9.06.2019

Leilane tem bom gosto a sua companheira é linda

Jornalista da Globo compartilha clique raro ao lado da esposa

Na foto, as duas posam juntas durante uma viagem romântica

Por O Dia
 
Leilane Neubarth
Leilane Neubarth -
Rio - A jornalista da GloboNews, Leilane Neubarth, compartilhou um clique raríssimo ao lado da companheira, Isabela Bellenzani, diretora-executiva da TV Globo. Na foto, publicada por ela no Instagram, as duas aparecem em um jardim florido durante uma viagem romântica.
"Nada como ter ao lado a melhor companhia... tudo fica mais bonito e divertido! Obrigada por todas as viagens", declarou ela na legenda da imagem. 
Confira: 
A diretora-executiva da TV Globo, Isabela Bellenzani, com a namorada, a jornalista Leilane Neubarth - Reprodução

MORO NA CADEIA

Moro cometeu quatro tipos de crimes ao atuar na Lava Jato, afirma juíza

RBA – 

Segundo representante da Associação Brasileira de Juristas pela Democracia, ministro incorreu em abuso de autoridade, improbidade administrativa, prevaricação e formação de quadrilha. Ato hoje em São Paulo protesta contra a atuação do ministro

MARCELO CAMARGO / ABR
Moro: crimes estão relacionados com a forma como o ex-juiz conduziu e interferiu nas investigações da operação para depois julgar e prejudicar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, impedindo-o de participar das eleições
São Paulo – A atuação do ex-juiz e atual ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, na operação Lava Jato envolve quatro crimes. É o que afirma a juíza do Trabalho e integrante da Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD) Raquel Braga, que divulgou hoje (19) vídeo sobre o tema em sua página no Facebook.
Raquel explica que esses crimes estão relacionados com a forma como o ex-juiz conduziu  e interferiu nas investigações da operação para depois julgar e prejudicar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, impedindo-o de participar das eleições presidenciais do ano passado.
“O primeiro crime é o abuso de autoridade, quando testemunhas são conduzidas coercitivamente, como no caso do Lula, sem o convite, sem intimação e não se negam a depor”, diz Raquel.
O outro crime que deve ser apurado, segundo ela, é o de improbidade administrativa. O funcionário público e o agente político, como é o caso do Moro, não pode do seu ato de ofício auferir vantagens. “Moro, com o processo contra o Lula, eivado de nulidades, o afastou das eleições. E Bolsonaro eleito, escolhe Moro como ministro da Justiça e promete a ele um cargo para o Supremo Tribunal Federal”, afirma.
Outro crime, ainda, é o de prevaricação. “No caso João Santana, Moro retarda a denúncia do Ministério Público, deixando as peças sob o seu controle, sem enviar para o Supremo Tribunal Federal”, diz a juíza.
E, por fim, também a ser investigada é a formação de quadrilha, com a constituição de uma instituição que inicialmente tinha capa de viés pedagógico, mas no fim almejava auferir lucros. “Portanto, a cada vazamento, essa questão de palestras, de pagamentos se torna mais grave”, alerta Raquel.
edição do vídeo faz parte da estratégia de divulgação da campanha #MoroMente, lançada pela ABJD para chamar a sociedade brasileira para discutir sobre o comportamento ilegal do ministro, como também dos procuradores do Ministério Público Federal que atuaram na operação. Na noite desta segunda-feira, a associação realiza ato de protesto contra o ministro, na Faculdade de Direito da USP, em São Paulo.

Prisão de Moro é cogitada para evitar destruição de provas, mas só o STF pode decretar

Congressistas da Câmara e do Senado estudam a possibilidade de pedir a prisão preventiva do ministro da Justiça, Sérgio Moro, junto ao Supremo Tribunal Federal (STF). Eles alegam que Moro pode utilizar o aparato estatal para destruir provas que o incriminem, informou o Blog do jornalista Esmael Morais. Enquanto for ministro, somente o Supremo Tribunal Federal pode decretar sua prisão.
Além disso, as últimas revelações do jornalista Glenn Greenwald mostram que o juiz da Lava Jato mentiu durante audiência judicial. Ele afirmou ao réu que não não tinha nada a ver com a acusação, que apenas julgava, que o réu seria respeitado.
O cientista político Alberto Carlos de Almeida, autor do Livro “A cabeça do brasileiro” escreveu no Twitter que existem elementos suficientes para a prisão preventiva do ex-juiz Sérgio Moro. “Neste momento, ele pode estar destruindo as provas”.
A defesa de Lula também estuda medidas cautelares contra o ex-juiz Sérgio Moro, pois, segundo dirigentes petista, estão presentes os requisitos para a decretação da prisão preventiva do ministro da Justiça pelo STF. E mais:
O ministro da Justiça, Sérgio Moro, em entrevista ao Estadão, desafiou o Intercept a publicar novas matérias sobre a perseguição política e ideológica a Lula. “Publiquem tudo se quiserem”, provocou o ex-juiz, que logo no início da noite desta sexta obteve a resposta com mais uma “bomba” lançada pelo site fundado pelo jornalista Glenn Greenwald.
“Temos áudios deles [Moro e procuradores da Lava Jato] em aplicativos como WhatsApp e Telegram”, adiantou Greenwald. (Veja mais)

Quem é Adriano da Nóbrega, chefe do escritório do crime e homenageado por Flávio Bolsonaro

Adriano da Nóbrega e Flávio Bolsonaro

 

Brasil 247 – 

Os intocáveis? Não. Os Idiotas.

