3.23.2009

Doença do Refluxo; Esofagite


O que é Doença do Refluxo ?

Nas pessoas normais, o conteúdo do estômago (comida ou ácido clorídrico) não volta ou reflui para o esôfago com frequência. Entretanto, nas pessoas com doença do refluxo, o ácido ou a comida do estômago pode voltar para o esôfago ou mesmo para a garganta e boca. Quando o ácido volta para o esôfago ou garganta ele pode causar vários sintomas ou problemas nestas estruturas, como:

sensação de bolo na garganta, queimadura no esôfago ou no peito
azia, pirose ou esofagite) e dificuldade para engolir alimentos.
refluxo de ácido ou comida para o peito ou garganta
queimadura na garganta; tosse; garganta irritada; coceira na garganta; rouquidão (laringite)

O que causa a Doença do Refluxo?

O enfraquecimento de uma válvula (cárdia) que fica entre o esôfago e o estômago permite que o ácido ou comida do estômago volte para o esôfago. A causa do enfraquecimento desta válvula ainda não foi completamente esclarecida.

Para chegar até o estômago, o esôfago passa através de uma abertura no diafragma (músculo que separa o tórax do abdómen). Quando esta abertura é grande, parte do estômago sobe para dentro do tórax, formando a hérnia de hiato. Esta hérnia enfraquece a válvula e aumenta o refluxo. O fumo, cafeína, álcool e obesidade podem piorar o refluxo.

Nas pessoas normais, uma válvula chamada cárdia impede que a comida ou o ácido clorídrico presente no estômago volte ou reflua para o esôfago.

Nos pacientes com doença do refluxo, o ácido ou a comida do estômago pode voltar (refluxo) para o esôfago ou mesmo para a garganta e boca porque esta válvula não funciona bem.
A hérnia de hiato ocorre quando a abertura do diafragma é exagerada e permite que o estômago suba para o tórax. A presença de hérnia facilita o aparecimento da doença do refluxo.

A Doença do Refluxo Melhora ou Piora com o Tempo?

A evolução desta doença depende de vários fatores. De modo geral, a doença do refluxo tende a piorar com o tempo, principalmente se o paciente ganhar peso e não seguir as orientações do tratamento fornecidas pelo seu médico. Pacientes com doença inicial e sintomas ocasionais poderão ficar assintomáticos por tempo prolongado se seguirem o tratamento adequadamente.

Os pacientes que não tratam a doença adequadamente podem apresentar complicações, como úlcera, sangramento e estenose (estreitamento) do esôfago, algumas das quais graves. Em poucos casos, a inflamação crónica pode facilitar o aparecimento do esôfago de Barrett (alteração na mucosa ou revestimento do esôfago), que predispõe ao câncer do esôfago.

Diagnóstico

O diagnóstico da doença do refluxo é baseado nos sintomas do paciente, mas sempre deve ser confirmado com a realização de exames como a endoscopia digestiva alta, a pHmetria e manometria do esôfago.

Tratamento

O tratamento adequado da doença do refluxo é importante para evitar prejuízos graves à sua saúde. Se você não fizer o tratamento corretamente, além de poder apresentar sintomas desagradáveis que pioram a sua qualidade de vida, você poderá ter complicações graves com o tempo.
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Azia, queimação, dor no peito, roncar, ter a exacerbação das sinusites, rinites, bronquites e pneumonia são os sinais de alerta que o organismo transmite quando o pequeno músculo que separa o esôfago do estômago não está funcionando de maneira correta. Isso acontece porque a pressão que ele faz não está sendo suficiente para impedir que o conteúdo gástrico do estômago volte ao esôfago.
Essa doença se chama refluxo gastroesofágico.

Segundo os especialistas, o mal atinge entre 10% e 20% da população brasileira, desde crianças a idosos. "Acontece em todo mundo, é uma coisa normal, porém, se ele se torna muito intenso e freqüente, acaba se transformando em doença".

"100% das crianças têm a doença, pois a válvula ainda não está bem desenvolvida", afirma o cirurgião Carlos Eduardo Domene.

