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1.17.2009
Paulo Gadelha assume a Presidência da Fiocruz
O presidente eleito da Fiocruz, o médico Paulo Gadelha, tomou posse na tarde desta quinta-feira (15), em solenidade realizada na frente do Castelo da Fundação, símbolo da instituição. Apesar do forte calor, mais de mil pessoas assistiram à cerimônia, que foi marcada pela emoção. O sanitarista Paulo Buss, que transmitiu o cargo a Gadelha, saudou o novo presidente da instuição e foi homenageado pelos servidores com uma placa.
"Gadelha, amigo e confidente nos momentos difíceis, desponta com a esperança de fazer uma gestão ainda melhor e mais brilhante, por sua competência, experiência e dedicação à Fiocruz”, discursou Buss, que passa a integrar o colegiado de ex-presidentes.
O novo presidente da Fundação, o médico Paulo Gadelha, assinou o Livro de Ouro e foi empossado no cargo pelo ministro da Saúde, José Gomes Temporão, que representava o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. O discurso de posse foi recheado de referências históricas, sobretudo relacionadas à centenária Fiocruz. Recordou, principalmente, as trajetórias de Oswaldo Cruz, Carlos Chagas e Sergio Arouca, bem como o processo pelo qual o Castelo – símbolo maior da instituição – se abriu para o encontro com o cidadão brasileiro.
Entre os compromissos assumidos por Gadelha está o de aprofundar esse papel da Fiocruz de colocar a ciência e a tecnologia a serviço da população, o que significa fortalecer o SUS, definido pelo novo presidente como “a mais significativa experiência de inclusão social”. "Um compromisso que se intensifica num momento de crise global, posto que é preciso trabalhar para impedir efeitos perversos sobre a saúde", disse Gadelha.
Entre as autoridades presentes à cerimônia estiveram o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, que representou o presidente Lula, o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, o ministro interino da Secretaria Especial de Políticas para Igualdade Racial, Eloi Ferreira de Araújo, o ministro interino da Secretaria Especial dos Direitos Humanos, Rogério Sottili, o governador do Ceará, Cid Gomes, os secretários estadual e municipal de Saúde do Rio de Janeiro, Sérgio Côrtes e Hans Dohmann, respectivamente, a representante do Fórum do Movimento Social de Manguinhos para o Desenvolvimento Eqüitativo e Sustentável (FMSDES), Patrícia Evangelista, e mais de 150 outros convidados, entre representantes do governo, de empresas, da academia, de organizações da sociedade civil e políticos.
Fonte: site da Fiocruz
1.16.2009
Decifração da biologia do amor pode levar a medicamento 'antipaixão'
Decifração da biologia do amor pode levar a remédio 'antipaixão'
Na edição da semana passada da publicação "Nature", o neurocientista Larry Young oferece uma grande teoria unificada do amor. Após analisar a química do cérebro em uniões de casais mamíferos – e, não incidentalmente, explicar a peculiar fascinação erótica dos humanos em relação aos seios –, Young prevê que não demorará muito antes que um pretendente inescrupuloso possa colocar uma poção do amor na sua bebida.
Essas são as más notícias. A novidade não tão ruim é que você pode gostar dessa poção, caso a tome conscientemente com a pessoa certa. Porém, a novidade realmente boa é que podemos usar a engenharia reversa para criar uma poção antiamor, uma vacina que evita nos tornarmos burros cegamente apaixonados. Embora essa vacina do amor não seja mencionada no ensaio de Young, quando levantei a possibilidade, o neurocientista concordou que isso também poderia ser possível.
Há alguma descoberta mais bem-vinda que essa? Isso é o que os humanos buscam desde que Odisseu ordenou que sua tripulação o amarrasse ao mastro enquanto navegavam através das sereias. Muito antes de os cientistas identificarem os neurorreceptores, muito antes do casamento-relâmpago de Britney Spears em Las Vegas ou qualquer um dos sete casamentos de Larry King, já estava claro que o amor era uma doença perigosa.
O amor foi corretamente identificado como um desequilíbrio químico potencialmente fatal na narrativa medieval de Tristão e Isolda, que acidentalmente consumiram uma poção do amor e se transformaram em viciados sem esperanças. Mesmo percebendo que o marido dela, o rei, puniria o adultério com a morte, eles tinham que consumir sua dose de amor.
