito.
-Quantidade compensa a menor qualidade Sem qualidade não importa a quantidade
-Fornecedores são adversários dos quais devemos sempre tirar vantagem Fornecedores são parceiros para reduzir custos e aumentar a produtividade
-Clientes estão fora do sistema.
-Qualidade só se alcança com mais recursos.
-Qualidade pode ser alcançada com os recursos disponíveis.
-É assunto para especialistas.
-É para grandes empresas.
Por que Implantar a Qualidade:
Segurança no mercado
Novos mercados
Redução de custos – racionalização de processos, redução de desperdícios, eliminação do retrabalho, fim da burocracia e controles desnecessários.
Criação de novos negócios
Clima de incentivo e participação
Direcionamento
Retorno – ampliação da rentabilidade
Busca de efetividade:
Eficiência Eficácia
Fazer acerto as coisas Fazer as coisas certas
Resolver problemas Produzir soluções criativas
Economizar recursos Maximiza recursos
Cumprir o dever Obter resultados
Reduzir custos Aumentar lucros
Aplicar tempo e esforço em todas Aplicar em pontos prioritários
as áreas
Eficiência = resultado atingido / esforço aplicado
Eficácia = resultados atingidos / resultados esperados
Não existe nada mais inútil do que fazer com grande eficiência as coisas que não precisam ser feitas.
Definições de Qualidade Total:
Definição transcendental - Nessa definição entende-se qualidade como sendo constituída de padrões elevadíssimos, universalmente reconhecidos.
Definição focada no produto - A qualidade é constituída de variáveis e atributos que podem ser medidos e controlados.
Definição focada no usuário - O conceito corrente de que produto é o que o cliente compra faz entender que essa definição de qualidade é muito importante para a manutenção da competitividade da empresa.
Definição focada na fabricação - Essa definição nos leva a buscar melhorias nas técnicas de projeto de produto e de projeto de processos e no estabelecimento de sistemas de normas.
Definição focada no valor - A qualidade está diretamente ligada a relação que o cliente dá ao uso e o preço do produto.
Conceitos abordados por diversos autores:
JOSEPH M. JURAN (1980): A qualidade é a adequação ao uso. Características: enfatiza a necessidade de deixar de lado a euforia exagerada e os slogans de qualidade, destaca o papel do consumidor e do consumidor interno e destaca o envolvimento e o comprometimento da administração. Por sua vez, não se relaciona a outros trabalhos sobre liderança e motivação e é visto como sendo mais forte em sistemas de controle do que nas dimensões humanas das organizações, isto é, chega a desconsiderar a contribuição do trabalhador ao rejeitar as iniciativas participativas.
PHILIP B. CROSBY (1979): Qualidade é a adequação das normas e as especificações. Características: fornece métodos claros e fáceis de seguir, a participação do trabalhador é reconhecida como importante e é forte para explicar a verdadeira qualidade e motivar as pessoas a iniciar o processo de qualidade. Mas também é visto por alguns culpando os trabalhadores pelos problemas de qualidade e enfatizar slogans e lugares comuns ao invés de reconhecer dificuldade genuínas e dá insuficiente ênfase em métodos estatísticos. Máximas da administração da qualidade: Qualidade de conformidade das exigências. Prevenção, não inspeção. O padrão de desempenho deve ser zero defeito. Mensure o preço da não conformidade. Não existe esta figura chamado problema de qualidade. As 14 fases da qualidade:
Cria um envolvimento da administração.
Forme grupos interdepartamentais de qualidade.
Estabeleça mensuração da qualidade. Avalie o custo da qualidade. Estabeleça consciência de qualidade.
Mantenha ação corretiva.
Organize comitê específico para o programa de zero defeito.
Supervisione o treinamento de funcionários.
Estabeleça o dia do zero defeito.
Estabelecimento de metas para os funcionários. Eliminação das causas dos erros. Reconhecimento por cumprimento e superação de metas.
Estabeleça conceitos de qualidade. Faça repetidamente.
ORG. EUROPÉIA DE CONTROLE DA QUALIDADE (1972): Qualidade é condição necessária de aptidão para o fim a que se destina.
JENKINS (1971): Qualidade é o grau de ajuste e de um produto à demanda que pretende satisfazer.
ARMAND FEIGENBAUM (1986): A qualidade é uma questão de o produto ser adequado com relação ao uso e ao preço. Um sistema eficaz para integrar esforços de desenvolvimento, manutenção e melhoria da qualidade dos vários grupos de uma organização, permitindo levar a produção e o serviço aos níveis mais econômicos da operação e que atendam plenamente a satisfação do consumidor.
Características: fornece abordagem total ao controle de qualidade, enfatiza a importância da administração, inclui idéias de sistemas sócio técnicos e promove a participação de todos funcionários. Por outro lado não faz discriminação entre diferentes contextos de qualidade e não reúne diferentes teorias da administração em um todo coerente.
W. EDWARD DEMING (1986): Qualidade começa com alta administração, é uma atividade estratégica. Qualidade e produtividade aumentam à medida que a variabilidade do processo diminui. Características: fornece lógica sistemática e funcional que identifica estágios da melhoria da qualidade, enfatiza que a administração antecede a tecnologia, liderança e motivação são reconhecidas como importantes, enfatiza o papel dos métodos estatísticos e quantitativos. Mas, seu plano de ação e os princípios metodológicos são muitas vezes vagos e não trata de situações políticas ou coercitivas.
