8.30.2014

União Europeia dá ultimato à Rússia

Crise na Ucrânia

UE deu prazo de uma semana para que a Rússia diminua sua intervenção na Ucrânia ou enfrente novas sanções econômicas

O presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, e o presidente da Comissão Européia, José Manuel Durão Barroso, durante coletiva de imprensa após a reunião da cúpula, no edifício do Conselho da União Europeia, em Bruxelas, na Bélgica
O presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, e o presidente da Comissão Européia, José Manuel Durão Barroso, durante coletiva de imprensa após a reunião da cúpula, no edifício do Conselho da União Europeia, em Bruxelas, na Bélgica  (Thierry Charlier/AFP)
A União Europeia deu prazo de uma semana para que a Rússia diminua sua intervenção na Ucrânia ou enfrente novas sanções econômicas. Segundo o presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, líderes da UE pediram ao braço executivo do bloco que apresente em até uma semana uma nova proposta de sanções. "Todos estão cientes de que temos de agir rapidamente", disse.
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A chanceler alemã, Angela Merkel, disse que novas medidas teriam como alvo os mesmos setores afetados anteriormente. No entanto, os líderes da UE decidiram não adotar medidas mais duras imediatamente, aparentemente temendo uma reação econômica contrária. A Rússia é o terceiro maior parceiro comercial da UE e um dos principais fornecedores de petróleo e gás natural para o bloco.
O leste da Ucrânia tem sido palco de confrontos entre soldados ucranianos e insurgentes pró-Moscou. A Rússia tem sido acusada por Kiev e países ocidentais de ajudar os rebeldes e deslocar tropas para o território ucraniano, alegações que Moscou nega.
O presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, disse mais cedo que a União Europeia está comprometida com uma solução política para a crise, mas observou que a situação é muito séria e dramática. Se a escalada de tensões no país do Leste Europeu continuar, a crise pode chegar a "um ponto sem volta", afirmou.
Os comentários foram feitos em uma coletiva de imprensa que contou com a presença do presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, antes de uma cúpula da União Europeia.
Poroshenko afirmou que o conflito na Ucrânia significa um risco muito alto para a paz e a estabilidade na Europa. Para o presidente ucraniano, uma resposta firme da UE é necessária porque milhares de soldados russos e centenas de tanques foram deslocados para o leste da Ucrânia.
A presidente da Lituânia, Dalia Grybauskaite, disse que a situação exige sanções mais duras. "A Rússia está praticamente em guerra com a Europa", afirmou, sugerindo um embargo total de armas. A ideia foi rejeitada pela França, que tem um contrato de 1,6 bilhão de dólares para construir navios tipo porta-helicópteros para a Rússia.
O primeiro-ministro britânico, David Cameron, também advertiu que a Europa não deve ser complacente com a presença de tropas russas em solo ucraniano. "Países na Europa não deveriam ter de pensar muito antes de perceber como isso é inaceitável", disse. "Sabemos disso por causa de nossa história. Portanto, deve haver consequências." 

Cronologia concisa da crise na Ucrânia 

1 de 5

O acordo que não saiu - novembro de 2013

O governo da Ucrânia, então controlado pelo presidente Viktor Yanukovich, se recusa a assinar um acordo de associação com a União Europeia, preferindo se aproximar da Rússia de Vladimir Putin. A maioria da população da Ucrânia reage mal aos planos do presidente

Lula foi um grande presidente, que ajudou fazer a inclusão social no Brasil", disparou o candidato.

Ele que publique o programa de governo dele para depois vir falar do programa dos outros"

 Cláudia Freitas
Depois de visitar na manhã deste sábado (30/8) a comunidade da Rocinha, na Zona Sul do Rio de Janeiro, a candidata à Presidência da República Marina Silva (PSB) se reuniu com a juventude do diretório regional do partido, na Lapa, Centro da cidade. Durante o encontro, Marina classificou a seu programa de governo como uma "nova política", pautada na "atitude e na capacidade de dialogar", buscando sair do terreno da opção para a escolha. O vice na chapa, Beto Albuquerque, rebateu as críticas do candidato Aécio Neves (PSDB) e disse que o ex-presidente Lula também foi algo do mesmo tipo de argumento "velho" e "descabido" utilizado pelos tucanos, no entanto, "foi um grande presidente".
Albuquerque comparou o perfil político de Marina Silva ao do ex-presidente Lula, ressaltando que a candidata é uma pessoa "maravilhosa" e "líder nata", e ambos foram vítimas de ataques preconceituosos dos opositores. A referência foi para comentar as críticas do candidato tucano Aécio Neves à Marina, de que ela não teria capacidade e nem equipe para governar o país. "Esse mesmo discurso foi feito contra o Lula quando ele ganhou a primeira vez. Falaram que ele não tinha experiência, que nunca tinha administrado nada, que tinha sido apenas um sindicalista. Lula foi um grande presidente, que ajudou fazer a inclusão social no Brasil", disparou o candidato.
Perguntado sobre o comentário de Aécio de que o programa de Marina seria "genérico" e "messiânico", Albuquerque disse: "Ele que publique o programa de governo dele, que sequer até agora o fez, para depois vir falar do programa dos outros".
Cercada de correlegionários e candidatos a cargos no legislativo, Marina disse que o momento é importante para a vida do país e a sociedade brasileira já deu grandes sinais que mudou. Marina relembrou a sua campanha à Presidência em 2010, quando recebeu quase 20 milhões de votos, com tempo mínimo de programa eleitoral na televisão. Na ocasião, a candidata defendia a causa da sustentabilidade como novo modelo de desenvolvimento. "Onde a economia se encontra com a ecologia, onde a política se encontra com a ética, onde os diferentes se encontram no respeito à adversidade. Foi essa bandeira que levou a esse número expressivo de votos e um sinal que a velha política já não representa a maioria do povo brasileiro", destacou Marina. 
A presidenciável comentou que as manifestações de junho de 2013 surpreenderam a classe política, pois ninguém conseguia identificar de onde vinha a mobilização. "Esse foi mais um sinal de mudança e marcou o surgimento de um novo sujeito político no pais e no mundo, que não é um ativismo dirigido pelo partido ou pelo sindicato. Com o surgimento da internet, esse novo sujeito político, que eu chamo de 'ativismo autoral', o indivíduo é o autor, mobilizador e protagonista. Representa um novo tipo de ativismo", disse. 
Marina disse ter certeza que o povo brasileiro quer mudança, pelos resultados das pesquisas. "Com muito respeito ao adversário, estamos recebendo o movimento do sociedade brasileira, que identifica no nosso projeto a mudança que o Brasil precisa". A candidata voltou a usar o termo "polarização" ao se referir aos principais partidos opositores e afirmar que a sociedade está "cansada" dos mesmos embates políticos. "A sociedade está cansada da polarização do PT com o PSDB. É Império ou é República. É ditadura ou democracia. Depois PT ou PSDB. Mas agora, vamos sair do terreno da opção para o terreno da escolha. O povo brasileiro está escolhendo um novo caminho", disse Marina, acrescentando que a sua campanha é sempre a favor do "debate" e não do "embate".
A "nova política" apresentada pela presidenciável aos jovens partidários, é pautada, segundo ela, na "atitude e na capacidade de dialogar", criticando novamente a postura do PT e do PSDB. "Eles [os dois partidos] não conseguem mais se escutar. Se não se escutam, não conseguem mais escutar o Brasil", destacou a candidata. "E por isso que a nossa candidata Dilma, com 11 minutos de televisão, faz um curta metragem apresentando um Brasil lindo e maravilhoso. Mas nós estamos andando Brasil afora, Brasil adentro, ouvindo que a educação precisa de investimento, e a saúde do atendimento básico. Que os jovens precisam de leis para a mobilidade. Estamos dizendo que o Brasil virtual, é o que aparece no filme que a presidente Dilma apresenta. O Brasil real quer fazer um diálogo consigo mesmo, vamos fazer um movimento vitorioso, que seja bom para todo mundo", defendeu Marina.
Marina assumiu o compromisso de não buscar um segundo mandato, se eleita. "Eu sou contra a reeleição. Votei contra a reeleição. Porque a reeleição é uma distorção da nossa democracia. Os políticos não fazem o que é estratégico para o nosso país, faz o que é necessário para se reeleger", justificou.
No final do encontro, Beto Albuquerque disse aos jornalistas que é contra o aumento da taxa de juros, classificando a medida como um "contrassenso". "Não pode subir [taxa de juros]. Pagar R$ 28 bilhões dos cofres públicos por um ponto porcentual de aumento da taxa de juros é um contrassenso, o Brasil tem de trabalhar com juros razoáveis, não isso que estamos vivendo agora", explicou. 
Albuquerque destacou ainda que o resultado da pesquisa Datafolha divulgado nesta sexta (29), que aponta Marina empatada com Dilma Rousseff no primeiro turno, com 34%, foi recebida pela equipe de campanha com muita humildade. "Vamos continuar dialogando com a sociedade. Para nós, a pesquisa mais importante será divulgada no dia 5 de outubro", disse.