9.05.2019

“Entramos na zona de perigo”

bolsonaro 14

Janio de Freitas 

A íntegra da coluna está transcrita abaixo.
Grande queima
Janio de Freitas, FSP, 1/9/19
Jair Bolsonaro já não é aquele que assumiu. Os medos e fugas que levaram a dar Paulo Guedes como o todo-poderoso, carta branca a Sergio Moro, ao general Augusto Heleno a primeira e a última palavras, e tantas outras fraquezas, não existem mais.
O rosto, em acelerado envelhecimento, assume uma firmeza de mandante, o olhar endurecido, nada mais daquela figura de deslocado em um mundo desconhecido.
Designar o próprio filho, de capacitação improvada, para falar e agir pelo país no centro de decisão global é uma atitude que simboliza, por si só, tudo o que é o Bolsonaro agora possuído por sensações de poder, de hierarquia única e de vontades impositivas.
Entramos na zona do perigo.
Quando esse Bolsonaro diz que a imprensa, por criticá-lo, está cometendo suicídio, fala da imprensa, mas sobretudo fala de si, da sua sensação de poder incontrastável. E de uma vontade já manifestada por diferentes maneiras.
Está claro que Bolsonaro tem intenções bem definidas quanto à liberdade de imprensa, assim como antes indicou e já restringe a criação cultural. O risco causa na imprensa mais intimidação do que reação. E com a falta de contraditório contribui para maiores ímpetos da hostilidade à liberdade de expressão.
Prepara-se no Planalto um indulto de policiais presos por crimes de morte e por envolvimento em atividades ilegais. Com participação explícita ou velada, muitos desses policiais são integrantes de milícias.
Em referência ao indulto desses “presos injustamente”, Bolsonaro chamou-os de “colegas”. Seja qual for a via do coleguismo, o indulto extemporâneo conjuga-se com as relações pessoais, familiares e financeiras dos Bolsonaros com aquela próspera atividade e suas cercanias. No mínimo, o indulto trará a consolidação de disposições milicianas para o que der e vier.
O fogaréu amazônico lançou a ira da opinião mundial contra Bolsonaro e, por tabela, o desprezo pelo país passivo diante de sua tragédia. Mas, para Bolsonaro, todo o fogo é bem-vindo.
O governo, por meio do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, cortou 30% da verba orçamentária para prevenção e combate a queimadas em florestas. O resultado dessas políticas antiambientais, antiamazônicas e anti-indígenas está visível não só nas chamas e na fumaça.
Para um exemplo: na fogueira que hoje é o estado de Rondônia, em 2018 as grandes queimadas decresceram 39%, somando 2.456. Da posse de Bolsonaro até a semana passada, aumentaram 164%, chegando a 6.484, conforme acompanhamento do respeitável Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. Aí está clara a culpa de Jair Bolsonaro, por indução verbal e facilitação administrativa, pela ação incendiária que atinge, inclusive, reservas naturais e reservas indígenas.
Bolsonaro já se dissera favorável à abertura da Amazônia para empresas norte-americanas de exploração mineral. Especificou bem: não empresas brasileiras, muito menos em geral, mas “americanas”.
As queimadas, portanto, abrem-lhe a oportunidade de avançar no seu plano. Primeiro, manifestando o desejo de acordo com os Estados Unidos, e não com europeus, para ação na Amazônia. Para logo continuar, aliás, repetindo-se: “Reservas indígenas são prejudiciais ao progresso”.
Era a trilha sonora para o embarque de Eduardo Bolsonaro e do tradutor-ministro Ernesto Araújo rumo a Trump. Para uma conversinha fora da agenda presidencial por urgência da necessidade ou, antes, da oportunidade.
O Bolsonaro que encaminha a entrega da Amazônia, não quer matadores e milicianos presos “injustamente”, avisa do “suicídio” da imprensa, indispõe o Brasil pelo mundo afora, não se mostra temeroso de objeção das chamadas instituições democráticas. De fato, por sua atitude de espectadoras desinteressadas, não têm por que o preocupar. São coerentes com a classe socioeconômica que as povoa.
E os militares, responsáveis, por ordem da Constituição, pela legalidade nacional e pela soberania? Ora, a Constituição.

9.04.2019

Todos de preto pela soberania nacional


Dia 7 vai todos de preto em luto pela Amazônia, educação e saúde.

jornalistaslivres



Bolsonaro elogia tortura e morte do pai de Bachelet por Pinochet




(Foto: Reuters)


247 - Jair Bolsonaro usou sua conta no Facebook para atacar a Alta Comissária da ONU para Direitos Humanos, Michelle Bachelet, após a ex-presidente do Chile fazer duras críticas ao que chamou de “encolhimento do espaço cívico e democrático" no Brasil com o atual governo. Na postagem Bolsonaro atacou cruelmente a memória do pai da ex-presidente chilena, o brigadeiro Alberto Bachelet, que após ter sido acusado de “traição à pátria”, faleceu devido a torturas em 1974, meses depois do sanguinário golpe de Augusto Pinochet. Para Bolsonaro, Bachelet está "seguindo a linha" do presidente da França, Emmanuel Macron, e tenta se "intrometer nos assuntos internos e na soberania brasileira" ao falar de direitos humanos no Brasil. 
"Michelle Bachelet, Comissária dos Direitos Humanos da ONU, seguindo a linha do Macron em se intrometer nos assuntos internos e na soberania brasileira, investe contra o Brasil na agenda de direitos humanos (de bandidos), atacando nossos valorosos policiais civis e militares", escreveu Bolsonaro em seu perfil no Facebook. Junto com o post, Bolsonaro publicou uma foto em que Bachelet aparece ao lado da ex-presidente deposta Dilma Rousseff e da ex-presidente argentina Cristina Kirchner, em sua segunda cerimônia de posse como presidente do Chile (2006-2018).
No outro trecho da postagem Bolsonaro defendeu a tortura e morte do brigadeiro Alberto Bachelet, pai da Alta Comissária da ONU, por membro da ditadura militar chilena. “Diz [referindo-se a Bachelet} ainda que o Brasil perde espaço democrático, mas se esquece que seu país só não é uma Cuba graças aos que tiveram a coragem de dar um basta à esquerda em 1973, entre esses comunistas o seu pai brigadeiro à época”, escreveu. A menção faz data do golpe de Estado no Chile que levou Augusto Pinochet ao poder, em 11 de setembro de 1973. Acusado de “traição", Alberto faleceu em 12 de março de 1974 em decorrência das torturas a que foi submetido no Cárcere Público de Santiago. 
O ataque contra a Alta Comissária da ONU veio na esteira da afirmação feita por ela de que o espaço democrático no Brasil está encolhendo no governo Jair Bolsonaro e que isto tem sido evidenciado com os ataques diretos contra defensores de direitos humanos, instituições de ensino e pesquisa e na restrição e criminalização de trabalhos e instituições da sociedade civil, o que inclui as ONGs.
O ataque brutal a Bachelet foi feito às vésperas da primeira viagem de Bolsonaro para participar da Assembleia Geral da ONU, em Nova York. Na reta final da campanha feita pelo governo brasileiro para conseguir mais um mandato como membro do Conselho de Direitos Humanos da ONU, o ataque pode decretar a exclusão do país do fórum. 