Eles não podiam adivinhar o que havia na poção, mas naquela época eles não contavam com o benefício da pesquisa de Young com roedores das savanas, no Centro Nacional de Pesquisa Primata Yerkes, na Universidade Emory. Essas criaturas parecidas com ratos estão entre a pequena minoria de mamíferos – menos de 5% -- que compartilham a propensão humana à monogamia.
Quando o cérebro de um roedor das savanas fêmea é artificialmente infundido com oxitocina, um hormônio que produz algumas das mesmas recompensas neurais da nicotina e cocaína, ela rapidamente se juntará ao macho mais próximo. Um hormônio relacionado, a vasopressina, cria desejos de união e reprodução ao ser injetado em roedores machos (ou naturalmente ativados por sexo).
Após Young ter descoberto que os roedores machos com uma reação geneticamente limitada à vasopressina tinham menos probabilidades de encontrar parceiras, pesquisadores suecos relataram que homens com uma tendência genética similar tinham menos probabilidades de se casar.
Explicação para humanos
Em seu ensaio na publicação "Nature", Young especula que o amor humano é liberado por uma "cadeia bioquímica de acontecimentos" que se desenvolveu originalmente em antigos circuitos cerebrais envolvendo a ligação mãe-filho, estimulada nos mamíferos pela liberação de oxitocina durante o trabalho de parto, o parto e a amamentação.
"Parte de nossa sexualidade evoluiu a estimular aquele mesmo sistema de oxitocina para criar ligações macho-fêmea", disse Young, apontando que preliminares e relações sexuais estimulam as mesmas partes do corpo feminino que são envolvidas em parir e amamentar. Essa hipótese hormonal, que de nenhuma forma é fato comprovado, ajudaria a explicar duas diferenças entre humanos e mamíferos menos monogâmicos: o desejo sexual nas fêmeas mesmo quando não estão férteis, e a fascinação erótica dos machos pelos seios. Sexo mais frequente e mais atenção aos seios, segundo Young, poderiam ajudar a construir ligações de longo prazo através de um "coquetel de neuropeptídeos", como a oxitocina liberada durante as preliminares ou o orgasmo.
Pesquisadores chegaram a resultados similares pingando oxitocina nas narinas de pessoas – algo não muito sexy, mas que parece aprimorar os sentimentos de confiança e empatia. Embora Young não esteja elaborando uma poção do amor (ele busca medicamentos para melhorar as habilidades sociais de pessoas com autismo e esquizofrenia), ele diz que em breve pode haver drogas que aumentem o desejo de pessoas por se apaixonar.
"Seria completamente antiético administrar a droga a qualquer outra pessoa", diz ele, "mas, sendo casado e buscando manter seu relacionamento, você pode querer uma dose de incentivo de vez em quando. Hoje em dia, usar remédios em conjunto com uma terapia conjugal não é uma possibilidade tão anormal."
Confusões da poção do amor
Eu vejo algum potencial nisso, mas também grandes problemas. Suponhamos que você pegue essa poção e sinta uma compulsão repentina de fugir com a primeira pessoa com quem passar algum tempo, como seu dentista? E se você for a uma convenção de negócios e então, como um roedor da savana artificialmente estimulado, se relacionar com o estranho mais próximo? E se, como Tristão, você desenvolver uma devastadora conexão emocional com a esposa de seu chefe?
Mesmo se os efeitos pudessem ser, de alguma forma, direcionados ao parceiro correto, você gostaria de iniciar um relacionamento de longo prazo usando um remédio de curto prazo? O que acontece quando o efeito passar?
Uma vacina do amor parece mais simples e mais prática, e já existem alguns medicamentos que parecem inibir os impulsos românticos das pessoas. Tal vacina já foi demonstrada em roedores das savanas.
"Se damos um bloqueador de oxitocina a uma roedora fêmea, ela se torna como 95% das outras espécies mamíferas", diz Young. "Ela não se envolverá, não importa quantas vezes copule com um macho ou o quanto ele tente se unir a ela. Elas copulam, é muito bom, depois seguem adiante se outro macho aparece. Se o amor é similarmente baseado na bioquímica, deveríamos, teoricamente, ser capaz de anulá-lo de maneira parecida."
