6.30.2009

CÂNCER



NOVARTIS ENTRA NA ÁREA DE CÂNCER RENAL
23/06/2009
Anvisa concede aprovação do Afinitor. De acordo com a Folha de São Paulo, a Novartis recebeu da Anvisa a aprovação do Afinitor, medicamento que marca a entrada da Novartis Oncologia na área de câncer renal. A empresa espera vendas anuais acima de US$ 1 bilhão.
Fonte: Guia da Farmácia

CIENTISTAS DESCOBREM COMO REDUZIR DORES CAUSADAS POR CÂNCER25/06/2009
Pesquisadores da Universidade de Heidelberg, no sul da Alemanha, descobriram a possível origem de fortes dores provocadas por cânceres. Os tumores liberam duas moléculas que deixam as células nervosas especialmente sensíveis e potencializam o crescimento do tumor, segundo um artigo publicado no site Nature Medicine. Os resultados da pesquisa, dirigida pela doutora Rohini Kuner, do Instituto Farmacológico da Universidade de Heidelberg, dão início a um novo enfoque no desenvolvimento de remédios para os pacientes de câncer. A dor muito forte causada pelo câncer, cujas causas ainda são desconhecidas, é difícil de ser atenuada com remédios tradicionais como os opiáceos, que requerem altas doses, o que cria tolerância e efeitos colaterais. Os cientistas examinaram tecidos de ratos e determinaram as substâncias dos tumores: duas moléculas que, até agora, eram conhecidas como fatores de crescimento para as células-tronco que formam o sangue. O contato com essas moléculas faz com que as células nervosas próximas ao tecido canceroso sejam "consideravelmente mais sensíveis à pressão", o que coincide com as descrições dos doentes que diziam que um simples toque na região afetada doía muito. Além disso, o crescimento do tumor também provoca dor, pois o tecido se expande e produz pressão. Os pesquisadores injetaram anticorpos nos tecidos dos ratos para bloquear as áreas de contato entre essas moléculas e as células nervosas, o que reduziu tanto o crescimento do tumor, quanto a sensibilidade das células. Agora será necessário fazer novas pesquisas para ver se o uso também é possível em tecidos humanos e, caso o resultado seja positivo "seria concebível injetar essas 'proteínas bloqueadoras' diretamente no tumor e reduzir a dor e os efeitos colaterais".
Fonte: Agência EFE - Notícias Terra


A LUTA CONTRA O CÂNCER25/06/2009
O tratamento que evita a queda de cabelo durante a quimioterapia e o controle de um tipo de leucemia estão entre as novas armas de combate à doença. Um diagnóstico de câncer, seja ele de que tipo for, é geralmente devastador para qualquer paciente. O temor em relação ao mal tem fundamento. Se não identificada em fase inicial e tratada adequadamente, a doença pode ser fatal. Tanto que ainda mata pelo menos 7 milhões de pessoas por ano em todo o planeta. Dados do último Relatório Mundial sobre o Câncer, divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), revelam que a incidência global dobrou nas últimas três décadas e deve triplicar nos próximos 20 anos. A boa notícia, no entanto, é que o avanço do conhecimento sobre a enfermidade, a evolução de exames que a identificam precocemente e a descoberta de novas drogas e terapias garantem maiores chances de recuperação e melhor qualidade de vida durante o tratamento. Uma das descobertas mais recentes voltadas para o bem estar dos pacientes vem de um estudo realizado nos Estados Unidos que sugere a associação inédita de dois medicamentos usados em quimioterapia com o trastuzumabe, anticorpo indicado para tratamento do câncer de mama. O uso combinado dos produtos conseguiu evitar a queda de cabelo em mulheres que passavam pelo procedimento de combate às células cancerígenas. A pesquisa foi apresentada no 45º Encontro Anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica, em maio, e a combinação deve ganhar o mercado em 2011. "Das 45 pacientes que participaram do estudo clínico, 67% responderam ao tratamento com redução de 30% em seus tumores", relata Winston Tan, oncologista da Clínica Mayo, na Flórida, envolvido no estudo. O grande drama vivenciado por pacientes que fazem quimioterapia é que o tratamento convencional destrói as células cancerígenas, mas afeta também as sadias de crescimento acelerado, como as do couro cabeludo, intestino e