9.03.2019

Bolsonaro diz que ele escolherá os candidatos do PSL a prefeito em 2020


Em vídeo, afirmou que irá se "empenhar por algumas prefeituras" nas eleições de 2020 e completou: "Quem vai escolher? Democraticamente, vai (sic) ser eu". "O partido local vai ter sua participação, mas a palavra final vai ser nossa", disse ainda Jair Bolsonaro. Com a declaração, ele praticamente decreta o fim do PSL como partido político e o transforma na extensão de sua vontade política e pessoa
Jair Bolsonaro divulgou em seu perfil no Twitter uma entrevista concedida a uma jornalista não identificada na qual afirmou que "irei me empenhar por algumas prefeituras" nas eleições de 2020 e completou: "Quem vai escolher? Democraticamente, vai (sic) ser eu". Na sequência, afirmou: "O partido local vai ter sua participação, mas a palavra final vai ser nossa. Se não quiser não tem problema nenhum, eu não entro na campanha daquele município". Com a declaração, Bolsonaro praticamente decreta o fim do PSL como partido político e o transforma na extensão de sua vontade política e pessoal. 
“Quero me empenhar por algumas prefeituras e quem vai escolher democraticamente vai ser eu. O partido local vai ter sua participação, mas a palavra final vai ser nossa. Quem não quiser não vai ter problema nenhum, mas eu não entro na campanha daquele município”, disse. “O que eu quero? Quero alguém que tenha um sentimento igual ao nosso, um coração verde-amarelo igual ao nosso, não de boca pra fora”, afirmou. 
Indagado se já teria algum candidato para o Rio de Janeiro, Bolsonaro recorreu à religião para dizer que não. “Não. Tenho candidato em lugar zero. Quem porventura se lançou em qualquer lugar já está errando porque não está usando o João 8:32. Não participei e tenho dito para alguns que esta precipitação nos atrapalha”, ressaltou.

Vida

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Já perdoei erros quase imperdoáveis,
tentei substituir pessoas insubstituíveis
e esquecer pessoas inesquecíveis.

Já fiz coisas por impulso,
já me decepcionei com pessoas
que eu nunca pensei que iriam me decepcionar,
mas também já decepcionei alguém.

Já abracei pra proteger,
já dei risada quando não podia,
fiz amigos eternos,
e amigos que eu nunca mais vi.

Amei e fui amado,
mas também já fui rejeitado,
fui amado e não amei.

Já gritei e pulei de tanta felicidade,
já vivi de amor e fiz juras eternas,
e quebrei a cara muitas vezes!

Já chorei ouvindo música e vendo fotos,
já liguei só para escutar uma voz,
me apaixonei por um sorriso,
já pensei que fosse morrer de tanta saudade
e tive medo de perder alguém especial (e acabei perdendo).

Mas vivi!
E ainda vivo!
Não passo pela vida.
E você também não deveria passar!

Viva!

Bom mesmo é ir à luta com determinação,
abraçar a vida com paixão,
perder com classe
e vencer com ousadia,
porque o mundo pertence a quem se atreve
e a vida é muito para ser insignificante.
Augusto Branco

Trump celebra presente de Bolsonaro que ajuda agricultor dos EUA e prejudica brasileiros


O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, comemorou nesta segunda-feira, 22, a decisão do governo de Jair Bolsonaro de permitir a importação de 750 milhões de litros de etanol por ano sem tarifas. "Grande progresso para nossos agricultores (...) Será ainda melhor para o etanol, e salvamos nossas pequenas refinarias!", disse Trump, que depois apagou um dos dois tweets sobre o assunto
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(Foto: Alan Santos / PR)


