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2.20.2010
ASMA (Últimas Pesquisas)
Alerta da FDA dos Estados Unidos
Broncodilatadores de ação duradoura não devem ser usados isoladamente.
Estudos ligam remédios a aumento do risco de complicações severas.
A taxa de mortalidade no Brasil é de 10 a 15 vezes maior que nos EUA e Europa e isso não é causado por nenhum efeito colateral de medicamentos"
A agência que controla remédios e alimentos nos Estados Unidos, a FDA, divulgou um alerta na quinta-feira (18) com novas orientações para o uso de medicamentos contra asma.
Segundo o alerta, os broncodilatadores de ação duradoura (Laba, na sigla em inglês) não devem ser usados isoladamente no tratamento. Os fabricantes ficam obrigados a incluir um aviso nas bulas e a oferecer programas para conscientizar os médicos sobre os riscos dessa classe de medicamentos.
No Brasil, os remédios são comercializados com os nomes de Serevent (da GlaxoSmithKline) e Foradil (da Novartis).
Saiba mais
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A agência recomendou ainda que os medicamentos que combinam Laba com corticoides - Seredite, da GSK, e Symbicort, da Astrazeneca - sejam usados por períodos curtos e apenas em pacientes que não respondam a outros tratamentos.
As drogas também são indicadas para pessoas com doença pulmonar obstrutiva crônica .
O alerta da FDA baseia-se em estudos clínicos que relacionaram o uso dessa classe de remédios ao aumento do risco de complicações severas da asma, levando à hospitalização e morte.
Em nota, a agência, que em 2008 já havia alertado para os riscos desses medicamentos, pede mais estudos sobre os efeitos dos remédios.
Informe técnico
Com a divulgação das novas restrições de uso, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) se prepara para publicar nos próximos dias um informe técnico determinando o reforço nas bulas das informações relativas aos riscos. A Anvisa ressaltou, porém, que em todas elas já existem alertas.
Segundo os laboratórios, as bulas informam corretamente sobre o uso e os riscos dos medicamentos, mas serão feitas alterações caso a Anvisa solicite.
Para o presidente da comissão para asma da Sociedade Brasileira de Pneumologia, Paulo Augusto Moreira Camargos, as condições de saúde pública do País são diferentes das americanas e a grande preocupação é falta de tratamento. "Temos 3 mil óbitos por ano por causa de tratamento inexistente ou ineficiente da asma", disse. "A taxa de mortalidade aqui é de 10 a 15 vezes maior que nos EUA e Europa e isso não é causado por nenhum efeito colateral de medicamentos."
Um medicamento inalável utilizado contra a asma pode aumentar o risco de ataques da doença em algumas pessoas, afirmaram cientistas britânicos.
Os pesquisadores apontam que o salbutamol, um remédio inalável popular, assim como o salmeterol, um ingrediente do Advair da GlaxoSmithKline's, são menos efetivos em crianças com uma variação genética e podem ser piores para alguns pacientes.
“Essa é uma questão global que precisa ser endereçada”, disse Somnath Mukhopadhyay, professor da Brighton and Sussex Medical School.
O estudo mostrou que os pacientes asmáticos que usam seus inaladores diariamente e que carregam o gene variante Arg 16 tinham um risco 30% maior de sofrer um ataque de asma.
De acordo com o estudo, os riscos são os mesmos com o salbutamol, que tem ação mais curta, e com o salmeterol, de ação mais prolongada.
Aproximadamente 1 milhão de crianças na Inglaterra têm asma e mais de 100 mil carregam essa variação genética, afirmam os pesquisadores.
Piscina tratada com cloro aumenta risco de asma em alérgicos
Exposição superior a mil horas multiplica risco por 15.
Pesquisa é da Universidade de Louvain, na Bélgica.
Crianças e adolescentes com uma propensão a alergias correm um risco maior de apresentar episódios de asma quando usam piscinas cloradas. Segundo pesquisadores belgas, adolescentes que nadaram em piscinas cloradas frequentemente aumentam suas chances de ter asma ou rinite alérgica.