Duvido que muitas pessoas queiram anular permanentemente o amor, mas uma vacina temporária poderia ser útil. Esposas na crise da meia idade não fugiriam tão rapidamente com seus personal trainers; viúvos idosos poderiam consultar seus advogados antes de se casar com alguém como Anna Nicole Smith. O amor é certamente algo maravilhoso; mas algumas vezes todos nós precisamos nos amarrar ao mastro.
Globo.com
Na edição da semana passada da publicação "Nature", o neurocientista Larry Young oferece uma grande teoria unificada do amor. Após analisar a química do cérebro em uniões de casais mamíferos – e, não incidentalmente, explicar a peculiar fascinação erótica dos humanos em relação aos seios –, Young prevê que não demorará muito antes que um pretendente inescrupuloso possa colocar uma poção do amor na sua bebida.
Essas são as más notícias. A novidade não tão ruim é que você pode gostar dessa poção, caso a tome conscientemente com a pessoa certa. Porém, a novidade realmente boa é que podemos usar a engenharia reversa para criar uma poção antiamor, uma vacina que evita nos tornarmos burros cegamente apaixonados. Embora essa vacina do amor não seja mencionada no ensaio de Young, quando levantei a possibilidade, o neurocientista concordou que isso também poderia ser possível.
Há alguma descoberta mais bem-vinda que essa? Isso é o que os humanos buscam desde que Odisseu ordenou que sua tripulação o amarrasse ao mastro enquanto navegavam através das sereias. Muito antes de os cientistas identificarem os neurorreceptores, muito antes do casamento-relâmpago de Britney Spears em Las Vegas ou qualquer um dos sete casamentos de Larry King, já estava claro que o amor era uma doença perigosa.
O amor foi corretamente identificado como um desequilíbrio químico potencialmente fatal na narrativa medieval de Tristão e Isolda, que acidentalmente consumiram uma poção do amor e se transformaram em viciados sem esperanças. Mesmo percebendo que o marido dela, o rei, puniria o adultério com a morte, eles tinham que consumir sua dose de amor.
Eles não podiam adivinhar o que havia na poção, mas naquela época eles não contavam com o benefício da pesquisa de Young com roedores das savanas, no Centro Nacional de Pesquisa Primata Yerkes, na Universidade Emory. Essas criaturas parecidas com ratos estão entre a pequena minoria de mamíferos – menos de 5% -- que compartilham a propensão humana à monogamia.
Quando o cérebro de um roedor das savanas fêmea é artificialmente infundido com oxitocina, um hormônio que produz algumas das mesmas recompensas neurais da nicotina e cocaína, ela rapidamente se juntará ao macho mais próximo. Um hormônio relacionado, a vasopressina, cria desejos de união e reprodução ao ser injetado em roedores machos (ou naturalmente ativados por sexo).
Após Young ter descoberto que os roedores machos com uma reação geneticamente limitada à vasopressina tinham menos probabilidades de encontrar parceiras, pesquisadores suecos relataram que homens com uma tendência genética similar tinham menos probabilidades de se casar.
Explicação para humanos
Em seu ensaio na publicação "Nature", Young especula que o amor humano é liberado por uma "cadeia bioquímica de acontecimentos" que se desenvolveu originalmente em antigos circuitos cerebrais envolvendo a ligação mãe-filho, estimulada nos mamíferos pela liberação de oxitocina durante o trabalho de parto, o parto e a amamentação.
"Parte de nossa sexualidade evoluiu a estimular aquele mesmo sistema de oxitocina para criar ligações macho-fêmea", disse Young, apontando que preliminares e relações sexuais estimulam as mesmas partes do corpo feminino que são envolvidas em parir e amamentar. Essa hipótese hormonal, que de nenhuma forma é fato comprovado, ajudaria a explicar duas diferenças entre humanos e mamíferos menos monogâmicos: o desejo sexual nas fêmeas mesmo quando não estão férteis, e a fascinação erótica dos machos pelos seios. Sexo mais frequente e mais atenção aos seios, segundo Young, poderiam ajudar a construir ligações de longo prazo através de um "coquetel de neuropeptídeos", como a oxitocina liberada durante as preliminares ou o orgasmo.
Pesquisadores chegaram a resultados similares pingando oxitocina nas narinas de pessoas – algo não muito sexy, mas que parece aprimorar os sentimentos de confiança e empatia. Embora Young não esteja elaborando uma poção do amor (ele busca medicamentos para melhorar as habilidades sociais de pessoas com autismo e esquizofrenia), ele diz que em breve pode haver drogas que aumentem o desejo de pessoas por se apaixonar.