Ebola pode chegar ao Brasil, mas epidemia seria controlada

Carioca Paulo Reis regressou de Serra Leoa há 1 mês.
Ele viajou para o Brasil em voo normal e foi monitorado por 21 dias.

Lívia Torres Do G1 Rio
Médico carioca Paulo Reis e Susana de Deus, diretora do Médicos Sem Fronteiras falam sobre características do Ebola (Foto: Livia Torres/G1) Paulo Reis e Susana de Deus, diretora do Médicos Sem Fronteiras falam sobre características do ebola (Foto: Livia Torres/G1)
 
Recém-chegado de Serra Leoa, onde, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 783 pessoas já foram infectadas com o vírus ebola, o médico carioca Paulo Reis disse, nesta quinta-feira (21), em entrevista coletiva realizada na sede do Médicos Sem Fronteiras, na Zona Sul do Rio, que o risco de importação da doença existe. Ele não considera, entretanto, que seria um problema tão grande quanto na África, devido à diferença de hábitos culturais.
"O risco de ter um caso importado sempre existe. Entretanto, na minha opinião, não considero que seria um problema mais sério. Os hábitos culturais daqui são diferentes. Aqui, certamente seria controlado rapidamente. É uma população diferente, são hábitos diferentes, é difícil convencer uma população grande de que eles têm de se prevenir. Por exemplo, nas práticas de enterro, eles têm muito contato com o corpo, coisa que não acontece no Brasil. A região em que eu estava era precária. Não tinha rede central de eletricidade, água potável. Com o ebola, o mais importante são as práticas culturais", afirmou.
Roupa especial
Para entrar em um centro de tratamento de ebola, os médicos têm que usar uma roupa de proteção impermeável que cobre todo o corpo, inclusive o rosto. O médico diz não sentir receio para tratar da doença com equipamentos adequados e fez uma comparação com o trânsito carioca.

"Quando você tem conhecimento do problema e possui mecanismos para se proteger, não considero mais arriscado do que andar no trânsito do Rio de Janeiro, por exemplo. A gente tem uma visão bem clara e os pacientes infectados ficam em isolamento. A vestimenta é quase toda descartada e incinerada depois de usada. Somente a bota, o avental de borracha e os óculos vão para o cloro", disse.
Para sair da África e retornar ao Brasil, Paulo veio em um voo comum e afirma que teve de responder a um questionário e sua temperatura foi aferida através de um termômetro infravermelho. O médico diz que os sintomas do ebola são muito semelhantes aos da malária, exceto pelo cansaço excessivo.

"Dificilmente alguém vai sair do país com a doença. Durante 21 dias eu continuo a ser monitorado e minha temperatura é aferida. Se eu apresentar febre, tenho que entrar em contato com a sede do Médicos Sem Fronteiras. Na minha opinião, esse controle é suficiente", revelou.

O médico afirma que, na África, a população nem sempre responde de forma positiva à chegada dos médicos. De acordo com ele, a cultura dos povos acaba afastando os infectados do tratamento. “Muita gente acha que é mito e nem acredita que a doença existe. Você vê criança correndo para o mato quando o carro do Mais Médicos passa. Mas quando já existe paciente sendo tratado e há explicação sobre a doença, eles nos recebem bem e têm disposição para falar e escutar. Essa parte cultural é muito delicada”, afirmou.

Despreparo
O médico ressalta ainda o despreparo de equipes médicas. Segundo ele, as pessoas precisam ser treinadas e monitoradas para haver a certeza de que os procedimentos estão sendo feitos corretamente.

“Vários médicos foram infectados em Serra Leoa, mas ninguém no nosso centro. A gente encontrava muitas equipes despreparadas. Temos vários procedimentos para garantir que não há risco de contaminação. Isso tem que melhorar. Quando deixei o país, a mortalidade estava atingindo em torno de 70% dos pacientes”, concluiu.

Governo estuda como reduzir fila de transplante de medula óssea

Hoje, há cerca de 200 pacientes com doadores compatíveis, mas sem leito.

Ministério propõe remanejamento de pacientes e aumento de vagas.

