A FNP (Frente Nacional de Prefeitos) divulgou nota nesta 4ª feira (9.dez.2020) cobrando do governo federal um plano nacional de imunização, bem como a compra e distribuição de vacinas contra a covid-19 “com agilidade e presteza“. Eis a íntegra da manifestação do grupo que reúne prefeitos que tomam posse (ou iniciam 2º mandato) em 2021.
O posicionamento dos prefeitos surge no dia seguinte a reunião de governadores com o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, sobre o mesmo tema.
Os governantes municipais criticam “procrastinação” do governo federal quanto à elaboração de um plano para vacinar a vacinação. O grupo escreve: “Não é razoável que algumas cidades e estados tenham que lançar mão de estratégias locais de aquisição de vacinas para proteger a população porque o governo federal procrastinou assunto tão importante“.
No início deste mês, o Ministério da Saúde anunciou um plano preliminar para vacinação em 4 fases. As datas não foram informadas. O governo posteriormente atualizou o texto e retirou a população carcerária dos grupos que terão prioridade para receber a vacina.O ministro Eduardo Pazuello afirmou, na reunião com os governadores nessa 3ª feira (8.dez), que a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) deve demorar 60 dias para concluir o registro de uma vacina.
Vacinação no Brasil
Hoje, os imunizantes com maior potencial de uso no Brasil são o da AstraZeneca e Oxford (Reino Unido), o da Sinovac (China), e o da Pfizer (Estados Unidos) e BionTech (Alemanha).
O governo brasileiro tem acordo para receber 100 milhões de doses do imunizante de Oxford e vai fabricar a vacina em solo nacional, na Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz). Foram reservados R$ 1,9 bilhão para aquisição da vacina. Nos Estados Unidos, os estudos que embasam a eficácia da substância são alvos de contestações.
A vacina chinesa é desenvolvida em parceria com o Instituto Butantan, de São Paulo. O governador paulista, João Doria (PSDB), quer começar a vacinar a população em 25 de janeiro.
No fim de outubro, o Ministério da Saúde informou que compraria 46 milhões de doses da chamada CoronaVac. O protocolo de intenções que estabelece as condições da compra foi assinado pelo ministro Eduardo Pazuello. Um dia depois, no entanto, o presidente Jair Bolsonaro decidiu cancelar o acordo.
O governo negocia também a compra de 70 milhões de doses do imunizante da Pfizer/BioNTech, que já foi aprovado para uso emergencial no Reino Unido. A FDA (Food and Drugs Administration, agência sanitária dos EUA) tem reunião marcada para esta 5ª feira (10.dez) para avaliar o pedido da farmacêutica para uso emergencial nos EUA.
Estudos clínicos mostraram que a vacina tem 95% de eficácia na proteção contra a covid-19.
Um obstáculo para a distribuição desse imunizante, batizado BNT162b2, é a infraestrutura necessária para seu transporte e armazenamento. Isso porque a vacina precisa ser mantida a uma temperatura de -70ºC. De acordo com o Conselho Nacional de Climatização e Refrigeração, o Brasil tem capacidade de adaptar a infraestrutura nacional de refrigeração para alcançar essa temperatura. O investimento necessário, no entanto, não foi informado.
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