"Seria completamente antiético administrar a droga a qualquer outra pessoa", diz ele, "mas, sendo casado e buscando manter seu relacionamento, você pode querer uma dose de incentivo de vez em quando. Hoje em dia, usar remédios em conjunto com uma terapia conjugal não é uma possibilidade tão anormal."
Confusões da poção do amor
Eu vejo algum potencial nisso, mas também grandes problemas. Suponhamos que você pegue essa poção e sinta uma compulsão repentina de fugir com a primeira pessoa com quem passar algum tempo, como seu dentista? E se você for a uma convenção de negócios e então, como um roedor da savana artificialmente estimulado, se relacionar com o estranho mais próximo? E se, como Tristão, você desenvolver uma devastadora conexão emocional com a esposa de seu chefe?
Mesmo se os efeitos pudessem ser, de alguma forma, direcionados ao parceiro correto, você gostaria de iniciar um relacionamento de longo prazo usando um remédio de curto prazo? O que acontece quando o efeito passar?
Uma vacina do amor parece mais simples e mais prática, e já existem alguns medicamentos que parecem inibir os impulsos românticos das pessoas. Tal vacina já foi demonstrada em roedores das savanas.
"Se damos um bloqueador de oxitocina a uma roedora fêmea, ela se torna como 95% das outras espécies mamíferas", diz Young. "Ela não se envolverá, não importa quantas vezes copule com um macho ou o quanto ele tente se unir a ela. Elas copulam, é muito bom, depois seguem adiante se outro macho aparece. Se o amor é similarmente baseado na bioquímica, deveríamos, teoricamente, ser capaz de anulá-lo de maneira parecida."
Duvido que muitas pessoas queiram anular permanentemente o amor, mas uma vacina temporária poderia ser útil. Esposas na crise da meia idade não fugiriam tão rapidamente com seus personal trainers; viúvos idosos poderiam consultar seus advogados antes de se casar com alguém como Anna Nicole Smith. O amor é certamente algo maravilhoso; mas algumas vezes todos nós precisamos nos amarrar ao mastro.
Globo.com
1.12.2009
Um terço dos caminhoneiros brasileiros bebem ou usam drogas
53% dos acidentes com mortes na BR-101 e BR-262 envolvem caminhões.
Na BR-101, entre SP e Nordeste, reportagem flagrou venda de drogas.
Em uma estrada que liga São Paulo ao Nordeste e em outra que liga Vitória a Belo Horizonte há uma triste estatística em comum: 53% dos acidentes fatais que aconteceram na BR-101 e na BR-262, ano passado, envolviam caminhões. Segundo a Polícia Rodoviária Federal, um em cada três motoristas de caminhão bebe ou usa drogas em pleno trabalho.
Ao todo, 53% dos acidentes no Espírito Santo envolvem caminhoneiros. Entre as substâncias que alguns deles usam para evitar o sono ao volante estão as anfetaminas, a cocaína e até mesmo o crack.
"Tem muita droga neste meio. Se você sair com qualquer caminhoneiro você encontra cocaína, maconha, crack. Hoje, para vários, não são todos, é a coisa mais simples, fácil", conta o caminhoneiro Cláudio Luiz Dorneles Freitas.
Durante o ano passado, a Polícia Rodoviária Federal do Espírito Santo parou caminhoneiros na estrada e pediu para que eles fizessem exames de urina. O resultado foi alarmante - um em cada três motoristas dirigia naquele momento sob o efeito de drogas, como maconha e cocaína.
"Quem usa a droga está em busca de dinheiro. Tem que acelerar para ganhar dinheiro, quanto mais trabalha mais ganha, né?", diz um caminhoneiro.
Drogas estimulantes são as mais usadas, entre elas a anfetamina - que na estrada é conhecida como rebite.
"É um estimulante, em qualquer farmácia arruma para comprar", afirma o caminhoneiro José Adriane Gambá.
Na BR-101, principal ligação entre São Paulo e o Nordeste do país, a reportagem flagrou a venda fácil. "Rebite é bom. No caso, para quem não está acostumado é preferível tomar dois logo, para quem não é acostumado faz muito efeito", aconselha o balconista.
