Materiais biológicos manuseados em laboratórios são, quase sempre, fontes de
contaminações. As Boas Práticas em Laboratório, seguindo as regras da Biossegurança
devem ser adotadas para minimizar a ocorrência de eventuais acidentes, contaminações
ambientais e do corpo técnico operacional.
De acordo com os critérios de patogenicidade os microrganismos podem ser
classificados com base no seu potencial patogênico, para o homem e para os animais, a
saber
Classe de risco 2- (risco individual moderado e risco limitado para a comunidade) –
patógeno capaz de causar doença ao homem ou aos animais, mas que não consiste
em sério risco a quem manipula, à comunidade, aos seres vivos e ao meio ambiente
quando manipulado em condições de contenção.
Classe de risco 3- (elevado risco individual e risco limitado para a comunidade) -
patógeno que geralmente causa doenças graves ao homem ou aos animais e pode
representar sério risco a quem o manipula.
Os laboratórios, de um modo geral, podem ser classificados no nível 2 de
biossegurança, mas trabalhamos com materiais biológicos que podem conter
microrganismos classificados nos níveis 3, e por esta razão necessitamos de
procedimentos adequados para o trabalho no laboratório.
As exposições laboratoriais podem causar contaminações, mas a existência de
medidas eficazes de tratamento e prevenção limita os riscos.
Definições
Aerossóis: Gotas de líquido dispersas no ar.
Amostras biológicas para diagnóstico: são materiais de origem humana ou animal para
análise (como excrementos, secreções, sangue e derivados, tecidos e líquidos orgânicos)
com fins diagnóstico.
Anti-séptico: Agente químico ou físico utilizado para desinfecção de tecido vivo, capaz de
destruir ou inibir o crescimento de micro-organismos na área aplicada.
Descontaminação: Destruição ou remoção (total ou parcial) de microorganismos dos
artigos e superfícies.
Desinfecção: Destruição ou inibição do crescimento de microorganismos patógenos não
esporulados ou em estado vegetativo, de superfícies.
EPIs: Equipamento de proteção individual.
Esterilização: Processo de destruição de todos os microorganismos, incluindo os esporos.
Limpeza: Processo de remoção de sujidade.
Sanitização: Processo destinado à redução da maioria das bactérias patogênicas
presentes.
Procedimento Operacional Padrão – BiossegurançaSubstâncias infectantes: são apresentações que contêm microrganismos viáveis (tais como bactérias, vírus, riquetsias, parasitas, fungos ou microrganismos recombinante, híbrido ou mutante) sabidamente capazes de provocar doença ao homem ou animais.
Treinamentos/Informações
Funcionários e pessoas que têm acesso a área laboratorial estão sujeitos à exposição
ocasional e acidental a microorganismos que pertencem a grupos de risco mais elevados,
portanto, se faz necessária a adoção de planos e normas de segurança, na prevenção de
acidentes e minimização de exposições.
São objetivos da vigilância médica e de saúde do pessoal que trabalha em áreas
de risco por exposição a agentes biológicos: prevenir o aparecimento de doenças profissionais em indivíduos saudáveis, através de exames regulares;
programar, orientar e verificar a realização de imunizações ativas ou passivas para
prevenção e minimização de risco de infecção, quando houver ;
providenciar o diagnóstico precoce dos casos de infecção ocupacional;
avaliar a eficácia de equipamentos e de medidas de proteção e prevenção.
3.2 Normas de vigilância sanitária de funcionários
que têm contato com microrganismos da classe de risco 2
É obrigatória a realização de exames de saúde clínico e laboratorial préadmissionais.
É recomendada a coleta de amostra sorológica para análise comparativa
imediatamente após a exposição.
É necessário manter registro de casos de doenças e faltas.
O funcionário e/ou seu médico têm a responsabilidade de informar a empresa
sobre todas as faltas decorrentes por doenças.
Mulheres em idade fértil precisam ser informadas sobre os riscos de exposição
profissional a microrganismos patógenos. Informar o responsável pelo laboratório,
imediatamente quando estiver gestante e/ou amamentando, para tomada de medidas
preventivas contra possíveis infecções por exposição desnecessária (que coloquem
em risco a saúde da mãe e da criança). Medidas preventivas a serem tomadas para a
proteção do feto variam de acordo com os patógenos aos quais a gestante está
exposta.
