O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), o Santo da
lista da Odebrecht, está na mira de Benedicto Barbosa da Silva Júnior,
delator da empreiteira; o executivo prometeu ao Ministério Público
estadual de São Paulo que vai colaborar com a investigação que apura
suspeitas de irregularidades na duplicação da rodovia Mogi-Dutra em São
Paulo, além de revelar codinomes vinculados a valores que constam de
planilhas apreendidas pela Operação Lava-Jato; os investigadores
apreenderam, na casa de Benedicto, no Rio, em 2016, anotação com
referência ao pagamento de 5% do valor de contrato de obras da rodovia -
iniciadas em 2002, no governo Alckmin - para o codinome "Santo"; há
também menção à palavra "apóstolo"
As informações são de reportagem de André Guilherme Vieira no Valor.
"O tucano tem negado a existência de quaisquer irregularidades nas campanhas eleitorais de que participou. As delações dos 77 executivos e ex-executivos da Odebrecht foram homologadas ontem pela ministra Cármen Lúcia, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF). O material já pode ser usado pela Procuradoria-Geral da República para dar início a novas investigações criminais, além de operações de busca e apreensão e condução coercitiva - quando o investigado é levado pela polícia para depor, mas pode optar pelo direito de ficar em silêncio.
Benedicto já havia sido chamado a prestar esclarecimentos ao MP-SP e esteve na Promotoria do Patrimônio Público e Social de São Paulo em 22 de novembro, quando alegou que "segundo o entendimento formal da companhia não poderá, no momento, prestar qualquer esclarecimento (...), posto que aguarda a solução de tratativas no bojo de inquérito criminal que tramita perante a 13ª Vara Federal de Curitiba". Apesar de homologadas, as delações da Odebrecht continuam sob sigilo.
"Se ele [Benedicto] não vier espontaneamente, vamos intimá-lo novamente. Mas ele se comprometeu a retornar para depor no prazo de 120 dias", disse ao Valor o promotor de Justiça Marcelo Milani, que apura ocorrência de eventual dano ao erário público na licitação para a Mogi-Dutra, vencida pela Queiroz Galvão e que teve participação da OAS e da Odebrecht."
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