O mau funcionamento do músculo pode ocorrer por diversos fatores: predisposição genética, obesidade, hábitos alimentares inadequados, comer muito e logo se deitar, consumo demasiado de bebidas alcoólicas, café, chocolate e cigarro. "O refluxo gastroesofágico pode causar ainda dor no peito, que pode ser confundida com os sintomas do enfarte do miocárdio, tanto que muitas pessoas com este problema procuram os prontos socorros achando que estão tendo um enfarte",
Os especialistas alertam que a doença pode evoluir para casos mais graves, como a esofagite - inflamação da mucosa do esôfago -, e, em cenários mais alarmantes, ao câncer de esôfago. "Outra alteração é o esôfago de barret, situação que o organismo se defende. Neste caso, o revestimento do órgão sobre uma mutação e fica parecido com o do estômago. E essa mudança aumenta as chances de câncer", explica Domene. De acordo com Sakano, apenas 3% dos indivíduos acometidos pela doença têm chance de desenvolver o câncer de esôfago.

O tratamento é fundamentalmente clínico, com medicação e mudanças no comportamento. De acordo com os especialistas, são indicados dois tipos de remédios: o primeiro, é uma droga que diminui a produção de ácido no estômago e, o segundo, favorece o movimento do intestino. Já em relação aos hábitos, os médicos recomendam uma reeducação alimentar, com uma dieta que exclui alimentos ácidos, chocolate, café e bebidas alcoólicas.

Deitar logo após de comer também contribui para intensificar a doença. "A falta de gravidade ajuda a refluir.
Medidas de postura, como comer e fazer uma leve caminha, são indicadas".
A cirurgia é apenas apontada em casos gravíssimos, quando a pessoa já apresenta o quadro de esofagite severa, ou quando a terapia de remédios não foi respondida. "Menos de 10% dos pacientes têm as complicações que levam ao procedimento cirúrgico".

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Tem uns meses que meu estômago me atrapalha um bocado. Fui o mais novo contemplado com uma esofagite.

O que raios é isso? Uma inflamação do esôfago causada por refluxo. Na prática, é uma lesão no esôfago que o deixa sensível a qualquer refluxo do estômago. Com isso, alguns alimentos correm o risco de não serem bem digeridos e voltam para o esôfago, causando sensação de azia e amargo.

Fonte: Gastrosite

Depoimento:
Isso me incomoda bastante, porque tive que moderar (e em alguns casos largar) alguns hábitos alimentares.
Cerveja, por exemplo, não bebo mais. Sim, é verdade. E bebidas fermentadas em geral (refrigerantes, vinho, etc) não estão mais no meu cardápio. Chocolates, molhos concentrados e frituras também estão fora do prato.

Não que tudo esteja proibido. Bem de vez em quando eu volto a provar algo disso, mas tem que ser com muita moderação. Porque qualquer volta do refluxo será pra valer, e se a inflamação aumentar, o caso só acaba com cirurgia.

Essa é uma doença com a qual terei que conviver, não tem jeito. Mas não acho isso injusto. Realmente eu tive uma vida boêmia pra caramba em tempos de faculdade. Não é a toa que um dia eu ia pagar o preço disso. Graças a Deus não é uma gastrite, bem pior.

Depoimento:
Tenho uma esofagite em nível leve. Quando descobri a doença me assustei, mas depois aprendi a conviver com isso.
Isso pra mim foi uma lição em vários sentidos:
1 - aprendi que não existia muita informação detalhada na internet sobre esofagite.
2 - o assunto preocupa muita gente, principalmente aqueles que contrairam a infecção.
3 - eu precisava montar um espaço só pra falar sobre isso, e reunir o máximo de informações possíveis para ajudar as pessoas.

Como não existe uma cura que não seja cirurgica, me cuido como posso, evitando alimentos que inflamem ainda mais o esôfago.

Fonte: Blog entendendo o mundo


Esofagite

Esofagite é uma inflamação da mucosa esofágica causada, na maioria das vezes, por refluxo de conteúdo gástrico. A mucosa do esôfago, mais sensível, não é adequada para receber conteúdo extremamente ácido como o suco gástrico.




Dúvida na anatomia ou quer explicações sobre estas estruturas, clique na figura
Por que ocorre Refluxo de Ácido do Estômago para o Esôfago?

O refluxo ocorre na dependência de diversos fatores, desde alimentares até anatômicos, estando muitas vezes associado à hérnia hiatal, mas a falha do Esfíncter Esofagiano Inferior parece ser a principal causa. Vamos tentar explicar.