247 - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, comemorou nesta segunda-feira, 22, a decisão do governo de Jair Bolsonaro de permitir a importação de 750 milhões de litros de etanol por ano sem tarifas. A medida vai vigorar por 12 meses, segundo publicação no Diário Oficial da União durante o final de semana (leia mais no Brasil 247).
“'O Brasil permitirá que mais etanol americano entre no país sem tarifas, uma decisão que as usinas brasileiras estão comemorando. A reação aparentemente contra-intuitiva decorre do tom das negociações em andamento entre a nação sul-americana e os EUA por um...", escreveu Donald Trump pelo Twitter, apagado poucas horas depois. 
Trump continuou: "Acordo comercial @business @ChuckGrassley @joniernst @debfisher @BenSasse Fazendo grande progresso para nossos agricultores. E-15 aprovado, durante todo o ano. Grande lista adicional a ser submetida e aprovada dentro de duas semanas. Será ainda melhor para o etanol, e salvamos nossas pequenas refinarias!", escreveu o presidente americano. 
A medida, que deve favorecer principalmente os Estados Unidos, principais exportadores de etanol para o Brasil, veio após reunião do presidente norte-americano Donald Trump com o chanceler brasileiro Eduardo Araújo e o deputado federal Eduardo Bolsonaro, indicado por Jair Bolsonaro para assumir a embaixada do país em Washington.
Segundo a agência Reuters, a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), que anteriormente chegou a defender o fim das importações sem tarifa, disse em nota que viu “uma grande vitória do governo brasileiro” na nova cota, uma vez que havia pressões pela liberalização total do mercado, com taxa zero para qualquer volume.
Segundo a Unica, as condições em troca da cota envolveriam “abertura do mercado americano de açúcar, um dos mais protegidos do mundo, e a implementação efetiva do E15 (mistura de 15% de etanol na gasolina, versus os 10% atuais) nos Estados Unidos”. A associação, no entanto, não cita prazos para essas medidas.
Leia os tweets de Donald Trump:

Tweet que o presidente Donald Trump deletou

(*Atualizada às 21h02)

Bolsonaro cria 'situação dramática' ao tentar proteger Flávio, diz ex-procurador da Lava Jato

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Para Carlos Fernando dos Santos Lima, Jair Bolsonaro (PSL) é hoje uma "fonte de preocupação". Para ele, atitudes recentes do presidente – como mandar o antigo Coaf para o Banco Central e trocar nomes-chave da Receita Federal – podem ter sido motivadas pelo desejo de proteger seu filho, o hoje senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ).
O senador é investigado na operação Furna da Onça, que apura se políticos de vários partidos teriam se apropriado dos salários de assessores na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj).
"Infelizmente, uma questão menor, um crime dos mais banais envolvendo políticos – a 'rachadinha' dos salários no gabinete – está inviabilizando o combate à corrupção no Brasil", disse Carlos Fernando em entrevista exclusiva à BBC News Brasil, por telefone.
"Com este Coaf no Banco Central e sem liberdade de se comunicar com o Ministério Público; e com a Receita também ameaçada de diminuição da sua independência, nós temos realmente uma situação dramática."
Carlos Fernando, que teve uma suposta mensagem hackeada de seu telefone entre as publicadas em reportagens do site The Intercept Brasil, relativiza a importância da conversa. No trecho, ele teria dito que seus "vazamentos objetivam sempre fazer com que pensem que as investigações são inevitáveis e incentivar a colaboração".
À BBC News Brasil, ele diz que tudo o que fez foi antecipar informações não protegidas por sigilo, com o único objetivo de criar uma "corrida pela delação" entre os investigados.
Ele também classifica as supostas conversas de procuradores acerca da morte da ex-primeira dama Marisa Letícia (1950-2017), mulher do ex-presidente Lula (PT), de "conversa de botequim" dos procuradores.
"Poucas pessoas suportariam a revelação de cinco anos de mensagens trocadas em grupos de WhatsApp. Sejam jornalistas, sejam funcionários públicos, sejam membros do Vaticano. Nem mesmo o Papa não resistiria", diz.

'Entre o diabo e o coisa ruim'

No 2º turno das eleições de 2018, diz Carlos Fernando, o país ficou "entre o diabo e o coisa ruim", referindo-se aos então candidatos Fernando Haddad (PT) e Bolsonaro. Muitos procuradores tinham a percepção de que um governo petista "acabaria sendo mais agressivo com a Lava Jato", segundo ele. Por outro lado, não havia muito entusiasmo com o candidato eleito.
Bolsonaro acabou frustrando expectativas quando não deu o devido apoio, na opinião de Carlos Fernando, ao pacote anticrime do ministro da Justiça, Sergio Moro, que hoje tramita a passos lentos no Congresso. Neste caso, o presidente "acabou realmente se revelando uma decepção", diz o procurador aposentado.
Ele ressalta ainda que a decisão de Moro de integrar o governo é uma escolha pessoal e não da Lava Jato. Mas avalia que a permanência dele no ministério ainda é "uma garantia" para o país.
O procurador também diz que Bolsonaro erra ao retardar a escolha do próximo procurador-geral da República. O mandato da atual PGR, Raquel Dodge, acaba no dia 17 deste mês, mas uma eventual indicação de um procurador "alinhado" não teria os efeitos desejados pelo presidente, segundo Carlos Fernando.
"Querer um procurador alinhado com a visão do Bolsonaro em questões de meio ambiente, ou indígenas, é pouco produtivo, porque os procuradores dessas áreas são independentes da opinião do PGR. No final das contas, acabará possivelmente acirrando mais os ânimos dentro da categoria", afirma ele.
Aos 55 anos, Carlos Fernando deixou a força-tarefa da Lava Jato em Curitiba em setembro de 2018. Em 18 de março deste ano, aposentou-se no Ministério Público.
Hoje atua como advogado, palestrante e professor na área de compliance corporativo – uma área do direito que busca implementar boas práticas e prevenir casos de corrupção em empresas. Quando falou com a reportagem, ainda buscava um espaço para montar seu escritório, em Curitiba (PR).

