4.02.2009

tratamentos alternativos para a asma

Pesquisadores da UFMA desenvolvem tratamentos alternativos para a asma

As doenças respiratórias representam um grave problema de saúde pública no mundo. Segundo dados do Ministério da Saúde, a asma mata, aproximadamente, oito pessoas por dia no Brasil e é responsável por 2.500 óbitos ao ano.

A asma inflama as vias respiratórias e provoca falta de ar, tosse e chiado no peito (sibilância). Ela é uma doença crônica, no entanto não tem cura, mas pode ser controlada. Normalmente, o tratamento é realizado com auxílio de glicocorticóides, utilizados como antiinflamatório. Os pacientes que tomam estes medicamentos por um longo período de tempo podem desenvolver graves efeitos colaterais como glaucoma e osteoporose.

TRATAMENTOS ALTERNATIVOS

Pesquisadores da UFMA realizaram um estudo para desenvolver novos medicamentos e diminuir os efeitos colaterais causados pelos glicocorticóides utilizados no tratamento da asma. Os cientistas comprovaram que a própolis pode ser utilizada como tratamento alternativo para a doença.

A própolis é uma substância resinosa obtida pela mistura de néctar com a saliva das abelhas. Segundo o pesquisador José Hidelbland Cavalcante de Farias, foi confirmado que a própolis inibe a infiltração de células inflamatórias nos pulmões e a progressão da inflamação alérgica. "A substância tem várias propriedades terapêuticas já comprovadas. Ela é antiinflamatória, antibacteriana, antiviral, antialérgica, antioxidante e cicatrizante", explica Hidelbland.

No Maranhão, existe um grande cultivo de abelhas, dentre elas a Scaptotrigona sp, abelha nativa largamente cultivada na região de Barra do Corda, utilizada no estudo. O aproveitamento da própolis tem um grande valor científico e econômico, visto que o produto é desperdiçado por muitos criadores. "A utilização da substância contribui para incentivar as pesquisas sobre a própolis, buscando a validação como produto terapêutico", destaca o pesquisador.

Os efeitos do tratamento com própolis foram observados em um modelo experimental de asma em camundongos. De acordo com Hidelbland, os animais que receberam o tratamento com a própolis diminuíram significativamente o número total de células inflamatórias e os que não receberam apresentaram essas células. "O tratamento com a substância por via oral pode controlar a asma", afirma o pesquisador.

Na fitoterapia, já existem medicamentos direcionados ao controle da doença. Um exemplo é a Tintura de Assa Peixe. O remédio natural começou a ser produzido no Herbário Ático Seabra, na Universidade Federal do Maranhão. O fitoterápico é preparado a partir da infusão das folhas da Vernoinia ruficoma, nome científico da planta, em álcool vegetal durante 15 dias.

Segundo a coordenadora do Programa de Fitoterapia, Terezinha Rêgo, normalmente, são receitados xaropes à base de mel de abelhas para tratamento de doenças respiratórias, como por exemplo, o xarope de couve. Por estes motivos, a tintura é considerada um medicamento natural especial. “Ela facilita a manipulação de remédios naturais para diabéticos, além de apresentar o mesmo efeito que estes outros medicamentos apresentam”, explica.

Os primeiros usos medicinais da planta foram feitos na fórmula de chá produzido a partir das folhas da Assa Peixe. No entanto, deve-se atentar para a quantidade de folhas utilizadas no preparo. “Se as folhas estiverem frescas, recomenda-se que não se use muitas, mas se estiverem secas a quantidade aumenta”, revela Terezinha.

O estudante universitário Jonnhy Welton é um dos pacientes de Terezinha e recorreu à Tintura para controlar a doença no ano passado. Desde o início do tratamento, apresentou melhoras no quadro de saúde. “Ele não se queixou de dores no peito e nem de falta de ar”, revela a esposa Misna Rosana Meirelles.
Fonte:Ascom/Ufma

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