Eu confesso a vocês que, às vezes, me dá vontade de chorar diante de uma notícia dessas. Dói dentro de mim lembrar que avisamos sobre essa perda de direitos, essa covardia que viria a se sobrepor aos trabalhadores. No entanto, a cegueira espiritual, o fanatismo exacerbado, o preconceito contra os diferentes, a praga do moralismo de quem se acreditava mais puro que os outros, elegeu um sociopata inimigo dos trabalhadores, amante do crime e do paramilitarismo. E nós, que apanhamos tanto nas ruas para garantir esses direitos, fomos traídos pelos que, como nós, também não irão se aposentar, não vão receber décimo terceiro, pagarão um imposto maior, não terão aumento de salário. A conclusão a que chegamos é que o inimigo de um pobre lutador é outro pobre que, por viver sob a ideologia dominante, se considera mais puro e superior a todos nós. O pobre de direita é como as moscas, come uma migalha da comida sobre a qual vive pousada, mas tem um poder avassalador de putrificar a totalidade do alimento com o qual vier a entrar em contato.
Copiei e compartilhei.
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