Mariana Lenharo Do G1, em São Paulo
 Falta de doadores compatíveis vitimaram advogada de 42 anos em Cuiabá (Foto: Reprodução/TVCA) 
Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea
(Redome) já têm 2,4 milhões de doadores
cadastrados (Foto: Reprodução/TVCA)
Atualmente, existem no Brasil cerca de 200 pacientes com indicação receber um transplante de medula que já encontraram doadores compatíveis no Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome), mas que não se submeteram ao procedimento por falta de vagas adequadas nos hospitais.
O Ministério da Saúde anunciou, na últimas semana, que está estudando medidas para diminuir o tempo de espera por um transplante desse tipo. Elas devem ser postas em prática no início do ano que vem, de acordo com Heder Murari Borba, coordenador do Sistema Nacional de Transplantes (SNT). As medidas devem incluir o aumento do número de leitos para esse tipo de transplante, além da criação de um sistema coordenado pelo próprio Ministério para remanejar pacientes entre diferentes regiões do país.
O anúncio foi feito no XVIII Congresso da Sociedade Brasileira de Transplante de Medula Óssea (SBTMO), que aconteceu no final da semana passada em Belo Horizonte.
O Brasil fez, em 2013, 1.813 transplantes de medula óssea, dos quais 1.144 foram autólogos (o paciente recebe sua própria medula, depois que ela passa por um tratamento) e 669 foram alogênicos (o paciente recebe a medula de um doador). Dos transplantes alogênicos, 220 foram não aparentados (o doador é localizado no Redome e não na família do paciente). Este último é o procedimento mais complexo, para o qual os pacientes têm de esperar mais tempo.
Com a atual estrutura, levaria cerca de um ano apenas para realizar os 200 transplantes dos pacientes que já aguardam na fila. Segundo a médica hematologista Lúcia Silla, presidente da SBTMO, pacientes chegam a esperar mais de 30 meses a partir do diagnóstico para fazer esse tipo de transplante.
Mudanças
O governo estuda fazer com que o oferecimento de leitos para transplante de medula óssea seja coordenado pelo Ministério da Saúde. Desta forma, quando um paciente conseguir um doador compatível e não houver vaga no centro onde ele é tratado, a pasta poderá localizar outro centro em outra parte do país que possa receber o paciente para que ele faça o procedimento no menor tempo possível.

Além disso, o Ministério pretende ampliar o número de leitos nos 29 centros que já oferecem esse transplante de alta complexidade. Borba explica que, por leito, entende-se não só a vaga, mas também toda a estrutura de atendimento e a equipe multidisciplinar necessárias para esse tipo de transplante. A intenção do ministério é aumentar a capacidade para 400 transplantes de medula óssea não aparentados por ano.
O gargalo dos transplantes
de medula óssea não é mais encontrar doador compatível,
mas conseguir leito hospitalar
Gargalo
Borba explica que, atualmente, o gargalo dos transplantes de medula óssea no Brasil não é mais encontrar um doador compatível (cerca de 80% dos pacientes encontram um doador no Redome), mas conseguir uma vaga para transplante em um dos 29 serviços cadastrados para realizar esse tipo de procedimento.

O Redome é o maior banco público de doadores de medula, com 3,4 milhões de doadores cadastrados. “Isso é resultado de um programa eficiente de captação e doadores. De repente, o governo ficou muito focado na captação de doadores, mas isso não foi acompanhado do crescimento da estrutura física para transplante de medula óssea”, diz Lúcia.
Por esse motivo, o ministério busca limitar o número de doadores no país, e focar as buscas de novos doadores em grupos genéticos específicos que ainda não estejam bem representados no Redome, como índios e negros. Segundo Borba, aumentar o número de doadores no público em geral não significaria necessariamente aumentar as chances de os pacientes encontrarem doadores compatíveis.
"Não adianta ter mais doadores, se o paciente não tiver onde transplantar. Neste momento, temos que focar nossa atenção e nosso recurso na necessidade de leitos, não de doadores",.

Pesquisa estranha tira 5% da presidenta Dilma

Datafolha mostra Dilma e Marina empatadas com 34%; Aécio tem 15%, só não explica como a Dilma caiu 5%

Na pesquisa anterior, divulgada dia 18, Dilma tinha 39% e Marina, 21%. A Dilma tem um voto ideológico, e esse tipo de voto não muda muito. 

ELEIÇÕES 2014

Médico é preso por tráfico de medicamentos proibidos

Dr. Marenga, como é conhecido, atendia em condomínio médico de luxo na barra e cobrava R$ 500,00 a consulta

O Dia
Rio - Policiais da Delegacia Especial de Crimes Contra o Consumidor (DECON) prenderam, nesta quinta-feira, após quatro meses de investigação, o médico ortomolecular Carlos Alberto Marenga, 73 anos, famoso por programas de emagrecimento utilizando medicamentos proibidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), como Anfepramona e Femproporex. Marenga vai responder pelo crime de tráfico de entorpecentes, art. 33 da lei 11.343/06 e falsificação de produtos destinados a fins terapêuticos ou medicinais.
No momento da entrada dos policiais na residência do médico, ainda foram encontrados funcionários dele manipulando e embalando as cápsulas de medicamentos
Foto:  Divulgação
Foram cumpridos mandados de busca e apreensão no consultório e na residência do médico, onde foi encontrada toda a matéria prima proibida para a fabricação das “fórmulas emagrecedoras”. No momento da entrada dos policiais na residência do médico, ainda foram encontrados funcionários dele manipulando e embalando as cápsulas de medicamentos.
Segundo o delegado titular da especializada, Ricardo Barboza, as investigações vão seguir com o objetivo de identificar outras pessoas que tenham participado do crime, bem como de que maneira o médico tinha acesso à compra de tais medicamentos, uma vez que sua entrada e comercialização são proibidas no País.
“Kits” – O Dr. Marenga, como é conhecido, atuava há mais de 20 anos na Barra da Tijuca, e atendia pacientes da classe média alta. Em seu consultório, em um condomínio médico de luxo, no mesmo bairro, atendia, em média, dez pessoas por dia, ao valor de R$ 500 a consulta.
No mesmo prédio, funcionava uma farmácia de manipulação de propriedade do médico, onde eram vendidos medicamentos com os rótulos trocados, com o objetivo de burlar a fiscalização. Um “kit”, como era chamado pelo Dr. Marenga, era vendido em torno de R$ 400. 

Marina é contra o casamento Gay

BRASÍLIA - A campanha de Marina Silva, candidata do PSB à Presidência da República, divulgou neste sábado nota retirando o apoio à aprovação de projetos e emendas constitucionais que garantem o casamento civil homoafetivo e à articulação, no Congresso, para a votação do projeto que criminaliza a homofobia. O texto original, divulgado ontem, defendia o apoio a propostas "em defesa do casamento civil igualitário" e a aprovação de projetos de lei e emendas constitucionais que garantissem o direito a esse tipo de casamento na Constituição Federal e no Código Civil.