EPIs de uso obrigatório
Nas áreas restritas é obrigatório o uso de:
Máscaras e óculos: na realização de procedimentos em que haja possibilidade de
respingos de sangue ou outros fluidos corpóreos, nas mucosas da boca, nariz e olhos.
Luvas, aventais de manga longa;
Calçados fechados de boa aderência ao solo.
Cuidados gerais durante procedimentos em laboratórios
Ter a máxima atenção durante a realização dos procedimentos.
É proibida a pipetagem com a boca.
Nestas áreas é proibido comer, beber, fumar, guardar alimentos ou aplicar produtos
cosméticos.
É proibido levar quaisquer materiais a boca e língua.
Manter as áreas de trabalho limpa, organizada e livre de materiais que não são
usados durante a atividade em execução.
As superfícies de trabalho precisam ser desinfetadas após qualquer derramamento
de material potencialmente perigoso, bem como ao final do expediente.
É obrigatório lavar as mãos antes e após cada manuseio de material químico e
biológico, bem como antes de saírem do laboratório e áreas de produção.
Todos os processos técnicos devem ser realizados de forma a reduzir ao mínimo o
perigo de formação de aerossóis ou de gotículas. Quando houver técnicas de maiores
riscos de formação destes, conduzir o procedimento em capela.
Durante o trabalho no laboratório, a equipe usará aventais próprios, de uso restrito
nestas áreas. As roupas contaminadas precisam ser desinfetadas com técnica
adequada.
A indumentária para proteção dentro do laboratório não pode ser guardada no
mesmo armário com objetos e vestuário pessoais.
Os óculos de segurança e os protetores de face (visores), assim como outros
dispositivos de proteção, devem ser usados sempre que forem indicados para a
proteção de olhos e face contra os salpicos ou contra o impacto de objetos.
Nas áreas de serviço onde há risco de exposição a agentes infectantes e químicos,
somente será permitida a entrada de pessoas devidamente alertadas sobre os
eventuais perigos e que preencham determinadas condições (vacinações, por ex.).
Durante o trabalho, as portas destas áreas permanecerão fechadas. O acesso de
crianças e animais é proibido.
Manter programa de controle de artrópodes e roedores.
Luvas adequadas ao trabalho serão usadas em todas as atividades que possam
resultar em contato direto com material biológico e químico. Depois de usadas, as
luvas serão removidas em condições assépticas e descartadas em lixo para plásticos
classe 1. Em seguida, lavar as mãos.
Todo lixo classe 1 segue para autoclavação para posterior descarte.
Todo e qualquer derramamento de material, acidente, exposição efetiva ou
possível a materiais infecciosos precisam ser levados imediatamente ao conhecimento
do responsável pelo laboratório.
As áreas de trabalho e armazenamento precisam ser adequadas para acesso a
materiais de modo a evitar o congestionamento de mobiliário, equipamentos e objetos.
É proibida a colocação de vasos de plantas ornamentais nestes ambientes.
Todo e qualquer agente desinfetante e anti-séptico utilizado precisa ser registrado
na ANVISA e conferido quanto à data de validade.
Nível de Biossegurança 2 – NB2:
Áreas de manuseio de materiais biológicos são classificadas em Nível de
Biossegurança 2, onde há necessidade de algumas providências preventivas à saber:
Portas de acesso áreas onde ocorra manuseio de material potencialmente
infectante precisam ter Sinalizações com Risco Biológico - Área Restrita.
O acesso ao laboratório deve ser limitado ou restrito de acordo com a definição do
responsável, quando estiver sendo realizado experimento ou procedimentos que
acarretem em risco de exposição.
As superfícies de trabalho devem ser descontaminadas ao menos uma vez ao dia
ou sempre que ocorrer derramamento de material potencialmente infectante.
Todo resíduo líquido ou sólido contaminado deve ser descontaminado ou inativado
antes de ser descartado, assim como todo material ou equipamento que esteve em
contato com agente contaminante.
Deve-se utilizar dispositivo mecânico para pipetagem, pois é impróprio e arriscado
pipetar com a boca.
Pessoal do laboratório e áreas produtivas, que impliquem em risco de
contaminação, precisam ter treinamento técnico específico no manejo de agentes
patogênicos e ser supervisionados por profissionais de competência técnica.
Procedimentos nos quais exista possibilidade de formação de aerossóis infecciosos
devem ser conduzidos em cabines de segurança biológica ou outro equipamento de
contenção física.