A musculatura da região inferior do Esôfago é mais espessa e tem um maior tônus, estabelecendo uma zona de maior pressão, que é chamada de EEI (Esfíncter Esofagiano Inferior). Quando nos alimentamos, logo após a deglutição ocorre uma onda peristáltica esofágica que impulsiona o bolo alimentar em direção ao estômago. O esfíncter esofagiano inferior se relaxa com a chegada desta onda peristáltica permitindo que o alimento passe para o estômago, mas logo após isso, ele se fecha novamente, impedindo que haja refluxo de conteúdo gástrico para o esôfago. Assim, este esfíncter inferior do esôfago funciona como uma válvula, permitindo a passagem de conteúdo em uma só direção. Você pode observar que pessoas normais com o estômago cheio pode ficar de ponta cabeça (plantar bananeira) que o conteúdo gástrico não retorna para o esôfago. O conteúdo gástrico só retornaria se a pessoa provocasse vômitos.

Muitas pessoas têm refluxos esporádicos, não sendo estes suficientes para provocar uma doença. A salivação e peristalse secundária do esôfago, são mecanismos para combater a ação lesiva do conteúdo gástrico (ácido) refluído sobre a mucosa esofágica. Entretanto estes mecanismos têm limites na neutralização do refluxo. Quando o refluxo é freqüente e prolongado, temos um quadro patológico chamado Doença do Refluxo Gastro-Esofágico (DRGE). Geralmente isso ocorre devido ao funcionamento incorreto do EEI. A Esofagite é o principal sintoma da DRGE, podendo variar desde esofagite grau leve, até casos mais graves com úlceras esofágicas ou estenoses. Por outro lado a DRGE pode apresentar-se com sintomatologia extra-esofágica, já que o refluxo pode acometer outras áreas além do esôfago.

Sintomas da DRGE

O sintoma principal da Doença do Refluxo Gastro-Esofágico (DRGE), é a piroze ou sensação de queimação na região retro-esternal. Podemos ter dores torácicas de diferentes grau de intensidade, muitas vezes sendo confundida com problema cardíaco. As vezes o paciente percebe a regurgitação de ácido ou alimento até o esôfago superior ou boca. Halitose em alguns pacientes pode ser secundária à DRGE. Disfagia (dificuldade na deglutição) e odinofagia (dor à deglutição) podem ocorrer conseqüente a inflamação ou até mesmo estreitamento do esôfago. Problemas respiratórios (como pneumonia, tosse, asma) podem aparecer devido ao comprometimento da árvore respiratória que é atingida pelo refluxo. Laringite, gengivite e problemas dentários ocorrem em alguns casos devido a ação direta do líquido refluído. Salivação excessiva pode ocorrer devido a reflexos vagais aumentados, estimulados pela presença de ácido no esôfago. Dor de ouvido pode ocorrer, em casos raros. Hemorragia ocorre em esofagite mais severa.

O Refluxo Gastro-Esofágico é desencadeado ou agravado com:

Situações que aumentam a pressão intra-abdominal como esforços físicos, obesidade, gravidez;
Aumento da pressão intra-gástrica como refeições volumosas acompanhada de ingestão de líquidos excessivos, principalmente gasosos;
Consumo de substâncias que exercem efeito relaxante no esfíncter esofagiano inferior como café, álcool, gorduras, chocolate, fumo, etc.
A posição deitada pode favorecer o refluxo, pois há menor efeito da ação da gravidade sobre o líquido refluído. Entretanto, pode ocorrer refluxo na posição sentada e até mesmo em pé, pois no tórax temos uma pressão negativa que favorece a entrada de ar nos pulmões durante a respiração, e essa pressão torácica negativa tende sugar o conteúdo gástrico para o esôfago, principalmente quando há incompetência do EEI.
Hérnia de Hiato

Pacientes com DRGE, na maior parte, apresentam Hérnia Hiatal. Em situação de normalidade, todo o estômago deve estar contido na cavidade abdominal. A cavidade abdominal é separada da cavidade torácica por uma estrutura muscular chamada de Diafragma que é o principal músculo da respiração. Na sua porção central existe uma abertura (hiato esofágico) por onde atravessa o esôfago. A Hérnia de Hiato ocorre quando há alargamento deste hiato, permitindo desta forma que uma porção do estômago migre para o tórax. Algumas pessoas podem ter hérnia de hiato sem apresentar DRGE.