Seu José leva 36 toneladas em uma carreta com 18 metros. Nesta viagem, não usou estimulantes, mas não descarta a possibilidade: "É uma realidade, se eu disser que não, que eu não tomo eu vou estar mentindo para todo mundo escutar. Se precisar, eu tomo. Aquele que sabe se drogar sabe a hora de parar", diz.
Outro caminhoneiro, João Marinaldo Rigo, conta que em 30 anos de profissão usou a droga várias vezes: "Eu já fiz de Recife a São Paulo direto, só na base do rebite, mas prejudicava muito a saúde. O efeito do remédio vai vencendo, já começa a pegar no sono, você dorme rapidinho, você não vê você dormir, é muito rápido".
"São substâncias que agem no organismo, ilusoriamente dão a sensação de que você vai ficar acordado. Quando o sono vem, ele realmente vem pesado, o caminhoneiro corre o risco de literalmente dormir no volante", comenta Edmar Camata, da Polícia Rodoviária Federal (ES).
A pesquisa da Polícia Rodoviária feita com 732 caminhoneiros também revelou que a saúde deles está à beira de um colapso: 55% têm pressão alta; 53% estão com taxa alta de triglicérides, um tipo de gordura que existe no sangue; e 70% estão acima do peso. "Eu devo pesar uns 138 quilos", diz o caminhoneiro Wellington de Souza.
"O objetivo não é criminalizar a conduta dos caminhoneiros, mas trazer foco para uma atividade que tem provocado muitas mortes no trânsito brasileiro e pode ser melhor trabalhada", comenta Edmar Camata, da Polícia Rodoviária Federal (ES).
Globo.com
Na BR-101, entre SP e Nordeste, reportagem flagrou venda de drogas.
Em uma estrada que liga São Paulo ao Nordeste e em outra que liga Vitória a Belo Horizonte há uma triste estatística em comum: 53% dos acidentes fatais que aconteceram na BR-101 e na BR-262, ano passado, envolviam caminhões. Segundo a Polícia Rodoviária Federal, um em cada três motoristas de caminhão bebe ou usa drogas em pleno trabalho.
Ao todo, 53% dos acidentes no Espírito Santo envolvem caminhoneiros. Entre as substâncias que alguns deles usam para evitar o sono ao volante estão as anfetaminas, a cocaína e até mesmo o crack.
"Tem muita droga neste meio. Se você sair com qualquer caminhoneiro você encontra cocaína, maconha, crack. Hoje, para vários, não são todos, é a coisa mais simples, fácil", conta o caminhoneiro Cláudio Luiz Dorneles Freitas.
Durante o ano passado, a Polícia Rodoviária Federal do Espírito Santo parou caminhoneiros na estrada e pediu para que eles fizessem exames de urina. O resultado foi alarmante - um em cada três motoristas dirigia naquele momento sob o efeito de drogas, como maconha e cocaína.
"Quem usa a droga está em busca de dinheiro. Tem que acelerar para ganhar dinheiro, quanto mais trabalha mais ganha, né?", diz um caminhoneiro.
Drogas estimulantes são as mais usadas, entre elas a anfetamina - que na estrada é conhecida como rebite.
"É um estimulante, em qualquer farmácia arruma para comprar", afirma o caminhoneiro José Adriane Gambá.
Na BR-101, principal ligação entre São Paulo e o Nordeste do país, a reportagem flagrou a venda fácil. "Rebite é bom. No caso, para quem não está acostumado é preferível tomar dois logo, para quem não é acostumado faz muito efeito", aconselha o balconista.
Seu José leva 36 toneladas em uma carreta com 18 metros. Nesta viagem, não usou estimulantes, mas não descarta a possibilidade: "É uma realidade, se eu disser que não, que eu não tomo eu vou estar mentindo para todo mundo escutar. Se precisar, eu tomo. Aquele que sabe se drogar sabe a hora de parar", diz.
Outro caminhoneiro, João Marinaldo Rigo, conta que em 30 anos de profissão usou a droga várias vezes: "Eu já fiz de Recife a São Paulo direto, só na base do rebite, mas prejudicava muito a saúde. O efeito do remédio vai vencendo, já começa a pegar no sono, você dorme rapidinho, você não vê você dormir, é muito rápido".
"São substâncias que agem no organismo, ilusoriamente dão a sensação de que você vai ficar acordado. Quando o sono vem, ele realmente vem pesado, o caminhoneiro corre o risco de literalmente dormir no volante", comenta Edmar Camata, da Polícia Rodoviária Federal (ES).
