FURP NÃO ATINGE META DE PRODUÇÃO PARA O SUS
09/08 - Laboratório do governo paulista atendeu, no entanto, programa estadual de medicamentos. O maior laboratório público do País - a Fundação para o Remédio Popular do Estado de São Paulo (Furp) - não conseguiu atingir metas de produção no ano passado para instituições do Sistema Único de Saúde. A unidade, no entanto, cumpriu compromisso com o Programa Dose Certa, do governo estadual, que distribui medicamentos essenciais. Segundo relatório do Tribunal de Contas do Estado, a meta era em 2007 aumentar de 750,5 milhões para 2,3 bilhões a produção de unidades de medicamentos para vender a outras entidades ligadas ao SUS. O volume alcançado foi abaixo do esperado: 703,4 milhões. O governo atribuiu a defasagem a dificuldades em compras, como insumos adquiridos via licitação e que foram reprovados em testes de qualidades, além de licitações não concluídas, atrasos de fornecedores e problemas na manutenção de equipamentos. Também uma segunda fábrica da Furp, prometida para 2006 pelo governo, ainda não está pronta. "Apesar da nossa produção ser expressiva, as dificuldades são reais", reconhece Ricardo Oliva, superintendente da fundação. Os problemas são semelhantes em outros laboratórios públicos, que vêem na exigência de licitações um dos principais empecilhos para o setor. Como as compras são pelo menor preço, e não consideram qualidade, muitas vezes há problemas com os insumos, o que pára a fabricação. O presidente da Indústria Química do Estado de Goiás (Iquego), Pedro Chaves Canedo, aponta ainda que a divisão da demanda de medicamentos comprados pelo Ministério da Saúde ocorre de forma desigual entre os laboratórios. "Existe uma prioridade para Farmanguinhos, por ser federal. O bolo tem que ser mais bem distribuído", afirma. Além disso, segundo Canedo, com a descentralização da compra de remédios, repassadas do ministério para os municípios em 2006, os laboratórios oficiais também perderam. "Deixamos de vender muito com isso, pois os laboratórios privados têm maior poder de concorrência", afirma. "O mercado está cada vez mais competitivo e a rede privada mais agressiva. Com isso, há realmente um risco de os menores fecharem", diz Carlos Alberto Gomes, da Fundação Ezequiel Dias (Funed), em Minas. Fonte: Estado de São Paulo
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