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico é baseado nos sintomas, mas para verificação da gravidade da doença e da presença ou não de complicações, são necessários alguns exames.

A EDA (Endoscopia Digestiva Alta) é o melhor exame para diagnosticar a Esofagite. Ela verifica a gravidade da esofagite. No entanto, em casos raros, podemos ter refluxo sem esofagite endoscópica aparente. Assim é recomendável biópsia do esôfago para estudo histopatológico em pacientes sintomáticos com esôfago aparentemente normal. Outra finalidade da EDA é diagnosticar a hérnia hiatal e o esôfago de Barrett. Pela endoscopia possibilita realização de biópsias em áreas suspeitas de neoplasia. É também possível verificar o grau de sucesso do tratamento com exame posterior de controle.
O Estudo Radiológico talvez seja a melhor forma para se diagnosticar a Hérnia Hiatal (já q
Assine E-mail SAC Canaisue na Endoscopia pode passar desapercebida em alguns casos) e quando acompanhado de radioscopia pode-se documentar melhor a presença de refluxo.
A Phmetria é a melhor forma de se documentar o refluxo, porém isoladamente não fornece dados da gravidade da esofagite. Podemos ter paciente com muito refluxo e pouca esofagite e vice-versa.
A Manometria do esôfago identifica problemas de motilidade esofágica e determina a pressão do esfíncter esofagiano inferior.
Enfim, muitas vezes pode ser necessário a realização de mais de um exame para um diagnóstico correto e conseqüente um tratamento adequado.

Como é o tratamento clínico da DRGE?

O tratamento consiste em dieta alimentar, medidas comportamentais e medicamentos.

Dieta. Deve ser evitados substâncias que promovem relaxamento do esfíncter esofagiano inferior (como café, álcool, gorduras, chocolate, fumo, etc.). Refeições copiosas (volumosas) seguido de muito líquidos também deve ser evitado.
Medidas comportamentais. Esforço físico ou deitar-se após alimentação deve ser evitado.
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Atividades onde trabalha-se abaixado, deitado ou inclinado para frente como jardinagem, devem ser evitadas. Elevar os pés da cabeceira da cama ou deitar-se com o tronco mais elevado pode ser útil em casos em que o refluxo predomina no período noturno ou deitado.
Medicamentos.
Antiácidos (em líquidos ou em comprimidos mastigáveis) podem ser usados, mas têm efeito temporário, devendo ser ingerido várias vezes ao dia. Eles tem a finalidade de neutralizar o ácido produzido pelo estômago.
Inibidores da secreção de ácido: bloqueadores H2 (cimetidina, ranitidina, famotidina) e os inibidores da bomba de prótons ( I.B.P. ) como omeprazol, lanzoprazol, pantoprazol e rabeprazol. Estes mais eficazes e recomendável nos casos mais graves e início de um tratamento.
Procinéticos. Medicamentos que têm a finalidade de aumentar a pressão do Esfíncter esofagiano inferior e a velocidade de esvaziamento gástrico. Entre eles incluem: Bromoprida, metoclopramida, domperidona, e cisaprida.

Pacientes com DRGE devem fazer exame endoscópico periódico, no mínimo 1 vez por ano, mesmo sem sintomatologia.
Pode ser necessário em intervalo de tempo menor, após um tratamento inicial, nos casos mais complicados ou no agravamento dos sintomas, ou melhor, sempre com acompanhamento médico e seguindo suas orientações.


O que acontece com quem que não trata adequadamente a DRGE? Pode vir apresentar Doença Maligna (Câncer)?

Paciente que não trata o refluxo adequadamente pode evoluir de diferentes formas, a curto ou longo prazo, podendo variar desde uma simples esofagite crônica não complicada, até casos com úlceras e hemorragias. A esofagite também pode evoluir para uma estenose (estreitamento do esôfago) e consequentemente disfagia.

A evolução depende muito da gravidade do refluxo. Podemos ter pacientes com DRGE e ausência de esofagite endoscópica, mas ter manifestações extra-esofágicas importantes, como problemas respiratórios.