medula óssea. Porém, o avanço da biologia molecular permitiu a identificação de genes e de produtos proteicos que controlam as funções de crescimento e de multiplicação celular, resultando no desenvolvimento de terapias alvomoleculares capazes de agir diretamente em células doentes. Com essa evolução, a leucemia mieloide crônica (LMC), responsável por 15% dos casos de câncer na corrente sanguínea em adultos, pode, atualmente, ser considerada uma doença crônica controlada com drogas inibidoras disponíveis no mercado. O hematologista Édio Costa explica que esses medicamentos, considerados inteligentes, proporcionam aos pacientes a chance de ter vida normal. "Ainda não se trata da cura, mas essa terapia quebrou paradigmas. As vítimas da LMC preferem controlar a doença a submeterem-se ao transplante de medula e todos os riscos do procedimento. Tenho pacientes que tomam inibidores há 11 anos. A evolução dessas drogas é rápida e elas se revelam cada dia mais eficientes. Isso é um alento aos médicos também", esclarece Costa. ALIADOS - O chefe de Pesquisa Clínica do Instituto Nacional de Câncer (Inca), Carlos Gil, observa que o desenvolvimento de máquinas que ajudam no diagnóstico também é fundamental. "Hoje, temos equipamentos de ponta que são aliados na identificação do câncer. Eles possibilitam a investigação do genótipo do tumor e a individualização da terapia, o que favorece o bem estar dos pacientes", acrescenta Gil. A luta contra os tratamentos penosos mobiliza também pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Eles sintetizaram em laboratório uma substância chamada LQB-118. Nos primeiros experimentos, ela destruiu células de leucemia e câncer de pulmão de laboratório. A descoberta também foi aplicada em estruturas celulares retiradas de pacientes com leucemia do Inca que não respondiam mais a medicamentos. "O LQB-118 matou as células cancerígenas", comemora o coordenador do estudo, Paulo Roberto Ribeiro Costa. Segundo ele, o objetivo é descobrir um novo tratamento para casos de câncer resistentes a medicamentos tradicionais. QUIMIOTERAPIA - Método que utiliza compostos químicos no tratamento de doenças causadas por agentes biológicos, caso do câncer. Extremamente tóxicos ao organismo, os quimioterápicos provocam efeitos colaterais que variam de alterações gastrointestinais à queda de pelos e miocardiopatia. A terapia ainda é usada na maioria dos casos de câncer. - Márcia Néri -


COMBATE AO CÂNCER DE PELE NAS PRAIAS
26/06/2009
Médicos do Hospital Mário Kröeff irão à orla fazer exames e orientar banhistas. Bem antes de o verão chegar, o Hospital Mário Kröeff comemora seus 70 anos com uma ação oportuna para o combate ao câncer de pele. A partir da semana que vem, médicos da unidade irão às praias cariocas oferecer gratuitamente exames de prevenção da doença, numa ambulância adaptada. Atualmente, o hospital filantrópico atende em média 730 pessoas por dia, 95% delas do SUS e a maioria de baixa renda. Referência no tratamento do câncer, sem contar com qualquer verba pública, o hospital, que realiza mais de 300 cirurgias de reconstituição de mama por ano, resolveu conscientizar a população sobre os perigos do câncer de pele. - Além dos exames, os médicos vão dar informações importantes sobre como evitar o câncer de pele. Nossos dermatologistas vão explicar, por exemplo, que não basta a pessoa passar filtro solar e ir à praia. O efeito do filtro dura em torno de 50 minutos apenas, já que o creme sai com o suor. E, se antigamente se usavam barracas de lona, que de fato protegiam dos raios ultravioletas, hoje as de plástico oferecem proteção precária - afirmou Hiram Lucas, diretor do hospital. Segundo ele, o número de casos de câncer de pele vem aumentado, o que Hiram atribui à redução da camada de ozônio. - Dados do Ministério da Saúde informam que, em 2008, 24,6% dos tumores malignos do Brasil eram de pele. A camada de ozônio é um filtro natural para os raios ultravioletas. Esse tipo de irradiação é altamente danosa para a pele. O problema principal é que a ação é lenta e progressiva, e somente 15 a 20 anos depois é que a pele vai sentir os efeitos. Mas esses tumores são curáveis, desde que tratados na fase inicial.