O responsável tem o dever de limitar o acesso ao laboratório. Cabe a ele a
responsabilidade de avaliar cada situação de risco e autorizar quem poderá ter acesso às
áreas de acesso restrito.
Todo o lixo do laboratório deve ser adequadamente descontaminado ou inativado.
Uma autoclave precisa estar disponível para descontaminação no interior ou
próximo às áreas de risco de modo a permitir a descontaminação de material biológico
previamente de descarte de material classe 1.
Recebimento/Transporte
Transporte Seguro de Amostras e Materiais Infecciosos
É proibida a remessa de substâncias de potencial infectante não identificáveis ou
não marcadas como tais. Tal procedimento pode acarretar perigo para os o serviço de
transporte, e a quem recebe a remessa.
O responsável pela remessa precisa ser treinado, de forma a garantir o manuseio
dentro das normas de biossegurança, bem como acondicionar e identificar o material
evitando eventuais acidentes.
Documentação e embalagem
A documentação que acompanha as remessas de amostras biológicas
potencialmente infectante devem conter: informações de origem, destino, cuidados de
manuseio, alerta de risco e procedimento de emergência em caso de acidente.
A embalagem de transporte precisa ser impermeável, conter material absorvente
envolvendo o recipiente em contato direto com a amostra, envolto em saco plástico.
Recebimento de material potencialmente
infectante
O responsável pelo recebimento de tais materiais precisa ser treinado quanto à
procedimentos de biossegurança.
Procedimento Operacional Padrão – Biossegurança
O recipiente de transporte somente deve ser aberto para conferência e manuseio de
seu conteúdo em ambiente laboratorial, por profissional paramentado.
Verificar ocorrência de possível vazamento e/ou quebra, para realização de
procedimento de descontaminação e desprezo.
Higienização de Superfícies e Equipamentos:
O quê? Quando Com o que? Como
Chuveiros e lava-olhos
semanalmente Água e sabão
Água corrente
Álcool 70%
Limpeza;
Ligar o sistema e deixar água
limpa correndo por 3 minutos
Passar sobre a superfície edeixar solução em contato por
15 minutos
Aparelhos Semanalmente
Após exposição à material biológico
Pano ou papel descartável;
Água e sabão;
Álcool a 70%.
Remover a contaminação;
Limpeza;
Passar sobre a superfície e deixar solução em contato por
15 minutos, depois secar com papel absorvente seco
Autoclave Semanalmente Água e Sabão Limpeza mecânica
Banho-maria Semanalmente Água e sabão;
Álcool a 70%.
Retirar a água;
Limpeza;
Passar sobre a superfície e
deixar solução em contato por
15 minutos, depois secar com
papel absorvente seco
Centrífugas Após utilização
Após contaminação com material
biológico
Álcool a 70% Passar sobre a superfície e
deixar solução em contato por
15 minutos, depois secar com
papel absorvente seco
Estufa Mensalmente
Após contaminação com material biológico
Água e sabão;
Álcool a 70%.
Limpeza;
Passar sobre a superfície e
deixar solução em contato por
15 minutos, depois secar com
papel absorvente seco
Cabine de Diariamente Água e sabão; Limpeza mecânica;
Procedimento Operacional Padrão – Biossegurança
a serviço da vida. www.biotecnica.ind.br 6
Fluxo laminar Antes e após o
uso Álcool a 70%. Passar sobre a superfície e
deixar solução em contato por
15 minutos, depois secar com
papel absorvente seco
Filtro de ar condicionado
Mensalmente
Água e sabão;
Solução de hipoclorito
1%
Retirar o filtro;
Limpeza;
Deixar de molho em solução
por 30 minutos, enxaguar,
fazer leve compressão para
remover excesso de água
Recolocar o filtro.
Freezer Mensalmente Água e sabão Transferir o conteúdo para
outro freezer;
Degelar;
Limpeza.
Geladeiras Mensalmente Água e sabão Transferir o conteúdo para
outro freezer;
Degelar;
Limpeza.
Bancadas Diariamente ou após contaminação com material biológico
Pano ou papel descartável;
Álcool a 70%.
Remover a contaminação;
Passar sobre a superfície e
deixar solução em contato por
15 minutos, depois secar com papel absorvente seco
Paredes Trimestralmente Água e sabão. Limpeza.
Pias Diariamente Água e sabão. Limpeza.