Na nova versão sobre o ponto do programa LGBT, o programa não defende mudanças legais e traz apenas uma linha sobre o tópico, defendendo apenas a garantia "de direitos oriundos da união civil entre pessoas do mesmo sexo" - que já foi reconhecida pelo Supremo Tribunal Federal. Além disso, o novo texto não faz menção à aprovação da PLC 122/06, que criminaliza a homofobia. O texto divulgada ontem, defendia articulação no Legislativo da votação do PLC 122/06, que torna crime a discriminação baseada em orientação sexual e na identidade de gênero, equiparando-o aos crimes de discriminação em razão de cor, etnia, nacionalidade e religião.
Há ainda uma outra modificação no tópico referente ao projeto que regulamenta o direito ao reconhecimento da identidade de gênero das "pessoas trans", conhecido como Lei João W. Nery com base no modo como se vestem e se veem, dispensando a morosa autorização judicial, os laudos médicos e psicológicos, as cirurgias e as hormononio terapias. Na primeira versão, havia o compromisso com a aprovação do projeto. O novo texto não se compromete mais com a aprovação. Diz apenas que se ele vier a ser aprovado no Congresso Nacional, vai se "dispensar a morosa autorização judicial, os laudos médicos e psicológicos, as cirurgias e as hormonioterapias".
Outra mudança nos tópicos foi em relação à adoção de crianças por casais homoafetivos. O primeiro texto defendia textualmente eliminar obstáculos à adoção de crianças por casais homoafetivos. A nova versão diz que será dado tratamento igual a casais adotantes, " com todas as exigências e cuidados iguais para ambas as modalidades de união, homo ou heterossexual. Destaca que nos processos de adoção "interessa o bem-estar da criança que será adotada".
Nota divulgada pela assessoria de Marina neste sábado diz que o texto divulgado ontem, "não retrata com fidelidade os resultados do processo de discussão sobre o tema durante as etapas de formulação do plano de governo (comentários pela internet sobre as diretrizes do programa, encontros regionais e as dinâmicas de escuta da sociedade civil promovidas pela Coordenação de Programa de Governo e pelos candidatos à Presidência pela Coligação)."
Houve mudanças tanto nos tópicos, quanto no texto que baseia o capítulo LGBT. Na versão divulgada ontem, o texto do capítulo fazia referências apenas à questões relativas à comunidade LGBT. Na nova versão, o texto é modificado, com a exclusão de palavras e a inclusão de outras minorias que também têm que ser respeitadas, como crianças e idosos. O texto retirou, por exemplo, citação de estatística de assassinatos com motivaçãop homofóbica em 2012, do Grupo Gay da Bahia.

Na nota, a campanha ressalta que apesar da mudança, mantém o compromisso irrestrito com a defesa dos direitos civis dos grupos LGBT. " Convém ressaltar que, apesar desse contratempo indesejável, tanto no texto com alguns equívocos como no correto, permanece irretocável o compromisso irrestrito com a defesa dos direitos civis dos grupos LGBT e com a promoção de ações que eduquem a população para o convívio respeitoso com a diferença e a capacidade de reconhecer os direitos civis de todos", diz outro trecho da nota.
PSB RETIFICA ITEM SOBRE USO DE ENERGIA NUCLEAR
Momentos depois do lançamento do programa de governo, o comando da campanha de Marina Silva desmentiu a proposta de usar energia nuclear, citado no documento. Segundo a nota enviada pela equipe, houve um erro de revisão e que a política energética do programa será realinhada com foco nas fontes renováveis e sustentáveis (solar, eólica, de biomassa, geotermal, das marés, dos biocombustíveis de segunda geração).

TUDO DE ERRADO CAI NA CONTA DO PSB

'Erro no programa de governo foi da coordenação', diz Marina Silva

Trechos de apoio às causas da comunidade gay foram alterados na manhã deste sábado

Luisa Brasil
Rio - Em sua primeira visita ao Rio de Janeiro desde que assumiu a candidatura à Presidência, neste sábado, Marina Silva (PSB) atribuiu aos coordenadores de sua campanha a responsabilidade pelo erro em seu programa de governo no tópico que trata de assuntos relacionados à comunidade LGBT. O programa distribuído para a imprensa ontem declarava apoio a várias causas do movimento gay, como o casamento civil e o projeto que equipara a homofobia ao crime de racismo.



A candidata Marina Silva teve dificuldades em caminhar pela Rocinha, devido principalmente ao assédio de cabos eleitorais que a cercavam
Foto:  Márcio Mercante / Agência O Dia

Na manhã deste sábado, o programa foi corrigido e as propostas para o grupo foram atenuadas. O apoio ao casamento foi substituído pela "garantia de direitos oriundos da união civil de pessoas do mesmo sexo". Já o trecho que declarava apoio à criminalização da homofobia foi integralmente retirado.
Segundo Marina, o texto que foi colocado originalmente no programa foi enviado pelos movimentos sociais e houve um texto de revisão na hora da publicação do documento. "A revisão foi feita pela própria coordenação da campanha. Os próprios coordenadores reconheceram que houve um problema no processo", afirmou a candidata.
Durante ato na Rocinha, promessas de urbanização
Marina visitou a Rocinha na tarde deste sábado. Acompanhada pelo candidato ao Senado, Romário, a candidata teve dificuldades em caminhar pela comunidade, devido principalmente ao assédio de cabos eleitorais que cercaram os candidatos. Ao final da caminhada, ela disse que pretende construir mais moradias populares dentro do programa Minha Casa Minha Vida. Marina também prometeu investir na urbanização de favelas e trabalhar para regularizar a situação dos moradores de comunidades.
"Temos que destinar recursos para que as comunidades sejam urbanizadas e para que pessoas possam ter a regularização dos lugares por onde moram sem que precise de remoção", afirmou a candidata.

Adilson Batista não resiste à goleada e deixa o comando do Vasco


Treinador deixa o cargo que ocupava desde o fim de 2014

Ricardo Napolitano
Rio - Após a derrota para o Avaí em São Januário por 5 a 0, o treinador Adilson Batista está fora do Vasco. O comandante não resistiu ao vexame em casa, somado a sequência de quatro jogos sem vencer do clube carioca.

"Lamentavelmente estou aqui para anunciar a saída do Adilson. Foi uma decisão pode se dizer que comum acordo. Partiu do Adilson,  a ideia de sair hoje, falo isso com mta tristeza. Durante esses oito meses, vivenciei um profissional altamente comprometido, capacitado. Infelizmente o ambiente criado contrário a este profissional, volto a dizer, conspira muitas vezes para a gente presenciar uma situação dessa. Estamos na ponta, classificados na Copa do Brasil e com poucas derrotas no ano. Foi uma decisão tomada há pouco e não estavamos prevendo isso. Não é falta de planejamento. Ninguém espera o pior. Não pensamos em nenhum nome. Nem temos contato. Só vamos pensar a partir de domingo. Confesso que não gostaria de está aqui. Se nós não tivermos um nome, um auxiliar pode assumir", afirmou o gerente de futebol cruzmaltino, Rodrigo Caetano.

