4.04.2009

ANDROPAUSA


ANDROPAUSA
O equivalente masculino da menopausa

O processo de menopausa nas mulheres tem seu equivalente nos homens: a andropausa ou deficiência androgenica progressiva do envelhecimento masculino. Ela é muito mais gradual do que a feminina. Mas é real. Começa ao redor dos 35 anos com pequenas mudanças na maneira de pensar e agir, é tudo muito sutil, e por volta da quarta década de vida o homem está acomodado com a diminuição da energia, da acuidade mental, do desejo sexual, perda de massa muscular, pneuzinho na cintura, etc... Ele nem percebeu a mudança, e um dia, de repente, acorda e se dá conta de que não é mais o mesmo.

A andropausa, assim como a menopausa, é causada pela diminuição do nível de hormônios, primariamente a testosterona e secundariamente o hormônio do crescimento e o DHEA (dehidroepiandrosterona). O grau de envelhecimento do homem vai depender do declínio desses hormônios e do seu estilo de vida (alimentação, exercício físico, nível de stress, tabagismo, uso de álcool, drogas e medicamentos, etc).

A deficiência hormonal é o problema de saúde menos compreendido no homem com mais de 40, levando a diagnósticos errôneos. Muitas das doenças que o homem de meia-idade apresenta, incluindo depressão, ganho de peso, aumento da gordura visceral, doenças cardíacas e prostáticas, diabetes e hipertensão, disfunções urinárias e sexuais, estão diretamente ligadas ao desequilíbrio ou deficiência hormonal, o que pode ser corrigido através da reposição criteriosa de precursores hormonais, fitoterápicos, nutrientes, e hormônios bioidenticos, dependendo de cada caso específico.

Infelizmente, ainda é comum a prescrição de medicamentos para tratar os sintomas de problemas que são causados por deficiência hormonal. O homem deve ter seus hormônios checados através de exame de sangue e com tratamento adequado procura-se atingir níveis hormonais ideais, aqueles produzidos na faixa etária dos 20 aos 25 anos.

Os principais sinais físicos da andropausa são: diminuição de energia e força, aumento de gordura corporal, diminuição de massa magra (músculos), diminuição de massa óssea (osteoporose), diminuição da capacidade mental, depressão, risco aumentado de câncer, doença cardíaca e arteriosclerose, diabetes, diminuição da libido e do vigor sexual.

No corpo humano os hormônios funcionam fazendo oposição um ao outro para se obter um estado de equilíbrio. No homem quem faz oposição à testosterona é o estrogênio. Quando há excesso de gordura abdominal (mesmo antes dos 30 anos) ocorre um desequilíbrio na proporção entre testosterona e estrogênio, e o estrogênio aumentado faz com que o colesterol bloqueie vasos no coração, cérebro e órgãos sexuais, e direciona um movimento de saída de cálcio dos ossos (osteoporose).

O reconhecimento da andropausa masculina vem crescendo na comunidade médica. O diagnóstico pode ser auxiliado por um questionário direcionado (anamnese), exames laboratoriais em amostra de sangue (para checar o funcionamento das glândulas e medir o índice de hormônios como testosterona, DHEA, estrogênio, hormônio do crescimento, hormônio da tireóide, insulina e outros), e densitometria óssea (para detectar a possível diminuição da densidade óssea).

O assunto reposição hormonal (até há pouco tempo exclusividade das mulheres) vem se tornando cada vez menos incomum entre os homens, e foi um tema privilegiado no II Congresso Mundial sobre a Saúde do Homem, que se realizou em outubro de 2002 em Viena, Áustria. Se comparado com as mulheres, o número de homens que recorrem à reposição hormonal ainda é muito pequeno.

Porém, da mesma forma como ocorre com as mulheres, o tratamento para os homens deve ser dependente de uma avaliação e acompanhamento médico, levando-se em conta seus prós e contras, para que os benefícios sejam otimizados.

Muitos homens respondem positivamente ao tratamento com precursores hormonais, pré-hormônios que permitem que o próprio corpo produza os hormônios que necessita.

O uso de fitoterápicos e nutrientes específicos também auxilia no combate aos sinais e sintomas da andropausa, servindo como cofatores para otimização da produção hormonal. Em alguns casos há necessidade de se associar a reposição com testosterona.

A reposição hormonal bioidêntica (hormônios com a estrutura molecular idêntica à dos hormônios produzidos pelo corpo humano) traz vantagens como a melhora da força e disposição, aumento da massa muscular, redução do percentual de gordura, principalmente da gordura visceral, aumento da capacidade cognitiva e da memória, incremento da libido e do bem-estar geral.

Estudos recentes indicam que a testosterona pode proteger o coração por aumentar o HDL (bom colesterol). Porém, antes de se decidir por realizar a reposição hormonal deve-se ponderar entre seus benefícios e riscos.

Os riscos do uso indiscriminado e excessivo de testosterona são: ginecomastia (crescimento das mamas), aumento do número de hemácias tornando o sangue mais viscoso (fator predisponente a derrames e infarto), lesões no fígado (que podem evoluir para hepatite e câncer), retenção de água e sais minerais (o que pode levar a um aumento na pressão arterial), aumento do tamanho da próstata (hiperplasia benigna) e aceleração do crescimento de tumores na próstata ou em outros locais do corpo.

Estes efeitos devastadores são produzidos principalmente em indivíduos preocupados em aumentar a massa muscular, e que seguem a orientação de pessoas não habilitadas. Na maioria são adultos jovens que produzem testosterona endógena em níveis adequados e não precisam de nenhuma reposição. Utilizam andrógenos sintéticos, de procedência muitas vezes duvidosa, em doses cavalares, causando um mega desequilíbrio hormonal que vai cobrar seu alto preço alguns anos mais tarde.

A reposição com hormônios bioidênticos não causa câncer, pelo contrário, previne esta doença tão temida. Os andrógenos sintéticos é que podem ser responsabilizados pelos efeitos indesejáveis, pois possuem uma estrutura molecular diferente dos hormônios produzidos pelo corpo, o que altera a sua metabolização pelas enzimas endógenas fazendo com que permaneçam no corpo atuando durante um período mais longo e causando um possível efeito cumulativo. Outro fator importante a ser considerado é a dose de hormônio administrada, que deve ser sempre a menor dose eficaz.

O tratamento de reposição com testosterona costuma ser realizado de quatro formas: via intramuscular (com injeções), via transdérmica (adesivos e gel), via oral (cápsulas ou comprimidos) e via subcutânea (implantes). A novidade no tratamento é um gel cujo princípio ativo é a testosterona natural ou bioidêntica, atualmente disponível no Brasil. Esta é certamente a melhor forma de se administrar a reposição, permitindo um ajuste da dose ideal para cada homem. A associação de precursores hormonais, nutrientes e fitoterápicos permite a prescrição de doses mínimas de testosterona, as chamadas doses fisiológicas, minimizando ou eliminando assim os possíveis efeitos colaterais.

Autoria:Tamara Mazaracki

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