PREVENÇÃO É O CAMINHO
26/06/2009
Especialistas mostram que praticar exercícios físicos e não fumar pode ajudar a evitar diversos tipos de cânceres. Se você é daqueles que comem produtos industrializados e carne vermelha em excesso, fumam demais, são estressados e, ainda por cima, deixam os exames de rotina sempre para depois, cuidado. Cada vez mais a negligência com o estilo de vida saudável é responsável pela incidência de câncer e, ainda pior, por mortes por causa da doença. O alerta é feito por especialistas e pode ser comprovado por meio dos números levantados pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca), a pedido do Correio Braziliense. Na comparação entre 1996 e 2006, os tipos de câncer que mais cresceram foram os que sofrem mais influência dos fatores externos. Tanto a morte de homens quanto a de mulheres aumentou, por exemplo, quando a causa é câncer de cólon, reto e estômago. Ao todo, 273 brasilienses perderam a vida em 2006 devido a esses três tipos de câncer. Os tumores de mama, de colo de útero e de próstata continuam entre os que mais matam, mas estão estáveis. "Apenas 10% da população brasileira come a porção adequada de frutas e hortaliças todos os dias. Os outros 90% substituíram a alimentação saudável por frituras, produtos industrializados e refrigerantes", afirma Marina Ito, nutricionista da Universidade de Brasília (UnB), especialista na relação entre alimentação e doenças. A psicóloga Rachel Cardoso, da Rede Feminina de Combate ao Câncer de Brasília, completa: "Hoje, é difícil gerenciar os múltiplos papéis. A mulher, por exemplo, não tem tanto tempo para cuidar da saúde." Além disso, existem fatores relacionados ao estresse que podem aumentar os riscos de desenvolvimento da doença. "Com o estresse, as pessoas tendem a criar hábitos negativos. Quem está muito nervoso e pressionado fuma mais, por exemplo", afirma Marcos Vinícius França, oncologista do Hospital Universitário de Brasília (HUB).
AGRAVANTE - No caso das mulheres, outro agravante. A morte por tumores no sistema respiratório, que está estabilizada no caso dos homens, aumentou 16,9% - passou de 7,1% das mortes por causa de câncer para 8,3% no período analisado. "O câncer de pulmão ainda mata mais homens, mas a curva aponta para uma estabilidade no caso deles e aumento nas mulheres", observa a oncologista do Inca Clarissa Baldotto. "A mulher está fumando mais. O que ocorre hoje é reflexo de 20 anos", completa. A nutricionista Cecília Kinoshita, de 29 anos, sempre se cuidou. Mas, de dois anos para cá, o zelo com a vida aumentou ainda mais. Com apenas 27 anos, ela levou um susto. Depois de procurar quatro diferentes médicos, descobriu que tinha leucemia. "Acordei com dor na região pélvica e nas costas. No dia seguinte, sentia gosto de sangue na boca. No outro, tinha nódulo na parte de trás da cabeça. Depois, hematomas", lembra. "Fiquei assustada e fiz um périplo em consultórios até que um médico amigo meu identificou o problema", conta. Segundo Cecília, se não tivesse plano de saúde teria passado aperto. "Imagina ir em quatro médicos em uma semana na rede pública?", indaga. Hoje, Cecília toma mais cuidado com o estilo de vida e não descuida dos exames. E EU COM ISSO? Estudos da Organização Mundial da Saúde apontam que 30% das mortes por tumores malignos poderiam ser evitadas com medidas simples, como a adoção de uma dieta pouco calórica e a prática diária de atividades físicas. No Brasil, a incidência de tumores de esôfago, por exemplo, pode despencar 60% se a população seguir um modo de vida mais saudável. As projeções, porém, indicam que o número de brasileiros obesos deve aumentar em 20% até 2015 - o que aponta para o sentido oposto da prevenção. Os alertas fazem parte do relatório Alimentos, nutrição, atividade física e a prevenção do câncer: uma perspectiva global, divulgado em fevereiro pelo Fundo Mundial de Pesquisa sobre Câncer.
