6.19.2018

Engenheiros denunciam a farsa da “Petrobrás quebrada”, usada para privatizar


Geraldo Falcão/Agência Petrobrás
Esclarecendo o “Petrobrás esclarece”
Todo este “circo” foi montado baseado na mentira de que a
 Petrobrás passava (e passa) por problemas financeiros
Nesta quarta-feira (16/05), depois da AEPET ter publicado 
 a administração da empresa encaminhou mensagem, 
via correio eletrônico, aos petroleiros, segundo eles: com o objetivo de não deixar que informações imprecisas se transformem em fatos que prejudiquem a reputação e a imagem de nossa empresa.
Em primeiro lugar queremos deixar bem claro que o que pretendemos é discutir quais os melhores planos para a Petrobrás, como empresa estatal que é, para o atendimento das necessidades da população brasileira e o desenvolvimento da Nação.
O resultado de uma empresa estatal não se mede apenas 
pelo lucro ou prejuízo registrado no seu balanço, 
mas sim pelo desenvolvimento que ela promove 
para o país e a forma como contribui para distribuir
 a renda petroleira em favor dos seus verdadeiros donos: os brasileiros.
Infelizmente hoje a discussão se limita a comparar 
resultados contábeis entre um período e outro, 
verificar o desempenho das ações na bolsa de valores,
 informar quais os ativos vão ser entregues para 
terceiros para antecipar a redução de uma dívida 
que já foi chamada de “impagável”, redução da força
 de trabalho e dos benefícios dos empregados e imposição
 de pesados e injustos encargos aos participantes do
 plano de aposentadoria, ao mesmo tempo em que 
são aprovadas regras para antecipar dividendos aos
 acionistas e pagar indenização bilionária aos 
especuladores estrangeiros.
O que a AEPET sempre fez, em toda a sua história, foi defender
 a reputação e a imagem da Petrobrás.
Quem criou a imagem de que a empresa estava quebrada?
Quem inventou que a dívida era impagável?
Quem gasta páginas do relatório anual para falar em Lava Jato,
 mas não dispende uma linha para falar das riquezas do pré-sal descoberto?
Quem disse que endeusaram o pré-sal, em tom de menosprezo?
Todo este “circo” foi montado baseado na mentira de que a 
Petrobrás passava (e passa) por problemas financeiros.
Por isso precisa vender ativos altamente rentáveis e entregar
 o pré-sal para as petroleiras estrangeiras.
Já falamos muitas vezes sobre isto, mas não custa repetir.
O que mostra se uma empresa tem ou não problemas 
financeiros são os seus registros contábeis.
Muitos consideram que o principal indicador financeiro 
de uma empresa é a sua Geração Operacional de Caixa.
É o caixa disponível depois de cobertos todos os custos e despesas.
É o caixa apto para pagamento da dívida, fazer investimentos
 e pagar dividendos.
No caso da Petrobrás os números são os seguintes:
Vejam que a Geração Operacional de Caixa da Petrobrás é inabalável.
Onde está o efeito da corrupção que muitos disseram que quebrou a Petrobrás?
Onde está o efeito dos subsídios concedidos (2010/2014) que muitos 
calculavam em bilhões e bilhões?
Onde está o efeito dos “impairments” (2014/2016) que causaram os 
prejuízos econômicos astronômicos?
Onde está a dependência do preço do petróleo no mercado 
internacional em relação à sua capacidade de gerar valor?
Onde está a empresa quebrada?
Se compararmos a Geração Operacional de Caixa da Petrobrás 
com outras grandes petroleiras temos o seguinte:

Importante lembrar que estas petroleiras (principalmente Exxon e Shell )
 tem receitas 3 vezes superior à da Petrobrás.
A tabela mostra claramente o efeito da variação do preço do barril
 na geração operacional das petroleiras estrangeiras.
Efeito que não se vê na Petrobrás.
Mas a atual política de preços não tem o objetivo de seguir a cotação
 internacional do barril?
Então por que de 2016 para 2017 todas as grandes petroleiras 
tiveram expressivo aumento de geração operacional enquanto 
na Petrobrás o número permanece estável?
Venda de ativos rentáveis? Perda de participação no mercado? 
Ociosidade das refinarias?
Outro importante indicador financeiro é a Liquidez Corrente.
Ela indica a capacidade da empresa de cumprir com seus 
compromissos de curto prazo.
É resultado da divisão do Ativo Corrente pelo Passivo Corrente.
A tabela a seguir mostra os números:

Vejam que a liquidez corrente da Petrobrás se mantem 
sempre superior a 1,5.
Significa dizer que para cada R$ 1 que a empresa precisa pagar
 ela dispõe de R$ 1,5 ou mais.
Notem que a situação da Petrobrás é muito mais confortável 
do que a das maiores petroleiras americanas.
Bom lembrar que as petroleiras americanas tem classificação 
de risco AAA (nível máximo) enquanto a Petrobrás fica 12 níveis abaixo B+.
A liquidez corrente mostra que a Petrobrás não tem nem 
nunca teve problemas financeiros.
Interessante de se verificar também o volume de recursos 
mantidos em caixa pela empresa.
Vejam a tabela a seguir:

Reparem que as grandes petroleiras americanas vêm reduzindo
 sistematicamente o caixa desde 2012 enquanto a Petrobrás 
mantém caixa elevadíssimo a partir de 2015.
A Exxon que tem uma receita 3 vezes maior que a da Petrobrás,
 mantem um caixa muito menor.
A única explicação é que o caixa é mantido elevado para permitir
 a venda de ativos.
Se fosse utilizado o caixa não haveria necessidade de venda 
de ativos. Pasmem…
Isto fica muito claro quando vemos os quadros de Usos e
 Fontes dos Planos de Negócio e Gestão-PNG feitos pela
 atual administração.
Este plano mostra uma geração operacional de caixa de US$ 158 bilhões (já pagos os dividendos, não informado o montante), uma utilização de US$ 2 bilhões do caixa e a venda de US$ 19 bilhões de ativos.
Como no final de 2016 havia mais de US$ 20 bilhões em caixa, os ativos estão sendo vendidos para manter o caixa elevado.
Além disso a empresa vendeu US$ 13,6 bilhões de ativos em 2016 e só recebeu US$ 2 bilhões.
Restavam US$ 11 bilhões a receber.
Mais ainda a Petrobrás já tinha um crédito com a Eletrobrás de US$ 6 bilhões.
O grande absurdo vem à tona quando olhamos o Usos e Fontes do PNG 2018/2022.
Estranhamente a geração operacional cai para US$ 142 bilhões (já pagos os dividendos), uma queda de US$ 16 bilhões em relação ao plano anterior (US$ 158 bilhões).
A geração operacional deveria ter aumentado e não caído.
Qual é a causa? Não é dada nenhuma explicação.
A venda de ativos rentáveis fez cair a geração?
Ou está previsto pagamento de dividendos muito elevados? Não existe clareza.
Consta a venda de US$ 21 bilhões de ativos, ao mesmo tempo em que o caixa é aumentado em US$ 8,1 bilhões.
O que é isto? Estão vendendo ativos para aumentar o caixa?
Mas o caixa já tem mais de US$ 20 bilhões.
Das vendas de ativos feitas em 2016 ainda resta receber US$ 8 bilhões e o crédito com a Eletrobrás de US$ 6 bilhões continua.
Simplesmente ridículo.
Bem, voltemos ao Petrobrás esclarece, que afirma: Para não deixar dúvidas a única vez que registramos resultado em torno de R$ 7 bilhões foi em 2013, quando tivemos um lucro de R$ 7,7 bilhões e o barril do petróleo estava em torno de US$ 100. Agora conseguimos resultado semelhante com a cotação a US$ 67 o barril. Ou seja é o nosso esforço para recuperar a empresa usando todas as ferramentas do plano de negócios que explica o bom desempenho da companhia.
Porque falam em torno de US$ 100 o barril?
É só olhar o relatório do 1º trimestre de 2013, o preço médio do barril era de US$ 94.
Mas em 2013 o governo subsidiava o consumo no mercado interno, mantendo os preços internos abaixo dos preços internacionais.
Portanto este preço de US$ 94 não serve como parâmetro. Esqueceram?
Por outro lado não apenas o preço do barril deve ser avaliado, o câmbio é outro fator tão importante quanto.
No 1º trimestre de 2013 o dólar custava em média R$ 2,00 enquanto que no 1º trimestre de 2018 passou para R$ 3,24.
Vão querer continuar enganando?
E continuam mesmo: A Petrobrás tem um programa de parcerias e desinvestimentos desde 2012 muito antes da posse da atual administração. Não se pode, assim, atribuir a este programa qualquer motivação partidária ou ideológica.
Parece que aqui eles vestiram a carapuça.
E continua: Em dois anos entre 2012 e 2014 a empresa se desfez de US$ 10,8 bilhões de ativos no exterior, campos de produção e áreas exploratórias. Esta portanto é uma ferramenta de gestão usada em diversos momentos e por diversas e distintas administrações da empresa para ajudar a reduzir seu endividamento.
Entre 2012 e 2014 são três anos e não dois, o que dá uma média de US$ 3,6 bilhões/ano.
É normal na atividade da empresa comprar e vender ativos.
Mas nunca se falou em venda de ativos como NTS, Liquigás e BR Distribuidora.
Por outro lado a venda de ativos não era feita para reduzir dívidas, pois naquele momento é que a empresa mais investiu e se endividou.
Quanto se privatizou entre 2012 e 2014 em comparação com US$ 35 bilhões planejados pela atual administração?
Onde estavam e quais ativos foram privatizados nos dois períodos?
Agora tentam esconder a verdade: Neste trimestre a entrada em caixa com parcerias e desinvestimentos teve impacto de R$ 2,2 bilhões no lucro líquido, impacto reduzido quando comparado ao lucro de R$ 7 bilhões.
No relatório aparecem ganhos de R$ 3,2 bilhões com a venda de Lapa, Iara e Carcará.
Mas pode ser que exista algum ajuste para chegar no efeito no lucro líquido.
De qualquer forma o lucro a ser comparado é de no máximo R$ 4,7 bilhões (6,9-2,2).
No 1º trimestre de 2015 o lucro líquido foi de R$ 5,3 bilhões.
Então que estória é esta de melhor resultado dos últimos 5 anos?
Terminamos esta Nota de forma similar a que a atual direção da Petrobrás iniciou o seu Petrobrás esclarece.
Você está recebendo mais esta Nota da AEPET com o objetivo de não deixar que informações imprecisas se transformem em fatos que prejudiquem a reputação e a imagem da nossa empresa.
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