Atuação da Polícia Militar de Geraldo Alckmin é criticada por juiz. Corporação nega ter exagerado
O Dia
São
Paulo - Em audiência de custódia no Fórum da Barra Funda, o Juízo do
Departamento de Inquéritos Policiais decidiu pela liberdade do grupo de
18 manifestantes detido domingo num centro cultural. A prisão,
uma das polêmicas envolvendo a polícia de Geraldo Alckmin no ato contra o
governo Temer, foi considerada irregular. Um jornalista da BBC Brasil
também acusa PMs de agressão. “Vivemos dias tristes para nossa
democracia. Triste do país que seus cidadãos precisam aguentar tudo de
boca fechada”, afirmou o juiz Rodrigo Tellini. A PM nega ter havido
excessos. No Largo da Batata, no fim da manifestação, polícia forma cordão
e solta bombas de gás lacrimogêneo alegando vandalismo que não houve
Mídia Ninja
O grupo foi cercado e detido antes mesmo do início
da manifestação, porque, segundo a Secretaria de Segurança de SP,
carregava “uma barra de ferro, câmeras, celulares, toucas, lenços,
máscaras e diversos frascos contendo líquidos”, itens que caracterizam o
grupo como pertencente a uma “associação criminosa”.
Em
relatos de testemunhas, contudo, os jovens carregavam máscaras, vinagre
e kit de primeiros socorros. Além disso, um dos acusados alega que a
barra foi ‘plantada’ pela polícia. Advogados constataram outros abusos,
como a incomunicabilidade dos detidos por oito horas e o impedimento de
ingresso dos defensores na delegacia.
O senador Lindbergh
Farias, o deputado Paulo Teixeira e o ex-presidente do PSB Roberto
Amaral disseram que vão entrar com recurso na Corte Interamericana de
Direitos, da Organização dos Estados Americanos, denunciando a violência
da PM. “Parece algo orquestrado do governo Temer”, declarou Lindbergh.
“Não podemos aceitar essa escalada autoritária.” Horas antes, milhares de pessoas — 100 mil, segundo os organizadores — marcharam em paz contra Temer
Mídia Ninja
O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT),
também criticou a repressão. “Quem participou até o final reportou à
prefeitura que não houve nenhum gesto, por parte dos manifestantes, que
pudesse justificar uma ação repressiva.” Haddad pedirá que o Ministério
Público apure se houve “violência desmedida”.
Em nota, a
Polícia Militar de SP alegou ação de vândalos: “Em manifestação
pacífica, vândalos atuam e obrigam a PM a intervir com uso moderado da
força e munição química.” Não foi registrada, porém, depredação. Abert critica agressão a jornalistas A
Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão classificou
como ‘intoleráveis’ as agressões sofridas por profissionais de imprensa
por parte de PMs e de um manifestante do ato no Rio. No
protesto na capital paulista, o repórter da BBC Brasil Felipe Souza foi
agredido por policiais. “O jornalista estava identificado com colete e
crachá, mas, ainda assim, foi vítima de pelo menos quatro policiais que
deveriam zelar pela segurança do protesto. Seu celular foi danificado”,
diz nota. O texto cita também o episódio com a reportagem do
jornal ‘O Estado de S.Paulo’ no Rio, onde o engenheiro Rubem Ricardo
Outeiro de Azevedo Lima, de 58 anos, se aproximou do veículo do jornal
aos gritos de “jornal fascista” e “golpista”. Ele chutou o carro,
amassando o porta-malas e a porta do motorista. O ministro da
Fazenda, Henrique Meirelles, disse ontem que o número de pessoas que
protestaram contra o governo Michel Temer foi “substancial”, mas
representa uma parcela minoritária da população. “Já tivemos
manifestações muito maiores.” Com informações dos sites Justificando e Mídia Ninja
Nenhum comentário:
Postar um comentário