A pesquisa da Polícia Rodoviária feita com 732 caminhoneiros também revelou que a saúde deles está à beira de um colapso: 55% têm pressão alta; 53% estão com taxa alta de triglicérides, um tipo de gordura que existe no sangue; e 70% estão acima do peso. "Eu devo pesar uns 138 quilos", diz o caminhoneiro Wellington de Souza.
"O objetivo não é criminalizar a conduta dos caminhoneiros, mas trazer foco para uma atividade que tem provocado muitas mortes no trânsito brasileiro e pode ser melhor trabalhada", comenta Edmar Camata, da Polícia Rodoviária Federal (ES).
Globo.com
1.11.2009
NAO MEDIQUE SEU FILHO SEM A ORIENTACAO DE UM PEDIATRA
Dar remédios ao seu filho sem orientação causa sérios riscos à saúde e pode, ainda, retardar o diagnóstico correto da doença e o seu tratamento
A cena é bastante comum: a criança está com febre, nariz congestionado, dor de garganta e os pais correm para a caixa de medicamentos. Sacam de lá alguns remédios para tentar aplacar os sintomas desagradáveis e torcem para o filho melhorar bem rápido. A atitude pode tanto ser considerada positiva quanto desastrosa. É adequada se a dose ministrada no momento tiver sido prescrita pelo pediatra antecipadamente. Pode ser perigosa se o remédio estiver errado.
O hábito de medicar os filhos é cultural. Existem países no qual qualquer pessoa pode entrar em uma farmácia e escolher medicamentos como se estivesse em um supermercado, a tentação de resolver os probleminhas de saúde são grandes (E bom lembrar que, esta pratica nao acontece somente no Brasil).
Um estudo recente sobre automedicação realizado com a população de 0 a 18 anos nas cidades de Limeira e Piracicaba, no interior de São Paulo, mostra que 56,6% das crianças são medicadas pelos pais sem orientação médica. Em uma enquete feita no mês passado pela CRESCER no site, respondida por 1.538 pessoas, 12% também afirmaram dar medicamentos aos filhos sem indicação do médico.
Sintoma parecido, não igual
No Canadá, uma pesquisa realizada em 2004 e apresentada no American Headache Society mostrou que uma em cada cinco crianças tomam analgésicos sem nenhuma prescrição médica. O estudo, com 680 pessoas de 6 a 18 anos, mostrou que elas usam estes medicamentos de cinco a seis vezes por semana. E, em alguns casos, de 15 a 20 vezes semanais.
Muita gente leva a sério o ditado de que 'de médico todo mundo tem um pouco' e acaba criando seus próprios mixes perigosos. As explicações são variadas. Se funcionou para o primeiro filho, por que não serviria para o segundo? Se há um ano o remédio receitado foi xis, posso usar o mesmo agora que os sintomas parecem os mesmos. Parecer, como bem diz a palavra, não significa que é a mesma coisa.
Um exemplo clássico é o da dengue. Muitos dos sintomas (febre alta, dor de cabeça, indisposição, náusea, vômito) são semelhantes aos da virose, gripe, sarampo ou rubéola. E, se a criança tiver dengue ao invés de um resfriado e ingerir remédios à base de ácido acetilsalisílico ou alguns antiinflamatórios, pode ter hemorragias. 'Outro problema do uso do ácido acetilsalisílico é o risco da criança desenvolver complicações gravíssimas, como a síndrome de Reye', diz Francis Tourinho, professora do Departamento de Enfermagem da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e doutoranda em Saúde da Criança e do Adolescente no Departamento de Pediatria da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), que foi a coordenadora do estudo nas cidades paulistas.
Um fator interessante, segundo a pesquisa, é que crianças e adolescentes que têm acesso à medicina privada são menos 'automedicadas' pelos pais, já que chegar à rede é mais fácil. Outra explicação para o excesso de automedicação, segundo as mães, é que elas não suportam ver o filho se sentindo mal. Muitas também disseram ser difícil ir ao médico sempre que o filho sente alguma dor, afirma Francis.
'Os pais não precisam ligar para o consultório toda vez que o filho tem febre', diz a pediatra Gelsomina Colarusso, que atende no Hospital São Luiz, na Maternidade São Luiz e no Pronto Atendimento Pediátrico Bandeira Paulista, todos em São Paulo. Isso não significa, porém, que possam administrar medicamentos conforme acreditem ser necessários, pois para tomar um remédio é preciso respeitar os intervalos de administração, o tempo de uso e a dosagem.