NÚMEROS - Os cânceres que mais cresceram em uma década - HOMENS - Cólon e Reto 5,3% (1996) - 6,5% (2006); Fígado 4,3% (1996) - 5% (2006); Vesícula biliar 1% (1996) - 1,6% (2006); Laringe 2,7% (1996) - 3,3% (2006); Cavidade oral 3,4% (1996) - 4,2% (2006); Encéfalo 4% (1996) - 5% (2006); - MULHERES - Traqueia, brônquios e pulmão 7,1% (1996) - 8,3% (2006); Cólon e reto 6,7% (1996) - 9,2% (2006); Estômago 5,9% (1996) - 6,1% (2006); Vesícula Biliar 3,4% (1996) - 3,8% (2006); Pâncreas 3,1% (1996) - 3,9% (2006); Encéfalo 2,9% (1996) - 4,4% (2006); Cavidade oral 0,7% (1996) - 1,2% (2006). PALAVRA DE ESPECIALISTA - "Se o leitor achou preocupantes as taxas de mortalidade, vale destacar que o futuro não é promissor. As mortes por câncer tendem a crescer à medida que a população envelhecer. É o mesmo fenômeno que ocorre com as doenças cardíacas. Quanto mais a população envelhece, maior a mortalidade dessas doenças. Assim como aumentam as mortes, cresce a cura. Hoje em dia, câncer é doença que mais tem desenvolvimento científico. A oncologia superou a cardiologia há dois anos. Com isso, 10% das condutas de tratamento são modificadas a cada ano. Essa seria, inclusive, uma das explicações para o aumento das incidências e da própria mortalidade. Não faz muito tempo, o câncer era uma sentença de morte e as pessoas nem procuravam o médico por medo. Hoje, a notificação é muito mais fiel à realidade." # Marcos Vinícius França - oncologista do Hospital Universitário de Brasília (HUB). MEMÓRIA - PROBLEMA QUE VEM SE ARRASTANDO - O atendimento a pacientes de câncer na capital do país é deficitário e foi tema, nos últimos dois anos, de inúmeras matérias nas páginas do Correio Braziliense. A primeira denúncia foi em 2007, quando o jornal publicou a polêmica dos equipamentos de última geração usados no tratamento de câncer e que estão, até hoje, inoperantes no Hospital Universitário de Brasília (HUB). O Tribunal de Contas da União e o Ministério Publico fizeram uma intervenção no processo e conseguiram a retomada das obras do Centro de Alta Complexidade em Oncologia (Cacon), que haviam sido suspensas em janeiro de 2006 por problemas com a empreiteira responsável pelo prédio. Na ocasião, já fazia mais de um ano que os equipamentos estavam armazenados. A construção só foi retomada quase dois anos depois que as máquinas de tratamento de câncer permaneceram guardadas em um bunker climatizado, ao lado da obra abandonada. De acordo com as assessoria de imprensa do HUB, as obras foram finalizadas mas falta o aval da Comissão Nacional de Energia Nuclear e da Vigilância Sanitária para colocar o Cacon em funcionamento. Já a Secretaria de Saúde informa que é necessário que o HUB atenda os pacientes da rede pública para que seja expandido, por meio de obras, o centro de tratamento do Hospital de Base. (EK). EU ACHO... "O câncer é uma doença danada. Minha mãe está mal por causa de um câncer no pulmão e eu luto para que ela tenha o melhor atendimento e sobreviva. O problema é que a rede de saúde está muito sobrecarregada e a gente fica revoltado com tudo." Paulo Evangelista da Rocha, 40 anos, motorista, filho de paciente com câncer no pulmão. - Erika Klingl -
Fonte: Correio Braziliense - Portal Médico

CÂNCER MATA MAIS NO DF
26/06/2009
Em 10 anos, o número de mortos pela doença aumentou quase 65%. No mesmo período, a população cresceu 35%. Mulheres são as maiores vítimas. O câncer está matando mais. A cada quatro horas, um brasiliense é vencido pela doença. O número é quase 65% maior que o de 10 anos atrás. E o mais grave, a população do Distrito Federal cresceu apenas 35% no mesmo período. Os dados são do Instituto Nacional do Câncer Inca(1) que, a pedido do Correio, mapeou a mortalidade pela doença dos moradores da capital do país durante uma década. Por falta de registros mais recentes, a comparação dos dados se deu entre os anos de 1996 e 2006. Em 1996, 1.072 brasilienses morreram de câncer. Em 2006, foram 1.753. A população passou de 1, 8 milhão para 2,4 milhões no período. O cenário é mais alarmante para as mulheres, que, pela primeira vez na história do