Adilson deixou o comando do Vasco
Foto:  André Mourão

Depois do anuncio de Rodrigo, Adilson Batista concedeu uma entrevista para falar sobre o seu período como treinador do Vasco. O ex- comandante agradeceu a oportunidade no clube carioca.
Agradecimentos
Só queria agradecer ao clube. Sei da grandeza do Vasco. Foi um privilégio de ter trabalhado aqui. Com as pessoas que convivi: Rodrigo, Ercolino, Roberto. Os atletas. Indicamos muitos atletas. Tentamos encontrar alternativas no mercado. Tetamos jogar com mais tranquilidade, com paz. Sei da minha capacidade. Tenho mais uns 15 anos para trabalhar. Sempre vou respeitar o Vasco, o título estadual não veio, estamos bem na Série B, na Copa do Brasil. Guardo carinho do Vasco.
Motivo da saída
Deixo por causa da atmosfera. Se avaliar friamente o jogo, você tem o dominio, cria, sofre um apagão, tem duas bolas paradas e gol. Depois cria de novo, tem o pênalti, e depois sofre mais dois gols de bola parada. Não é em função deste jogo. Penso muito no clube. A vaidade fica longe. Acho que seria a melhor escolha sair para as coisas fluirem. Espero comemorar com os atletas a vaga para a Série A
Rejeição da torcida
Foi um prazer trabalhar no Vasco. Já tinha enfrentado várias vezes. Sei a grandeza, da dificuldade de jogar em São Januário. Tinha vontade de fazer históiria. Mas parte da torcida nunca gostou do meu nome, nunca apoiou. E eu vou continuar na minha linha. Nunca vou pagar ninguém. Sou sério e vou procurar fazer o que acho certo. Infelizmente temos de conviver com determinadas situações. A maioria dessa turma considerada torcida organizadas... são bem organizadas, pois a gente sabe como funciona. Tenho muito respeito pelo Vasco
Pressão
Eu consigo suportar a carga negativa, o burro, mas isso passa para os jogadores. Prefiro que eles joguem mais soltos. Daqui a pouco vem alguém que eles apoiem. Temos de pensar no Vasco. Há algum tempo, o Rodrigo tá segurando. É um ano político. Há interesse e muita coisinha que atrapalha o rendimento. Quero que flua. Os meninos têm capacidade de vencer a competição. Por isso prefiro sair agora para ajudar. Houve algo orquestrado.
O comandante estava no cargo desde o fim de 2013. No clube carioca, Adilson foi o técnico das últimas rodadas do Brasileiro, quando o Vasco conseguiu uma pequena reação, mas acabou rebaixado para a Série B. Em 2014, no comando do clube carioca, o treinador sofreu cinco derrotas, sendo duas no Carioca e três na Série B

Marina é a segunda via do PSDB para tirar o PT do governo


Eleições 2014

Consagrada Marina Silva como substituta de Eduardo Campos, é hora de dizer algumas verdades e levantar alguns questionamentos
por Luciana Genro — 
Agência Brasil
Marina Silva vem sendo apontada como aquela que poderia capturar a insatisfação com a velha política, manifestada por milhões que saíram às ruas em junho de 2013. É preciso, entretanto, ir além da simbologia criada em torno de Marina para avaliar o que ela realmente representa. Avaliar cuidadosamente os elementos programáticos, seus aliados, seu modelo de gestão e seu projeto de país. Assim podemos tecer um primeiro diagnóstico da essência da candidatura de Marina.
Apesar do discurso em torno de uma “nova política”, a própria candidata nos fornece elementos para demonstrar que ela não representa nada de novo.
Ela defendeu, desde a campanha de 2010, um “realinhamento” entre PT e PSDB. Disse apoiar a política econômica de FHC e Lula. Sua suposta negação dos partidos tradicionais não a impediu de ingressar no PSB, abrigo de usineiros, oligarquias familiares e até de reacionários notórios como os Bornhausen, de Santa Catarina. Agora, para ser ungida candidata pelo PSB, assumiu os compromissos costurados por Eduardo Campos, dividindo o palanque com o PT no Rio de Janeiro e com PSDB em São Paulo. Isso não tem nada de novo na política. Marina acaba, assim, avalizando as velhas práticas de sempre.
Só se constrói uma nova política a partir da crítica radical aos partidos do sistema e do modelo econômico vigente. Marina não faz nem uma coisa nem outra. Tenta se apresentar como o novo, mas está associada ao velho. Do ponto de vista econômico ela está, inclusive, mais próxima do PSDB.
E a política econômica está na base de tudo. Não há nova política sem mudar as estruturas econômicas que permitem a desigualdade extrema de renda, os lucros indecentes dos bancos e a destinação de 40% do orçamento do Brasil para o pagamento de juros da dívida pública.
Os economistas que orientam Marina são da escola do PSDB. Eduardo Gianetti da Fonseca é o mais próximo de Marina. Em entrevista à Folha de São Paulo, no dia 21 de outubro de 2013, ele afirma que, “no tocante à política macroeconômica, não vamos reinventar a roda. Vamos continuar o que estava funcionando muito bem no Brasil, que é o tripé [superávit primário, metas de inflação e câmbio flutuante].”
Isto significa que, numa eventual vitória de Marina, a política econômica vai ser mantida? Uma política que garante a dominação e o elevado poder econômico e político do setor financeiro. Que faz com que o Estado execute medidas de defesa, consolidação e avanço dos interesses do capital financeiro com altas taxas de juros para controlar a inflação, em detrimento dos salários, das aposentadorias e dos investimentos públicos.
Neste modelo não há espaço para aumentar significativamente o nível de investimento em saúde e educação ou acabar com o fator previdenciário, nem para estancar a sangria de 40% do orçamento do Brasil em favor das 5 mil famílias mais ricas do Brasil e os bancos. Mais da metade da arrecadação de impostos vem de pessoas que ganham até três salários mínimos. É o dinheiro dos pobres garantindo o pagamento dos juros para os ricos. Com Marina a bolsa banqueiro vai continuar?
Este mesmo modelo também está empenhado em atender os interesses dos mercados mesmo dentro das principais empresas públicas brasileiras. O economista de Marina não deixa dúvidas.