Para aqueles que durante toda a vida somaram mais de mil horas de exposição à água clorada, o risco de asma é multiplicado por 15 vezes, e a rinite aparece 3,5 vezes mais nesse grupo.
Segundo Alfred Bernard, da Universidade de Louvain, em Bruxelas, se olharmos a população de adolescentes em geral não veremos uma associação clara entre água clorada e asma. Porém, se separarmos somente os que são atópicos, ou seja, com maior propensão a desenvolver alergias, essa relação fica muito evidente.
A observação dos especialistas veio do acompanhamento de estudantes de três escolas do sul da Bélgica: duas usavam o cloro como desinfetante da água e a outra utilizava um equipamento à base de cobre e prata para manter a piscina saudável.
Exames realizados nos adolescentes, que incluíam a dosagem da imunoglobulina E no sangue, mostraram que a exposição ao cloro não aumentava a sensibilidade para outros estímulos alérgicos. Mas quando se media o aumento da ocorrência de asma e de tosse nos estudantes que usavam piscinas cloradas, a asma aparecia 8 vezes mais, e estava diretamente relacionada ao tempo de exposição ao cloro.
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Principal causa da asma é alergia a baratas, afirma pesquisador americano
Experimentos feitos com poeira de casas mostraram ação do inseto.
Objetivo dos pesquisadores é achar formas de contrabalançar problema.
A asma é a doença crônica mais comum na infância e ataca desproporcionalmente os pobres. Até um terço das crianças vivendo em abrigos públicos têm asma alérgica, na qual um alergênico específico desencadeia uma avalanche de eventos que causam inflamação, constrição das vias nasais e dificuldades de respiração. Agora, usando um modelo experimental que exigia deixar as imaculadas condições do laboratório e se aventurar pela vida real, uma equipe de cientistas da Escola de Medicina da Universidade de Boston descobriu qual é esse alergênico.
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“Para crianças da cidade”, disse o pesquisador-chefe, Daniel G. Remick, um professor de patologia, “a principal causa da asma não são grãos de poeira, pêlos de cachorros ou o pólen do ar externo. A principal causa da asma é alergia a baratas."
Remick e colegas (então na Universidade de Michigan) publicaram seu primeiro artigo em 2002, após desenvolver o modelo por diversos anos. Seu laboratório ficava em Detroit, onde, como em muitas outras cidades, os abrigos públicos sofriam com a infestação de pragas. A equipe fez visitas a casas com um antigo instrumento de coleta de dados: o aspirador de pó. “Nós coletamos poeira de casas – grandes bolas de poeira –, adicionamos água, deixamos que se misturassem durante a noite e retiramos os detritos da mistura, até obtermos um extrato”,
O extrato foi recheado com proteínas de Blattella germanica – a barata comum –, cujos detritos e exoesqueleto se tornam aéreos após sua morte. De volta ao laboratório, camundongos foram expostos às partículas. Após serem injetados, eles ficaram imunologicamente preparados: seus sistemas de resposta celular entraram em alerta.
Quando expostos às mesmas partículas pela segunda vez, dessa vez por inalação, os sistemas em alerta partiram para o ataque. Camundongos que estavam respirando facilmente tiveram dificuldade em expirar, e sua respiração desacelerou – o equivalente a um ofegar para roedores. Eles estavam sofrendo ataques de asma.
Vias aéreas entupidas
Análises de seus pulmões mostraram que suas vias aéreas estavam entupidas de leucócitos, principalmente de um tipo chamado granulócito eosinófilo, que causa secreção de muco, danos a tecidos e alterações na capacidade de contração muscular. Camundongos num grupo de controle, expostos a partículas de poeira ao invés de proteína de baratas, não mostraram nenhuma das alterações respiratórias ou patológicas. A equipe reproduziu seus resultados em diversos locais; bolas de poeira diferentes, mesma reação alérgica.
“Estamos bastante empolgados”, disse Remick numa entrevista, “pois esta é a primeira vez em que alguém realmente coletou coisas de casas onde as crianças têm asma."