Os 14 pontos para a melhoria da qualidade:
Constância de propósito.
Adote nova filosofia.
Cesse da dependência da inspeção.
Evite ganhar negócio baseando-se em preço.
Melhore constantemente o sistema de produção e serviço.
Institui o treinamento no trabalho.
Institui a liderança.
Elimine o medo.
Rompa barreiras interdepartamentais.
Elimine slogans e exortações.
Elimine cotas ou padrões de trabalho.
Faça com que as pessoas sintam orgulho pelo trabalho.
Institua programas de educação e de auto melhoria.
Coloque todos para trabalhar pelo atingimento das metas.
KAORU ISHIKAWA (1972): Criou o conceito de circulo da qualidade. Características: Oferece ênfase forte na importância da participação das pessoas no processo de solução de problemas, oferece técnicas estatísticas e de orientação para pessoas. Entretanto uma boa parte de seu método de solução de problemas é visto como simplista e não lida adequadamente com a passagem das idéias para ação nos círculos de qualidade.
GENICHI TEGUCHI (1990): Preocupava-se com a qualidade da engenharia, através da utilização do designer do produto, combinado com métodos estatísticos de controle da qualidade. Características: Reconhece a qualidade como assunto da sociedade além da organização, os métodos são desenvolvidos para engenheiros práticos ao invés de estatísticos teóricos e é forte em controle do processo. Sua abordagem negativa está em que a qualidade é controlada principalmente por especialistas ao invés de gerentes e operários e é considerado geralmente fraco para motivar e administrar pessoas.
VICENTE FALCONI CAMPOS(1992): Um produto ou serviço de qualidade é aquele que atende perfeitamente, de forma confiável, de forma acessível, de forma segura e no tempo certo as necessidades do cliente. Principais premissas: Qualidade é uma questão de vida ou morte de sua empresa e só sobreviverá se for a melhor no seu negócio. Qualidade é mudança cultural. É preciso tempo para conduzir as mudanças e se você não dispuser desse tempo não inicie esta longa caminhada. Todos devem estar envolvidos e para isto é necessário emoção, então, reveja suas políticas de recursos humanos e proponha uma visão de futuro compartilhada para todos.
SEBRAE (1997): Qualidade total é a filosofia de gestão que procura alcançar o pleno atendimento das necessidades e a máxima satisfação das expectativas dos clientes ou usuários em todos processos de uma organização.
Para que se entenda melhor o conceito de gerenciamento da qualidade total - TQM, vamos lembrar outros programas e sistemas relativos à qualidade:
CQ - controle da qualidade (desde 1900): consiste no desenvolvimento de sistemas que monitora um projeto, o processo de fabricação, a essência da técnica de um produto ou um serviço.
CEP - controle estatístico de processos (1945): é o controle da qualidade realizado utilizando-se técnicas estatísticas.
ZERO DEFEITO 1960: sistema de gestão da qualidade desenvolvida por CROSBY.
CCQ - Circulo de Controle de Qualidade (1962): reunião de pessoas que investiram problemas de qualidade e existentes ou potenciais.
Sistema de qualidade empresarial (1980): sistema de gestão empresarial baseado na qualidade e desenvolvimento. Desenvolvido por Ishikawa e Deming.
Qualidade garantida (1980): consiste em oferecer uma garantia ao cliente assegurando que o produto ou serviço é confiável.
Qualidade assegurada (1980): a qualidade assegurada está relacionada com aspectos de segurança e de responsabilidade civil quanto o produto ou serviço vendido.
Sistema ISSO 9000 (década 80): sistema para garantia da qualidade de produtos e serviços.
Excelência empresarial (1987): sistema de avaliação de empresa envolvendo múltiplos aspectos.
TQM - TOTAL QUALITY MANAGEMENT: o conceito de gerenciamento da qualidade total é um conceito abrangente que envolve não somente aspectos de qualidade, mas também atividades de benchmarketing, projeto de produtos e de processos, suprimentos, logística, solução de problemas, e está fortemente apoiado nas pessoas da empresa.
Definir qualidade de forma erronia pode levar a gestão da qualidade a ações cuja conseqüência podem ser extremamente sérias para empresa:
1- Qualidade é algo abstrato, sem vida própria, indefinida.
2 - Qualidade é sinônimo de perfeição.
3 - A qualidade nunca muda.
4 - Qualidade é um aspecto subjetivo das pessoas.
5 - Qualidade é a capacidade de um produto ou um serviço tem de sair conforme seu projeto.
6 – Na realidade um requisito mínimo de funcionamento
7 - Qualidade significa classes, estilos ou categorias de produtos ou serviços.
8 - Qualidade é da área que se envolve com essa questão
Princípios da Qualidade Total:
1º - Total satisfação dos clientes.
2º - Gerência Participativa
3º - Desenvolvimento de Recursos Humanos
4º - Constância de Propósitos
5º - Aperfeiçoamento contínuo
6º - Gerência de Processos
7º - Delegação
8º - Disseminação de informações
9º - garantia da qualidade
10º - Não aceitação de erros.
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