Os riscos da ingestão de medicamentos não relacionados com o diagnóstico da criança, as doses desnecessárias e o acúmulo de vários remédios em um curto espaço de tempo podem resultar no aparecimento de efeitos indesejáveis como intoxicação por erro na dosagem, reações de hipersensibilidade, toxicodependência e sintomas de abstinência (falta do medicamento pelo organismo). 'Além disso, há o risco de mascaramento de sintomas de doenças, atrasando a ida ao médico e, conseqüentemente, os corretos diagnóstico e tratamento. Assim, a incidência e a gravidade dos efeitos secundários e das interações medicamentosas aumentam', afirma Francis.
A intoxicação mais comum é de paracetamol, substância presente em analgésicos e antitérmicos. 'Em doses pequenas, estes remédios são indicados para os sintomas da gripe, mas se a criança toma mais de um remédio que contenha paracetamol pode ficar intoxicada', diz Ana Maria Escobar, pediatra do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas, em São Paulo. 'Por isso, os pais só devem medicar os filhos segundo recomendações do pediatra, que prescreve a dose de cada medicamento baseado, entre outras coisas, no peso da criança', afirma a médica.
Siga só conselhos de medicos especialistas
As dúvidas com relação à quantidade de medicamento a ser dada é comum entre os pais. Segundo estudo norte-americano feito em um pronto-socorro, somente 30% dos pais conseguiram acertar a dose. Este pode ser um sinal de falta de diálogo com o pediatra. 'Os pais devem aproveitar as consultas para perguntar sobre as dosagens. É comum que o pediatra prescreva a quantidade de analgésico em casos de emergência. E, se o problema persistir, deve-se procurar o médico', diz.
Assim, nada de pegar o remédio que você usa e dividi-lo ao meio para dar à criança. Muito menos ouça palpites de vizinhos e parentes quando é a vida do seu filho que está em risco. A primeira atitude deve ser sempre procurar seu médico de confiança antes de se dirigir à farmácia como se estivesse indo às compras no shopping. O fácil acesso aos remédios não significa que eles são inofensivos, pois mesmo os que não têm o selo vermelho ou preto indicando a obrigatoriedade da prescrição médica podem causar danos irreversíveis à saúde da criança se usados de forma incorreta ou sem necessidade. Lembre-se disso e só deixe na sua farmacinha doméstica analgésicos e antitérmicos indicados pelo pediatra, soro de reidratação oral, soro fisiológico para limpeza do nariz, pomadas para assadura e material para fazer um curativo rápido. Ah! Um estoque de beijos também é válido. Depois de lavar e colocar um curativo no joelho ralado do seu filho é hora de enchê-lo de carinho. Você vai ver como o machucado sara na hora!
Em paz com o seu pediatra
Melhor que dar remédio errado para seu filho é ligar para o médico de confiança e perguntar o que fazer, seja de madrugada ou no fim de semana. É claro que vale o bom senso e você não deve telefonar por qualquer motivo, mas, se estiver confuso, deixe a vergonha de lado e não hesite. Um bom pediatra vai entender sua preocupação. Para evitar ligações desnecessárias, durante as consultas tire o máximo de dúvidas possível e se informe sobre como cuidar de febres, diarréias ou vômitos. Se o procedimento habitual não funcionar, o telefonema está liberado. E, se for urgente mesmo e você não conseguir falar com o médico da família, vá para o pronto-socorro infantil.