Leia abaixo os principais trechos da entrevista. BBC News Brasil – O senhor disse recentemente que a Lava Jato vive o seu pior momento. A que atribui as adversidades recentes da operação?
Carlos Fernando dos Santos Lima – Neste momento, nós estamos com uma situação em que o poder político, o sistema político que a Lava Jato acabou revelando o método de fazer dinheiro, de se financiar, ele se uniu contra a Lava Jato. Anteriormente a isso, nós tínhamos os políticos agindo isoladamente contra a Lava Jato, mas não em grupo, o sistema agindo coletivamente. Hoje não: nós vemos o Congresso Nacional, nós vemos parte do Supremo Tribunal Federal, nós vemos instituições diversas agindo contra a força-tarefa.
Infelizmente isso se revela bastante difícil de lidar. Então, esse é o momento mais difícil que a Lava Jato tem passado nestes cinco anos.
BBC News Brasil – Segundo o senhor, esses reveses se deram em várias frentes: no Congresso, com a aprovação do projeto de lei contra o abuso de autoridade; no STF, com a decisão da 2ª Turma relativa ao Bendine; e no Executivo…
Carlos Fernando – O próprio presidente da República (Jair Bolsonaro, do PSL) com algumas decisões, como a transferência do Coaf para o Banco Central. Nós temos também questões relativas à Receita Federal. Não sei se por conta das investigações sobre o filho (o senador Flávio Bolsonaro, do PSL-RJ), o presidente tem tentado essas medidas. Que na verdade tiram um dos pilares básicos da operação Lava Jato, a relação entre instituições e agentes se auxiliando mutuamente.
Agora, com este Coaf no Banco Central (o órgão mudou de nome para Unidade de Inteligência Financeira) e sem liberdade de se comunicar com o Ministério Público; e com a Receita também ameaçada de diminuição da sua independência, nós temos realmente uma situação dramática. Eu tenho que o próprio presidente da República é fonte de preocupação hoje.
BBC News Brasil – Acredita então que as mudanças no Coaf e as propostas de alteração na Receita podem ter por objetivo blindar Flávio Bolsonaro?
Carlos Fernando – Para tentar dificultar as investigações em relação ao Flávio Bolsonaro. Infelizmente, uma questão menor, um crime dos mais banais envolvendo políticos, a "rachadinha" dos salários no gabinete, está inviabilizando o combate à corrupção no Brasil.
BBC News Brasil – O senhor disse, em entrevista recente à GloboNews, que parte dos apoiadores e pessoas que trabalharam na Lava Jato apoiaram Bolsonaro no 2º turno das eleições de 2018.
Carlos Fernando – Sim, é uma escolha que todo cidadão tem que fazer na hora do 2º turno (das eleições). Infelizmente o Brasil fica sempre entre o diabo e o coisa ruim no 2º turno. E cada um de nós teve que fazer essa escolha. Mas houve votos para os dois candidatos, dentro da operação Lava Jato. Entre os diversos procuradores.
BBC News Brasil – Mas de qualquer forma havia a percepção de que o Fernando Haddad seria pior para a operação.
Carlos Fernando – É. Isso é uma decisão individual, como eu falei. Nunca houve uma decisão nem uma orientação (coletivas), mesmo porque nós somos dezenas de funcionários públicos, de todos os níveis, e centenas de servidores em várias instituições (...). Mas nas conversas, é claro, a impressão que se tinha é de que o Partido dos Trabalhadores, até mesmo porque, obviamente, foi o mais atingido pelas investigações, acabaria sendo mais agressivo com a Lava Jato. Mas isso, repito, é a avaliação individual que nós, cada um dos membros da Lava Jato, fez.
BBC News Brasil – Agora, o presidente da República toma atitudes que, segundo o senhor mesmo disse, enfraquecem o poder de investigação. Há frustração com Bolsonaro?
Carlos Fernando – Como eu mesmo disse, a opção por um ou outro candidato não era, em nenhum momento, me parece, entusiástica. A maior parte de nós tinha restrições a ambos os candidatos.
Existe aquela velha do Barão de Itararé (o jornalista e escritor gaúcho Apparício Fernando de Brinkerhoff Torelly, 1895-1971). "De onde menos se espera é que não sai nada mesmo". Conhece? Então, não se esperava muita coisa do Bolsonaro. Mas quando ele montou o ministério, chamou o (ex-juiz Sergio) Moro (Justiça), chamou alguns militares, chamou o (ministro da Economia, Paulo) Guedes, se esperava que, com esse time, se ele deixasse realmente este time fazer o que se propunha, nós tínhamos alguma esperança.
O Moro, com o projeto de lei anticorrupção, que é até tímido, na minha opinião; muito menor que as Dez Medidas contra a Corrupção, muito menor que as Novas Medidas contra a Corrupção, mas pelo menos era uma tentativa de mudança. Mas infelizmente o presidente (Bolsonaro) não apoiou o Moro efetivamente nesse projeto, e acabou realmente se revelando uma decepção.
BBC News Brasil – Durante a campanha eleitoral, Bolsonaro prometeu o "fortalecimento da Lava Jato". O senhor acha que essa promessa está sendo cumprida?
Carlos Fernando – Veja bem: eu não espero do presidente um "fortalecimento da Lava Jato", porque isso não é tarefa do Presidente da República. Não esperava isso. Eu esperava que ele não tomasse medidas que atrapalhassem a Lava Jato.
Agora, por exemplo, o que nos preocupa é a escolha de um PGR (Procurador-Geral da República) contrário à Lava Jato. Nós tivemos dias atrás um candidato, um nome que voltou da aposentadoria irregular que lhe tinha sido deferida, dizendo já de cara sobre a ilegalidade da operação Lava Jato (refere-se ao subprocurador-geral Antônio Carlos Simões Martins Soares).
A Lava Jato não precisa de ninguém para ajudar, mas se não atrapalhar já seria muito bom. Então, escolher um PGR que seja reconhecido pela classe (dos procuradores) dentro da Lista Tríplice (elaborada pela Associação Nacional dos Procuradores da República, a ANPR) já seria um fortalecimento da Lava Jato, porque ela se baseia na independência do Ministério Público. Não mexendo com a independência do MP, já estaria muito bom.
BBC News Brasil – Que balanço o senhor faz da atuação de Sergio Moro até o momento, como ministro da Justiça? O fato de Moro estar no governo significa o apoio da Lava Jato a Bolsonaro?
Carlos Fernando – Bom, primeiro que o Moro, ou eu, ou o Deltan, ou qualquer pessoa individualmente não é "a Lava Jato", obviamente. Então, a decisão do Sergio Moro de sair da magistratura e ir para o ministério é uma decisão individual dele. É claro que ele tem uma representatividade muito grande, mas não é uma decisão da Lava Jato. De qualquer maneira, dentro da realidade política, ele está fazendo, acho, um bom trabalho. Montou uma equipe muito boa.