Pisos Diariamente ou após contaminação om material biológico
Pano ou papel;
Água e sabão;
Solução de hipoclorito 1%
Remover a contaminação;
Limpeza;
Passar pano embebido na
solução e aguardar 30 minutos
para secagem com pano seco
Lixeiras Semanalmente Água e sabão;
Solução de hipoclorito 5%
Limpeza;
Deixar de molho em solução
por 30 minutos,
enxaguar,secar com material
absorvente.
Procedimentos usuais de desinfecção:
Álcool a 70%(etanol ou isopropílico):
O álcool a 70% (v/v) é um dos desinfetantes mais empregados no laboratório.
*Utilização: para desinfecção da pele, bancada e equipamentos.
*Procedimento: Após a limpeza com água e sabão deve-se esfregar um pano ou algodão
embedido com a solução de álcool a 70%.
*Tempo de inativação: deixar a superfície a ser descontaminada em contato com a
solução por no mínimo 15 minutos.
*Preparo do Álcool a 70% (v/v):
Etanol a 95º (p/v).........................................................73,7ml
Água destilada q.s.p.....................................................100 ml
Hipoclorito de sódio 1%:
*Utilização: descontaminação de pisos, vidrarias, inativação química de material biológico.
*Procedimento: Após a limpeza com água e sabão deve-se passar pano ou material
absorvente com a solução de hipoclorito 5% no piso, ou submergir vidraria em solução,
garantindo que a solução esteja em contato com toda parede do objeto a ser
descontaminado.
Atenção, para descontaminação de resíduos líquidos e semi-sólidos, colocar hipoclorito
concentrado na proporção de 1 para 19 partes do resíduo em descontaminação.
*Tempo de inativação: deixar em contato a superfície a ser descontaminada por no
mínimo 30 minutos.
Procedimento usual de esterilização
Autoclavação
Procedimento de inativação com calor úmido à alta pressão.
*Utilização: descontaminação de utensílios laboratoriais, bem como descontaminação de
material para descarte.
*Procedimento: 121°C, 1 atm (vide instrução operacional do equipamento).
*Tempo de inativação: mínimo de 15 minutos.
Descarte Materiais que estiveram em contato com amostras potencialmente infectantes devem
ser descontaminados antes de saírem da área de trabalho onde foram manipulados.
Todo material pérfuro-cortante, mesmo que estéril, deve ser desprezado em
recipientes resistentes à perfuração com tampa.
Todos materiais e amostras contaminados precisam ser desinfetados, antes de serem
descartados ou limpos para uso posterior. Devem ser colocados em sacos plásticos à
prova de vazamento e identificados, antes de serem autoclados. Esses sacos devem ser
mantidos em vasilhames de paredes rígidas, laváveis e identificados, colocados em área
restrita.
Condutas em derramamentos e acidentes laboratoriais com material
potencialmente infectante
Em caso de derramamento de material biológico, o local precisa ser imediatamente
identificado com alerta de RISCO e isolado;
Cobrir a área de derramamento completamente com material absorvente e aplicar
solução de hipoclorito concentrado. Após 30(trinta) minutos, deve ser iniciado o
procedimento de limpeza. Utilize material absorvente descartável (toalhas de papel,
compressas de gaze, panos de limpeza) para absorver o derramamento. Se o volume
derramado for grande, pode ser usado material absorvente granulado para absorver o
líquido;
Use luvas (resistentes), avental e proteção facial, proteger os calçados com
material impermeável e descartável;
Se o derramamento contiver vidro quebrado ou outros objetos, esses devem ser
descartados sem contato manual direto. Podem ser usadas folhas rígidas de cartão ou
pás de lixo plásticas, dotadas de dispositivo para impulsionar os detritos em um recipiente
para os recolher; ou usar pinças. Estas deverão ser descartadas juntamente com os
objetos num recipiente apropriado para material com risco biológico e à prova de
perfurações;
Se houver a possibilidade de formação de gotas,ex: quebra dentro da centrífuga, o
equipamento deve permanecer fechado durante pelo menos meio hora a fim de permitir
que as gotas assentem, antes de se iniciar a descontaminação;
Absorver a maior parte do líquido antes da limpeza;
Enxágüe o local do derramamento com água a fim de remover produtos químicos
nocivos ou odores.
Seque o local do derramamento para prevenir escorregões.
Todo material descartável utilizado na descontaminação precisa ser esterilizado
antes de ser descartado.