DF, são mais vitimadas que os homens. Para a oncologista Clarissa Baldotto, do Inca, ainda é necessário mais tempo para conseguir definir as causas desse crescimento. "Temos algumas hipóteses, como o fato das mulheres estarem vivendo mais que os homens", explica. "Como o câncer é uma doença degenerativa, quem vive mais está mais sujeito", acrescenta. Antes fosse essa a única explicação para a morte de mulheres por câncer. Em todo o país, o diagnóstico de câncer de colo de útero e de mama é muito tardio. "A mortalidade por causa desses cânceres é maior que em países desenvolvidos", completa a médica. O câncer que mais mata as mulheres no DF é o de mama. Em 2006, foram 158 pessoas. A detecção precoce pode curar mais de 90% dos casos. A prevenção é ainda mais importante no caso do câncer de colo de útero. A doença pode nem chegar a se desenvolver se a mulher sexualmente ativa fizer o exame papanicolau periodicamente. Em 2006, ela causou a morte de 61 brasilienses. No caso dos homens, as principais preocupações estão relacionadas ao câncer de próstata, que matou 113 brasilienses em 2006, e ao de pulmão, que matou 117. Os dois também poderiam ter os números diminuídos. O primeiro, com os exames regulares para a próstata. O segundo, com a redução no hábito de fumar. LUTA - Histórias de luta pela vida são comuns nos corredores da Defensoria Pública para a Saúde, no Setor de Indústria e Abastecimento (SIA). Foi lá que a família de Maria Verlande, 68 anos, conseguiu os remédios que podem significar a sobrevivência da dona de casa. Há apenas dois meses, ela descobriu que tinha câncer no rim. "Para tentar barrar a metástase (quando o câncer se espalha), entramos na Justiça e conseguimos um medicamento novo para minha mãe", conta Dolores Verlande. O mesmo caminho foi buscado pelo casal Maria Ângela Ribeiro, de 40 anos, e Marco Aurélio do Amaral, 43. Os dois foram à Defensoria esta semana para tentar, na Justiça, adquirir um remédio de contraste para que a mãe de Maria Ângela possa fazer a radioterapia no Hospital de Base. "Minha mãe está com câncer na garganta e, sem a radioterapia, todo o esforço feito com a quimio pode se perder", conta a filha. "Já era para ela ter recomeçado o tratamento há dois meses e a gente sabe o que pode significar dois meses em tratamento de câncer. Pode ser a diferença entre vida e morte." 1- INCA - O Inca foi criado em 1937 pelo presidente Getúlio Vargas para combater o câncer no país. Em 2000, o órgão vinculado ao Ministério da Saúde redefiniu sua missão, que recebeu no enunciado também a palavra prevenção, já que é ela a principal arma contra a doença. EU FIZ ... Topei o desafio de fazer parte do Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea. O procedimento foi simples. Preenchi uma ficha no Hemocentro. Logo depois, os técnicos retiraram 10ml de sangue. Pronto. Meus dados genéticos já estão disponíveis para que o Inca possa cruzar com as informações dos doentes. Encontrada a compatibilidade, terei que me internar para retirar uma pequena quantidade da minha medula. Nada comparado à chance de se salvar uma vida. (Erika Klingl) TRANSPLANTE QUE SALVA - Atualmente, o câncer não é uma sentença de morte. A leucemia, que é o câncer no sangue, pode ser curada por meio de um transplante de medula. De acordo com dados do Inca, em 2006, a doença fez 57 vítimas no DF. Não precisava ter sido assim. O problema é que a espera dos pacientes por um transplante de medula óssea pode ser longa. No Brasil, 1,5 mil doentes estão na fila para encontrar um caso compatível no Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome), que possui um milhão de pessoas cadastradas. O número está muito longe do ideal. Isso porque a chance de compatibilidade entre doador e receptor, no país, é de uma em um milhão, em decorrência da mistura de raças dos brasileiros. No DF, os doadores voluntários podem se registrar no Hemocentro de Brasília, no início da Asa Norte. As restrições são semelhantes às da doação de sangue para o caso de doenças infecto-contagiosas. No entanto, não há restrição para peso. É na hora de doar a medula que a triagem é feita. A doação é simples, de acordo com o hematologista Gustavo Bettarello. Ele lembra, porém, que, em Brasília, não há estrutura para o procedimento. Em caso de compatibilidade, os brasilienses viajam para Rio de Janeiro ou São Paulo. Segundo a presidente do Hemocentro, Maria de Fátima Brito Portela, no ano passado, dois moradores do DF puderam doar medula para pessoas com leucemia. "Convidamos todos a fazer o procedimento que é simples e não traz qualquer prejuízo aos voluntários", completa. (EK) - Erika Klingl -