Infelizmente nós vimos o sacrifício de uma pessoa excepcional, o dr. Roberto Leonel (ex-presidente do Coaf), sacrificado por conta de ter dito o óbvio. Que a decisão do (presidente do STF, ministro Dias) Toffoli (relativa a um pedido de Flávio Bolsonaro, em 16 de julho) atrapalha todo o combate à corrupção. Por isso, e por ter o Coaf sido a origem das informações relativas a Flávio Bolsonaro, acabaram tirando o Coaf do Ministério da Economia, e indo para o Banco Central. Apesar de tudo, apesar do pacote (anticrime) que o Moro ofereceu ser tímido, nas medidas administrativas que ele vêm tomando, o MJ têm mostrado uma eficiência muito grande. Mas essa eficiência vai acabar sendo perdida se não for aprovada nenhuma medida contra a corrupção. Pelo contrário: o que nós temos visto agora é um pacote a favor da corrupção, que está tramitando no Congresso. E uma delas (das medidas do pacote) já foi até aprovada, que é a lei do abuso (de autoridade).
BBC News Brasil – O que o presidente deve fazer se quiser fortalecer as investigações contra a corrupção?
Carlos Fernando – Neste momento, as duas medidas mais importantes que ele vai ter que tomar são em relação à escolha da PGR; e o veto, parcial ou não, da lei de abuso (de autoridade). Isso aí, eu acho imprescindível que sejam tomadas nessa primeira ou segunda semanas de setembro. Então, eu creio que essas são as duas decisões mais importantes.
BBC News Brasil – Bolsonaro tem dado sinais de que pode não indicar o próximo PGR antes do dia 17 de setembro, quando termina o mandato de Raquel Dodge. Nesse caso, assumiria o subprocurador Alcides Martins. Que tipo de impacto isto poderia ter sobre a Lava Jato e o futuro do MP? O que o senhor acha dessa demora?
Carlos Fernando – Se você já tem problemas para fazer alguma coisa, não vejo porque criar mais um. Porque, na verdade, ultrapassar o prazo, em nada ajuda a resolver o problema da escolha do nome. E acrescenta mais uma questão de indefinição, ou até mesmo um desrespeito pela instituição.
Não acredito que haja qualquer utilidade para o presidente em deixar de apresentar um nome dentro do prazo.
BBC News Brasil – Ainda sobre a PGR, o presidente tem dado mostras de que quer alguém alinhado com ele. Porém, os procuradores da República têm autonomia funcional para trabalhar. O que significa essa autonomia e o que poderia acontecer se tivermos um PGR "alinhado"?
Carlos Fernando – O MP é uma instituição muito interessante, porque ela não é uma instituição hierarquizada, no sentido de que haja ordens vindas de cima para baixo. Cada procurador é titular de uma atribuição na sua área. Então, naqueles processos, naqueles assuntos: índios, meio ambiente, consumidor, seja qual for, o procurador é titular da sua área e decide independente de qualquer outra pessoa. Então, o procurador-geral da República ele tem uma função muito importante, mas ele realmente tem pouco poder para influenciar, por exemplo, decisões dos procuradores da Lava Jato.
É claro que um PGR pode acabar atrapalhando na montagem de equipes, na manutenção da própria operação, porque ele tem o poder da caneta e do orçamento do MP. Fora isso, tem muito pouco poder nas investigações individuais.
Querer um procurador alinhado com a visão do Bolsonaro em questões de meio ambiente, ou indígenas, é pouco produtivo, porque os procuradores dessas áreas são independentes da opinião do PGR.
No final das contas, acabará possivelmente acirrando mais os ânimos dentro da categoria.
A classe dos procuradores é muito ciosa dessa independência. Então, é melhor um procurador que consiga conversar com a classe do que um imposto de cima para baixo, que acabe não tendo diálogo nenhum.

