Anvisa alerta para risco de consumo de suplemento alimentar
10 de julho de 2012
O
consumo de alguns suplementos alimentares, como Jack3D, Oxy Elite Pro,
Lipo-6 Black, entre outros, pode causar graves danos à saúde das
pessoas. É o que alerta a Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(Anvisa), em informe, publicado nesta terça-feira (10/7).
De
acordo com o alerta da Agência, alguns desses suplementos contêm
ingredientes que não são seguros para o consumo como alimentos ou contêm
substâncias com propriedades terapêuticas, que não podem ser consumidas
sem acompanhamento médico. Os agravos à saúde humana podem englobar
efeitos tóxicos, em especial no fígado, disfunções metabólicas, danos
cardiovasculares, alterações do sistema nervoso e, em alguns casos,
levar até a morte.
“O
forte apelo publicitário e a expectativa de resultados mais rápidos
contribuem para uso indiscriminado dessas substâncias por pessoas que
desconhecem o verdadeiro risco envolvido”, afirma o diretor de Controle e
Monitoramento Sanitário da Anvisa, José Agenor Álvares. O alerta da
Anvisa ressalta, ainda, que muitos desses suplementos alimentares não
estão regularizados junto à Agência e são comercializados irregularmente
em nosso país.
Segundo
o diretor da Anvisa, são produtos fabricados a partir de ingredientes
que não passaram por avaliação de segurança. “Esses suplementos contém
substâncias proibidas para uso em alimentos como: estimulantes,
hormônios ou outras consideradas como doping pela Agência Mundial
Antidoping”, explica Álvares.
DMAA
Recentemente,
a Organização Mundial de Saúde, por meio da Rede de Autoridades em
Inocuidade de Alimentos, alertou que vários países têm identificado
efeitos adversos associados ao consumo da substância dimethylamylamine
(DMAA), presente em alguns suplementos alimentares. O DMAA é um
estimulante usado, principalmente, no auxílio ao emagrecimento, aumento
do rendimento atlético e como droga de abuso.
Essa
substância, que tem efeitos estimulantes sobre o sistema nervoso
central, pode causar dependência, além de outros efeitos adversos, como
insuficiência renal, falência do fígado e alterações cardíacas, e pode
levar a morte. Alguns países já proibiram a comercialização de produtos
que contém DMAA, como Austrália e Nova Zelândia.
“O
DMAA tem sido adicionado indiscriminadamente aos suplementos
alimentares, apesar de não existir estudos conclusivos sobre a sua dose
segura”, afirma Álvares. No Brasil, o comércio de suplementos
alimentares com DMAA também é proibido.
Na
última terça-feira (3/7), a Anvisa incluiu o DMAA na lista de
substâncias proscritas no país, fato que impede a importação dos
suplementos que contenham a substância, mesmo que por pessoa física e
para consumo pessoal. Entre os suplementos alimentares que possuem DMAA
estão: Jack3D, Oxy Elite Pro, Lipo-6 Black, entre outros.
Importados
A
regulamentação sanitária brasileira permite que pessoas físicas
importem suplementos alimentares para consumo próprio, mesmo que esses
produtos não estejam regularizados na Anvisa. Entretanto, esses
suplementos não podem ser importados com finalidade de revenda ou
comércio ou conter substâncias sujeitas a controle especial ou
proscritas no país, como é o caso do DMAA.
Cada
país controla esses produtos de maneira específica e, em muitos casos,
não são realizadas avaliações de segurança, qualidade ou eficácia antes
da entrada desses suplementos no mercado. “Os consumidores devem estar
atentos e checar se esses suplementos foram avaliados por autoridades
sanitárias do país de origem e se não foram submetidos ao processo de
recolhimento”, orienta o diretor da Anvisa.
Brasil
No
Brasil, alimentos apresentados em formatos farmacêuticos (cápsulas,
tabletes ou outros formatos destinados a serem ingeridos em dose) só
podem ser comercializados depois de avaliados quanto à segurança de uso,
quando se considera eventuais efeitos adversos já relatados. Além
disso, precisam ser registrados junto à Anvisa antes de serem
comercializados.
De
acordo com o diretor da Anvisa, produtos conhecidos popularmente como
suplementos alimentares não podem alegar propriedades ou indicações
terapêuticas. “Propagandas e rótulos que indicam alimentos para
prevenção ou tratamento de doenças ou sintomas, emagrecimento, redução
de gordura, ganho de massa muscular, aceleração do metabolismo ou
melhora do desempenho sexual são ilegais e podem conter substâncias não
seguras para o consumo”, alerta Álvares.
Confira aqui o alerta da Anvisa sobre o caso
Dicas para identificar suplementos que não estão regularizados no Brasil |
- Promessas milagrosas e de ação rápida, como “Perca 5 kg em 1 semana!”; |
- Indicações de propriedades ou benefícios cosméticos, como redução de rugas, de celulite, melhora da pele etc. |
- Indicações terapêuticas ou medicamentosas, como cura de doenças, tratamento de diabetes, artrites, emagrecimento, etc. |
- Uso de imagens e ou expressões que façam referência a hormônios e outras substâncias farmacológicas; |
- Produtos rotulados exclusivamente em língua estrangeira; |
- Uso de fotos de pessoas hiper-musculosas ou que façam alusão à perda de peso; |
- Uso de panfletos e folderes para divulgar as alegações do produto como estratégia para burlar a fiscalização; |
- Comercializados em sites sem identificação da empresa fabricante, distribuidora, endereço, CNPJ ou serviço de atendimento ao consumidor. |
Recomendações aos consumidores |
Se você usa ou tem intenção de usar “suplementos alimentares”, a Anvisa recomenda: |
- Solicite auxílio de seu nutricionista ou médico para a identificação de produtos seguros e regularizados junto à Anvisa; |
- Desconfie se o produto for “bom demais para ser verdade”! Ter um corpo definido e emagrecer nem sempre é rápido ou fácil, principalmente de forma saudável; |
- Consumidores que adquiriram produtos que contém DMAA na composição devem buscar orientação junto à autoridade sanitária local sobre a destinação adequada dos mesmos; |
- Mais informações podem ser obtidas junto à Central de Atendimento da Anvisa: 0800 642 9782 |
Danilo Molina - Imprensa/Anvisa
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