12.21.2015

Ministra Carmen Lúcia do STF, estranhamente, nega pedido de filho de Lula para ter acesso a investigação

Escritório de Luis Cláudio Lula da Silva é alvo da Operação Zelotes.
PF apura suposto pagamento de propina para aprovar medida provisória.

Do G1, em Brasília
Luís Cláudio Lula da Silva, filho do presidente da República e assistente de preparação do Palmeiras, na festa de premiação dos melhores do Campeonato Paulista, no HSBC Brasil, em São Paulo, em maio de 2008 (Foto: João Sal/Folhapress) 
O empresário Luís Cláudio Lula da Silva em foto de 2008 (Foto: João Sal/Folhapress)
A ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Cármen Lúcia negou no sábado (19) pedido do empresário Luís Cláudio Lula da Silva, filho caçula do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para ter acesso à íntegra do inquérito no qual é investigado na Operação Zelotes. As investigações são mantidas sob sigilo.
Em outubro, um escritório onde funcionam empresas dele em São Paulo foi alvo de busca e apreensão pela Polícia Federal, dentro de uma apuração sobre o suposto pagamento de propina para aprovar medida provisória em favor da indústria automotiva.

Segundo as investigações da Zelotes, as empresas de marketing esportivo dele receberam R$ 2,5 milhões em pagamentos da Marcondes e Mautoni, banca de advogados especializada na representação de montadoras automotivas em entidades do setor, como a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos (Anfavea) e o Sindicato Nacional da Indústria de Veículos (Sinfavea).

No pedido ao STF, apresentado em novembro, os advogados de Luís Cláudio argumentaram que o direito de defesa foi prejudicado porque eles não tiveram acesso a todo o material. “É inadmissível que o reclamante e seus defensores, em meio a uma operação desta magnitude, tenham acesso tão somente às informações previamente recortadas pela autoridade policial!”, dizia a peça.
A ministra Cármen Lúcia, porém, negou a concessão de liminar. O teor da decisão dela não foi divulgado.

Indícios
Relatório da Polícia Federal aponta indícios de que os relatórios entregues pela empresa de Luís Cláudio à empresa de Mauro Marcondes teriam sido feitos para justificar o repasse de valores.
Apesar de ter recebido R$ 2,5 milhões pelo serviço, a PF identificou que a consultoria de Luís Cláudio usou textos da Wikipedia e de outras fontes da internet, entre elas uma tese de doutorado apresentada na Universidade de Brasília, para elaborar o estudo contratado.
A defesa do empresário nega que tenha haviado irregularidades em serviços prestados pelo empresário e diz que a conclusão da PF de que ele reproduziu conteúdo da internet em consultoria  é "improcedente" e "descabida".

Zelotes
Deflagrada em março pela Polícia Federal, a Operação Zelotes inicialmente investigava fraudes em julgamentos do Conselho Administrativo de Recursos Federais (Carf), órgão ligado ao Ministério da Fazenda que julga recursos a cobrança tributárias. Segundo o Ministério Público, empresas teriam atuado junto a conselheiros do órgão para que multas aplicadas a elas fossem reduzidas ou anuladas.
Com o desenrolar das apurações, a Zelotes passou a apurar também negociações suspeitas envolvendo três medidas provisórias. Os investigadores descobriram, por exemplo, que uma das empresas que atuava no órgão recebeu R$ 57 milhões de uma montadora de veículos entre 2009 e 2015 para aprovar emenda à Medida Provisória 471 de 2009, que rendeu a essa montadora benefícios fiscais de R$ 879,5 milhões. Junto ao Carf, a montadora deixou de pagar R$ 266 milhões.

Esta ministra é a mesma que disse essas pérolas abaixo, esquecendo que a classe que ela pertence (judiciário) é considerada a mais corrupta neste pais

 "Na história recente da nossa pátria, houve um momento em que a maioria de nós, brasileiros, acreditou no mote segundo o qual uma esperança tinha vencido o medo. Depois, nos deparamos com a Ação Penal 470 e descobrimos que o cinismo tinha vencido aquela esperança. Agora parece se constatar que o escárnio venceu o cinismo. O crime não vencerá a Justiça. Aviso aos navegantes dessas águas turvas de corrupção e das iniquidades: criminosos não passarão a navalha da desfaçatez e da confusão entre imunidade, impunidade e corrupção. Não passarão sobre os juízes e as juízas do Brasil. Não passarão sobre novas esperanças do povo brasileiro, porque a decepção não pode estancar a vontade de acertar no espaço público. Não passarão sobre a Constituição do Brasil” ", disse a ministra.



Brasília 247 – A compra de um imóvel em Brasília pela ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal, se tornou alvo de denúncia. De acordo com o blog do jornalista Mino Pedrosa, o imóvel está ligado ao doleiro Fayed Traboulsi, envolvido no esquema de corrupção investigado pela Operação Lava Jato, da Polícia Federal.
A casa estava no nome de Andréa Filipe Ramos, casada com Alexandre Chaves Ribeiro. Os dois, de acordo com a denúncia, são laranjas de Fayed e o imóvel "deveria constar no rol de apreensões e bloqueios de bens do doleiro". O valor, segundo o texto, também é suspeito, uma vez que a casa seria avaliada por pouco mais de R$ 3 milhões no mercado imobiliário. A casa vale quase o dobro do preço que foi pago pela ministra.
O próprio doleiro, segundo o blog, admitiu em depoimento à PF ser proprietário do imóvel, que era usado como "endereço de várias pessoas". Fayed foi preso em setembro de 2013 e alvo de mandados de busca e apreensão em suas propriedades da capital federal no âmbito da Operação Miqueias, que investigava fundos de previdência e pensão.
A chefe de gabinete da ministra Cármen Lúcia, Maria Cristina Petcov, contesta todas as acusações, que "não têm pé nem cabeça", e assegura que a ministra tem todos os documentos da negociação, legitimada pela Caixa Econômica Federal, responsável pelo financiamento do imóvel.

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