Nos casos mais graves, ao longo do tempo, podemos ter a substituição do epitélio normal do esôfago por epitélio colunar, chamado de Esôfago de Barrett. Este Epitélio ou Esôfago de Barrett, além de indicar severidade do refluxo, está associado à uma maior incidência de neoplasia maligna do esôfago. É portanto, um potencial precursor do Câncer de Esôfago.

Quando é indicado o tratamento cirúrgico?

Falha do tratamento clínico.
Defeito grave do Esfíncter Esofagiano Inferior (identificado no estudo manométrico).
Necessidade de uso prolongado e de altas doses de medicamentos (I.B.P.).
Complicações da doença como hemorragia, úlcera, e estenose.
Esôfago de Barrett.
Neoplasia.

Dr Silvio Luis da Silveira Lemos

Existe uma noção geral de que indivíduos obesos desenvolvem mais freqüentemente a doença do refluxo gastroesofagiano, sendo a orientação de perder peso parte integrante do seu tratamento.
Entretanto, uma base científica para esta associação não está plenamente estabelecida.
OBJETIVOS:
Avaliar a prevalência de obesidade e sobrepeso em pacientes com sintomas típicos de refluxo, com e sem esofagite erosiva. Analisar a prevalência de hérnia hiatal e a intensidade do refluxo anormal em relação ao índice de massa corporal nos dois grupos de pacientes. MÉTODOS: Foram examinadas retrospectivamente 362 pHmetrias de pacientes com pirose, todos com endoscopia digestiva alta prévia, definindo-se esofagite erosiva pela presença de erosões esofagianas macroscópicas e hérnia de hiato quando à junção esôfago-gástrica estava 2 cm ou mais acima do pinçamento diafragmático. Pacientes com esôfago de Barrett ou estenose péptica foram excluídos. A população foi dividida em três grupos de acordo com o índice de massa corpórea: peso normal, com índice de massa corporal entre 20 e 24,9, sobrepeso, com 25 e 29,9 e obesos com índice superior a 30. O diagnóstico de refluxo gastroesofagiano anormal com sua intensidade foi avaliado de acordo com os resultados de pHmetrias, analisados nos grupos de pacientes com e sem esofagite erosiva em relação ao índice de massa corporal.

RESULTADOS: Entre os 362 pacientes, havia 148 (41%) com e 214 (59%) sem esofagite erosiva, sendo a pHmetria anormal em 100% e 57% dos pacientes, retrospectivamente. Entre os 148 (61% do sexo masculino, mediana de idade de 50 anos), 41 (28%) apresentavam peso normal, 82 (55%) sobrepeso e 25 (17%) eram obesos. Havia 88 (60%) com hérnia hiatal, sendo 29 (71% dos pacientes com peso normal), 45 (55% dos com sobrepeso) e 14 (56% dos obesos). Nos 121 indivíduos sem esofagite erosiva e com pHmetria anormal, diagnosticados como doentes com doença do refluxo não-erosiva (38% masculino, mediana de idade de 50 anos), havia 51 (42%) pacientes com peso normal, 55 (46%) com sobrepeso e 15 (12%) eram obesos. Detectou-se hérnia de hiato em 52 (43%) dos 121 pacientes, sendo 21 (41% dos indivíduos com peso normal), 24 (44% dos com sobrepeso) e 7 (47% dos obesos). Naqueles 93 pacientes sem esofagite erosiva e com pHmetria normal (39% homens, mediana de idade de 43 anos) havia 43 (46%) pacientes com peso normal, 38 (41%) com sobrepeso e 12 (13%) obesos, sendo 26 (28%) com hérnia hiatal. A prevalência de hérnia de hiato, assim como o número de pacientes com obesidade e sobrepeso foi significantemente maior no grupo de doença do refluxo erosiva, quando comparado ao grupo sem esofagite erosiva. A intensidade do refluxo, assim como a prevalência de hérnia hiatal foram similares nos pacientes com peso normal, sobrepeso e obesos, em ambos os grupos. CONCLUSÃO:A prevalência de obesidade e sobrepeso é maior em indivíduos com doença do refluxo erosiva do que naqueles sem esofagite erosiva. Não houve diferença na intensidade do refluxo entre as várias categorias de índice de massa corporal, em nenhum dos grupos estudados. Embora a hérnia hiatal seja mais prevalente na doença do refluxo erosiva, esta superioridade não se relacionou ao excesso de peso.

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