“Tornam a Petrobras responsável por pelo menos 30% dos investimentos no Pré-Sal e, ao mesmo tempo, puxam o tapete da Petrobras segurando os preços dos combustíveis. O governo vinha de dois bons momentos de política macroeconômica, durante FHC e o primeiro governo Lula”, afirma ele.
Esta declaração deixa bem clara a intenção de aumentar os preços da gasolina, atendendo ao pleito dos acionistas privados da Petrobras, que pressionam pelo aumento dos seus lucros. Marina vai aumentar a gasolina?
Mas o ataque não para por aí. “Corrigir o salário mínimo pelo crescimento de dois anos atrás e o IPCA do ano anterior não tem o menor sentido. Também é complicado reajustar o benefício previdenciário pelo salário mínimo. Atrelar perpetuamente [as aposentadorias] ao salário mínimo não faz sentido”, acrescenta Gianetti.
A principal reivindicação dos aposentados, que é o reajuste das aposentadorias de acordo com a correção do salário mínimo, é descartada pelo conselheiro de Marina. Então, com ela no governo, continuará valendo a regra que faz com que o cidadão que se aposenta ganhando cinco salários em poucos anos estará ganhando apenas um? E como será o reajuste do salário mínimo?
Numa entrevista mais recente, em 14 de agosto de 2014, o economista de Marina foi ainda mais explícito nos vínculos da candidata com o PSDB e sobre a necessidade de se fazer um ajuste duro, obviamente contra o povo.
Foi durante palestra no 24º Congresso da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), quando ele disse que há “uma forte convergência” entre o PSDB e o PSB para as políticas econômicas necessárias, caso derrotem o atual governo nas eleições. “A oposição vai corrigir os equívocos do atual governo, com a volta do tripé macroeconômico, com um movimento inevitável de correção e ajustes aos desequilíbrios”, disse. “A hipotética vitória da oposição será de ajustes duros que restabeleçam confiança”. Então, vai fazer um ajuste duro? Contra quem?
No mesmo evento, Gianetti defendeu a correção de tarifas dos serviços e produtos administrados, como energia e combustíveis, além da busca por metas fiscais pautadas pela redução dos gastos do governo e ainda ajuste no câmbio e até nos juros no início do governo. “Você limpa horizontes e estabelece cenário de volta à normalidade”, afirmou. Marina vai aumentar as tarifas públicas? Quem vai pagar a conta?
Em recente reportagem do jornal o Globo, Marina levanta a bandeira da austeridade fiscal, e defende a autonomia do Banco Central para elevar os juros com o pretexto de controlar a inflação, independente das políticas do governo. Entre seus assessores circula a notícia que, se eleita, convidaria o presidente da Febraban, Murilo Portugal, para ser parte de sua equipe econômica.
Então, austeridade – isto é, corte de gastos públicos para sobrar dinheiro para o pagamento das dívidas – é bandeira de Marina? Ela vai dar mais autonomia para o Banco Central, já capturado pelos mercados?
Não é casual, também, que Luiz Carlos Mendonça de Barros, um dos principais analistas econômicos do PSDB publicou comentário em uma rede social afirmando que o PSDB se aliaria a ela para “selar a remoção do PT do poder”.
Marina vai governar com o PSDB?
Mas não é só na economia que Marina contraria sua simbologia da nova política.
Na segurança pública o conservadorismo de Marina não lhe permite perceber a necessidade de dar fim à guerra urbana contra os pobres, travestida de guerra às drogas. Defender a descriminalização e regulamentação do uso da maconha nos mesmos patamares de outras drogas legais, como o álcool e o cigarro, é fundamental para avançar neste caminho. De que vale ser uma candidata de origem pobre e negra, se ela vai perpetuar as políticas que permitem o extermínio e encarceramento em massa de jovens pobres e negros?
Da mesma forma, Marina não inova em relação aos direitos da população LGBT. Ela é evangélica, e sua religião não é demérito algum. Entretanto, ela cede às pressões dos setores mais conservadores desta religião, pronunciando-se contra o casamento igualitário. A presidente Dilma também cedeu aos fundamentalistas, suspendendo o programa de combate à homofobia nas escolas por pressão da bancada evangélica da Câmara. Enquanto isso, fruto do preconceito e da falta de educação sexual nas escolas, a AIDS cresceu no Brasil, enquanto no mundo inteiro caiu. Defender a liberdade religiosa significa garantir que nenhuma religião interfira nas políticas públicas. Marina vai garantir o Estado laico?
Então é preciso que os eleitores em busca do novo fiquem muito atentos para não ser enganados por uma simbologia vazia de conteúdo. Se Marina não quer ser mais uma especialista em enganar o povo, tem que se separar claramente dos chefes de seu programa econômico, todos eles formados na escola do neoliberalismo. Infelizmente, não é o que temos visto. Pelo que vemos até agora, está muito claro que Marina não é a terceira via.
Ao contrário, Marina se parece mais com uma “segunda via” do PSDB, a alternativa que a direita está buscando caso não consiga emplacar Aécio Neves. Não que a direita não aceite Dilma. Ela conviveu muito bem com Lula e com Dilma. Mas o PT já não controla o movimento de massas, como se viu em junho de 2013, e este era o grande serviço que a direita cobrava do PT. Então, já que o PT não cumpre mais este papel, eles preferem eliminar os intermediários, governar pelas próprias mãos e não mais terceirizar o poder para grupos oriundos da classe trabalhadora, mas que governam segundo os interesses do capital.
Por isso Aécio é o favorito da direita, seu filho legítimo. Mas Marina pode ser a nova terceirizada confiável a serviço do capital. Se ela seguir iludindo os insatisfeitos com a velha política e conseguir canalizar a insatisfação para sua candidatura, ela pode ser útil para o sistema, dando uma nova cara para o velho de sempre.
Candidata do PSOL à Presidência da República