Pesquisadores não envolvidos diretamente com os estudos disseram também estar animados. “Isso é algo inteligente”, disse o Dr. Lester Kobzik, professor de patologia da Escola de Medicina de Harvard. “Ele coletou o cruel material ao qual as pessoas ficam alérgicas de verdade”. “Você não pode ligar para seu fornecedor químico de reagentes científicos e dizer, ‘Gostaria de 500 gramas de exatamente a mesma poeira caseira’,” continuou Kobzik. “Remick tinha uma boa quantidade, então conseguiu realizar experimentações equivalentes a vários anos e estudar tudo cuidadosamente”.
O Dr. Peter A. Ward, professor de patologia dos Serviços de Saúde da Universidade de Michigan, que recrutou Remick para residência há quase 25 anos, chamou o trabalho de “provavelmente a coisa mais próxima em modelos animais à simulação do que se pode ver na asma humana."
A maior parte das pesquisas laboratoriais de asma usa proteínas geneticamente criadas para induzir sintomas em ratos; muitas vezes, as proteínas são retiradas da clara do ovo. Isso é cientificamente satisfatório, mas menos relevante na vida real. A clara de ovo (a que os humanos raramente se tornam alérgicos) tem pouco em comum com a poeira urbana que as crianças frequentemente inalam.
Usando o mesmo modelo de ratos, Remick hoje está estudando os efeitos de diversos tratamentos contra asma, incluindo os medicamentos antiinflamatórios chamados de inibidores de fator de necrose tumoral, como Remicade e Enbrel. Os remédios, já utilizados contra artrite reumatóide e inflamação no intestino, parecem atrapalhar um importante composto imunológico que atrai eosinófilos.
Estratégia exótica
E uma estratégia mais exótica também está sob investigação. Alguns anos atrás, quando Jiyoun Kim, colega de Remick, apresentou resultados do modelo de ratos numa conferência profissional na Coreia, um membro da platéia perguntou se ele havia ouvido falar no tradicional tratamento chinês a base de ervas. Ele levou amostras de ervas aos Estados Unidos, e em ratos elas mostraram bloquear a eotaxina, um composto que desencadeia reações asmáticas.
As ervas chinesas trazem o aroma e o romance de uma solução simples sem os rigores dos testes federais para medicamentos. Mas Remick avisa que é preciso ter cuidado. “O poder e o problema com os remédios chineses baseados em ervas”, disse ele, “ é que eles têm mais de um ingrediente ativo – eles têm dúzias. Sabemos que eles bloqueiam a eotaxina, mas não sabemos tudo que eles bloqueiam, ou o que realmente torna as coisas melhores."
O que complica o tratamento é a doença; a asma possui muitos mecanismos. “Pode haver 50 processos inflamatórios diferentes acontecendo”, continuou Remick. “Ainda estamos no processo de definir precisamente qual parte das ervas bloqueia qual parte da reação inflamatória."
Ainda assim, pais esperançosos, atraídos por tratamentos com ervas, geraram alguns momentos de angústia aos pesquisadores. “Ontem”, disse Remick, “fui contatado por alguém cujo colega de trabalho queria saber se deveria usar ervas chinesas para tratar a asma da filha. Eu imediatamente respondi que não. Não é uma questão de medicina ocidental contra medicina oriental. Outros medicamentos contra asma estão mais bem definidos hoje em dia. As ervas não deveriam estar na linha de frente”.
G1.com
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2 comentários:
Eu acho que se todo dinheiro investido em pesquisas com drogas farmaceuticas fosse destinado a pesquisas com ervas, provavelmente, no minimo, o indice de mortalidade cairia muito. Medicamentos desse porte, que fazem cessar uma crise forte de asma em 10 segundos, nao pode ser nada saudavel.
Ricardo vc tem toda razão em relação as ervas, o maior exemplo é a medicina Chinesa.
Mas ao mesmo tempo as pesquisas com medicamentos alopáticos são super importantes para as doenças continuadas.
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