BBC News Brasil – A procuradora Jerusa Viecili pediu desculpas publicamente ao ex-presidente Lula na semana passada, no Twitter, por causa de supostas mensagens que foram divulgadas na série jornalística iniciada pelo site The Intercept. Numa das mensagens, ela teria feito comentários depreciativos sobre a morte da ex-primeira-dama Marisa Letícia, em 2017. Não houve excessos nesse caso? Carlos Fernando – Eu não vou ser hipócrita em relação a esses fatos. Poucas pessoas suportariam a revelação de cinco anos de mensagens trocadas em grupos de WhatsApp. Sejam jornalistas, sejam funcionários públicos, sejam membros do Vaticano. Nem mesmo o Papa não resistiria a cinco anos de mensagens trocadas no WhatsApp, creio eu.
Muitas dessas coisas decorrem de uma liberdade de grupos privados, de conversa de botequim, vamos dizer assim, do que realmente uma opinião que a pessoa falaria se estivesse numa situação pública, ou que ela pudesse refletir um pouco mais. Não dou tanta importância para essas fofoquinhas ou esses comentários maldosos.
A Lava Jato tem sido objeto de comentários bastante maldosos feitos, por exemplo, em sessão, acusando a Lava Jato de ser uma organização criminosa, pelo ministro Gilmar Mendes (do STF). Eu não vejo, por boa parte da imprensa, por exemplo, a mesma indignação.
Eu não gosto de falar sobre pessoas que faleceram porque eu sei o que é isto, pessoalmente, de você ter uma pessoa querida que falece.
Entendo a dor da pessoa, mas também não vou ficar com uma hipocrisia de fazer crítica às pessoas que falam. Acho que naquele momento foi um pequeno deslize, feito absolutamente num ambiente privado (...).
BBC News Brasil – Uma outra reportagem do Intercept atribui ao senhor a seguinte frase: 'Meus vazamentos objetivam sempre fazer com que pensem que as investigações são inevitáveis e incentivar a colaboração'. O que tem a dizer sobre isto? Há bons motivos para algumas informações serem sigilosas.
Carlos Fernando – Tem duas coisas que tem que deixar claro. Primeiro, o que é proibido é passar informações que estão sob sigilo. Então, o que me parece que há uma confusão é quando se usa informações que não estão sob sigilo, passadas para a imprensa, conforme uma estratégia de investigação. É isto que, eventualmente, pode ter sido dito. Jamais a operação Lava Jato, ou pelo que eu tenha tido conhecimento, passou uma informação sigilosa, uma informação que está coberta por sigilo.
Agora, tanto a colaboração premiada (de pessoas físicas) quanto a leniência (de empresas) partem de uma teoria chamada 'Teoria dos Jogos'. Dentro dessa teoria, e eu dou aula disso inclusive, é necessário criar expectativas nas pessoas que estão envolvidas. Essas expectativas são sempre no sentido de atraí-las para o acordo. É fazer crer que as investigações estão se aproximando delas.
BBC News Brasil – É preciso criar uma corrida pela delação.
Carlos Fernando – Exatamente. Criar uma corrida pelas delações. É esta a técnica. Esta técnica exige então uma estratégia de comunicação muito ativa, muito clara, no sentido de fazer crer que as investigações estão chegando e têm sucesso, inclusive. Porque se uma investigação, como era no Brasil no passado, não tem risco de ter sucesso, não tem porque os colaboradores aparecerem.
A operação Lava Jato só teve sucesso porque as pessoas passaram a acreditar que ela era um sucesso efetivamente. É aquela profecia que se autocumpre. Então, neste caso a estratégia de comunicação passava também por essa forma de comunicar o sucesso (das apurações), e o risco de continuar combatendo a operação pelos métodos tradicionais. Oferecendo uma alternativa para eventuais colaboradores. O máximo que a frase pode significar é isto.
BBC News Brasil – Mas o senhor usou, ou teria usado, a palavra "vazamentos", especificamente.
Carlos Fernando – A palavra vazamento não significa vazamento de material sigiloso. Em nenhum momento me é imputado nenhum vazamento de material sigiloso. Esse é o equívoco.
Agora, não existe nada de errado, como eu estou fazendo com você agora, inclusive, uma conversa com jornalistas. Para repassar uma informação que não está coberta por sigilo. Desde que isto me interesse, e não interesse só ao jornalista. Interesse também ao objetivo de alcançar o resultado público, que é atrair os colaboradores.
BBC News Brasil – Lava Jato: cinco anos depois, que saldo o senhor faz dela? Por um lado, mostrou que a política no Brasil foi financiada com base na corrupção. Por outro, muitos corruptores estão hoje livres; muitos políticos envolvidos, também. E milhares de empregos nas empresas atingidas foram perdidos.
Carlos Fernando – A Lava Jato descobriu, reiterou para o país, um sentimento que já havia no país, de que havia alguma coisa errada na política, que gastava milhões em campanhas caríssimas, e não se sabia de onde vinha o dinheiro. Ela revelou um sistema político viciado em dinheiro ilícito. De corrupção, ou no mínimo caixa dois (dinheiro que não é ilícito, mas não é declarado à Justiça Eleitoral). Esse sistema ele vem se fortalecendo durante toda a Nova República (de 1988 até hoje).
Eu não gosto da palavra "mecanismo" ou "sistema", mas ele é realmente isso quando nós pensamos que ele vem, nos últimos 40 anos (...) com nomes sendo substituídos, mas o sistema funcionando igualmente (...).
E dentro disso, parte importante são as empreiteiras. Estar envolvido nesse sistema trouxe a elas muito lucro nesses últimos 40 anos. Agora, estamos vendo elas pagarem o preço da verdade, da revelação dos fatos. Os fatos são estes. Muitas delas tiveram que admitir, inclusive através de acordos (de leniência). Envolver-se em crimes tem o seu preço, e esse é o preço que elas estão pagando hoje.
Elas não chegaram a ser totalmente desmanteladas, porque a própria Lava Jato, ao fazer os acordos, procurou preservá-las da melhor forma possível.
BBC News Brasil – E no entanto a Odebrecht, por exemplo, pediu recuperação judicial, aceita em junho deste ano.
Carlos Fernando – Mas infelizmente essa é a realidade do mercado. Não tenho como tentar salvar as empresas. O objetivo do Ministério Público é fazer investigações e revelar a verdade. E aliás não me é dado esse poder de salvar ninguém. Nós fazemos acordos onde haja o interesse público da revelação dos fatos. Uma vez revelados os fatos, é óbvio que se paga o preço por estar envolvidos em crimes.
Todos pagam, fazendo acordo ou não fazendo. Todos vão pagar um preço reputacional. Todos vão ter, por exemplo, dificuldade em acessar o mercado financeiro. Qual seria a opção? Não existe outra opção. Revelado o crime, sempre vai acontecer esse tipo de problema (...).
Quem tem que buscar uma solução são os legisladores. Eu acho que é possível salvar as empresas, só que não podemos é salvar o capital da família Odebrecht. Eu tenho que pensar numa alternativa, como desapropriar as cotas, ou as ações das empresas; transferir esse valor para um depósito judicial para que sejam ressarcidas as vítimas dos crimes. Depois, se sobrar, devolve para a família. E coloca-se essa empresa no mercado acionário, com uma abertura de capital, para torná-la pública efetivamente. Mas a solução não está na mão da Lava Jato. A Lava Jato só releva o fato criminoso (...).
O Ministério Público só tem uma função: descobrir a verdade numa investigação e fazer as acusações. Não é dado a eles fazer essas considerações do tipo: "vou salvar esta empresa", "vou salvar essa pessoa".

