SERÁ?
Se as pessoas se envolvessem apenas com o que lhes dissesse respeito, talvez tudo fluísse melhor.
Não aprofundar os problemas que se colocam aos outros. Por que buscar respostas a perguntas que não são as nossas?
Afastar a necessidade , o tédio e o vício, através do trabalho, já é um enorme progresso.
Se há o Bem e o Mal além de nossos limites, o importante é cumprir entre nós, o que está previsto e o que é necessário.
Não tomar conhecimento dos males que se passam longe de nós, fechando-nos em nossas fronteiras, não interferir nas questões que nos são estranhas e fugir de toda e qualquer questão filosófica ou problemática, recolhendo-nos tão somente ao nosso pequeno mundo particular...
É muito mais cômodo e confortável manter-se afastado, não pensar senão em si, não estar engajado nos destinos do resto dos homens, estar enfim, contente com sua vida.
NÃO!
É inconcebível estar feliz em meio a tantas injustiças, tristezas e angústias espalhadas ao nosso redor e além de nosso espaço pessoal, de nosso jardim.
É preciso cultivar nossos sonhos, lutar pelos ideais, trazer beleza à vida, pelo trabalho e dedicação; que o nosso jardim seja muito bem cuidado!
Porém, que os nossos talentos e capacidade sejam usados para além de nossas cercas e de nossos termos, na construção de um mundo melhor. Que sejamos a voz do mudo, o braço do cansado, a saciedade na falta.
Há que se estar descontente, inquieto, curioso. É um imperativo da consciência a preocupação com o destino alheio.
O que temos que reconhecer é que aquilo que toca ao "homem universal”, ao ser humano, a nós nos toca.
E que é preciso duvidar, posto que a dúvida é dinâmica, para procurar as saídas. Levantar e andar. E encontrando as possibilidades, ajudar, contribuir, amenizar.
Cultivar nosso jardim é tarefa nossa. Mas Cristo numa parábola, Considerou que aqueles que executam e terminam apenas os seus trabalhos corriqueiros, são servos inúteis.
É preciso, pois, se suplantar sempre. Passar além.
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Candide, ou l'Optimisme é um conto filosófico em tom de sátira publicado pela primeira vez em 1759 por Voltaire, filósofo do Iluminismo
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Narra a história de um jovem, Cândido, vivendo num paraíso edênico* e recebendo ensinamentos do otimismo de Leibniz através de seu mentor, Pangloss. A obra retrata a abrupta interrupção desse estilo de vida quando Cândido se desilude ao testemunhar e experimentar eminentes dificuldades no mundo. Voltaire conclui a obra-prima com Cândido — se não rejeitando o otimismo — ao menos substituindo o mantra leibniziano de Pangloss, "tudo vai pelo melhor no melhor dos mundos possíveis", por um preceito enigmático: "devemos cultivar nosso jardim."
EDÊNICO // RELATIVO AO EDEN
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