Fonte: Correio Braziliense - Portal Médico

PACIENTE DEVE AGUARDAR 5 ANOS PARA CURA TOTAL
26/06/2009
Mesmo com os bons resultados da quimioterapia, não é possível falar que a ministra Dilma está curada. É preciso esperar cinco anos para se ter certeza de que não haverá recidiva da doença, afirmam médicos oncologistas ouvidos pela Folha. "Por definição, cura é só quando o paciente tem ausência de atividade da doença por mais de cinco anos a partir do momento que o câncer foi diagnosticado", afirma o hemato-oncologista Garles Vieira, do Hospital A.C. Camargo, de São Paulo. "O que normalmente acontece é que, com o passar dos anos, as chances de recidiva vão diminuindo. Após cinco anos, dificilmente o tumor volta", diz o hematologista Nelson Hamerschlak, do Hospital Albert Einstein. No caso de Dilma, que teve a doença diagnosticada precocemente e recebeu um tratamento de primeira linha, os médicos usam o termo "taxa de remissão completa". "Após as sessões de quimioterapia, a taxa de remissão completa [de a doença ter desaparecido neste momento] é de aproximadamente 90%", avalia Vieira. Mas há ao menos 10% de possibilidades de o câncer retornar nos próximos cinco anos. "Ao final de cinco anos, você vai ter uma sobrevida livre de doença de 80%, ou seja, 10% desses pacientes recaem", diz o médico. Após as sessões de radioterapia, Dilma continuará com um rigoroso monitoramento médico, com exames clínicos, laboratoriais e de imagem (tomografia computadorizada) para checar se a doença está sob controle. Em hospitais como o Einstein e o Sírio Libanês, no primeiro ano, esse controle é trimestral -em outras instituições, costuma ser a cada seis meses. A partir do segundo ano, os exames passam a ser semestrais. O exame-chave é o PET-Scan, uma tomografia computadorizada que percorre todo o corpo à procura de possíveis focos do câncer. - Cláudia Collucci, da Reportagem Local -
Fonte: Folha de São Paulo - Portal Médico

CIENTISTAS MATAM CÉLULAS CANCEROSAS COM "CAVALO DE TRÓIA"29/
06/2009
Cientistas australianos desenvolveram uma terapia de "Cavalo de Tróia" para combater o câncer, usando uma nanocélula derivada de bactérias para penetrar na célula cancerosa e desarmá-la, antes de uma segunda nanocélula matá-la com quimioterapia. A terapia do "Cavalo de Tróia" tem o potencial de alvejar diretamente as células cancerosas com quimioterapia, em lugar do tratamento quimioterápico atual, no qual medicamentos são injetados no paciente e atacam tanto as células cancerosas quanto as saudáveis. Os cientistas de Sydney Jennifer MacDiarmid e Himanshu Brahmbhatt, que em 2001 formaram a empresa EnGenelC Pty Ltd., disseram que nos últimos dois anos obtiveram 100% de sobrevivência em camundongos com células cancerosas humanas, usando a terapia do "Cavalo de Tróia". Os cientistas pretendem iniciar os testes clínicos com humanos nos próximos meses. Os testes humanos do sistema de envio de células vão começar na próxima semana no Centro Peter MacCullum de Câncer no Royal Melbourne Hospital e no The Austin, na Universidade de Melbourne. Anunciada na edição mais recente do periódico Nature Biotechnology, a terapia consiste em minicélulas chamadas EDVS (EnGenelC Delivery Vehicle) que se prendem à célula cancerosa e penetram nela. A primeira onda de minicélulas libera moléculas de ácido ribonucléico, chamadas siRNA, que desligam a produção de proteínas que torna as células cancerosas resistentes à quimioterapia. Uma segunda onda de células EDV é então aceita pela célula cancerosa e libera drogas quimioterápicas, matando a célula cancerosa.