Acidentes ocupacionais
Vias de Infecções:
Via aérea: Inalação de aerossóis com soluções ou partículas infectantes que podem se
formar durante a remoção de tampas de tubos de ensaio ou frascos, em pipetagem
rápida, por centrifugação de tubos destampados e/ou por aquecimento rápido.
Oral: Geralmente ocorre por pipetagem com a boca ou o ato de levar a mão ou objetos
contaminados à boca.
Inoculação direta: Picadas acidentais de agulhas, lancetas, cacos de vidro,arranhões ou
cortes podem ser facilmente contaminados por contato com amostras biológicas
infectantes.
Mucosas: Contato direto ou indireto de agente infectante com as mucosas da boca e
olhos.
Procedimento pós exposição a materiais biológicos
Comunicar imediatamente um representante da comissão de Biossegurança ou
responsável pela célula.
Aplicar solução anti-séptica sobre a região exposta ao agente potencialmente
infectante percutânea ou cutânea (PVPI, álcool iodado ou álcool 70%) e na mucosa
oral (clorexidina a 4%), deixando em contato por um tempo mínimo de 15 minutos;
Nas exposições de mucosas e olhos, deve-se lavar exaustivamente com água ou
solução fisiológica;
Atenção: a utilização de soluções irritantes como éter, hipoclorito de sódio ou
glutaraldeído são contra-indicados.
Procedimento Operacional Padrão – Biossegurança
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Avaliação do Risco de Exposição em caso de acidentes:
Cabe ao responsável e/ou à Comissão de Biossegurança avaliar e classificar a
cada caso de acidente ocorrido em particular o grau de risco e medidas a serem tomadas,
com base em informações técnicas científicas e relato dos envolvidos.
Para a tomada de decisões, é preciso reunir a maior quantidade de informações
possíveis, como:
Definição do tipo de material biológico envolvido;
Gravidade e tipo da exposição;
Identificação ou não do paciente-fonte e de sua condição sorológica anti-HIV,
hepatites, dentre outros;
Os acidentes mais graves, geralmente,são os que envolvem:
a) Maior volume de sangue: Lesões profundas provocadas por material perfuro-cortante,
com presença de sangue visível no instrumento, acidentes com agulhas previamente
utilizadas na veia ou artéria do paciente e acidentes com agulhas de grosso calibre;
b) Maior inoculo viral: representado por pacientes-fonte com infecção pelo HIV/aids em
estágios avançados da doença ou com infecção aguda pelo HIV. São situações que
apresentam viremias elevadas.
Esquematicamente, os aspectos iniciais da exposição e riscos são avaliados a
partir das informações levantadas:
Tipo de exposição
Percutânea
Mucosa
Pele não-íntegra
Mordedura humana
Tipo e quantidade do material biológico (líquido, tecidos)
Sangue
Material biológico contendo sangue
Líquidos e tecidos potencialmente infectantes (sêmen, secreção vaginal, líquor, líq
sinovial, líq pleural, líq peritoneal, líq pericárdico, líq amniótico)
Contato direto com material contendo vírus em grande quantidade
Situação infeccioso da fonte
Presença de HBsAg
Presença de anti-VHC
Presença de anti-HIV
Susceptibilidade do profissional exposto
Situação quanto à vacina contra hepatite B e resposta vacinal
Situação infecção HIV / HBV / HCV CDC, 2001.
Referências Bibliográficas
• Biossegurança em laboratório biomédicos e de microbiologia / Ministério da Saúde,
Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância Epidemiológica. –
2 ed. – Brasília: Ministério da Saúde, 2004.
• MACHADO, C.M. Rotinas de limpeza, Laboratório de Virologia do IMISP – FMUSP,
SP, 2001.
• Manual de Biossegurança dos Ambulatórios da Faculdade de Odontologia da
PUCRS. Comissão de biossegurança, Porto Alegra, 2006.
• Ministério da Saúde. Coordenação de controle de infecção
• Processamento de Artigos e Superfícies em Estabelecimento de Saúde – 2 ed. –
Brasília, 1994
• SOUZA, M.M. Biossegurança no laboratório clínico. Ed. Eventos, RJ, 1998
Elaboração: Comissão de Biossegurança BioTécnica:
Adelaine França de A. Lorién – Agda Andrade – Baby Maria Ferreira – Roscelli Sette
Silva Maiolini – Shauma Gustavon
Farmacêuticas Bioquímicas