Tragédia. Esta é a definição que se tornou unânime nos oito meses de governo Bolsonaro


Por mais que se busque trincheiras distintas na geografia política do país, uma curiosa inquietação define o governo, tragédia!
É a maneira que todos encontram para dar definição objetiva ao elefante dourado que subiu a rampa do Palácio do Planalto.
Essa concordância unânime de opiniões é daquelas que rompem todos os esconjuros que se pode ter de uma administração pública com a diabólica e assombrosa gestão Bolsonaro que, hoje, estarrece o planeta depois do incêndio criminoso na Amazônia, orquestrado de dentro do Palácio do Planalto.
Bolsonaro, em momento algum se comportou como um presidente, e sim como um moleque que se diverte com suas vinganças espalhadas nos terrenos que ele sempre odiou.
Na garupa de Bolsonaro veio o que existe de mais sombrio na sociedade brasileira. Ele produziu a cada dia uma nova treva no país, um novo pesadelo, traindo a soberania do Brasil e arrotando patriotismo. Esse é Bolsonaro, o espelho abundante de um projeto nascido na ponte entre Rio e Curitiba, entre Moro e os Marinho, engrossado por toda a escória da classe dominante, formando uma legião de golpistas para asfixiar o povo pobre, os negros, os índios, os gays, a educação, a cultura, a ciência e, sobretudo roubar a alegria e a esperança dos brasileiros e o futuro do país.
Ao contrário do que interpretou Dallagnol, em sua mais recente entrevista, Bolsonaro não se apropriou indevidamente da pauta anticorrupção que a Lava Jato dizia carregar em sua tarefa, ele é a grandiosa tragédia que assistimos ao vivo extraída desse projeto que farejou espaço político na mídia para produzir um sentimento coletivo de apoio a todas as ações ilegais e criminosas de Moro e procuradores.
Bolsonaro é uma mentira do tamanho da Lava jato, sem tirar nem por. Evidentemente que, como tal, o castelo de cartas está desmoronando, seja pelo lado da Lava Jato com o Intercept, seja pela própria sobrevivência do clã Bolsonaro, desonrado pelo caldo de crimes que vem na esteira do personagem Queiroz.
Bolsonaro não se importa em ser desmentido diariamente, ele zomba da sociedade com mais uma mentira para desmaterializar a última. E quanto mais é repudiado, mais parece querer sublinhar a asneira que praticou, produzindo mais asneira.
É a forma com que ele imagina que vai se sustentar debaixo dos escombros do seu próprio governo, não vai, porque ele está se desmanchando a cada dia. E, sem terra firme para se sustentar, o seu pescoço, enfeitado com rosário de capim, tende a ser entregue à guilhotina num tempo mais curto do que se imagina.
Este, na realidade, é o sentimento que trazem todos os que observam Bolsonaro. Seu mandato está em posição avançada no corredor da morte.
*Por Carlos Henrique Machado Freitas

CURA da DEPRESSÃO, com CHICO XAVIER !


“Minutos com Chico Xavier”,
“A depressão pede o remédio do trabalho; a pessoa triste necessita ser motivada para as pequeninas tarefas, tarefas que consiga executar. Na depressão, o médico pode ajudar muito, mas se o deprimido não estiver disposto a se ajudar... Quem sofre de depressão deve fugir da cama, do sofá...”*
Chico Xavier nos traz uma receita espiritual para a cura da depressão, enfermidade que a cada dia vem se alastrando em todo mundo. Sem desprezar o concurso da medicina, Chico fala da importância do trabalho para o deprimido. Comenta a respeito do perigo da ociosidade, da inércia, da inatividade, do excesso de cama e sofá.
Muitas depressões estão ligadas à nossa rebeldia frente às portas que a vida fechou para nós. Esquecemos de que as portas fechadas nos conduziriam aos mesmos desequilíbrios do passado.
A rebeldia pode nos levar ao desencanto pela vida, como a criança que não quer mais brincar porque foi contrariada em algum interesse. O deprimido não está mais vendo graça na vida e por isso não tem mais gosto pelas coisas, porque foi contrariado em algum ponto de seus interesses.
Por essa razão, entendemos as advertências do médium a respeito do perigo em manter o deprimido na ociosidade, pois isso alimentará ainda mais seu desgosto pela vida.
O trabalho interrompe o circuito depressivo, pois interfere na cadeia dos pensamentos doentios que geram e alimentam a própria depressão.
Quando fala em trabalho, Chico se refere à necessidade de movimento. A cura é um movimento. E o movimento que geralmente se pede ao depressivo é o movimento de sair das valas de sua grande inconformação interior.
O depressivo precisa sair da faixa da tristeza e encontrar algo, por mais insignificante que lhe pareça, mas que lhe dê alguma motivação, que lhe ensine, trabalhando, a reinterpretar o mal sucedido e a reagir de maneira saudável, frente aos reveses que a vida lhe trouxe.
Nunca se viu alguém morrer por trabalhar. Mas, não há dúvida de que a falta de trabalho ou de alguma ocupação útil nos leva mais depressa para a desencarnação. É no espírito do trabalho que o homem encontrará forças para se curar, pois o serviço pode cansar o corpo, mas descansa a alma do tédio e da rebeldia. É nesse sentido que Chico Xavier recebeu do mundo espiritual a seguinte trova do poeta Cristóvão Barreto:
Para as tristezas da vida,
Trabalho é o grande remédio.