"A beleza da coisa é que nossas EDVs funcionam como 'Cavalos de Tróia'. Elas chegam à entrada das células afetadas e sempre são 'autorizadas' a entrar", disse MacDiarmid. "Enfrentamos as células cancerosas, jogando o próprio jogo delas. Elas ligam o gene que produz a proteína que resiste às drogas, e nós desligamos o gene, o que, por sua vez, possibilita a entrada das drogas."
Fonte: Reuters - Notícias Terra

ANVISA APROVA DROGA PARA CÂNCER RENAL COM METÁSTASE
29/06/2009
Pacientes com histórico de infarto recente, angina instável e insuficiência cardíaca não têm indicação. A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou uma nova opção de tratamento para o câncer renal com metástase. O medicamento, cujo princípio ativo chama-se everolimo, existe no Brasil e é usado para evitar a rejeição de órgãos em transplantes renais. Segundo os médicos, o remédio é opção para os pacientes que não responderam ao primeiro tratamento do tumor. "É importante para pacientes com câncer renal metastático. Antes, não havia medicamentos eficazes", afirma Fábio Affonso Peixoto, oncologista do Inca (Instituto Nacional de Câncer). Depois que outro órgão é afetado, não há cura para a doença, mas é possível que a droga controle a progressão dos tumores. Até a década de 1990, o câncer de rim era tratado com imunoterapia. "Os resultados eram pouco eficazes e com diversos efeitos colaterais", diz José Augusto Rinck Júnior, oncologista do hospital A.C. Camargo. TERAPIA ALVO - A partir dos anos 2000, com a descoberta dos mecanismos de desenvolvimento desse tipo de tumor, surgiram novos tratamentos oncológicos conhecidos como terapias alvo. No caso do câncer de rim, o alvo é a inibição da angiogênese (formação de vasos que nutrem o tumor). Mas, após falha no primeira tentativa de tratamento, não havia outra opção. Segundo Rinck, os estudos com o everolimo ainda não mostraram qual é o aumento de sobrevida. Porém, já se sabe que os medicamentos modernos podem estender em até dois anos a vida do paciente. O everolimo é indicado para combater os carcinomas de células claras, que são cerca de 80% dos tumores de rim. "Mas infelizmente há pacientes que não podem usá-lo", afirma o oncologista do A.C. Camargo. Pacientes com histórico de infarto recente, angina instável e insuficiência cardíaca congestiva são alguns dos que não têm indicação. Por alterar os níveis de glicemia e de colesterol, também não pode ser usado por pessoas com diabetes ou colesterol não controlados. FRASES - "É importante para pacientes com câncer renal metastático. Antes, não havia medicamentos eficazes" - FÁBIO AFFONSO PEIXOTO, oncologista do Inca. "Mas infelizmente há pacientes que não podem usá-lo" - JOSÉ AUGUSTO RINCK JÚNIOR, oncologista do hospital A.C. Camargo. - Juliana Calderari, colaboração para A Folha -
Fonte: Folha de São Paulo - Portal Médico

TUMOR LIBERA MOLÉCULAS QUE POTENCIALIZAM DOR EM DOENTE
29/06/2009
Pesquisadores da Universidade de Heidelberg (Alemanha) descobriram que os tumores liberam duas moléculas que deixam as células nervosas mais sensíveis, o que potencializa a dor. Os resultados da pesquisa, publicada no site "Nature Medicine", podem dar início a um novo enfoque no desenvolvimento de remédios para os pacientes de câncer. A dor causada pelo câncer é difícil de ser atenuada com remédios tradicionais como os opiáceos. Essas drogas requerem altas doses, o que costuma criar tolerância e sérios efeitos colaterais. Os cientistas descobriram que o contato das moléculas faz com que as células nervosas perto do tumor sejam mais sensíveis à pressão. O crescimento do câncer também causa dor, pois o tecido se expande e produz pressão. No trabalho, foram injetados anticorpos em tecidos para bloquear as áreas de contato entre essas moléculas e as células nervosas, o que reduziu tanto o crescimento do tumor, quanto a sensibilidade das células. Da Reportagem Local -
Fonte: Folha de São Paulo - Portal Médico

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