O que os jovens pensam sobre a política

Pesquisa Data Popular revela que a juventude brasileira é mais informada que seus pais e tem peso decisivo na eleição

Alan Rodrigues (alan@istoe.com.br)

Nas eleições de 5 de outubro, mais de 140 milhões de brasileiros estarão aptos a votar. Nesse universo, um terço dos eleitores – pouco mais de 45 milhões de pessoas – é formado por jovens entre 16 e 33 anos. Para entender melhor a cabeça política da juventude brasileira, quais suas demandas e de que maneira ela pode influenciar na corrida eleitoral, ISTOÉ destrinchou uma pesquisa realizada pelo Instituto Data Popular com 3.500 jovens do País. O levantamento revela, entre outros dados interessantes, que essa turma, por ser mais informada do que seus pais e levar dinheiro para dentro de casa, contribuindo para o aumento da renda, forma opinião, influencia no voto da família e pode até decidir a eleição. A pesquisa não questiona em quem eles votariam. Mas mais de 50% deles se encontram entre os eleitores indecisos ou que pretendem anular o voto. O discurso, porém, carrega um viés de oposição. Como na maioria da população brasileira, o desejo de mudança está impregnado em 63% deles, que acreditam que o Brasil não está no rumo certo. Apesar disso, 72% desses brasileiros que têm entre 16 e 33 anos consideram ter melhorado de vida. Mas a juventude indica querer mais. “Eles querem serviços públicos de mais qualidade, maior conectividade, acessos livres a banda larga e a tecnologia de ponta. E não abrem mão da manutenção do poder de compra”, afirma o autor do estudo, o publicitário Renato Meirelles, presidente do Data Popular.
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O levantamento embute outros recados importantes à classe política. Ao mesmo tempo que 92% acreditam na própria capacidade de mudar o mundo, 70% botam fé de que o voto possa transformar o País e 80% reconhecem o papel determinante da política no cotidiano brasileiro, fatia expressiva dos jovens do Brasil (59%) acredita que o País estaria melhor se não houvesse partido político. Para os jovens, as agremiações partidárias e os governantes não falam a linguagem deles. “Os políticos são analógicos e a juventude digital”, atesta Renato Meirelles. Observador atento do cenário político e um dos maiores especialistas sobre o comportamento da juventude brasileira, Meirelles foi quem criou o verbete “Geração D” – de digital, numa alusão à juventude conectada.
02.jpg Bem-estar
Sâmia Vilela (acima), filha de uma cobradora de ônibus, hoje estuda marketing
e é uma empreendedora. Júlio Fernandes (abaixo) faz pós-graduação
para gerir melhor os negócios da família
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Nascidos totalmente integrados à tecnologia digital, sob os ventos favoráveis da estabilidade econômica, da democracia e com menos privações que a geração anterior, esses jovens foram os grandes protagonistas das manifestações de junho de 2013, quando milhões de pessoas de todo o País foram às ruas para cobrar mudanças na política brasileira. De lá para cá, a onda de indignação, revolta e envolvimento dos jovens na vida política só cresceu. Chamados a dialogar, eles foram instados a ter opiniões. Não existe aí uma novidade. Os jovens sempre tiveram opiniões. Muitas opiniões, diga-se. A diferença crucial agora é que o que eles dizem tem muito mais peso. Eles são ouvidos e exercem influência sobre a família. “Hoje, as decisões familiares são totalmente compartilhadas. Inclusive as decisões políticas”, afirma a estudante Sâmia Vilela, 27 anos. A história de vida de Sâmia iguala-se à de milhões de jovens brasileiros que na última década deixaram para trás a pobreza, conseguiram estudar e abriram seu próprio negócio.
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Filha de uma cobradora de ônibus, que nas horas vagas ainda arrumava tempo para fazer salgados para vender nas ruas de São Paulo, ela foi criada na favela, ficou anos longe do banco escolar, mas hoje estuda marketing e tornou-se uma pequena empreendedora. Criou um blog sobre como organizar festas de casamento com pouco dinheiro, o Casamento sem Grana. “Hoje, minha página soma 3,5 milhões de pageviews e 40 mil usuários únicos no mês”, comemora. O caso bem-sucedido de Sâmia dá vida a números da pesquisa do Data Popular segundo os quais 85% dos jovens acreditam que só é possível progredir na vida com muito trabalho. “A internet ampliou o repertório, as redes de relacionamento e as possibilidades de ascensão social dessa geração”, afirma Meirelles. Não apenas isso. A internet e as redes sociais viraram palco dos novos debates políticos – a maior parte deles travada por jovens. O que rola na rede é disseminado em casa por meio da juventude conectada. Se surge uma informação nova sobre determinado candidato, o assunto logo vira tema de discussão no seio familiar durante cafés da manhã, almoços e jantares, momentos em que normalmente todos estão reunidos em torno da mesa. “Hoje, sou muito mais escutado em casa, ainda mais quando o assunto é política”, diz Júlio Espósito Fernandes, 25 anos. Estudante de pós-graduação, ele trabalha nas empresas da família. “Cresci ouvindo meu pai dizendo: vote nesse candidato. Ele rouba, mas faz. Hoje, não aceito essa história”, conclui. “Não há como discutir o processo eleitoral sem falar dos jovens – que estão olhando para a frente, não para trás”, diz o autor da pesquisa. Numa direção oposta a 59% dos jovens que afirmaram que o Brasil estaria melhor se não tivesse nenhum partido político, a produtora de audiovisual Mary Miloch, 23 anos, acredita que o aperfeiçoamento da democracia passa pelo fortalecimento das organizações partidárias. “Não consigo imaginar a política sem partidos”, diz Mary. O problema, segundo ela, é que “algumas legendas têm dificuldade em dialogar com os jovens”. Primeira da família a fazer um curso de nível superior, Mary é estudante de rádio e televisão e cursa universidade com o auxílio de uma bolsa integral do Prouni. Apaixonada pela política, ela esteve nas ruas durante as jornadas de junho do ano passado e integra o grupo de jovens que acreditam na importância do voto para a mudança dos rumos do País. “Eu não só sei, como tenho certeza da nossa capacidade transformadora”, afirma.
05.jpg Migrante
Vivian Silva, beneficiada pelos programas sociais e pelo aumento
na oferta de empregos e renda, dita o rumo na família
Ao menos em casa, a juventude já ajuda a transformar a vida de seus pais, contribuindo no orçamento doméstico. Hoje, de cada R$ 100 que um pai da classe alta injeta na economia do lar, o filho jovem coloca R$ 57. Na classe C, também a cada
R$ 100, o filho investe R$ 96. O fato de os jovens participarem ativamente no orçamento familiar deu a eles a condição de ser um dos interlocutores da família. Aos 29 anos, a operadora de telemarketing Vivian Silva mora na cidade de Guarulhos, região metropolitana de São Paulo, com a mãe, os dois filhos e o marido. Migrante nordestina, Vivian desembarcou na capital paulista em busca de trabalho há três anos. Chegou praticamente só com a roupa no corpo. Dependente dos programas sociais do governo como o Bolsa Família, ela conseguiu trabalho, comprou seu imóvel através do programa Minha Casa Minha Vida e hoje cursa universidade. Ela faz parte dos 92% dos jovens brasileiros que acreditam na capacidade da juventude de mudar o mundo. “Como nos consultam para adquirir ou pesquisar sobre um determinado produto, a família também nos procura para saber de política, economia e outras notícias”, garante Vivian.
06.jpg Eu quero mais
Depois do passado difícil, Verônica Gonçalves faz coro
com os que acham que precisa de mudanças
Esse apoderamento dos jovens é explicado, segundo Meirelles, por diversos fatores. Além de ter mais acesso à informação (93% dos jovens são conectados), a juventude digital é muito mais escolarizada que os pais. Quando o recorte da pesquisa trata da educação nos lares brasileiros, salta aos olhos a evolução educacional dos filhos da classe C (54% dos brasileiros). Nesse estrato da sociedade, sete em cada dez jovens estudaram mais que seus pais. É o caso da garçonete Verônica Gonçalves, 30 anos. A mãe era analfabeta até os 30 anos, quando ficou viúva, e foi obrigada a estudar. Diante das necessidades alimentares dos filhos, ela aprendeu a ler. Agora, trabalha e divide com os três filhos as despesas da casa. “Hoje, lá em casa, somos todos internautas e dividimos tudo. Principalmente, as decisões de compra”, diz ela. Indecisa eleitoralmente, apesar das mudanças na vida na última década, Verônica está atenta aos programas eleitorais para definir seu voto. “Precisamos melhorar um pouco mais”, diz ela, que pretende estudar gastronomia no próximo ano.
09.jpg Atuação política
Mary Miloch, assim como milhões de brasileiros, participou dos
protestos de junho de 2013 e acredita que seu voto pode fazer
a diferença nas eleições de outubro
Neste mundo de interatividade, a enorme capacidade da juventude de assimilar as transformações tecnológicas interfere em como esses jovens agem, pensam e levam o seu ritmo de vida. Ao contrário do que muita gente possa pensar, o estudo do Data Popular mostra que os jovens querem um Estado forte, com a eficiência do setor privado e que ofereça serviço público gratuito de qualidade. “Essa juventude quebra a lógica política tradicional, ideológica”, explica Meirelles. “Principalmente porque os jovens dessa geração utilizam-se de uma régua muito mais rigorosa para medir a qualidade do serviço público do que os pais”, explica Meirelles.
08.jpg Estado forte
Líder dos rolezinhos, Vinícius André do Prado acha que, além de médicos,
os jovens precisam de professores e de mais segurança, até no ambiente virtual
Do ponto de vista comportamental, os jovens da geração D são ambiciosos, impulsivos e ousados. Contestadores, eles não querem saber de censura. Impactados pelo sucesso dos programas de distribuição de renda, redução da pobreza e pleno emprego, eles, agora, querem muito mais dos políticos. Na pesquisa do Data Popular, a segurança aparece em primeiro lugar entre os problemas que mais preocupam os jovens, seguido por políticas públicas para a juventude e a inflação do cotidiano. O jovem Vinícius André do Prado, 18 anos, é um dos jovens da periferia que cobram das autoridades uma maior presença do Estado no cotidiano das comunidades, principalmente na questão da segurança. Um dos líderes dos chamados “rolezinhos”, Vinícius diz que a quantidade de brigas nas baladas e em eventos frequentados pelos jovens da periferia está afastando o público jovem do lazer. “A falta de segurança é o nosso principal problema. Rolam muitas brigas nas baladas”, queixa-se. “O pessoal fica falando da ausência de médico na periferia, mas faltam professores, bolsas de estudo e publicidade para informar a gente sobre os projetos”, critica Vinícius. Para ele, os governos utilizam-se de ferramentas comunicacionais atrasadas, como o rádio, para anunciar projetos. “Será que alguém nas zonas urbanas ainda ouve rádio?”, questiona. O governo, segundo o líder dos rolezinhos, pensa o País com a cabeça voltada para o passado. E eles só querem saber do futuro. Os rebeldes de outrora, hoje conectados e formadores de opinião em casa, não deixam de ter muita razão.


