Toque
de recolher no Chile. Manifestações intensas no Equador. Multidões nas
ruas na Bolívia, Venezuela, Haiti, Colômbia, Argentina, Hong Kong,
Líbano, França, Egito, Iraque e mais. Até nos Estados Unidos as pessoas
saíram de casa para exigir seus direitos. Este ano foi extremamente
agitado no Brasil, mas ao redor do continente e do mundo também. E 2020
será ainda mais louco.
As
populações estão de saco cheio de ser ignoradas, abusadas e descartadas
por seus governos. Suas condições financeiras estão cada vez mais
precárias, enquanto os ricos estão cada vez mais blindados pela lei.
Os
políticos e os mais ricos que os controlam são os principais culpados
por este cenário. A grande mídia oligárquica também tem sua
responsabilidade. Aquela mídia que vende como boas as reformas que tiram
dos mais pobres e da classe média e dão para os mais ricos. A mídia que
obriga seus funcionários a evitar certas pautas "polêmicas" e passar
pano para quem controla o cofre de verbas públicas. A mídia que estimula
ódio porque ele vende bem e opta por entretenimento em vez de
investigações, pois dá menos dor de cabeça. Essas empresas de mídia
esqueceram que deveriam ser a voz da população e fiscalizar o poder. Sem
jornalistas cumprindo sua função a pressão acumula e eventualmente, em
um instante, a panela explode.
Aqui no Intercept
a gente sabe qual é o nosso papel e a #VazaJato comprovou que topamos
arriscar tudo para cumpri-lo. Agora, pensando em 2020, estamos sonhando
ainda mais alto. Temos uma eleição importantíssima para cobrir, um
governo indecente para fiscalizar e uma sociedade que está desesperada
por justiça.
Topamos
enfrentar os gangsters de todos os setores porque nosso jornalismo que
não se ajoelha, que não se vende e que não teme o poder é mais
necessário do que nunca. Mas não podemos fazer nada sem sua ajuda.
FAÇA PARTE DO TIB →
As
ideias estão fervilhando por aqui. Isso porque estamos montando o
orçamento do próximo ano. É nesse momento que planejamos o que será
possível fazer de audacioso em 2020. Vídeos, viagens, investigações
exclusivas — tudo isso é caro! Quem mais conseguimos contratar? Quantos
repórteres cobrindo novas áreas? Um podcast ou videocast, talvez? O quão
alto podemos sonhar?
Eu sou um dos responsáveis por essa estratégia como Editor Geral e o principal ponto de interrogação na minha cabeça hoje é: o quanto eu posso contar com o apoio dos leitores do TIB?
Porque é esse apoio que nos permite ir além. Exatamente como aconteceu
em 2019. Graças a vocês, conseguimos contratar um novo diretor de vídeo
(temos grandes surpresas para vocês em 2020!) e seis novos estagiários
que já estão com a mão na massa. Abriremos um estúdio para gravar vídeos
de alta qualidade em breve e contrataremos pelo menos mais uma
jornalista. Tudo isso foi por causa do apoio massivo que nossos leitores
nos deram.
O
Intercept não tem conteúdo pago e diariamente nossos leitores dizem o
quanto nos valorizam, basta ver o tamanho da nossa comunidade e como ela
se mobiliza. Somos mais de 9 mil pessoas hoje. No entanto, este número
está bem abaixo do que chegamos a reunir em agosto, infelizmente. A
verdade é que as doações estão ficando aquém das projeções que tínhamos
há alguns meses. É por isso que essa semana é decisiva. Teremos que
fechar os planos logo e antes de passar a régua no orçamento a gente
precisa mobilizar mais leitores para nos apoiarem e com isso garantir
que 2020 seja um ano como nenhum outro. Se isso não acontecer teremos
que reduzir nossos planos, contratar menos profissionais, fazer menos
investigações explosivas. Cá entre nós, é tudo que Bolsonaro quer, não?
Nós
não temos investidores ou uma família por trás. É esse dinheiro que vem
dos leitores que nos permite ter um jornalista por 6 meses cultivando
uma fonte. É com isso que podemos levar uma equipe para o interior de
Minas Gerais e cobrir a violência da Vale contra populações ribeirinhas
ou manter uma correspondente no nordeste e equipes em Rio, São Paulo e
Brasília. Esse trabalho nos expõem sem gerar lucros.
Bom,
nós temos uma semana para fechar o orçamento e garantir que em 2020
esse esforço não diminua. O que nós queremos na verdade é dobrar a meta:
ampliar a equipe, publicar mais, investigar cada escaninho do governo,
expandir nossa cobertura para cada canto do país e não dar um dia de
descanso para os poderosos.
Nós
fomos ameaçados pelo governo. Nosso site vive sob constante ataque.
Nosso endereço foi exposto por deputados governistas. Mas nós não
daremos um passo atrás.
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