Minas 247 - Depois de se unir a Eduardo Cunha para sabotar o Brasil em 2015, quando a política de "quanto pior, melhor" contribuiu para a queda do PIB de 5%, e para colocar Michel Temer no poder em 2016, quando a economia caiu mais 3,6%, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) é o primeiro nome a aparecer nas novas delações da Odebrecht.
Benedicto Júnior, ex-presidente da Odebrecht Infraestrutura, afirmou em seu acordo com a Lava Jato que se reuniu com Aécio, quando este era governador, para tratar de um esquema de fraude em licitação na obra da Cidade Administrativa para favorecer grandes empreiteiras. A obra, antes orçada em R$ 500 mi, acabou saindo por R$ 2,1 bi. Empresas teriam repassado cerca de 3% em propinas para o tucano, o equivalente a R$ 63 mi. Além de Benedicto Junior, o superintendente da Odebrecht em Minas, Sergio Neves, também confirmou a fraude.
"Benedicto Júnior, conhecido como BJ, disse aos procuradores que, após o acerto, Aécio orientou as construtoras a procurarem Oswaldo Borges da Costa Filho. De acordo com o depoimento, com Oswaldinho, como é conhecido, foi definido o percentual de propina que seria repassado pelas empresas no esquema.
Ainda de acordo com o delator, esses valores ficaram entre 2,5% e 3% sobre o total dos contratos.
Oswaldinho é um colaborador das campanhas do hoje senador mineiro, atuando como tesoureiro informal. De acordo com informações obtidas pela reportagem, o ex-executivo da Odebrecht afirmou que o próprio Aécio decidiu quais empresas participariam da licitação para a obra.
Projetada pelo arquiteto Oscar Niemeyer (1907-2012), a Cidade Administrativa, sede do governo mineiro, custou R$ 2,1 bilhões em valores da época. Foi inaugurada em 2010, último ano de Aécio como governador, sendo a obra mais cara do tucano no governo de Minas.
As informações fornecidas por BJ em sua delação premiada foram confirmadas e complementadas, segundo pessoas com acesso às investigações, pelos depoimentos do ex-diretor da Odebrecht em Minas Sergio Neves.
Sergio Neves aparece nas investigações como responsável por operacionalizar os repasses a Oswaldinho e é ele quem detalha, na delação, os pagamentos a Aécio.
Líder do consórcio, que contou com Andrade Gutierrez, OAS e Queiroz Galvão, a Odebrecht era responsável por 60% da obra e construiu um dos três prédios que integram a Cidade Administrativa, o Edifício Gerais."
Nos próximos dias, o procurador-geral Rodrigo Janot deverá denunciar Aécio ao STF por corrupção.