Problemas do uso errado ou exagerado
Analgésico: Usado sem prescrição, pode causar danos aos rins
Antitérmico: Em excesso, talvez cause problemas ao fígado
Bombinha para asma: Pode acelerar o coração da criança
Xarope: Comprado sem prescrição médica, pode piorar o quadro. Se a criança precisa expectorar e toma um antitussígeno não vai colocar nada para fora, por exemplo
Antiinflamatório e antialérgico: Tem muitos efeitos colaterais. A superdosagem pode causar hipotermia (diminuição da temperatura do corpo), agitação, manchas na pele, irritabilidade, sonolência e, em alguns casos, alterações neurológicas. Também há risco de desenvolver piora clínica de manifestações alérgicas, como rinite e broncospasmo
Antibiótico: O maior risco é dar a medicação errada e a doença se arrastar, atrasando o tratamento. Ou dar antibiótico sem precisar, o que poderá fazer com que perca seu efeito quando for realmente necessário. Ele também pode causar diarréia
Homeopatia na dose certa
Muita gente acha que pode abusar dos remédios homeopáticos porque acreditam que eles não fazem mal. Segundo o pediatra homeopata Carlos Roberto Dias Brunini, realmente não há riscos de intoxicação com a medicação homeopática, mas ela precisa, assim como a alopática, ser receitada pelo especialista. 'O maior problema da automedicação é a perda de tempo, pois o quadro pode se agravar enquanto os pais fazem experiências com os remédios. Além disso, podem estar tratando apenas um sintoma, como a dor de cabeça, sem levar em consideração que ela pode ser sinal de uma doença mais grave. Só o médico pode fazer a leitura correta dos sintomas e receitar o que é indicado para a criança', diz.
E mesmo o que parece igual para todos não é. A homeopatia cuida da saúde geral do paciente, e não apenas de uma doença específica, levando em conta as particularidades de cada pessoa. Assim, só o médico homeopata pode receitar as gotas ou glóbulos certos e, também neste caso, precisam ser levadas em conta a dose e a freqüência indicadas.
Por Angela Senra
METADE DAS AMERICANAS PREFERE FICAR SEM SEXO DO QUE SEM INTERNET
Uma em cada duas internautas americanas preferiria ficar sem sexo ou televisão durante duas semanas a perder o acesso à Internet pelo mesmo período, revela uma pesquisa feita a pedido da Intel, maior fabricante mundial de microprocessadores.
Em relação aos homens, um em cada três prefere ficar sem sexo ou televisão durante o mesmo período a perder sua conexão com a rede.
A pesquisa foi feita através da Internet e foi dirigida a 2.119 adultos, internautas freqüentes. Deles, 46% das mulheres e 30% dos homens tinham certeza ao responder que é pior estar sem Internet por duas semanas a ter de abrir mão da televisão ou até do sexo durante esse tempo.
Os internautas de entre 18 e 34 anos mostraram ainda mais clara essa tendência, já que 39% no caso dos homens e 49% entre as mulheres preferem a Internet ao sexo ou à televisão. Assim, 52% das mulheres entre 35 e 44 anos sacrificariam o sexo em prol de ter uma conexão na Internet.
Ao fazer a pesquisa, a Intel forçou um pouco mais a pergunta e se interessou pelas preferências se a situação consistisse em deixar de ver a televisão por duas semanas ou perder a Internet por uma só semana. Sobre a televisão, os adultos demonstram inclusive menos dúvidas e 58% deixariam de lado a TV, já que, no total, 65% dos indagados asseguram que não poderiam viver sem acesso à Internet.
A percentagem supera também a dos que não poderiam viver sem televisão a cabo (39%), sem jantar de vez em quando na rua (20%), sem comprar roupa (18%) ou sem freqüentar a academia (10%).
Em relação aos homens, um em cada três prefere ficar sem sexo ou televisão durante o mesmo período a perder sua conexão com a rede.
A pesquisa foi feita através da Internet e foi dirigida a 2.119 adultos, internautas freqüentes. Deles, 46% das mulheres e 30% dos homens tinham certeza ao responder que é pior estar sem Internet por duas semanas a ter de abrir mão da televisão ou até do sexo durante esse tempo.
Os internautas de entre 18 e 34 anos mostraram ainda mais clara essa tendência, já que 39% no caso dos homens e 49% entre as mulheres preferem a Internet ao sexo ou à televisão. Assim, 52% das mulheres entre 35 e 44 anos sacrificariam o sexo em prol de ter uma conexão na Internet.
Ao fazer a pesquisa, a Intel forçou um pouco mais a pergunta e se interessou pelas preferências se a situação consistisse em deixar de ver a televisão por duas semanas ou perder a Internet por uma só semana. Sobre a televisão, os adultos demonstram inclusive menos dúvidas e 58% deixariam de lado a TV, já que, no total, 65% dos indagados asseguram que não poderiam viver sem acesso à Internet.
A percentagem supera também a dos que não poderiam viver sem televisão a cabo (39%), sem jantar de vez em quando na rua (20%), sem comprar roupa (18%) ou sem freqüentar a academia (10%).
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