Procuradores da PGR: Bolsonaro cometeu crime de advocacia administrativa no caso PF
Equipe de procuradores da PGR que está analisando o caso da reunião
ministerial de 22 de abril já concluiu: as provas de que Bolsonaro
cometeu crime de advocacia administrativa são fartas. A conclusão será
encaminhada a Augusto Aras, que decidirá se apresenta denúncia
Atualizado em 25 de maio de 2020, 09:04
247 - A equipe de investigadores da
Procuradoria-Geral da República (PGR) responsável pelo caso da reunião
ministerial de 22 de abril avalia que as provas obtidas até o momento
são suficientes para caracterizar que Jair Bolsonaro cometeu o crime de
advocacia administrativa em sua pressão para trocar postos-chave da
Polícia Federal. O caso pode levar ao impeachment de Bolsonaro. Essa
análise será transmitida ao procurador-geral da República, Augusto Aras,
que decidirá se apresenta denúncia.A análise dos procuradores é que,
após ter acesso ao vídeo da reunião do conselho de ministros no último
dia 22 de abril, ficou claro que Bolsonaro pressionou o então ministro
da Justiça, Sergio Moro, para fazer mudanças em cargos na PF motivado
por interesses pessoais — no caso, a preocupação em proteger familiares e
amigos, verbalizada por Bolsonaro reunião. O vídeo inclusive, na
avaliação dos investigadores, traz uma comprovação rara de se obter
nesse tipo de crime que é o “dolo”, a vontade de cometer o delito,
informa o jornalista Aguirre Talento, de o Globo. Outra prova do crime é a mensagem enviada por Bolsonaro a Moro,
citando como “mais um motivo para a troca” da direção-geral da PF uma
notícia que mostrava que o inquérito das fake news está investigando
deputados bolsonaristas. A equipe de procuradores considera que a sucessão de fatos
posteriores à reunião é mais uma prova: dois dias após o vídeo ocorreu a
demissão de Valeixo e a saída de Sergio Moro. Pouco depois, veio a
nomeação de um novo diretor-geral da PF que teve como um dos seus
primeiros atos trocar o superintendente do Rio.
Essa análise será transmitida ao procurador-geral da República,
Augusto Aras, ao final do inquérito em tramitação perante o Supremo
Tribunal Federal (STF), para que ele decida se há elementos para
apresentar uma denúncia contra Bolsonaro ou se é o caso de arquivamento.
Aras tem dito que só vai fazer uma avaliação jurídica do caso depois
que a investigação se encerrar e ele puder analisar todas as provas
produzidas.
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