“As classes médias podem se isolar, usar álcool gel, fazer coisas pela
internet. Os pobres, não. Quando a epidemia explodir, ela vai dizimar os
pobres desse país. Podemos retardar a explosão dessa epidemia. Mas,
quando ela explodir, vai flagelar especialmente a população pobre. As
condições de vida dessa população favorecem o coronavírus. Nas casas
onde moram vivem muitas pessoas, há poluição ambiental, é preciso
trabalhar o tempo todo. Essa precariedade não está sendo objeto de
políticas públicas no Brasil”.
O alerta é de Ligia Bahia, médica sanitarista e professora da UFRJ,
Segundo ela, seria necessário haver “um grande esforço de coordenação conjunta com o setor privado, de convocação do setor privado, para que a capacidade instalada fosse utilizada de maneira coordenada. Para que os pacientes mais graves tivessem a mesma chance de serem atendidos, tanto os que têm plano de saúde, quanto os que não têm”. Se isso não for feito haverá uma mortandade muito mais alta entre os pobres. “É um escândalo porque vai caracterizar uma iniquidade enorme”.
Para o país enfrentar a epidemia com dignidade, a proposta de Bahia é a criação de uma fila única de internação no SUS. Ela cita o decreto recém estabelecido na Espanha que convoca e utiliza a infraestrutura do setor privado para enfrentar a epidemia.
“Precisaríamos de um decreto, como o da Espanha. A Constituição brasileira permite mobilizar recursos privados em casos de catástrofes. A epidemia do coronavírus é uma catástrofe. A lei permite, abre espaço. Temos possibilidade de usar esses recursos. Talvez pudéssemos contar com o interesse do setor privado de se mostrar solidário diante de um problema tão grave”, afirma a médica.
Ligia Bahia repudia a atitude irresponsável de Bolsonaro, de participar dos protestos contra as instituições brasileiras, contrariando a orientação oficial de seu próprio governo:
“Ele deu banana para o coronavírus. Não se pode dar banana para o coronavírus. É sério. Estamos diante de um perigo para a coletividade”.
Nessa entrevista, ela trata da necessidade de ampliação do orçamento para a saúde pública sufocado nos últimos anos e compara a epidemia de coronavírus com a da Aids. Pede adesão das empresas privados ao movimento de paralisação das atividades e condena a atitude da área econômica do governo. “É extremamente insensível. Não entendeu o que está se passando”.
O alerta é de Ligia Bahia, médica sanitarista e professora da UFRJ,
Segundo ela, seria necessário haver “um grande esforço de coordenação conjunta com o setor privado, de convocação do setor privado, para que a capacidade instalada fosse utilizada de maneira coordenada. Para que os pacientes mais graves tivessem a mesma chance de serem atendidos, tanto os que têm plano de saúde, quanto os que não têm”. Se isso não for feito haverá uma mortandade muito mais alta entre os pobres. “É um escândalo porque vai caracterizar uma iniquidade enorme”.
Para o país enfrentar a epidemia com dignidade, a proposta de Bahia é a criação de uma fila única de internação no SUS. Ela cita o decreto recém estabelecido na Espanha que convoca e utiliza a infraestrutura do setor privado para enfrentar a epidemia.
“Precisaríamos de um decreto, como o da Espanha. A Constituição brasileira permite mobilizar recursos privados em casos de catástrofes. A epidemia do coronavírus é uma catástrofe. A lei permite, abre espaço. Temos possibilidade de usar esses recursos. Talvez pudéssemos contar com o interesse do setor privado de se mostrar solidário diante de um problema tão grave”, afirma a médica.
Ligia Bahia repudia a atitude irresponsável de Bolsonaro, de participar dos protestos contra as instituições brasileiras, contrariando a orientação oficial de seu próprio governo:
“Ele deu banana para o coronavírus. Não se pode dar banana para o coronavírus. É sério. Estamos diante de um perigo para a coletividade”.
Nessa entrevista, ela trata da necessidade de ampliação do orçamento para a saúde pública sufocado nos últimos anos e compara a epidemia de coronavírus com a da Aids. Pede adesão das empresas privados ao movimento de paralisação das atividades e condena a atitude da área econômica do governo. “É extremamente insensível. Não entendeu o que está se passando”.
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