“Os políticos não falam a língua dos jovens”
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ISTOÉ – Muitos analistas apostam que essas serão as eleições da mudança. O sr. concorda com isso?
Renato Meirelles –
As pesquisas mostram que as pessoas querem um Brasil diferente do que está hoje, mas com uma garantia efetiva de que as conquistas dos últimos anos não sejam perdidas. O eleitor está insatisfeito com a situação do País da porta de casa para fora, já que do lado de dentro as pessoas sabem que as coisas melhoraram muito. Essa será uma eleição de futuro e não de passado.
ISTOÉ – Isso explica, por exemplo, o fato de os candidatos defenderem os programas sociais do governo e concentrarem as críticas em economia e gestão pública?
Meirelles –
Economistas não entendem de gente de carne e osso. De nada vale discutir o passado. Só um terço dos eleitores tem condições maduras de comparar os governos FHC e Lula. O eleitor não quer mais discutir cesta básica, ele quer banda larga. Ele não quer dentadura, mas o Bolsa Família 2.0.
ISTOÉ –O que é Bolsa Família 2.0?
Meirelles –
Essa juventude quer maior conectividade, acessos livres a banda larga e a tecnologia de ponta. Eles representam 33% do eleitorado e 85% deles são internautas.
ISTOÉ – Mas problemas econômicos, como a alta da inflação e a falta de crescimento do PIB, não pautam o voto?
Meirelles –
A maior parte dos eleitores é
da classe C e eles não entram e nem querem saber sobre essa conversa de pibinho, taxa Selic e tripé macroeconômico. Eles querem saber sobre o preço do tomate, do emprego e da diminuição dos juros no crediário e nos juros do cheque especial.
ISTOÉ – Quais são os desejos e necessidades desses eleitores?
Meirelles –
Eles querem saber quem vai garantir a creche para as mulheres que foram para o mercado de trabalho. Querem serviços públicos de mais qualidade e não abrem mão da manutenção do poder de compra.
ISTOÉ – Quem são os jovens dessa geração digital?
Meirelles –
São jovens de 18 a 33 anos, uma mistura das gerações Y e X (nascidos entre 1980 e hoje) e predominantemente de classe C. Gastam R$ 200 bilhões por ano. De cada R$ 100 que um pai da classe alta injeta na economia do lar, o filho jovem coloca R$ 57. Na classe C, o filho coloca R$ 96. É por isso que os filhos influenciam mais a economia doméstica. Além disso, eles são mais escolarizados que os pais e mais conectados.
ISTOÉ – Qual será a importância deles nas eleições de outubro?
Meirelles –
Como os jovens decidem mais sobre as coisas dentro de casa, eles são os novos formadores de opinião. Isso vale tanto para a compra de um produto quanto para a decisão do voto familiar. Não há como discutir o processo eleitoral sem falar da juventude. Os jovens olham para a frente; são eles que vão ajudar a decidir as eleições este ano.
ISTOÉ – As pesquisas mostram em qual candidatura eles estão apostando as fichas?
Meirelles –
É muito cedo para falar em definições, mas certamente a entrada da candidata Marina Silva modificou o quadro eleitoral. A ex-senadora, ao que tudo indica, consegue angariar o voto jovem, que soma boa parte dos descontentes com a política que saíram às ruas em junho do ano passado.
ISTOÉ – O que as manifestações de junho de 2013 deixaram de legado?
Meirelles –
Que os jovens não aceitam mais uma classe política que não os representa. Eles querem ser protagonistas da própria história. Essa geração não aceita hierarquias, censura e tampouco tentativas de silenciá-los.
ISTOÉ – Os jovens estão mais insatisfeitos?
Meirelles –
Por serem mais escolarizados e conectados que os pais, eles são mais críticos com a real situação do País. Eles não enxergam na classe política a solução para um futuro melhor.
ISTOÉ – Isso explica por que a maioria dos jovens está indecisa ou pretende anular o voto?
Meirelles –
Os políticos não sabem levar a pauta política para o cotidiano dos jovens. Eles não falam a linguagem desse eleitorado. Os políticos são analógicos e os jovens são digitais. Eles têm uma mentalidade velha que avalia políticas públicas pela lógica da oferta e não pela demanda. Ou seja, é mais importante o que os estudiosos afirmam que é bom para as pessoas, do que o que o povo sabe que é importante para elas.

Sindicato criado por Chico Mendes critica Marina Silva



Nota da entidade que representa trabalhadores rurais de Xapuri, no Acre, reclama de política ambiental criada pela ex-ministra

Francisco Alves Filho
Acre - O entusiasmo com a candidata Marina Silva (PSB) contagiou boa parte do país, mas no Acre, sua terra natal, a insatisfação com a ex-ministra cresceu nos últimos dias. Depois do debate da Band, o Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Xapuri divulgou nota com duras críticas a ela.
Para a sindicalista Dercy Cunha, a candidata Marina é contraditória: “Chico Mendes nunca foi da elite”
Foto:  Reprodução
O texto ataca a política ambiental implantada por Marina, ainda em prática. Além disso, a vice-presidente da entidade, Dercy Cunha, lamenta que a candidata tenha se referido a Chico Mendes, criador do sindicato, como integrante da elite. “Ela foi completamente contraditória. Chico nunca fez parte da elite, ele era uma pessoa simples”, desmente Dercy.
A nota diz que as diretrizes governamentais para o meio ambiente, idealizadas por Marina, prejudicam os pequenos agricultores de áreas florestais e favorecem os empresários. “Na intenção de transformar a floresta num santuário, abandonaram à própria sorte os pequenos agricultores que tiram a subsistência da terra”, critica Dercy. Segundo a nota, o manejo da floresta esbarra em um alto grau de burocratização, que só grandes empresas conseguem cumprir para, então, “legalmente devastar”.
As críticas são ainda mais incômodas por partirem de ex-companheiros, do tempo em que a ex-ministra defendia os seringueiros contra a extração indiscriminada de madeira. Dercy conheceu Marina na década de 80, ao lado de Chico Mendes, na criação da CUT do Acre. De lá para cá, reconhece, ela evoluiu bastante, tornou-se ministra e presidenciável com chances reais de ganhar a a eleição. “Pena que esta evolução tenha acontecido sem manter a preocupação com as populações mais pobres que ajudaram nessa trajetória”, diz a sindicalista.
A reportagem de O DIA procurou a assessoria da candidata Marina Silva para se posicionar sobre as críticas do sindicato de Xapuri, mas os assessores não retornaram as ligações.